JÓ
1 Na terra de Uz, havia um homem chamado Jó.*+ Ele era íntegro* e justo,+ temia a Deus e rejeitava o que era mau.+ 2 Ele tornou-se pai de sete filhos e três filhas. 3 Os seus animais chegaram a ser 7000 ovelhas, 3000 camelos, 1000 bois* e 500 jumentas; ele também tinha um grande número de servos. Assim, ele tornou-se o maior de todos os orientais.
4 Cada um dos seus filhos costumava realizar um banquete na sua própria casa, no seu dia designado,* e convidava as suas três irmãs para comer e beber com eles. 5 Depois de ter terminado o ciclo dos dias de banquete, Jó chamava-os para os santificar. Então, ele levantava-se de manhã cedo e oferecia sacrifícios queimados+ em favor de cada um deles, pois Jó dizia: “Talvez os meus filhos tenham pecado e amaldiçoado a Deus no coração.” E era assim que Jó fazia sempre.+
6 Chegou o dia em que os filhos do verdadeiro Deus*+ foram apresentar-se perante Jeová,+ e Satanás+ também foi no meio deles.+
7 Então, Jeová perguntou a Satanás: “De onde vieste?” Satanás respondeu a Jeová: “De percorrer a terra e de andar por ela.”+ 8 E Jeová disse a Satanás: “Observaste o* meu servo Jó? Não há ninguém igual a ele na terra. Ele é um homem íntegro* e justo,+ que teme a Deus e rejeita o que é mau.” 9 Então, Satanás respondeu a Jeová: “Será que é por nada que Jó teme a Deus?+ 10 Não puseste uma cerca de proteção à volta dele,+ da sua casa e de tudo o que ele tem? Abençoaste o trabalho das suas mãos+ e o seu gado tem-se espalhado pela terra. 11 Mas, agora, levanta a mão e atinge tudo o que ele tem, e de certeza que ele te vai amaldiçoar na tua própria face.” 12 Em seguida, Jeová disse a Satanás: “Pois bem, tudo o que ele tem está nas tuas mãos.* Mas não estendas a mão contra ele mesmo!” Então, Satanás retirou-se da presença* de Jeová.+
13 Então, no dia em que os filhos e as filhas de Jó estavam a comer e a beber vinho na casa do irmão mais velho,+ 14 chegou um mensageiro e disse a Jó: “Os bois estavam a lavrar, e as jumentas estavam a pastar ao lado deles, 15 quando os sabeus atacaram e os levaram; eles também mataram os servos com a espada. Eu fui o único que escapou para lhe contar.”
16 Enquanto ele ainda falava, chegou outro e disse: “Caiu dos céus fogo da parte de Deus* e queimou as ovelhas e os servos, consumindo-os. Eu fui o único que escapou para lhe contar.”
17 Enquanto ele ainda falava, chegou outro e disse: “Os caldeus+ formaram três bandos, atacaram os camelos e levaram-nos; eles também mataram os servos com a espada. Eu fui o único que escapou para lhe contar.”
18 Enquanto ele ainda falava, chegou mais um e disse: “Os seus filhos e as suas filhas estavam a comer e a beber vinho na casa do irmão mais velho. 19 De repente, veio um forte vento do deserto e atingiu os quatro cantos da casa, de modo que ela caiu sobre os jovens e eles morreram. Eu fui o único que escapou para lhe contar.”
20 Perante isto, Jó levantou-se, rasgou as suas roupas e rapou a cabeça; depois, atirou-se para o chão e, curvando-se, 21 disse:
“Nu saí do ventre da minha mãe,
E nu voltarei.+
Jeová deu+ e Jeová tirou.
Que o nome de Jeová continue a ser louvado.”
22 Em tudo isto, Jó não pecou, nem acusou Deus de fazer algo errado.*
2 Depois disso, chegou o dia em que os filhos do verdadeiro Deus*+ foram apresentar-se perante Jeová,+ e Satanás também foi no meio deles para se apresentar perante Jeová.+
2 Então, Jeová perguntou a Satanás: “De onde vieste?” Satanás respondeu a Jeová: “De percorrer a terra e de andar por ela.”+ 3 E Jeová disse a Satanás: “Observaste o* meu servo Jó? Não há ninguém igual a ele na terra. Ele é um homem íntegro* e justo,+ que teme a Deus e rejeita o que é mau. Ele ainda se apega à sua integridade,+ apesar de me tentares pôr contra ele+ para o destruir* sem nenhum motivo.” 4 Contudo, Satanás disse a Jeová: “Pele por pele. O homem dará tudo o que tem pela sua vida.* 5 Mas, agora, levanta a mão e atinge os seus ossos e a sua carne, e de certeza que ele te vai amaldiçoar na tua própria face.”+
6 Em seguida, Jeová disse a Satanás: “Pois bem, ele está nas tuas mãos.* Mas não lhe tires a vida!”* 7 Portanto, Satanás retirou-se da presença* de Jeová e atingiu Jó com furúnculos dolorosos,*+ desde a sola dos pés até ao alto da cabeça. 8 E Jó pegou num caco para se raspar e ficou sentado entre as cinzas.+
9 Por fim, a sua esposa disse-lhe: “Ainda te apegas à tua integridade? Amaldiçoa a Deus e morre!” 10 Todavia, ele respondeu-lhe: “Estás a falar como uma mulher insensata. Devemos aceitar apenas o que é bom da parte do verdadeiro Deus e não aceitar também o que é mau?”+ Em tudo isto, Jó não pecou com os seus lábios.+
11 Três amigos* de Jó — Elifaz,+ o temanita, Bildade,+ o suíta,+ e Zofar,+ o naamatita — souberam de todas as desgraças que lhe tinham acontecido e vieram, cada um do seu lugar. Combinaram encontrar-se para demonstrarem solidariedade para com Jó e para o consolarem. 12 Quando o viram de longe, não o reconheceram. Começaram a chorar em voz alta e a rasgar as suas roupas, e atiraram pó para o ar e sobre as suas cabeças.+ 13 A seguir, sentaram-se com ele no chão durante sete dias e sete noites. Ninguém lhe disse uma palavra, pois viram que a sua dor era muito grande.+
3 Foi depois disto que Jó começou a falar e a amaldiçoar o dia em que nasceu.*+ 2 Jó disse:
3 “Desapareça o dia em que nasci,+
Também a noite em que disseram: ‘Foi concebido um homem!’
4 Que aquele dia seja escuridão.
Que Deus, lá de cima, não se importe com ele;
Que nenhuma luz brilhe sobre ele.
5 Que a mais profunda escuridão o reclame* para si.
Que uma nuvem de chuva paire sobre ele;
Que aquilo que escurece o dia o apavore.
6 Quanto àquela noite, que as trevas se apoderem dela;+
Que ela não se alegre entre os dias do ano,
E que nem seja incluída no número dos meses.
7 Sim, que aquela noite se torne estéril,
E nenhum grito de alegria seja ouvido nela.
9 Que as estrelas da sua madrugada escureçam;
Que ela espere em vão pela luz do dia,
E que aquela noite não veja os raios do amanhecer.
10 Pois ela não fechou as portas do ventre da minha mãe,+
Nem escondeu dos meus olhos a desgraça.
11 Porque é que não morri ao nascer?
Porque é que não pereci quando saí do ventre?+
12 Porque é que houve colo para me acolher
E peitos para me amamentar?
13 Pois, agora, eu estaria tranquilamente deitado;+
Estaria a dormir e a descansar+
14 Com os reis da terra e os seus conselheiros,
Que construíram para si lugares que agora estão em ruínas,*
15 Ou com príncipes que tinham ouro,
Cujas casas estavam cheias de prata.
16 Ou porque é que não fui como um aborto que passou despercebido,
Como crianças que nunca viram a luz?
17 Na morte, até a agitação dos maus acaba;
Ali descansam os que estão exaustos.+
18 Ali, os prisioneiros estão juntos em paz;
Não ouvem a voz daquele que os obriga a trabalhar.
19 Ali, o pequeno e o grande são iguais,+
E o escravo está livre do seu senhor.
21 Porque é que eles anseiam pela morte, mas ela não vem?+
Procuram-na mais do que a tesouros escondidos.
22 Alegram-se muito,
Ficam felizes quando encontram a sepultura.
23 Porque é que Ele dá luz a um homem que não encontra o seu caminho,
A quem Deus cercou de todos os lados?+
25 Pois o que me apavorava atingiu-me,
E o que eu temia aconteceu-me.
26 Não tenho paz, nem sossego, nem descanso;
As dificuldades não param de vir.”
4 Então, Elifaz,+ o temanita, disse em resposta:
2 “Se alguém tentar falar contigo, ficarás impaciente?
Pois quem é que pode ficar calado?
3 Sim, tu corrigias muitos,
E fortalecias as mãos fracas.
4 As tuas palavras levantavam quem tropeçava,
E tu firmavas os joelhos vacilantes.
5 Contudo, agora que te acontece isto, tu ficas abatido;*
Toca-te a ti, e tu ficas desanimado.
6 O teu temor de Deus não te dá confiança?
O teu caminho de integridade não te dá esperança?+
7 Lembras-te, por acaso, de algum inocente que tenha perecido?
Quando é que os justos foram destruídos?
8 Tenho visto que os que lavram campos de maldade*
E os que semeiam desgraças também as colhem.
9 Morrem pelo sopro de Deus
E chegam ao seu fim numa rajada da Sua ira.
10 O leão ruge, e o leão novo rosna,
Mas até mesmo os dentes de leões fortes* são partidos.
11 O leão morre por falta de presas,
E as crias do leão são espalhadas.
12 Ora, uma palavra foi-me dita em segredo,
E um sussurro chegou ao meu ouvido.
13 Em pensamentos perturbadores durante as visões da noite,
Quando um sono profundo cai sobre os homens,
14 Um terrível tremor tomou conta de mim,
Enchendo de pavor todos os meus ossos.
15 Um espírito passou pelo meu rosto;
Os pelos do meu corpo* ficaram arrepiados.
16 Então, ele parou,
Todavia, não reconheci o seu aspeto.
Havia um vulto diante dos meus olhos;
Houve silêncio, e, em seguida, ouvi uma voz:
17 ‘Será que o homem mortal pode ser mais justo do que Deus?
Será que o homem pode ser mais puro do que Aquele que o fez?’
18 Ele não confia nos seus servos,
E encontra defeitos nos seus anjos.*
19 Quanto mais nos que moram em casas de barro,
Cujo alicerce está no pó,+
Que são esmagados tão facilmente como uma traça!
20 São completamente esmagados do dia para a noite.
Desaparecem para sempre, e ninguém repara.
21 Não são como uma tenda cuja corda é arrancada?
Eles morrem sem sabedoria.
5 “Clama, por favor! Será que alguém te responde?
A qual dos santos recorrerás?
2 Pois o ressentimento matará o tolo,
E a inveja fará o ingénuo morrer.
3 Eu vi o tolo criar raízes,
Mas, de repente, o lugar onde ele mora é amaldiçoado.
4 Os seus filhos estão longe de ter segurança,
E são esmagados junto ao portão da cidade,+ sem ninguém para os salvar.
5 Os famintos comem o que ele colhe,
Tirando-o até mesmo do meio dos espinhos;
E os seus bens são apanhados numa armadilha.
6 Pois a aflição não surge do pó,
E a desgraça não brota do chão.
7 O homem nasce para a desgraça,
Assim como as faíscas voam para cima.
8 Mas eu apelaria a Deus,
E a Deus apresentaria a minha causa,
9 Aquele que faz coisas grandiosas e insondáveis,
Inúmeras coisas maravilhosas.
10 Ele dá chuva à terra
E envia águas sobre os campos.
11 Ele enaltece o humilde,
E exalta o desanimado à salvação.
12 Ele frustra as tramas dos astutos,
Para que os trabalhos das suas mãos não sejam bem-sucedidos.
13 Ele apanha os sábios na sua própria astúcia,+
De modo que os planos dos espertos são frustrados.
14 Eles deparam-se com a escuridão durante o dia,
E andam às apalpadelas ao meio-dia como se fosse de noite.
15 Ele salva da espada que trazem na boca,
E salva o pobre das mãos do forte,
16 Por isso, há esperança para o humilde,
Mas a boca de injustiça é silenciada.
17 Feliz é o homem a quem Deus repreende;
Por isso, não rejeites a disciplina do Todo-Poderoso!
18 Pois ele causa dor, mas trata a ferida;
Ele parte em pedaços, mas cura com as próprias mãos.
19 Ele irá salvar-te de seis calamidades,
Nem mesmo a sétima irá prejudicar-te.
20 Durante a fome, ele irá livrar-te da morte,
E, durante a guerra, do poder da espada.
21 Serás protegido contra o açoite da língua,+
E não terás medo da devastação quando ela vier.
22 Irás rir-te da destruição e da fome,
E não terás medo dos animais selvagens da terra.
23 Pois as pedras do campo não te causarão dano,*
E os animais selvagens viverão em paz contigo.
24 Saberás que a tua tenda está segura,*
E não estará a faltar nada quando examinares a tua pastagem.
25 Irás alegrar-te com muitos filhos,
E os teus descendentes serão tão abundantes como a vegetação da terra.
26 Ainda serás forte quando fores para a sepultura,
Como feixes de cereais ajuntados na época devida.
27 Isto é o que temos verificado, e as coisas são assim.
Escuta e aceita-o.”
6 Então, Jó disse em resposta:
2 “Quem me dera que se pudesse pesar toda a minha angústia,+
E que ela fosse colocada na balança com a minha calamidade!
3 Pois, agora, ela é mais pesada do que a areia dos mares.
É por isso que as minhas palavras têm sido impensadas.*+
4 Pois as flechas do Todo-Poderoso trespassaram-me,
E o meu espírito bebe o veneno delas;+
Os terrores da parte de Deus alinham-se contra mim.
5 Será que o jumento selvagem+ zurra quando tem relva,
Ou que o touro muge quando tem forragem?
6 Será que a comida que não tem gosto se come sem sal?
Será que a seiva da malva tem sabor?
7 Eu neguei-me* a tocar nessas coisas;
Elas são como comida estragada.
8 Quem me dera que o meu pedido fosse atendido,
E que Deus concedesse o meu desejo!
9 Que Deus estivesse disposto a esmagar-me,
E que estendesse a mão e me eliminasse!+
10 Pois até mesmo isso me traria consolo;
Eu pularia de alegria apesar da dor incessante,
Pois não rejeitei as declarações Daquele que é santo.+
11 Será que tenho forças para continuar à espera?+
E o que me reserva o futuro, para que eu continue a viver?*
12 Será que sou forte como uma rocha?
Será que a minha carne é de cobre?
13 Será que me posso ajudar a mim mesmo de alguma maneira,
Quando tudo o que me apoiava me foi tirado?
15 Os meus próprios irmãos têm sido tão traiçoeiros+ como um rio temporário,
Como a água de rios* que secam no verão.
16 Eles ficam turvos por causa do gelo,
E a neve derretida esconde-se neles.
17 Mas, na devida estação, ficam sem água e desaparecem;
Quando vem o calor, eles secam.
18 O seu curso é desviado;
Eles chegam ao deserto e desaparecem.
20 Ficam envergonhados porque a sua confiança foi em vão;
Chegam lá apenas para ficarem dececionados.
21 Pois isso é o que vocês se tornaram para mim;+
Veem o terror da minha calamidade e ficam com medo.+
22 Será que eu disse: ‘Deem-me algo’,
Ou pedi que me dessem um presente da vossa riqueza?
23 Será que pedi para ser resgatado das mãos de um inimigo
Ou para ser salvo* de opressores?
24 Instruam-me, e eu ficarei calado;+
Ajudem-me a entender o meu erro.
25 Ora, palavras sinceras não são dolorosas!+
Mas qual é o benefício da vossa repreensão?+
26 Estão a conspirar para corrigir as minhas palavras,
As declarações de um homem desesperado,+ que são levadas pelo vento?
28 Portanto, agora, voltem-se e olhem para mim,
Pois eu não mentirei na vossa cara.
29 Reconsiderem, por favor, não me julguem mal.
Sim, reconsiderem, pois a minha justiça ainda está intacta.
30 Há alguma injustiça na minha língua?
Será que o meu paladar não discerne que algo está errado?
7 “Não é a vida do homem mortal na terra como o trabalho obrigatório,
E não são os seus dias como os de um trabalhador contratado?+
2 Como um escravo, ele anseia pela sombra,
E como um trabalhador contratado, ele espera pelo seu salário.+
3 Assim, designaram-me meses de futilidade
E deram-me noites de aflição.+
4 Quando me deito, pergunto-me: ‘Quando é que me levantarei?’+
Mas, à medida que a noite se arrasta, reviro-me na cama até ao raiar do dia.*
5 O meu corpo está coberto* de vermes e de crostas de pó;+
A minha pele está cheia de feridas e de pus.+
7 Lembra-te de que a minha vida é como o vento,+
De que os meus olhos nunca mais verão a felicidade.*
8 Os olhos que me veem agora nunca mais me verão;
Os teus olhos irão procurar-me, mas já não existirei.+
10 Não retornará mais à sua casa,
E o seu lugar não o reconhecerá mais.+
11 Portanto, não ficarei calado.
12 Por acaso, sou o mar ou um monstro marinho,
Para que coloques um vigia sobre mim?
13 Quando eu digo: ‘O meu leito irá consolar-me;
A minha cama irá ajudar-me a aliviar o meu sofrimento’,
14 Tu aterrorizas-me com sonhos,
E assustas-me com visões,
15 De modo que prefiro morrer sufocado,*
16 Detesto a minha vida,+ não quero viver mais.
Deixa-me em paz, pois os meus dias são como um sopro.+
18 Porque é que o examinas a cada manhã
E o provas a cada instante?+
19 Será que não desviarás de mim o teu olhar
E não me darás tempo nem sequer para eu engolir a minha saliva?+
20 Se eu pequei, como é que te poderia prejudicar a ti, o Observador da humanidade?+
Porque é que fizeste de mim o teu alvo?
Será que me tornei um fardo para ti?
21 Porque é que não perdoas a minha transgressão
E não deixas passar o meu erro?
Pois, em breve, irei deitar-me no pó;+
Tu irás procurar-me e eu já não existirei.”
8 Então, Bildade,+ o suíta,+ disse em resposta:
2 “Até quando continuarás a falar assim?+
As palavras da tua boca não passam de uma forte rajada de vento!
3 Será que Deus perverteria a justiça?
Será que o Todo-Poderoso perverteria a retidão?
4 Se os teus filhos pecaram contra ele,
Ele deixou-os ser punidos por causa da rebeldia deles.*
5 Mas, se apenas recorresses a Deus+
E implorasses o favor do Todo-Poderoso,
6 E, se realmente fosses puro e justo,+
Ele iria dar-te atenção*
E iria restabelecer-te no lugar que é teu por direito.
7 E, embora o teu começo tenha sido pequeno,
O teu futuro seria grande.+
8 Por favor, pergunta às gerações passadas,
E presta atenção às coisas que os seus pais descobriram.+
9 Pois nós só nascemos ontem e não sabemos nada,
Porque os nossos dias na terra são como uma sombra.
10 Será que eles não te instruirão,
E não te dirão o que sabem?*
11 Por acaso, o papiro cresce fora do pântano?
Será que o junco fica grande sem água?
12 Enquanto ainda estiver em botão, sem ser arrancado,
Secará antes de qualquer outra planta.
14 A sua confiança é em vão,
E a sua segurança é tão frágil como uma teia* de aranha.
15 Ele irá apoiar-se na sua casa, mas ela não ficará de pé;
Ele tentará agarrar-se a ela, mas ela não permanecerá.
16 Ele é como uma planta viçosa ao sol,
Os seus ramos espalham-se pelo jardim.+
17 Num monte de pedras, as suas raízes entrelaçam-se;
Ele procura uma casa entre as pedras.*
21 Quanto a ti, ele ainda irá encher-te a boca de riso,
E os teus lábios de gritos de alegria.
22 Os que te odeiam serão cobertos de vergonha,
E a tenda dos maus não existirá mais.”
9 Jó disse em resposta:
2 “De facto, sei que é assim.
Mas como é que o homem mortal pode ter razão numa causa contra Deus?+
3 Se alguém quisesse argumentar com Ele,*+
Não conseguiria responder nem sequer a uma de mil perguntas que Ele fizesse.
4 Ele tem o coração sábio e grande poder.+
Quem é que se pode opor a ele e sair ileso?+
5 Ele desloca* montanhas sem que ninguém o saiba;
Ele destrói-as na sua ira.
6 Faz a terra tremer e sair do seu lugar,
De modo que as suas colunas estremecem.+
7 Ele ordena ao sol que não brilhe,
E bloqueia a luz das estrelas;+
8 Estende sozinho os céus,+
E caminha sobre as ondas altas do mar.+
11 Ele passa por mim, e não o consigo ver;
Passa perto de mim, mas eu não me apercebo disso.
12 Quando ele se apodera de algo, quem o pode impedir?
Quem é que lhe pode dizer: ‘O que é que estás a fazer?’+
14 Quanto mais se eu lhe respondesse;
Teria de escolher cuidadosamente as minhas palavras para argumentar com ele!
15 Mesmo que eu tivesse razão, não lhe responderia,+
Eu só poderia implorar misericórdia ao meu juiz.*
16 Se eu o chamar, será que ele me responderá?
Não acredito que ele escute a minha voz,
17 Pois ele esmaga-me com uma tempestade
E multiplica os meus ferimentos sem nenhum motivo.+
18 Ele não me deixa recuperar o fôlego,
E enche-me de coisas amargas.
19 Se for uma questão de poder, Ele é o poderoso.+
Se for uma questão de justiça, ele diz: ‘Quem é que me pode chamar para prestar contas?’*
20 Se eu tivesse razão, a minha própria boca iria condenar-me;
Mesmo que eu mantenha a integridade,* ele irá declarar-me culpado.*
22 Não há diferença. É por isso que eu digo:
‘Ele destrói tanto os inocentes* como os maus.’
23 Se uma enxurrada causasse a morte repentina,
Ele iria rir-se do desespero dos inocentes.
Se não é ele, então quem é?
25 Agora, os meus dias são mais velozes do que um corredor;+
Fogem sem ver o que é bom.
26 Deslizam como barcos de junco,
Como águias que mergulham sobre a presa.
27 Se eu dissesse: ‘Vou esquecer a minha queixa,
Vou mudar o meu semblante e ficar animado’,
28 Eu ainda ficaria com medo por causa de todas as minhas dores,+
E sei que não me considerarias inocente.
29 Eu seria considerado culpado.*
Então, para quê lutar em vão?+
30 Se eu me lavasse com água de neve derretida,
E purificasse as minhas mãos com sabão,*+
31 Tu irias mergulhar-me numa poça de lama,
De modo que até as minhas roupas me detestariam.
32 Pois ele não é um homem como eu para que eu lhe responda,
Ou para que nos confrontemos num tribunal.+
34 Se ele parasse de me bater,*
E não deixasse que o seu terror me apavorasse,+
35 Então, eu falaria com ele sem ter medo,
Pois não é da minha natureza falar com medo.
10 “Eu detesto* a minha vida!+
Vou desabafar as minhas queixas.
Vou falar na minha amargura.*
2 Direi a Deus: ‘Não me declares culpado.
Diz-me porque é que me condenas.
3 Tens alguma vantagem em oprimir,
Em desprezar o trabalho das tuas mãos,+
Enquanto favoreces os conselhos dos maus?
4 Por acaso, tens olhos humanos,*
Ou vês assim como o homem mortal vê?
5 Será que os teus dias são como os dias dos mortais,
Ou será que os teus anos são como os de um homem,+
6 Para que tentes encontrar o meu erro
E continues a procurar o meu pecado?+
8 As tuas próprias mãos modelaram-me e fizeram-me,+
Mas, agora, queres destruir-me completamente.
10 Não me derramaste como leite
E me coalhaste como queijo?
11 Tu vestiste-me de pele e carne,
E teceste-me com ossos e tendões.+
13 No entanto, secretamente, quiseste fazer estas coisas.*
Sei que estas coisas vêm de ti.
14 Se eu pecasse, tu irias observar-me,+
E não perdoarias o meu erro.
15 Se sou culpado, ai de mim!
16 Se eu levanto a cabeça, tu caças-me como um leão+
E mostras outra vez o teu poder contra mim.
17 Trazes novas testemunhas contra mim
E ficas mais zangado comigo,
À medida que me sobrevém uma dificuldade após outra.
18 Portanto, porque é que me fizeste sair do ventre?+
Eu deveria ter morrido antes que algum olho me visse.
19 Seria como se eu nunca tivesse existido;
Eu teria sido levado do ventre diretamente para a sepultura.’
20 Não são poucos os meus dias?+ Que ele me deixe em paz,
Que desvie de mim os seus olhos, para que eu tenha um pouco de alívio*+
21 Antes de me ir embora, e não voltar mais,+
Para a terra de densas trevas,*+
22 Para a terra de completa escuridão,
Uma terra de sombras tenebrosas e desordem,
Onde até a luz é como a escuridão.”
11 Zofar,+ o naamatita, disse em resposta:
2 “Será que todas estas palavras ficarão sem resposta,
Ou será que muita conversa faz alguém ter razão?*
3 Por acaso, a tua conversa vã calará as pessoas?
Ninguém te censurará por causa das tuas palavras de gozo?+
5 Quem me dera que Deus falasse
E abrisse os seus lábios para ti!+
6 Então, ele iria revelar-te os segredos da sabedoria,
Pois a sabedoria prática tem muitas facetas.
E tu entenderias que Deus esquece alguns dos teus erros.
7 Por acaso podes descobrir as coisas profundas de Deus
Ou descobrir tudo sobre o* Todo-Poderoso?
8 Ela* é mais alta do que o céu. O que é que tu podes fazer?
Ela é mais profunda do que a Sepultura.* O que é que tu podes saber?
9 É mais extensa do que a terra
E mais ampla do que o mar.
10 Se ele vem para prender alguém e o leva a tribunal,
Quem o pode impedir?
11 Pois ele sabe quando os homens são falsos.
Quando vê a maldade, será que não presta atenção?
12 Contudo, um homem tolo só entenderá
Quando um jumento selvagem der à luz um homem.*
13 Se apenas preparasses o coração
E lhe estendesses as mãos!
14 Afasta das tuas mãos o que estiveres a fazer de errado,
E não deixes nenhuma injustiça morar nas tuas tendas,
15 Então, poderás erguer a cabeça sem te envergonhares;
Poderás manter-te firme, sem ter medo.
16 Pois, então, irás esquecer-te da tua desgraça,
Irás lembrar-te dela como se fossem águas passadas.
17 A tua vida irá tornar-se mais clara do que o meio-dia;
Até mesmo a escuridão será como a manhã.
18 Estarás confiante porque há esperança,
Olharás em volta e irás deitar-te em segurança.
19 Irás deitar-te sem que ninguém te faça ter medo,
E muitos procurarão ganhar o teu favor.
20 Porém, os olhos dos maus falharão;
Eles não encontrarão nenhum lugar para onde fugir,
12 Então, Jó disse em resposta:
2 “Com certeza, vocês são os que sabem tudo,*
E a sabedoria morrerá convosco!
3 Mas eu também tenho entendimento.*
Não sou inferior a vocês.
Quem é que não sabe estas coisas?
Um homem justo e irrepreensível é motivo de riso.
5 A pessoa despreocupada despreza a calamidade,
Pensando que ela sobrevém apenas àqueles cujos pés estão vacilantes.*
6 As tendas dos ladrões estão em paz,+
E os que provocam a Deus estão em segurança,+
Os que têm o seu deus nas mãos.
7 No entanto, pergunta aos animais, por favor, e eles irão ensinar-te;
Também às aves dos céus, e elas irão informar-te.
8 Ou observa* a terra, e ela irá ensinar-te;
E os peixes do mar irão contar-te como é.
9 Quem dentre todos eles não sabe
Que foi a mão de Jeová que fez isto?
12 Não é a sabedoria encontrada entre os idosos,+
E não traz a vida longa entendimento?
14 Quando ele derruba alguma coisa, ela não pode ser reconstruída;+
O que ele fecha nenhum homem pode abrir.
16 Com ele há força e sabedoria prática;+
Nas suas mãos estão quem se desvia e quem desvia outros;
17 Ele faz os conselheiros andarem descalços,*
E faz dos juízes tolos.+
18 Solta as correntes impostas por reis,+
E amarra uma corda à cintura deles.
19 Faz os sacerdotes andarem descalços,+
E derruba os que estão firmemente estabelecidos no poder;+
20 Ele silencia os conselheiros de confiança
E tira a sensatez de homens idosos;*
21 Derrama desprezo sobre os nobres,+
E faz os poderosos ficarem fracos;*
22 Ele revela coisas profundas da escuridão,+
E faz a luz brilhar sobre densas trevas;
23 Faz nações tornarem-se poderosas, para as destruir;
Faz nações crescerem, para as levar ao exílio;
24 Tira o entendimento* aos líderes do povo
E fá-los vaguear por desertos sem caminho.+
13 “Sim, os meus olhos viram tudo isto,
Os meus ouvidos ouviram e entenderam.
2 O que vocês sabem, eu também sei;
Não sou inferior a vocês.
3 Quanto a mim, eu preferiria falar com o próprio Todo-Poderoso;
Desejo defender a minha causa perante Deus.+
4 Vocês, porém, difamam-me com mentiras;
Todos vocês são médicos que não valem nada.+
5 Quem me dera que ficassem calados,
Isso mostraria sabedoria da vossa parte.+
6 Por favor, escutem os meus argumentos,
E prestem atenção à defesa dos meus lábios.
7 Será que falarão injustamente a favor de Deus,
E falarão falsidades em seu benefício?
8 Tomarão o lado* dele,
Tentarão defender a causa do verdadeiro Deus?
9 O que seria de vocês se ele vos examinasse?+
Será que o enganariam, assim como fariam com um homem mortal?
10 De certeza que ele vos vai repreender,
Se tentarem secretamente mostrar favoritismo.+
11 Não vos amedrontará a sua glória,
E não virá o seu pavor sobre vocês?
12 As vossas declarações sábias* são provérbios de cinzas;
As vossas defesas* são tão frágeis como o barro.
13 Calem-se, para que eu fale,
Depois, que me aconteça o que tiver de acontecer!
17 Escutem atentamente a minha palavra;
Prestem atenção à minha declaração.
18 Vejam, preparei-me para defender a minha causa;
Sei que tenho razão.
19 Quem é que discutirá comigo?
Eu morreria se ficasse calado!*
20 Concede-me apenas duas coisas, ó Deus,*
Para que eu não me esconda de ti:
21 Afasta para longe de mim a tua mão pesada,
E não permitas que o medo de ti me apavore.+
22 Chama, e eu responderei,
Ou deixa-me falar, e responde-me.
23 Quais são os meus erros e pecados?
Mostra-me a minha transgressão e o meu pecado.
25 Tentarás assustar uma folha levada pelo vento
Ou perseguirás a palha seca?
26 Pois continuas a registar acusações amargas contra mim,
E fazes-me responder pelos pecados da minha juventude.
27 Colocas os meus pés no tronco,
Inspecionas todos os meus caminhos,
E examinas cada uma das minhas pegadas.
28 Assim, o homem* consome-se como algo podre,
Como uma roupa comida pela traça.
4 Quem pode produzir alguém puro de alguém impuro?+
Ninguém!
5 Se os dias dele estão determinados,
O número dos seus meses está sob o teu controlo.
Fixaste-lhe um limite que ele não pode ultrapassar.+
6 Desvia dele o teu olhar, para que ele descanse,
Até que cumpra o seu dia,+ assim como um trabalhador contratado.
7 Pois até mesmo para uma árvore há esperança.
Se for cortada, brotará outra vez
E os seus raminhos continuarão a crescer.
8 Caso a sua raiz envelheça na terra
E o seu toco morra no solo,
9 Ao cheiro da água, brotará,
E produzirá ramos, como se fosse uma planta nova.
10 No entanto, o homem morre e fica impotente;
Quando um humano dá o último suspiro, para onde é que ele vai?+
11 As águas desaparecem do mar,
E o rio escoa e seca.
12 Assim também o homem se deita e não se levanta.+
Não acordará até que já não haja céu,
Nem será despertado do seu sono.+
13 Quem me dera que me escondesses na Sepultura,*+
Que me ocultasses até a tua ira passar,
Que me estabelecesses um limite de tempo e então te lembrasses de mim!+
14 Quando um homem morre, pode ele voltar a viver?+
15 Tu chamarás, e eu irei responder-te.+
Terás saudades do* trabalho das tuas mãos.
16 Mas, agora, estás a contar cada um dos meus passos;
Procuras apenas o meu pecado.
17 A minha transgressão está num saco bem fechado,
E selas o meu erro com cola.
18 Assim como uma montanha se desmorona e desintegra,
E uma rocha se desloca do lugar,
19 Assim como a água desgasta as pedras
E as suas torrentes levam o solo,
Da mesma maneira, tu destróis a esperança do homem mortal.
20 Prevaleces sobre ele até ele morrer;+
Mudas-lhe a aparência e manda-lo embora.
21 Os seus filhos são honrados, mas ele não sabe disso;
Tornam-se insignificantes, mas ele não se apercebe disso.+
15 E Elifaz,+ o temanita, disse em resposta:
2 “Será que uma pessoa sábia responderia com argumentos vazios,*
Ou encheria a sua barriga com o vento leste?
3 Argumentar com meras palavras é inútil,
E apenas falar não traz nenhum benefício.
4 Pois tu enfraqueces o temor de Deus
E menosprezas a devoção a Deus.
5 Pois o teu pecado determina o que dizes,*
E tu escolhes palavras astutas.
6 A tua própria boca te condena, não eu;
Os teus próprios lábios testemunham contra ti.+
7 Será que foste o primeiro homem a nascer,
Ou foste dado à luz antes das colinas?
8 Por acaso, ouves a conversa confidencial de Deus,
Ou és só tu que tens sabedoria?
9 O que é que tu sabes que nós não sabemos?+
O que é que tu entendes que nós não entendemos?
10 Entre nós estão os de cabelos brancos e os idosos,+
Homens muito mais velhos do que o teu pai.
11 Não te são suficientes o consolo de Deus,
Ou as ternas palavras que te dizem?
12 Porque é que o teu coração é tão presunçoso,
E porque é que os teus olhos brilham de raiva?
13 Pois ficas furioso com* o próprio Deus,
E deixas que palavras como estas saiam da tua própria boca.
14 Como é que o homem mortal pode ser puro?
Ou como é que alguém que nasceu de uma mulher pode ser justo?+
16 Quanto mais alguém que é detestável e corrupto,+
Um homem que bebe injustiça como água!
17 Vou dizer-te uma coisa; escuta-me!
Vou contar o que vi,
18 O que os sábios transmitiram, conforme receberam dos seus pais,+
Coisas que eles não esconderam.
19 A terra foi-lhes dada apenas a eles,
E entre eles não passou nenhum estrangeiro.
20 Quem é mau é atormentado todos os dias,
Durante todos os anos reservados para o tirano.
21 Sons assustadores estão nos seus ouvidos;+
Em tempos de paz, saqueadores atacam-no.
22 Ele não acredita que escapará da escuridão;+
Está destinado à espada.
23 Ele vagueia à procura de comida,* e diz: ‘Onde está?’
Ele sabe muito bem que o dia da escuridão está próximo.
24 Aflição e angústia apavoram-no,
Vêm contra ele como um rei pronto para atacar.
25 Pois ele levanta a mão contra o próprio Deus
E tenta desafiar* o Todo-Poderoso;
26 Corre contra Ele obstinadamente,
Com o seu escudo grosso e resistente;*
27 O seu rosto está coberto de gordura,
E as suas ancas acumulam gordura.
28 Ele mora em cidades que serão destruídas,
Em casas onde ninguém morará,
Que se tornarão um monte de pedras.
29 Não enriquecerá, e os seus bens não se acumularão,
Nem as suas posses se espalharão pela terra.
30 Não escapará da escuridão;
Uma chama ressecará o seu ramo novo,*
31 Ele não se deve desviar nem confiar no que é inútil,
Pois o que é inútil é o que receberá em troca;
32 Isso acontecerá antes de chegar o seu dia,
E os seus ramos nunca florescerão.+
33 Será como uma videira cujas uvas verdes caem,
E como uma oliveira que perde as suas flores.
35 Eles concebem desgraça e dão à luz o que é mau,
E o seu ventre produz engano.”
16 Jó disse em resposta:
2 “Já ouvi muitas coisas como essas.
Em vez de consolarem, vocês causam ainda mais aflição!+
3 Será que estas palavras ocas* não terão fim?
O que é que te leva a falar assim?
4 Eu também poderia falar como vocês.
Se estivessem no meu lugar,*
Poderia fazer belos discursos contra vocês
E abanar a cabeça contra vocês.+
5 Contudo, em vez de fazer isso, iria fortalecer-vos com as palavras da minha boca,
E o consolo dos meus lábios traria alívio.+
6 Se falo, a minha dor não alivia,+
E, se paro de falar, até que ponto a minha dor diminui?
8 Além disso, tu agarras-me, e isso dá testemunho contra mim,
E a minha própria magreza levanta-se e testemunha contra mim.
9 A ira dele dilacerou-me, e ele tem-me rancor.+
Ele range os dentes contra mim.
O meu adversário trespassa-me com os olhos.+
10 Eles abrem bem a boca para me devorar+
E dão-me bofetadas com desprezo;
Unem-se contra mim em grande número.+
11 Deus entrega-me a garotos,
E atira-me para as mãos dos maus.+
12 Eu estava tranquilo, mas ele despedaçou-me;+
Agarrou-me pela nuca e esmagou-me,
E fez de mim o seu alvo.
13 Os seus arqueiros cercam-me;+
Ele trespassa-me os rins+ e não tem compaixão,
Derrama a minha bílis na terra.
14 Avança contra mim, abrindo sucessivas brechas;
Corre contra mim como um guerreiro.
17 No entanto, não há violência nas minhas mãos,
E a minha oração é pura.
18 Ó terra, não cubras o meu sangue!+
E que não haja nenhum lugar de descanso para o meu clamor!
19 Agora mesmo, a minha testemunha está nos céus;
Aquele que pode testemunhar a meu favor está nas alturas.
21 Que alguém julgue entre um homem e Deus,
Assim como acontece entre um homem e o seu próximo.+
22 Pois os anos que restam são poucos,
E vou-me embora pelo caminho que não tem retorno.+
17 “O meu espírito está quebrantado, os meus dias apagam-se;
A sepultura espera por mim.+
2 Ridicularizadores cercam-me,+
E os meus olhos são obrigados a observar o* seu comportamento rebelde.
3 Por favor, aceita a minha garantia e guarda-a contigo.
Quem mais me apertaria a mão e agiria como fiador em meu benefício?+
4 Pois fechaste-lhes a mente ao discernimento;+
É por isso que não os exaltas.
5 Há quem se disponha a compartilhar algo com os amigos,
Enquanto os olhos dos seus filhos falham.
7 Os meus olhos enfraqueceram devido à angústia,+
E os meus membros não passam de uma sombra.
8 Os que são retos ficam espantados ao verem isto,
E o inocente fica perturbado por causa do ímpio.*
10 No entanto, vocês podem voltar a argumentar,
Pois não encontrei nenhum sábio no vosso meio.+
12 Eles transformam a noite em dia,
Dizendo: ‘A luz deve estar perto, porque está escuro.’
14 Direi à cova:*+ ‘Tu és meu pai!’
E às larvas: ‘Minha mãe e minha irmã!’
15 Então, onde é que está a minha esperança?+
Será que alguém vê esperança para mim?
18 Bildade,+ o suíta, disse em resposta:
2 “Até quando vais continuar a dizer estas coisas?
Mostra algum entendimento, e depois conversamos.
4 Mesmo que te dilaceres* na tua ira,
Será que a terra vai ser abandonada por tua causa,
Ou as rochas vão mudar de lugar?
5 Sim, a luz de quem é mau será apagada,
E a chama do seu fogo deixará de brilhar.+
6 A luz na sua tenda certamente escurecerá,
E a lâmpada por cima dele será apagada.
7 Os seus passos vigorosos serão encurtados,
E os seus próprios planos vão fazê-lo cair.+
8 Pois os seus pés vão levá-lo a uma rede de caça,
Ele vagueará e cairá nas suas malhas.
9 Uma armadilha vai prendê-lo pelo calcanhar;
Um laço vai apanhá-lo.+
10 Há uma corda escondida para ele no chão,
E há uma armadilha no seu caminho.
11 Terrores assustam-no por todos os lados+
E perseguem-no a cada passo.
13 A sua pele é consumida;
A doença mais mortífera* devora-lhe os membros.
16 As suas raízes vão secar-se por baixo dele,
E, por cima, os seus ramos murcharão.
17 A lembrança que há dele desaparecerá da terra,
E o seu nome será desconhecido* nas ruas.
18 Ele será expulso da luz para a escuridão
E será banido da terra produtiva.
19 Não terá filhos nem descendentes entre o seu povo,
E não lhe restará nenhum sobrevivente no lugar onde vive.*
20 Quando chegar o seu dia, o povo do Ocidente ficará chocado,
E o povo do Oriente ficará horrorizado.
21 Isto é o que acontece às tendas do malfeitor
E ao lugar de quem não conhece a Deus.”
19 Jó disse em resposta:
4 E, se eu realmente cometi um erro,
O meu erro só me interessa a mim.
5 Se insistem em tratar-me com arrogância,
Por dizerem que a minha humilhação é merecida,
6 Saibam que foi Deus que me enganou,
E que me apanhou na sua rede de caça.
7 Ouçam! Eu clamo: ‘Sou alvo de violência!’, mas não obtenho resposta;+
Estou a clamar por ajuda, mas não há justiça.+
8 Ele bloqueia o meu caminho com um muro de pedras, e não consigo passar;
Ele cobriu as minhas veredas com escuridão.+
9 Ele despiu-me da minha glória
E tirou-me a coroa da cabeça.
10 Ele quebra-me de todos os lados, até eu perecer;
Arranca-me a esperança como se faz a uma árvore.
11 A sua ira acende-se contra mim,
E ele considera-me seu inimigo.+
12 As suas tropas avançam juntas e cercam-me,
E acampam à volta da minha tenda.
13 Ele pôs longe de mim os meus próprios irmãos,
E os que me conhecem afastaram-se de mim.+
15 Os hóspedes na minha casa+ e as minhas escravas consideram-me um estranho;
Sou um estrangeiro aos seus olhos.
16 Chamo o meu servo, mas ele não responde;
Com a minha boca imploro-lhe compaixão.
17 O meu hálito tornou-se nojento para a minha esposa,+
E o meu cheiro é repugnante para os meus irmãos.*
18 Até as crianças me desprezam;
Quando me levanto, elas começam a fazer pouco de mim.
21 Tenham misericórdia de mim, meus amigos, tenham misericórdia de mim,
Pois a mão de Deus tocou-me.+
23 Quem me dera que as minhas palavras fossem registadas,
Que fossem escritas num livro!
24 Quem me dera que fossem gravadas para sempre na rocha,
Com um instrumento* de ferro e com chumbo!
26 Depois de a minha pele ter sido consumida,
Mesmo assim, ainda neste meu corpo,* verei a Deus;
27 Irei vê-lo pessoalmente,
Os meus próprios olhos o verão, não os de outra pessoa.+
Mas, no íntimo, sinto-me esmagado.*
28 Vocês dizem: ‘De que modo o estamos a perseguir?’,+
Por acharem que eu sou a causa do problema.
29 Vocês é que devem temer a espada,+
Pois a espada traz punição a quem comete erros;
Vocês deviam saber que há um juiz.”+
20 Zofar,+ o naamatita, disse em resposta:
2 “É por isto que pensamentos inquietantes me obrigam a responder,
Por causa da agitação que sinto.
3 A repreensão que ouvi é um insulto para mim;
E o meu entendimento* impele-me a responder.
4 De certeza que sempre soubeste disto,
Pois tem sido assim desde que o homem foi posto* na terra,+
5 Que o grito de alegria de quem é mau é passageiro,
6 Embora a sua estatura chegue ao céu,
E a sua cabeça alcance as nuvens,
7 Ele desaparecerá para sempre, assim como as suas próprias fezes;
Os que o costumavam ver perguntarão: ‘Onde é que ele está?’
8 Voará como um sonho, e não o encontrarão;
Desaparecerá como uma visão da noite.
9 Os olhos que o viram já não o voltarão a ver,
E o lugar onde ele morava não o voltará a ver.+
10 Os seus filhos procurarão o favor dos pobres,
E as mãos dele devolverão a sua riqueza.+
11 Os seus ossos estavam cheios do vigor da juventude,
No entanto, esse* irá deitar-se com ele no pó.
12 Se o que é mau for doce na sua boca,
Se ele o esconder debaixo da língua,
13 Se o saborear e não o largar,
Mas o mantiver na boca,
14 A sua comida azedará dentro dele;
No seu interior, será como o veneno* de najas.
15 Ele engoliu riqueza, mas irá vomitá-la,
Deus irá eliminá-la da sua barriga.
16 Ele sugará o veneno de najas;
As presas* de uma víbora irão matá-lo.
17 Ele nunca verá as correntes de água,
As torrentes de mel e de manteiga.
19 Pois esmagou e abandonou o pobre;
Apoderou-se de uma casa que não construiu.
20 Mas ele não terá paz interior;
A sua riqueza não o ajudará a salvar-se.
21 Não lhe sobrou nada para devorar;
É por isso que a sua prosperidade não durará.
22 Quando a sua riqueza estiver no auge, a ansiedade irá dominá-lo;
A desgraça virá contra ele com toda a força.
23 Quando encher a barriga,
Deus* irá enviar-lhe a sua ira ardente,
Fazendo-a chover sobre ele, até lhe atingir as vísceras.
24 Quando ele fugir das armas de ferro,
Flechas de um arco de cobre irão trespassá-lo.
25 Ele arranca uma flecha das costas,
Tira uma flecha brilhante do fígado;*
E o terror apodera-se dele.+
26 Completa escuridão estará à espera das suas riquezas;
Um fogo que ninguém atiçou irá consumi-lo;
A calamidade espera pelos que restarem na sua tenda.
27 O céu revelará o seu erro;
A terra irá levantar-se contra ele.
28 Uma inundação arrastará a sua casa;
Será uma forte torrente no dia da ira de Deus.*
29 Esta é a porção da parte de Deus para aquele que é mau,
A herança que Deus determinou para ele.”
21 Jó disse em resposta:
2 “Ouçam atentamente o que eu digo;
Que esse seja o consolo que me dão.
3 Tenham paciência comigo, enquanto falo;
Depois de eu falar, podem gozar comigo.+
4 Será que me estou a queixar a um homem?
Se estivesse, não perderia eu* a paciência?
5 Olhem para mim e fiquem espantados;
Ponham a mão sobre a boca.
6 Quando penso nisso, fico perturbado,
E todo o meu corpo treme.
8 Os seus filhos estão sempre na sua presença,
E chegam a ver os seus descendentes.
9 As suas casas estão seguras, eles estão livres do medo;+
E Deus não os pune com a sua vara.
10 Os seus touros procriam sem falhar;
As suas vacas dão à luz e não abortam.
11 Os seus meninos correm lá fora como um rebanho,
E os seus filhos pulam de alegria.
14 Mas eles dizem ao verdadeiro Deus: ‘Deixa-nos em paz!
Não queremos conhecer os teus caminhos.+
15 Quem é o Todo-Poderoso, para que o sirvamos?+
Que vantagem teríamos em conhecê-lo?’+
16 Mas sei que eles não têm controlo sobre a sua prosperidade.+
O pensamento* dos maus está longe de mim.+
17 Quantas vezes é apagada a lâmpada dos maus?+
Quantas vezes vem sobre eles a calamidade?
Na Sua ira, quantas vezes Deus lhes traz destruição?
18 Será que se tornam como a palha diante do vento
E como a pragana levada pelo vendaval?
19 Deus reservará a punição do homem para os seus filhos.
Que Deus lhe retribua, para que ele mesmo sinta.+
20 Que os seus próprios olhos vejam a sua ruína,
E que ele beba do furor do Todo-Poderoso.+
21 Pois o que lhe importa o que acontecerá com a sua família depois de ele morrer,
22 Pode alguém transmitir conhecimento a Deus,*+
Aquele que julga até mesmo os que estão em posição mais elevada?+
23 Um homem morre em pleno vigor,+
Quando está completamente despreocupado e tranquilo,+
24 Quando as suas coxas estão gordas,
E os seus ossos estão fortes.*
25 Contudo, outro morre cheio de amargura,*
Sem nunca ter experimentado coisas boas.
28 Vocês dizem: ‘Onde está a casa do homem proeminente,
E onde está a tenda em que os maus moravam?’+
29 Não perguntaram aos viajantes?
Não consideraram com atenção as suas observações,*
30 Que aquele que é mau é poupado no dia da calamidade
E é salvo no dia da fúria?
31 Quem o repreenderá por causa do seu caminho,
E quem lhe retribuirá pelo que ele fez?
32 Quando for levado para o cemitério,
Manterão vigília sobre o seu túmulo.
33 Os torrões de terra do vale* serão doces para ele;+
E toda a humanidade o segue,*+
Como inúmeros outros antes dele.
34 Então, porque é que me dão um consolo inútil?+
As vossas respostas não passam de falsidade!”
22 Elifaz,+ o temanita, disse em resposta:
2 “Pode um homem ser útil para Deus?
Pode alguém com perspicácia ser-lhe de algum proveito?+
3 Será que o Todo-Poderoso se importa* que sejas justo,
Ou será que ele ganha alguma coisa por seres íntegro?+
4 Por acaso, irá ele punir-te
E entrar em juízo contra ti por o temeres?
5 Não é porque a tua maldade é muito grande
E não há fim dos teus erros?+
6 Pois exiges uma garantia dos teus irmãos sem nenhum motivo,
7 Não dás água ao cansado
E negas pão ao faminto.+
8 A terra pertence ao homem poderoso,+
E quem é favorecido mora nela.
9 Mas tu mandaste as viúvas embora de mãos vazias,
E partiste os braços dos órfãos.*
10 É por isso que estás cercado de armadilhas,*+
E que terrores repentinos te assustam;
11 É por isso que a escuridão não te deixa ver,
E uma enxurrada de água te cobre.
12 Não está Deus no mais alto dos céus?
E vê como estão altas todas as estrelas.
13 No entanto, disseste: ‘O que é que Deus realmente sabe?
Será que pode julgar através de densas trevas?
14 As nuvens encobrem-no para que ele não veja,
Enquanto anda sobre a abóbada* do céu.’
15 Por acaso, seguirás os caminhos antigos
Por onde andaram os maus,
16 Homens que foram levados* antes do tempo,
17 Eles diziam ao verdadeiro Deus: ‘Deixa-nos em paz!
O que é que o Todo-Poderoso pode fazer contra nós?’
18 Contudo, foi ele quem encheu a casa deles de coisas boas.
(Este pensamento mau está longe de mim.)
19 Os justos verão a destruição deles e irão alegrar-se,
E o inocente irá rir-se deles, dizendo:
20 ‘Os nossos adversários foram destruídos,
E um fogo consumirá o que deles sobrou.’
21 Conhece-O e ficarás em paz,
Assim, hão de sobrevir-te coisas boas.
22 Aceita a lei procedente da sua boca,
E guarda as suas declarações no coração.+
23 Se voltares ao Todo-Poderoso, serás restabelecido.+
Se afastares a injustiça da tua tenda,
24 Se lançares o teu ouro* no pó
E o ouro de Ofir+ entre as rochas dos vales,*
25 Então, o Todo-Poderoso será o teu ouro*
E a tua melhor prata.
26 Pois irás deleitar-te no Todo-Poderoso
E levantarás o teu rosto para Deus.
27 Irás fazer-lhe súplicas, e ele irá ouvir-te;
E cumprirás os teus votos.
28 O que decidires fazer será bem-sucedido,
E a luz brilhará sobre o teu caminho.
29 Pois, quando falares com arrogância, serás humilhado,
Mas ele salvará o humilde.*
30 Ele salvará os inocentes;
Assim, se as tuas mãos forem limpas, certamente serás salvo.”
23 Jó disse em resposta:
3 Quem me dera saber onde encontrar a Deus!+
Eu iria até ao seu lugar de morada.+
4 Apresentaria a minha causa perante ele
E encheria a minha boca de argumentos.
5 Ficaria a saber o que ele me responderia
E prestaria atenção ao que ele me dissesse.
6 Será que ele se oporia a mim com o seu grande poder?
Não, de certeza que ele me ouviria.+
7 Ali, o justo resolveria as questões com ele,
E eu seria absolvido de uma vez para sempre pelo meu Juiz.
8 Mas, se vou para o leste, ele não está lá;
E, se volto, não o consigo encontrar.
9 Quando ele está a trabalhar à esquerda, não o consigo ver;
Então, ele desvia-se para a direita, mas, ainda assim, não o vejo.
10 Contudo, ele conhece o caminho em que ando.+
Depois de ele me ter testado, sairei como ouro refinado.+
11 Os meus pés seguiram fielmente os seus passos;
Guardei o seu caminho sem me desviar.+
12 Não me afastei do mandamento dos seus lábios.
Guardei as suas declarações no coração,*+ mais do que se exigia de mim.*
13 Quando ele toma uma decisão, quem o pode impedir?+
Quando ele* quer fazer alguma coisa, ele faz.+
14 Pois ele cumprirá plenamente o que determinou para mim,*
E tem muitas outras coisas semelhantes em reserva.
15 É por isso que me sinto perturbado por sua causa;
Quando penso nele, o meu temor aumenta.
16 Deus fez-me ficar desanimado,
E o Todo-Poderoso fez-me ficar com medo.
17 Porém, ainda não fui silenciado pela escuridão
Nem pelas trevas que me cobrem o rosto.
24 “Porque é que o Todo-Poderoso não estabelece uma data?+
Porque é que os que o conhecem não discernem o seu dia?*
2 Há homens que mudam os marcos divisórios de lugar;+
Apoderam-se de rebanhos e levam-nos para os seus pastos.
4 Obrigam os pobres a sair do caminho;
Os desamparados da terra precisam de se esconder deles.+
5 Os pobres vão à procura de comida como jumentos selvagens+ no ermo;
No deserto, procuram comida para os seus filhos.
6 Precisam de colher nos campos alheios,*
E respigam da vinha daquele que é mau.
7 Passam a noite nus, sem roupa;+
Não têm com que se cobrir do frio.
8 Estão encharcados por causa das chuvas das montanhas;
Agarram-se às rochas porque não têm abrigo.
9 O órfão é arrancado do peito da mãe;+
E as roupas dos pobres são levadas como garantia de um empréstimo.+
10 São obrigados a andar nus, sem roupa,
E, famintos, carregam os feixes de cereais.
11 No calor do dia, trabalham arduamente* entre os muros dos socalcos;
Pisam uvas nos lagares, e, mesmo assim, passam sede.+
12 Os que estão a morrer continuam a gemer na cidade;
Os fatalmente feridos* clamam por ajuda,+
Contudo, Deus não considera isto impróprio.*
E cobre o seu rosto.
16 Na escuridão, homens invadem* casas;
De dia, ficam trancados.
São estranhos para a luz.+
17 Para eles a manhã é como as densas trevas;
Conhecem bem os terrores das densas trevas.
18 Porém, são levados rapidamente pelas águas.*
O seu terreno será amaldiçoado.+
Eles não voltarão para as suas vinhas.
20 A sua mãe* irá esquecê-los; os vermes irão devorá-los com gosto.
Eles nunca mais serão lembrados.+
E a injustiça será derrubada como uma árvore.
21 Eles exploram a mulher estéril,
E maltratam a viúva.
22 Deus* usará a sua força para destruir os poderosos;
Embora se enalteçam, a sua vida é incerta.
24 Eles são enaltecidos por pouco tempo, e, depois, deixam de existir.+
São rebaixados+ e colhidos como todos os outros;
São cortados como espigas de cereais.
25 Então, quem é que pode provar que sou um mentiroso
Ou contestar as minhas palavras?”
25 Bildade,+ o suíta, disse em resposta:
2 “O domínio e o poder espantoso pertencem-lhe;
Ele estabelece a paz no céu.*
3 Podem as suas tropas ser contadas?
Sobre quem é que a sua luz não se levanta?
4 Então, como pode o homem mortal ser justo perante Deus,+
Ou como pode alguém que nasceu de uma mulher ser inocente?*+
5 Nem mesmo a lua tem brilho,
E as estrelas não são puras aos seus olhos,
6 Quanto menos, então, o homem mortal, que é uma larva,
E o filho do homem, que é um verme!”
26 Jó disse em resposta:
2 “Como ajudaste aquele que não tem poder!
Como salvaste o braço que não tem força!+
3 Que excelente conselho deste àquele que não tem sabedoria!+
Quão plenamente* revelaste a tua sabedoria prática!*
4 Com quem estás a tentar falar?
E quem te inspirou a dizer tais coisas?*
5 Os que estão impotentes na morte estremecem;
Estão abaixo do mar e de tudo o que o habita.
7 Ele estende os céus do norte* sobre o vazio,*+
Suspende a terra sobre o nada;
8 Embrulha as águas nas nuvens,+
De modo que as nuvens não se rompem com o peso delas;
9 Encobre a visão do seu trono,
Estendendo a sua nuvem sobre ele.+
10 Demarca o horizonte* sobre a superfície das águas,+
Estabelece um limite entre a luz e a escuridão.
11 As colunas do céu estremecem,
Ficam espantadas com a sua censura.
14 E estas são apenas as beiradas dos seus caminhos;+
O que ouvimos sobre ele é apenas um leve sussurro!
Então, quem é que pode entender o seu poderoso trovão?”+
27 Jó continuou o seu discurso,* dizendo:
2 “Tão certo como vive Deus, que me negou a justiça,+
Assim como vive o Todo-Poderoso, que me deixou amargurado,*+
3 Enquanto o meu fôlego estiver em mim
E o espírito que procede de Deus estiver nas minhas narinas,+
4 Os meus lábios não dirão coisas injustas,
Nem a minha língua murmurará mentiras!
5 Eu nunca vos declararia justos!
Até eu morrer, não renunciarei à* minha integridade!+
6 Insistirei na minha retidão e nunca a deixarei;+
7 Que o meu inimigo acabe como alguém mau,
E aqueles que me atacam, como os injustos.
9 Será que Deus ouvirá o seu clamor,
Quando lhe sobrevier a aflição?+
10 Ou será que ele terá prazer no Todo-Poderoso?
Invocará a Deus o tempo todo?
11 Eu irei instruir-vos sobre o poder* de Deus,
Não ocultarei nada sobre o Todo-Poderoso.
12 Ora, se todos tiveram visões,
Porque é que as vossas palavras são completamente vazias?
13 Esta é a porção que Deus reserva àquele que é mau,+
A herança que os tiranos recebem do Todo-Poderoso:
14 Se os seus filhos se tornarem muitos, cairão pela espada,+
E os seus descendentes não terão comida suficiente;
15 Os que sobreviverem serão enterrados por causa da praga,
E as suas viúvas não chorarão por eles.
16 Mesmo que ele amontoe prata como se fosse pó
E acumule roupas finas como se fossem barro,
17 Mesmo que ele as reúna,
O justo é quem as usará,+
E o inocente repartirá a prata.
18 A casa que ele constrói é tão frágil como o casulo de uma traça,
Como um abrigo+ feito por um vigia.
19 Irá deitar-se rico, mas não colherá nada;
Quando abrir os olhos, não haverá nada.
20 O terror alcança-o como uma enxurrada;
À noite, um vendaval leva-o embora.+
21 O vento leste irá levá-lo para longe, e ele desaparecerá;
Irá varrê-lo do seu lugar.+
28 “Há um lugar de onde se extrai prata
E um lugar de onde se extrai o ouro que eles refinam.+
3 O homem domina a escuridão;
Nas trevas e na escuridão, ele explora até ao limite
À procura de minério.*
4 Ele abre uma mina longe de onde as pessoas residem,
Em lugares esquecidos, longe de onde as pessoas passam;
Alguns homens descem e ficam a balançar suspensos.
5 A terra produz alimentos à superfície,
Mas, em baixo, é revolvida como que pelo fogo.*
6 Ali, nas pedras, há safira,
E o pó contém ouro.
7 Nenhuma ave de rapina conhece o caminho até ali;
O olho do milhafre-preto não o viu.
8 Nenhum animal majestoso o pisa,
E o leão novo não ronda por ali.
9 As mãos do homem golpeiam o rochedo;*
Ele revira a base das montanhas.
10 Faz galerias de água+ nas rochas;
Os seus olhos veem todas as coisas preciosas.
11 Ele bloqueia as nascentes dos rios
E traz à luz o que estava escondido.
13 Nenhum homem reconhece o seu valor,+
E ela não pode ser encontrada na terra dos vivos.
14 As águas profundas dizem: ‘Ela não está aqui!’
E o mar diz: ‘Não está comigo!’+
15 Ela não pode ser comprada com ouro puro;
Nem se pode pesar prata para a trocar por ela.+
16 Não pode ser comprada com o ouro de Ofir,+
Nem com o raro ónix, nem com a safira.
18 Coral e cristal nem merecem ser mencionados,+
Pois uma bolsa cheia de sabedoria vale mais do que uma cheia de pérolas.
19 O topázio+ de Cuche não pode ser comparado com ela;
Ela não pode ser comprada nem mesmo com ouro puro.
20 Mas de onde vem a sabedoria?
E onde está a fonte do entendimento?+
21 Ela foi escondida dos olhos de todos os seres vivos+
E ocultada das aves dos céus.
22 A destruição e a morte dizem:
‘Os nossos ouvidos apenas ouviram falar dela.’
23 Deus conhece o caminho para a encontrar;
Só ele sabe onde ela mora,+
24 Pois ele olha até aos confins da terra,
E vê tudo debaixo dos céus.+
25 Quando determinou a força do vento*+
E mediu as águas,+
26 Quando estabeleceu uma lei para a chuva+
E um caminho para a trovejante nuvem de tempestade,+
27 Então, ele viu a sabedoria e explicou-a,
Estabeleceu-a e examinou-a.
28 E disse ao homem:
‘O temor de Jeová — isso é sabedoria.+
E desviar-se do mal é entendimento.’”+
29 Jó continuou o seu discurso,* dizendo:
2 “Quem me dera voltar aos meses passados,
Aos dias em que Deus cuidava de mim,
3 Quando ele fazia a sua lâmpada brilhar sobre a minha cabeça,
E eu andava na escuridão pela sua luz,+
4 Quando eu estava no* meu vigor,
E sentia a amizade de Deus na minha tenda,+
5 Quando o Todo-Poderoso ainda estava comigo,
E os meus filhos* estavam ao meu redor,
6 Quando os meus pés eram banhados em manteiga,
E as rochas despejavam correntes de azeite para mim.+
7 Quando eu ia ao portão da cidade+
E ocupava o meu assento na praça,+
8 Os jovens viam-me e abriam passagem,*
E até os idosos se levantavam e permaneciam de pé.+
9 Os príncipes ficavam calados;
Tapavam a boca com a mão.
10 A voz dos homens importantes era silenciada;
A sua língua colava-se ao céu da boca.
11 Quem me ouvia falava bem de mim,
E os que me viam testemunhavam a meu favor.
12 Pois eu salvava o pobre que clamava por ajuda,+
E também o órfão* e qualquer um que não tivesse quem o ajudasse.+
14 Eu vestia a justiça como minha roupa;
A minha retidão era como uma túnica* e um turbante.
15 Eu era olhos para o cego
E pés para o coxo.
17 Eu partia o queixo ao malfeitor+
E arrancava a presa dos seus dentes.
18 Eu costumava dizer: ‘Morrerei na minha própria casa,*+
E os meus dias serão tão numerosos como os grãos de areia.
19 As minhas raízes irão espalhar-se até às águas,
E o orvalho passará toda a noite sobre os meus ramos.
20 A minha glória é constantemente renovada,
E o arco na minha mão continuará a atirar.’
21 Todos me escutavam com atenção,
Esperando em silêncio pelo meu conselho.+
22 Depois de ter falado, não tinham mais nada a dizer;
As minhas palavras entravam suavemente* nos seus ouvidos.
23 Eles esperavam-me como se espera pela chuva;
Abriam bem a boca como se fosse para beber a chuva da primavera.+
24 Quando eu sorria para eles, mal podiam acreditar;
A luz do meu rosto tranquilizava-os.*
25 Eu dava-lhes orientação como o seu cabeça,
E vivia como um rei entre as suas tropas,+
Como quem consola os que choram.+
30 “Agora, riem-se de mim,+
Homens mais jovens do que eu,
Cujos pais eu teria recusado
Pôr com os cães que vigiavam o meu rebanho.
2 De que me adiantou a força das suas mãos?
O seu vigor desapareceu.
3 Estão esgotados por causa da miséria e da fome;
Roem o que encontram numa terra árida,
Que já estava arruinada e desolada.
4 Colhem as folhas da salgadeira entre os arbustos;
O seu alimento é a raiz das giestas-das-vassouras.
5 São expulsos da comunidade;+
As pessoas gritam com eles como se fosse com um ladrão.
6 Eles moram nas encostas dos vales,*
Em buracos no chão e nas rochas.
7 Uivam do meio dos arbustos,
E amontoam-se entre as urtigas.
8 Como filhos dos insensatos e daqueles que não têm nome,
Foram expulsos* da terra.
12 À minha direita, surgem como uma turba;
Eles põem-me a fugir
E levantam barreiras de destruição no meu caminho.
14 Entram como que por uma grande brecha na muralha;
Avançam entre a devastação.
15 O terror apodera-se de mim;
A minha dignidade é levada como se fosse pelo vento,
E a minha salvação desaparece como uma nuvem.
18 Com grande força, a minha roupa é desfigurada,*
E sufoca-me como a gola da minha veste.
19 Deus atirou-me para a lama;
Fui reduzido a pó e cinzas.
20 Clamo a ti por ajuda, mas não me respondes;+
Fico de pé, mas limitas-te a olhar para mim.
21 Voltaste-te cruelmente contra mim;+
E atacas-me com toda a força da tua mão.
22 Levantas-me e carregas-me com o vento;
Depois, atiras-me de um lado para outro na tempestade.*
23 Sei que me levarás à morte,
À casa onde todos os vivos se encontrarão.
25 Será que não chorei pelos que passam por tempos difíceis?*
Será que não tive* pena do pobre?+
26 Embora eu esperasse o bem, chegou o mal;
Eu aguardava a luz, mas chegou a escuridão.
27 A agitação dentro de mim não cessou;
Sobrevieram-me dias de aflição.
28 Eu caminho triste;+ não há luz do sol.
Levanto-me no meio da assembleia e clamo por ajuda.
29 Tornei-me irmão de chacais
E companheiro de filhotes de avestruzes.+
31 A minha harpa só é usada para lamento;
E a minha flauta,* para o som de choro.
31 “Fiz um pacto com os meus olhos.+
Portanto, como poderia eu dar atenção imprópria a uma virgem?+
2 Nesse caso, que porção receberia eu de Deus, lá de cima,
Que herança receberia eu do Todo-Poderoso, lá do alto?
3 Não está reservado o desastre para o malfeitor
E a calamidade para os que praticam a maldade?+
4 Por acaso, não vê ele os meus caminhos+
E conta todos os meus passos?
5 Será que já andei em falsidade?*
Será que os meus pés se apressaram para enganar?+
7 Se os meus passos se desviaram do caminho,+
Se o meu coração seguiu os meus olhos,+
Ou se as minhas mãos ficaram impuras,
8 Que eu semeie e outro coma,+
E que aquilo que planto seja desarraigado.*
9 Se o meu coração foi seduzido por uma mulher,+
E fiquei a vigiar+ a porta do meu próximo,
10 Que a minha esposa moa cereais para outro homem,
11 Pois eu teria cometido um ato de conduta vergonhosa,
Um erro que mereceria a punição dos juízes.+
13 Se neguei justiça ao meu servo ou à minha serva
Quando tinham uma queixa* contra mim,
14 O que posso fazer quando Deus me confrontar?*
O que lhe posso responder quando ele exigir uma prestação de contas?+
15 Aquele que me fez no ventre não os fez também a eles?+
Não foi o mesmo que nos formou antes de nascermos?*+
16 Se eu negava dar aos pobres o que eles desejavam,+
Ou entristecia os olhos da viúva;*+
17 Se eu comia sozinho a minha porção
Sem a repartir com os órfãos;+
18 (Pois desde a minha juventude criei o órfão* como se fosse o seu pai,
19 Se vi alguém morrer de frio,
Ou um pobre que não tinha com que se cobrir;+
Enquanto se aquecia com a lã das minhas ovelhas;
21 Se levantei o punho contra o órfão+
Quando precisou da minha ajuda no portão da cidade,*+
22 Então que o meu braço* me caia do ombro,
E que o meu braço seja partido no cotovelo.*
23 Pois eu tinha pavor de sofrer uma calamidade da parte de Deus,
E não poderia ficar de pé diante da sua glória.
24 Se pus a minha confiança no ouro
Ou disse ao ouro puro: ‘Tu és a minha segurança!’;+
25 Se me alegrei por ser grande a minha riqueza,+
Por causa dos muitos bens que adquiri;+
26 Se eu via o sol* brilhar
Ou a lua mover-se no seu esplendor;+
27 E o meu coração foi seduzido em segredo,
E a minha boca beijou a minha mão em adoração a eles,+
28 Então, isso seria um erro que mereceria a punição dos juízes,
Pois eu teria negado o verdadeiro Deus de cima.
29 Será que alguma vez me alegrei com a destruição do meu inimigo+
Ou fiquei feliz porque o mal o atingiu?
30 Nunca permiti que a minha boca pecasse,
Pedindo que a sua vida lhe fosse tirada* através de uma maldição.+
31 Será que as pessoas da minha tenda não disseram:
‘Quem pode encontrar alguém que não se saciou com a comida* dele?’+
32 Nenhum estranho* teve de passar a noite do lado de fora,+
Eu abri as minhas portas para o viajante.
33 Será que já tentei encobrir as minhas transgressões como fazem outros homens,+
Escondendo o meu erro no bolso da minha roupa?
34 Por acaso, temi a reação da multidão,
Ou fiquei aterrorizado com o desprezo de outras famílias,
A ponto de ficar quieto e com medo de ir para fora?
35 Quem me dera que alguém me escutasse!+
Eu assinaria por baixo do que eu disse.*
Que o Todo-Poderoso me responda!+
Quem me dera que o meu acusador tivesse escrito as acusações num documento!
36 Eu iria carregá-las sobre os ombros,
E iria colocá-las na minha cabeça como se fossem uma coroa.
37 Iria prestar-lhe contas de todos os meus passos,
E iria aproximar-me dele confiantemente, como um príncipe.
38 Se o meu solo clamou contra mim,
E todos os seus sulcos choraram;
39 Se comi os seus frutos sem pagar,+
Ou se causei desespero aos seus donos,*+
40 Então, que nasçam para mim espinhos em vez de trigo
E ervas malcheirosas em vez de cevada.”
Aqui terminam as palavras de Jó.
32 Portanto, os três homens desistiram de responder a Jó, porque ele estava convicto da sua própria justiça.*+ 2 Contudo, Eliú, filho de Baraquel, o buzita,+ da família de Rão, tinha ficado muito zangado. A sua ira acendeu-se contra Jó, porque ele tentou provar que ele* tinha razão, e não Deus.+ 3 Ele também ficou muito zangado com os três amigos de Jó, porque não conseguiram encontrar uma resposta, mas tinham declarado que Deus era culpado.+ 4 Eliú tinha esperado para responder a Jó, pois eles eram mais velhos do que ele.+ 5 Quando Eliú viu que os três homens não tinham nada para dizer em resposta, a sua ira acendeu-se. 6 Portanto, Eliú, filho de Baraquel, o buzita, começou a falar e disse:
Por isso, respeitosamente, eu contive-me+
E não me atrevi a dizer-vos o que sei.
7 Eu disse a mim mesmo: ‘Que fale a idade,*
E que a multidão de anos declare a sabedoria.’
8 No entanto, é o espírito que está nas pessoas,
O fôlego do Todo-Poderoso, que lhes dá entendimento.+
10 Por isso, eu digo: ‘Escuta-me,
E eu também te direi o que sei.’
11 Vejam! Esperei que falassem;
Fiquei a ouvir os vossos raciocínios,+
Enquanto procuravam o que dizer.+
12 Escutei-vos com muita atenção,
Mas nenhum de vocês conseguiu provar que Jó estava errado,*
Nem responder aos seus argumentos.
13 Por isso, não digam: ‘Encontrámos a sabedoria;
É Deus quem o censura, não um homem.’
14 Jó não dirigiu palavras contra mim,
Portanto, não lhe responderei com os mesmos argumentos que vocês.
15 Estão desconcertados, já não têm respostas;
Não têm mais nada a dizer.
16 Espero, mas não continuam a falar;
Ficam aí parados, sem mais nenhuma resposta.
17 Então, eu também darei uma resposta;
Também direi o que sei,
18 Pois tenho muitas palavras para dizer;
O espírito dentro de mim obriga-me a falar.
19 Por dentro, estou como o vinho sem abertura para respirar,
Como odres novos a ponto de estourar.+
20 Deixem-me falar, para que eu fique aliviado.
Abrirei os meus lábios e responderei.
21 Não mostrarei parcialidade a favor de ninguém;+
Não bajularei* nenhum homem,
22 Pois não sei bajular;
Se eu o fizesse, Aquele que me fez iria eliminar-me rapidamente.
33 “Mas agora, Jó, por favor, ouve as minhas palavras;
Escuta tudo o que eu disser.
2 Presta atenção, vou abrir a minha boca,
A minha língua* vai falar.
3 As minhas palavras declaram a retidão do meu coração,+
E os meus lábios dizem com sinceridade o que sei.
5 Responde-me, se puderes;
Apresenta os teus argumentos diante de mim; prepara-te.
6 Perante o verdadeiro Deus, sou exatamente como tu;
Também fui formado do barro.+
7 Por isso, não deves ficar apavorado, com medo de mim,
E nenhuma pressão da minha parte te deve esmagar.
8 Eu, porém, ouvi-te dizer,
Sim, ouvi muitas vezes estas palavras:
9 ‘Sou puro, não cometi nenhuma transgressão;+
Estou limpo, não cometi nenhum erro.+
10 No entanto, Deus encontra motivos para se opor a mim;
Ele considera-me seu inimigo.+
11 Ele põe os meus pés no tronco;
Inspeciona todos os meus caminhos.’+
12 Contudo, não tens razão em dizer isto, por isso, irei responder-te:
Deus é muito maior do que o homem mortal.+
13 Porque é que te queixas contra ele?+
É porque ele não respondeu a todas as tuas palavras?+
14 Pois Deus fala uma, duas vezes,
Mas ninguém presta atenção.
15 Ele fala num sonho, numa visão da noite,+
Quando o sono profundo cai sobre os homens,
Enquanto dormem nas suas camas.
16 Então, ele destapa o ouvido deles+
E grava* a sua instrução neles,
17 Para afastar o homem de atos maus+
E o proteger do orgulho.+
19 O homem também é corrigido pela dor na sua cama
E pela constante aflição nos seus ossos,
20 De modo que o seu próprio ser* abomina o pão,
21 A sua carne definha,
E os seus ossos, que não eram vistos, agora estão salientes.*
23 Se houver um mensageiro* para ele,
Um defensor entre mil,
Para dizer ao homem o que é justo,
24 Deus irá mostrar-lhe favor e dirá:
Encontrei um resgate!+
25 Que a sua carne se torne mais fresca* do que a de um jovem;+
Que ele volte aos dias do vigor da sua juventude.’+
26 Ele suplicará a Deus,+ que o aceitará,
Verá a Sua face com gritos de alegria;
E Ele concederá novamente a Sua justiça ao homem mortal.
29 Realmente, Deus faz todas estas coisas
Duas, três vezes, pelo homem,
30 Para o trazer* de volta da cova,*
A fim de que seja iluminado com a luz da vida.+
31 Presta atenção, Jó! Escuta-me!
Fica calado, e eu continuarei a falar.
32 Se tiveres alguma coisa para dizer, responde-me.
Fala, pois eu quero provar que estás certo.
33 Se não tiveres nada para dizer, escuta-me;
Fica calado, e eu irei ensinar-te a sabedoria.”
34 Então, Eliú continuou a dizer:
2 “Escutem as minhas palavras, vocês que sabem tantas coisas;
Ouçam-me, vocês que têm tanto entendimento.
3 Pois o ouvido prova as palavras,
Assim como a língua* saboreia a comida.
4 Avaliemos para nós o que é justo;
Decidamos entre nós o que é bom.
5 Pois Jó disse: ‘Eu tenho razão,+
Mas Deus negou-me a justiça;+
6 Será que eu deveria mentir e dizer que sou culpado?
O meu ferimento é incurável, embora eu não tenha cometido nenhuma transgressão.’+
7 Que homem é como Jó,
Que engole o desdém como se fosse água?
8 Ele está na companhia de malfeitores
E associa-se com os maus.+
9 Pois disse: ‘O homem não ganha nada
Em tentar agradar a Deus.’+
10 Por isso, escutem-me, homens de entendimento:*
11 Pois ele recompensará o homem conforme as suas ações+
E trará sobre ele as consequências dos seus caminhos.
13 Quem o encarregou da terra,
E quem o designou sobre o mundo inteiro?*
14 Se ele fixasse a sua atenção* neles,
E recolhesse o espírito e o fôlego deles,+
15 Todos os humanos morreriam juntos,*
E a humanidade voltaria ao pó.+
16 Portanto, se tiveres entendimento, presta atenção a isto,
Escuta atentamente o que eu digo.
17 Será que alguém que odeia a justiça pode governar?
Condenarias um poderoso que é justo?
18 Será que dirias a um rei: ‘Não prestas para nada’,
Ou aos nobres: ‘São maus’?+
19 Há Um que não mostra parcialidade a favor de príncipes,
Nem favorece mais o rico do que o pobre,*+
Pois todos eles são trabalho das suas mãos.+
20 Eles podem morrer de repente,+ a meio da noite;+
Estremecem violentamente e falecem;
Até os poderosos são removidos, mas não por mãos humanas.+
21 Pois os olhos de Deus estão sobre os caminhos do homem,+
E Ele vê todos os seus passos.
22 Não há escuridão nem densas trevas
Onde os malfeitores se possam esconder.+
23 Pois Deus não determinou um tempo para o homem
Se apresentar perante ele em julgamento.
24 Ele destrói os poderosos sem necessidade de investigação
E coloca outros no lugar deles.+
26 Golpeia-os por causa da sua maldade
Num lugar onde todos podem ver,+
27 Porque deixaram de o seguir+
E não fazem caso de nenhum dos Seus caminhos;+
28 Fazem com que o pobre clame a ele,
De modo que ele ouve o clamor dos desamparados.+
29 Quando Deus fica em silêncio, quem o pode condenar?
Quando ele esconde a face, quem o pode ver?
Quer seja para uma nação, quer para um homem, o resultado é o mesmo,
30 De modo que o ímpio* não pode governar,+
Nem preparar armadilhas para o povo.
31 Pois será que alguém dirá a Deus:
‘Fui punido, embora não tenha feito nada errado;+
32 Mostra-me o que deixei de ver;
Se fiz algo errado, não o farei outra vez’?
33 Deveria ele recompensar-te segundo o que tu queres, se rejeitas o seu julgamento?
Tu é que deves decidir, não eu.
Então, diz-me o que é que sabes tão bem.
34 Os homens de entendimento* irão dizer-me,
Qualquer homem sábio que me ouve:
35 ‘Jó fala sem conhecimento,+
E as suas palavras não demonstram entendimento.’
36 Que Jó seja provado* até ao limite,
Porque as suas respostas são como as dos homens maus!
37 Ele acrescenta revolta ao seu pecado,+
Bate palmas com desprezo diante de nós
E multiplica as suas palavras contra o verdadeiro Deus!”+
35 Eliú continuou a dizer:
2 “Estás assim tão convicto de que estás certo a ponto de dizeres:
‘Sou mais justo do que Deus’?+
3 Pois dizes: ‘O que é que isso te importa?*
Estou em melhor situação do que se tivesse pecado?’+
4 Eu irei responder-te a ti
E aos teus amigos.+
5 Olha para o céu e vê,
Observa as nuvens,+ que estão muito acima de ti.
6 Se pecares, como é que o prejudicarás?+
Se as tuas transgressões se multiplicarem, o que é que lhe farás?+
7 Se fores justo, o que é que lhe darás?
O que é que ele receberá de ti?+
8 A tua maldade afeta apenas um humano como tu,
E a tua justiça, o filho de um homem.
10 Contudo, ninguém diz: ‘Onde é que está Deus, o Grandioso que me fez,+
Aquele que faz com que se cantem cânticos à noite?’+
14 Quanto menos quando te queixas de que não o vês!+
A tua causa jurídica está perante ele, por isso devias esperar ansiosamente por ele.+
15 Pois ele não exigiu com ira uma prestação de contas,
Nem levou em consideração a tua grande impetuosidade.+
16 Jó abre a boca em vão;
Sem conhecimento, multiplica palavras.”+
36 Eliú continuou:
2 “Tem um pouco mais de paciência comigo enquanto eu explico,
Pois ainda tenho palavras para dizer a favor de Deus.
3 Direi tudo o que sei,
E declararei que a justiça pertence Àquele que me fez.+
4 De facto, as minhas palavras não são falsas;
E Aquele que é perfeito em conhecimento+ está aqui, diante de ti.
7 Não desvia os seus olhos dos justos.+
Ele fá-los sentar em tronos com reis,*+ e eles são enaltecidos para sempre.
8 No entanto, se eles são presos com correntes
E capturados com cordas de aflição,
9 Ele mostra-lhes o que fizeram,
As suas transgressões resultantes do seu orgulho.
10 Abre o ouvido deles para a correção
E diz-lhes para se afastarem do que é mau.+
11 Se lhe obedecerem e o servirem,
Terminarão os seus dias na prosperidade,
E os seus anos serão agradáveis.+
13 Os que têm coração ímpio* guardarão ressentimento.
Não clamam por ajuda, mesmo quando ele os prende.
15 Deus,* porém, salva os atribulados durante a sua aflição;
Abre-lhes os ouvidos quando são oprimidos.
16 Ele tira-te das garras da aflição+
E leva-te a um lugar amplo, onde não há aperto,+
E onde serás consolado com excelente comida na tua mesa.+
17 Então, ficarás satisfeito com o julgamento dos maus,+
Quando o julgamento for proferido e a justiça prevalecer.
18 Todavia, tem cuidado para que o furor não te leve a agir com rancor,*+
E não te deixes desencaminhar por um grande suborno.
19 Será que o teu clamor por ajuda
Ou o teu esforço árduo te livrarão da aflição?+
20 Não fiques a desejar que chegue a noite,
Quando as pessoas desaparecem do seu lugar.
21 Tem cuidado para não te voltares para o que é mau,
Escolhendo isto em vez de aceitares a tribulação.+
22 Vê! Deus é sublime em poder.
Que instrutor é semelhante a ele?
25 Todos os humanos os veem;
O homem mortal olha para eles de longe.
26 A grandeza de Deus está além da nossa compreensão;+
27 Ele puxa para cima as gotas de água;+
O vapor condensa-se para formar a chuva,
28 Então, as nuvens derramam-na,+
Despejando-a sobre a humanidade.
32 Nas suas mãos, ele esconde o relâmpago,
E direciona-o contra o alvo.+
33 O seu trovão anuncia-o,
Até mesmo o rebanho anuncia quem* se aproxima.
37 “Por causa disto, o meu coração bate forte
E pula dentro do meu peito.
2 Escutem atentamente o estrondo da sua voz*
E o trovão que sai da sua boca.
3 Ele solta-o debaixo de toda a extensão dos céus
E envia os seus relâmpagos+ até aos confins da terra.
4 Depois, ouve-se um rugido;
Ele troveja com uma voz majestosa,+
E não detém os relâmpagos quando se ouve a sua voz.
5 Deus troveja com a sua voz+ de modo maravilhoso;
Faz coisas grandiosas que estão além da nossa compreensão.+
6 Pois ele diz à neve: ‘Cai sobre a terra’,+
E à chuva torrencial: ‘Cai com toda a força.’+
7 Deus interrompe toda a atividade humana,*
Para que todos os mortais conheçam o Seu trabalho.
8 Os animais selvagens entram nas tocas
E ficam nos esconderijos.
11 Ele carrega as nuvens com humidade;
Espalha os seus relâmpagos+ nas nuvens;
12 Elas giram em círculos, guiadas por ele;
Fazem tudo o que ele ordena+ sobre a superfície da terra habitada.*
13 E ele faz com que isso aconteça, quer para a punição,*+ quer para o benefício da terra,
Quer para demonstrar amor leal.+
14 Escuta isto, Jó;
Para e reflete nas obras maravilhosas de Deus.+
15 Por acaso, sabes como é que Deus controla as* nuvens
E como é que faz o relâmpago sair a brilhar da Sua nuvem?
16 Sabes como é que as nuvens pairam no ar?+
Estas são as obras maravilhosas daquele que é perfeito em conhecimento.+
17 Porque é que as tuas roupas ficam quentes
Quando vem uma calmaria sobre a terra por causa do vento sul?+
19 Diz-nos o que lhe devemos dizer;
Não podemos responder, porque estamos em escuridão.
20 Devia alguém dizer-lhe que eu gostaria de falar?
Será que alguém disse alguma coisa que lhe deveria ser comunicada?+
21 As pessoas nem sequer conseguem ver a luz,*
Embora esteja a brilhar no céu,
Até que o vento passe e limpe as nuvens.
22 Do norte vem um esplendor dourado;
A majestade de Deus+ inspira temor.
24 Portanto, as pessoas devem temê-lo.+
Pois ele não mostra favor aos que se consideram sábios.”*+
38 Então, Jeová respondeu a Jó do meio do vendaval:+
3 Por favor, prepara-te como um homem;
Eu irei fazer-te perguntas, e tu irás informar-me.
4 Onde estavas quando lancei os alicerces da terra?+
Responde-me, se achas que tens entendimento.
5 Quem lhe estabeleceu as medidas, caso saibas,
Ou quem estendeu uma corda de medir sobre ela?
6 Em que é que se encaixaram as suas bases,
Ou quem assentou a sua pedra angular,+
7 Quando as estrelas da manhã+ gritavam de alegria, em conjunto,
8 E quem fechou com portas o mar+
Quando ele saiu repentinamente do ventre,
9 Quando o vesti com nuvens
E o envolvi* com densas trevas,
10 Quando lhe estabeleci o meu limite
E lhe coloquei portas e trancas,+
11 E disse: ‘Podes chegar até aqui, mas não mais além;
Aqui param as tuas ondas orgulhosas’?+
12 Já* alguma vez deste ordens à manhã
Ou fizeste a aurora saber o seu lugar,+
13 Para que ela segurasse os confins da terra
E sacudisse dela os maus?+
14 A terra transforma-se como argila debaixo de um selo,
E tudo nela se destaca como os adornos de uma roupa.
15 Contudo, a luz dos maus é-lhes retirada,
E o braço forte* deles é partido.
16 Já desceste às fontes do mar
Ou exploraste as águas profundas?+
18 Compreendeste a imensidão da terra?+
Responde-me, se sabes tudo isto.
19 Em que direção reside a luz?+
E onde é o lugar da escuridão,
20 Para que a leves ao seu território
E conheças os caminhos para a sua casa?
21 Por acaso, sabes isto porque já tinhas nascido
E porque são muitos os teus anos?*
22 Por acaso, entraste nos depósitos da neve,+
Ou viste os depósitos do granizo,+
23 Que reservei para o tempo de aflição,
Para o dia de batalha e de guerra?+
25 Quem abriu um canal para o aguaceiro
E fez um caminho para a trovejante nuvem de tempestade,+
26 Para fazer chover onde não mora ninguém,
No deserto, onde não há nenhum humano,+
27 Para saciar lugares devastados
E fazer a erva brotar?+
29 Do ventre de quem saiu o gelo,
E quem deu à luz a geada do céu?+
30 As águas são cobertas como que com pedra,
E a superfície das águas profundas congela-se.+
31 Será que podes atar as cordas da constelação de Quima,*
32 Podes fazer sair uma constelação* na sua estação,
Ou guiar a constelação de Ás* com os seus filhos?
33 Por acaso, conheces as leis que governam os céus,+
Ou podes impor a autoridade delas* sobre a terra?
34 Será que podes erguer a tua voz até às nuvens,
Para fazer com que um aguaceiro te cubra?+
35 Por acaso, podes enviar raios?
Será que eles vêm e te dizem: ‘Aqui estamos!’?
37 Quem tem sabedoria para contar as nuvens,
Ou quem pode despejar os jarros de água do céu,+
38 De modo que o pó se transforma em lama
E os torrões de terra aderem um ao outro?
39 Será que podes caçar a presa para o leão
Ou satisfazer o apetite dos leões novos,+
40 Quando se agacham nos esconderijos
Ou ficam de emboscada nas tocas?
41 Quem dá alimento ao corvo+
Quando os seus filhotes clamam a Deus por ajuda
E vagueiam por não haver nada para comer?
39 “Por acaso, sabes quando nascem os filhos das cabras-montesas?+
Já viste as corças darem à luz as suas crias?+
2 Contas os meses da sua gestação?
Sabes quando é que vão dar à luz?
3 Elas agacham-se para dar à luz as suas crias,
E as suas dores de parto terminam.
4 As suas crias ficam fortes e crescem nos campos;
Vão-se embora e não voltam mais.
6 Fiz da planície desértica a sua habitação,
E da terra salgada a sua moradia.
7 Ele despreza a agitação da cidade,
Não ouve os gritos do condutor.
8 Vagueia pelas colinas em busca de pasto,
À procura de todo o tipo de plantas verdes.
9 Será que o touro selvagem vai querer servir-te?+
Será que ele vai passar a noite no teu estábulo?*
10 Por acaso, podes prender o touro selvagem ao arado* com uma corda,
Ou será que ele te seguirá para lavrar* o vale?
11 Confiarás na sua grande força
E deixarás que faça o trabalho pesado por ti?
12 Por acaso, contarás com ele para que traga a tua colheita*
E a ajunte na tua eira?
13 As asas da avestruz batem alegremente,
Mas será que as suas asas e plumagem se comparam às da cegonha?+
14 Ela deixa os seus ovos no chão
E mantém-nos aquecidos no pó.
15 Ela esquece-se de que alguém os pode pisar,
Ou que um animal selvagem os pode esmagar.
16 Trata as suas crias com dureza, como se não fossem suas;+
Não se importa que o seu trabalho tenha sido em vão.
17 Pois Deus negou-lhe* sabedoria
E não lhe deu entendimento.
18 Contudo, quando se levanta e bate as asas,
Ri-se do cavalo e do cavaleiro.
19 És tu que dás força ao cavalo,+
E vestes o seu pescoço com uma crina esvoaçante?
20 Será que o podes fazer saltar como um gafanhoto?
O seu relinchar* majestoso é atemorizante.+
22 Ele ri-se do medo e não se assusta com nada,+
Não recua por causa da espada.
23 Sobre ele a aljava chocalha;
A lança e o dardo brilham.
25 Ao toque da buzina, ele relincha.
De longe, sente o cheiro da batalha
E ouve os gritos dos comandantes e o grito de guerra.+
26 Será que é por causa do teu entendimento que o falcão plana,
Estendendo as suas asas para o sul?
27 Ou é às tuas ordens que a águia voa para cima+
E constrói no alto o seu ninho,+
28 Passando a noite num rochedo,
Na fortaleza onde vive, num penhasco?*
29 De lá, ela procura alimento,+
Os seus olhos veem a uma grande distância.
30 Os seus filhotes bebem sangue;
E onde há mortos, lá está ela.”+
40 Jeová continuou a responder a Jó:
2 “Deve aquele que critica discutir com o Todo-Poderoso?+
Responda agora aquele que quer repreender a Deus.”+
3 Jó disse em resposta a Jeová:
4 “Sou indigno!+
O que é que te posso responder?
Ponho a mão sobre a boca.+
5 Falei uma vez, mas não vou voltar a falar;
Duas vezes, mas não vou dizer mais nada.”
6 Então, Jeová respondeu a Jó do meio do vendaval:+
7 “Por favor, prepara-te como um homem;
Eu irei fazer-te perguntas, e tu irás informar-me.+
8 Questionarás* a minha justiça?
Vais condenar-me, para teres razão?+
9 Por acaso, tens um braço tão poderoso como o do verdadeiro Deus?+
Ou pode a tua voz trovejar como a dele?+
10 Por favor, adorna-te com glória e majestade,
Veste-te com dignidade e esplendor.
11 Dá vazão à tua ira;
Olha para todos os arrogantes e rebaixa-os.
12 Olha para todos os arrogantes e humilha-os,
E esmaga os maus onde eles estão.
13 Esconde-os a todos no pó;
Prende-os* no lugar escondido,
14 Então, até eu admitirei*
Que a tua mão direita te pode salvar.
15 Vê o Beemote,* que fiz assim como te fiz a ti.
Ele come erva como o touro.
16 Repara na força das suas ancas
E no poder dos músculos da sua barriga!
17 Ele endurece a cauda como um cedro;
Os tendões das suas coxas estão entrelaçados.
18 Os seus ossos são como tubos de cobre;
Os seus membros são como barras de ferro forjado.
19 Ele ocupa o primeiro lugar* entre as obras de Deus;
Apenas Aquele que o fez se pode aproximar dele com uma espada.
20 O seu alimento é produzido pelos montes,
Onde todos os animais selvagens se divertem.
21 Ele deita-se debaixo dos lótus,
No abrigo dos juncos do pântano.
22 Os lótus cobrem-no com a sua sombra,
E os choupos do vale* cercam-no.
23 Quando o rio fica turbulento, ele não entra em pânico.
Mantém-se confiante, mesmo que as águas do Jordão+ venham com força contra a sua boca.
24 Será que alguém o pode capturar quando ele está a olhar,
Ou furar-lhe o nariz com um gancho?*
3 Será que ele te fará muitas súplicas,
Ou irá falar contigo com ternura?
4 Fará um pacto contigo
Para que o tornes teu escravo para toda a vida?
5 Será que brincarás com ele como se fosse um pássaro
Ou o prenderás com uma coleira para as tuas filhas?
6 Por acaso, os comerciantes irão negociá-lo?
Será que o dividirão entre os mercadores?
7 Por acaso, perfurarás a sua pele com muitos arpões+
Ou a sua cabeça com lanças de pesca?
8 Põe a mão sobre ele;
Tu não te esquecerás da batalha e nunca o voltarás a fazer!
9 Qualquer esperança de o dominar é inútil.
Só de o veres ficarias sem ação.*
10 Ninguém se atreve a provocá-lo.
Portanto, quem me pode enfrentar?+
11 Quem me deu alguma coisa primeiro para que eu lhe deva retribuir?+
Debaixo dos céus, tudo é meu.+
12 Não deixarei de falar sobre os seus membros,
Sobre a sua força e o seu corpo bem formado.
13 Quem já lhe tirou a couraça?
Quem passará entre as suas mandíbulas?
14 Quem consegue abrir as portas da sua boca?*
Os dentes à volta dela são assustadores.
15 Nas suas costas há filas de escamas,*
Que estão bem coladas entre si.
16 Cada uma se ajusta tão bem à outra
Que nem mesmo o ar pode penetrar entre elas.
17 Estão presas entre si;
Agarram-se umas às outras e não podem ser separadas.
18 Quando ele espirra, saem faíscas;
Os seus olhos são como os raios do amanhecer.
19 Relâmpagos saem-lhe da boca;
Dela escapam centelhas de fogo.
20 As suas narinas soltam fumo,
Como uma fornalha alimentada com juncos.
21 O seu sopro incendeia brasas,
E uma chama sai da sua boca.
22 O seu pescoço é muito forte,
E o desespero espalha-se diante dele.
23 As dobras da sua pele* estão bem ligadas umas às outras,
São firmes, como se estivessem fundidas sobre ele, e não se movem.
24 O seu coração é duro como pedra,
Sim, duro como uma pedra inferior de moinho.
25 Quando ele se levanta, até os poderosos ficam com medo;
Os seus movimentos bruscos causam espanto.
26 Nenhuma espada que o atingir prevalecerá;
Nem a lança, nem o dardo, nem a ponta da flecha.+
27 Para ele, o ferro é como palha;
O cobre, como madeira podre.
28 Uma flecha não o faz fugir;
Para ele, pedras lançadas com a funda* são como palha.
29 Um bastão é como palha para ele,
E ele ri-se do barulho do dardo.
30 O seu ventre é como cacos pontiagudos,
Ele passa sobre a lama como um trenó de debulha.+
31 Faz as profundezas ferverem como um caldeirão;
Agita o mar como se fosse um caldeirão com óleo.*
32 Deixa um rasto luminoso por onde passa,
Fazendo parecer que as águas profundas têm cabelos brancos.
33 Não há nada igual a ele na terra,
Uma criatura feita para não ter medo.
34 Ele encara todos os seres orgulhosos.
É rei sobre todos os majestosos animais selvagens.”
42 Então, Jó disse em resposta a Jeová:
2 “Agora sei que és capaz de fazer todas as coisas
E que nada do que tens em mente é impossível para ti.+
3 Tu disseste: ‘Quem é este que está a obscurecer os meus propósitos* sem ter conhecimento?’+
É verdade, eu falei sem entendimento
Sobre coisas demasiado maravilhosas para mim, que não conheço.+
4 Tu disseste: ‘Ouve, por favor, e eu falarei.
Irei fazer-te perguntas, e tu irás informar-me.’+
5 Ouvi falar a teu respeito,
Mas, agora, vejo-te com os meus próprios olhos.
7 Depois de Jeová ter dito estas palavras a Jó, Jeová disse a Elifaz, o temanita:
“A minha ira está acesa contra ti e contra os teus dois amigos,+ pois vocês não disseram a verdade sobre mim,+ assim como fez o meu servo Jó. 8 Agora, peguem em sete novilhos e sete carneiros, vão ter com o meu servo Jó e ofereçam um sacrifício queimado a vosso favor. E o meu servo Jó orará por vocês.+ Eu certamente atenderei ao seu pedido,* de não lidar convosco de acordo com a vossa insensatez, pois não disseram a verdade sobre mim, assim como fez o meu servo Jó.”
9 Portanto, Elifaz, o temanita, Bildade, o suíta, e Zofar, o naamatita, foram e fizeram o que Jeová lhes tinha ordenado. E Jeová ouviu a oração de Jó.
10 Depois de Jó ter orado pelos seus amigos,+ Jeová acabou com a tribulação de Jó+ e restaurou a sua prosperidade.* Jeová deu-lhe o dobro de tudo o que tinha antes.+ 11 Todos os seus irmãos e as suas irmãs, e todos os seus antigos amigos+ foram visitá-lo e tomaram uma refeição com ele na sua casa. Compadeceram-se dele e consolaram-no por causa de toda a calamidade que Jeová tinha deixado vir sobre ele. Cada um deu-lhe uma peça de dinheiro e uma argola de ouro.
12 Assim, Jeová abençoou mais a parte final da vida de Jó do que a inicial,+ e Jó veio a ter 14 000 ovelhas, 6000 camelos, 1000 juntas de bois e 1000 jumentas.+ 13 Também teve mais sete filhos e mais três filhas.+ 14 Chamou à primeira filha Jemima, à segunda Quezia, e à terceira Querém-Hapuque. 15 Em todo o país, não havia mulheres tão bonitas como as filhas de Jó; e o seu pai deu-lhes uma herança juntamente com os seus irmãos.
16 Depois disso, Jó viveu 140 anos, e viu os seus filhos e os seus netos, até à quarta geração. 17 Por fim, Jó morreu, depois de uma vida longa e satisfatória.*
Que possivelmente significa “objeto de hostilidade”.
Ou: “irrepreensível”.
Lit.: “500 juntas de gado”.
Ou: “na casa de cada um, na sua vez”.
Expressão idiomática hebraica que se refere aos filhos angélicos de Deus.
Lit.: “fixaste o teu coração no”.
Ou: “irrepreensível”.
Ou: “sob o teu controlo”.
Lit.: “face”.
Ou, possivelmente: “um raio”.
Ou: “atribuiu a Deus algo impróprio”.
Expressão idiomática hebraica que se refere aos filhos angélicos de Deus.
Lit.: “fixaste o teu coração no”.
Ou: “irrepreensível”.
Lit.: “tragar”.
Ou: “alma”.
Ou: “sob o teu controlo”.
Ou: “alma”.
Lit.: “face”.
Ou: “feridas graves”.
Ou: “conhecidos”.
Lit.: “amaldiçoar o seu dia”.
Ou: “a escuridão e a sombra da morte o reclamem”.
Entende-se que se refere ao crocodilo ou a algum outro animal aquático grande e forte.
Ou, possivelmente: “Que construíram lugares desolados para si”.
Ou: “aos amargurados de alma”.
Lit.: “ficas esgotado”.
Ou: “tramam a maldade”.
Ou: “leões novos jubados”.
Ou: “da minha carne”.
Ou: “mensageiros”.
Ou: “do campo farão um pacto (um acordo) contigo”.
Lit.: “é paz”.
Ou: “irrefletidas, precipitadas”.
Ou: “A minha alma negou-se”.
Ou: “para que eu deva prolongar a minha vida (alma)”.
Ou: “torrentes de inverno”.
Ou: “A companhia dos viajantes sabeus espera-os”.
Lit.: “remido”.
Ou: “negociariam”.
Ou: “até ao crepúsculo da manhã”.
Ou: “A minha carne está coberta”.
Lit.: “o bem”.
Ou: “ao Seol”, isto é, a sepultura comum da humanidade. Veja o Glossário.
Ou: “com a amargura da minha alma”.
Ou: “a minha alma prefere morrer sufocada”.
Ou: “com os meus ossos”.
Lit.: “fixes o teu coração”.
Lit.: “Ele lançou-os na mão da revolta deles”.
Ou: “despertaria em teu favor”.
Ou: “E não farão sair palavras do seu coração”.
Lit.: “Assim são os caminhos”.
Ou: “apóstata”.
Lit.: “casa”.
Ou: “Ele olha para uma casa de pedras”.
Ou: “engolido”.
Ou: “que o seu caminho se dissolve”.
Ou: “os irrepreensíveis”.
Lit.: “Nem segurará a mão dos”.
Ou: “levá-Lo a tribunal”.
Ou: “remove”.
Possivelmente, a constelação da Ursa Maior.
Possivelmente, a constelação de Órion.
Possivelmente, as estrelas de Plêiades na constelação do Touro.
Lit.: “as câmaras do sul”.
Possivelmente um grande monstro marinho.
Ou, possivelmente: “meu adversário em juízo”.
Lit.: “convocar”.
Ou: “Mesmo que eu seja inocente”.
Lit.: “pervertido”.
Ou: “Mesmo que eu seja inocente”.
Ou: “não conheço a minha alma”.
Ou: “Desprezo; Recuso”.
Ou: “íntegros”.
Lit.: “as faces”.
Lit.: “mau”.
Ou: “potassa; barrela”.
Ou: “nenhum mediador”.
Lit.: “colocar a mão sobre nós os dois”.
Lit.: “removesse a sua vara de cima de mim”.
Ou: “A minha alma detesta”.
Ou: “com a amargura da minha alma”.
Lit.: “de carne”.
Ou: “o meu fôlego; a minha vida”.
Lit.: “E estas coisas escondeste no teu coração.”
Ou: “me alegre um pouco”.
Ou: “da escuridão e da sombra da morte”.
Ou: “será que aquele que se gaba terá razão”.
Ou: “encontrar o limite do”.
Isto é, a sabedoria.
Ou: “o Seol”, isto é, a sepultura comum da humanidade. Veja o Glossário.
Ou: “Quando um jumento selvagem nascer homem”.
Ou: “a expiração da alma”.
Lit.: “vocês são o povo”.
Lit.: “um coração”.
Ou: “a escorregar”.
Ou, possivelmente: “fala com”.
Ou: “a alma de todos os que vivem”.
Ou: “fôlego”.
Lit.: “de toda a carne de homem”.
Lit.: “o palato”.
Ou: “ficarem despojados de tudo”.
Ou: “de anciãos”.
Lit.: “afrouxa o cinto dos poderosos”.
Lit.: “coração”.
Ou: “Mostrarão parcialidade a favor”.
Ou: “memoráveis”.
Lit.: “protuberâncias de escudo”.
Lit.: “Porque é que carrego a minha carne nos meus dentes”.
Ou: “alma”.
Ou: “os meus caminhos”.
Ou: “perante a sua face”.
Ou: “apóstata”.
Ou, possivelmente: “Se alguém puder, eu ficarei calado e morrerei.”
Lit.: “Apenas duas coisas não me faças”.
Lit.: “ele”, possivelmente, referindo-se a Jó.
Ou: “empanturrado de agitação”.
Ou, possivelmente: “e é cortado”.
Lit.: “levas-me”.
Ou: “no Seol”, isto é, a sepultura comum da humanidade. Veja o Glossário.
Ou: “a minha substituição”.
Ou: “Ansiarás o”.
Ou: “sente dor enquanto a sua carne ainda está nele”.
Ou: “A sua alma”.
Ou: “com conhecimento vazio como o vento”.
Ou: “o teu pecado ensina a tua boca”.
Lit.: “voltas o teu espírito contra”.
Ou: “anjos”.
Lit.: “pão”.
Ou: “tenta prevalecer contra”.
Lit.: “as suas protuberâncias grossas de escudos”.
Isto é, qualquer esperança de recuperação.
Lit.: “sua boca”.
Ou: “apóstatas”.
Ou: “de vento”.
Ou: “Se a vossa alma estivesse no lugar da minha alma”.
Ou: “todos os que se reúnem comigo”.
Veja o Glossário.
Ou: “a minha força”. Lit.: “o meu chifre”.
Ou: “sombra de morte”.
Ou, possivelmente: “olham sem sono”.
Ou: “a fixar-se no”.
Pelos vistos, refere-se a Deus.
Lit.: “um provérbio; um ditado”.
Ou: “apóstata”.
Ou: “o Seol”, isto é, a sepultura comum da humanidade. Veja o Glossário.
Ou: “sepultura”.
Isto é, a minha esperança.
Ou: “do Seol”, isto é, a sepultura comum da humanidade. Veja o Glossário.
Ou, possivelmente: “impuros”.
Ou: “dilaceres a tua alma”.
Ou: “coxear”.
Lit.: “O primogénito da morte”.
Ou: “a uma morte terrível”.
Lit.: “Algo que não é dele morará”.
Lit.: “ele não terá nome”.
Ou: “no lugar da sua residência temporária”.
Ou: “a irritar a minha alma”. Veja o Glossário, “Alma”.
Ou: “insultaram”.
Ou: “parentes”.
Lit.: “para os filhos do meu ventre”, isto é, do ventre que me deu à luz (o ventre da minha mãe).
Lit.: “com a pele dos meus dentes”.
Lit.: “E não ficam satisfeitos com a minha carne”.
Lit.: “estilo”. Veja o Glossário, “Estilo”.
Ou: “resgatador”.
Lit.: “o pó”.
Ou: “na minha carne”.
Ou: “Os meus rins falharam no meu íntimo.”
Lit.: “um espírito do meu entendimento”.
Ou: “a humanidade foi posta; Adão foi posto”.
Ou: “apóstata”.
Isto é, o seu vigor.
Ou: “a bílis”.
Lit.: “A língua”.
Lit.: “e não engolirá”.
Lit.: “Ele”.
Ou: “da bílis”.
Lit.: “dele”.
Lit.: “o meu espírito”.
Ou: “poderosos”.
Ou: “do pífaro”.
Ou: “num instante”, isto é, sofrem uma morte rápida e sem dor.
Ou: “ao Seol”, isto é, a sepultura comum da humanidade. Veja o Glossário.
Ou: “O conselho; A trama”.
Ou: “cortado pela metade”.
Ou: “ensinar algo a Deus”.
Lit.: “o tutano dos seus ossos está húmido”.
Ou: “com a alma amargurada”.
Ou, possivelmente: “para agir violentamente contra mim”.
Lit.: “os seus sinais”.
Ou: “uádi”.
Lit.: “E ele arrastará toda a humanidade atrás dele”.
Ou: “Será que é do agrado do Todo-Poderoso”.
Lit.: “tiras roupas dos nus”.
Ou: “órfãos de pai”.
Lit.: “armadilhas para pássaros”.
Ou: “o círculo”.
Ou: “cujas vidas foram abreviadas”.
Lit.: “um rio”.
Ou: “as tuas pepitas de ouro”.
Ou: “uádis”.
Ou: “as tuas pepitas de ouro”.
Ou: “aquele que olha para baixo”.
Ou: “a minha queixa é rebelde”.
Ou: “Entesourei as suas declarações”.
Ou: “do que me foi prescrito”.
Ou: “a sua alma”.
Ou: “me prescreveu”.
Isto é, o seu dia de julgamento.
Ou: “órfãos de pai”.
Ou: “como penhor”.
Ou, possivelmente: “colher forragem no campo”.
Ou, possivelmente: “Extraem azeite”.
Ou: “As almas dos feridos”.
Ou, possivelmente: “Deus não acusa ninguém de erro”.
Lit.: “cavam”.
Lit.: “Ele é ligeiro na superfície das águas.”
Ou: “o Seol”, isto é, a sepultura comum da humanidade. Veja o Glossário.
Lit.: “O ventre”.
Lit.: “Ele”.
Lit.: “Ele”.
Lit.: “sobre os caminhos deles”.
Lit.: “nas suas alturas”.
Ou: “puro”.
Ou: “abundantemente”.
Ou: “o teu bom senso”.
Lit.: “E de quem era o fôlego (espírito) que saiu de ti?”
Ou: “O Seol”, isto é, a sepultura comum da humanidade. Veja o Glossário.
Lit.: “ele”.
Ou: “E o Abadon”.
Lit.: “o norte”.
Lit.: “vácuo”.
Lit.: “um círculo”.
Lit.: “Raabe”.
Ou: “vento”.
Ou: “que desliza”.
Lit.: “provérbio”.
Ou: “que deixou a minha alma amargurada”.
Ou: “não removerei de mim a; manterei a”.
Ou: “Por nenhum dos meus dias”.
Ou: “não me censurará”.
Ou: “apóstata”.
Ou: “alma”.
Ou, possivelmente: “pela mão”.
Ou, possivelmente: “Batem palmas contra ele, e, do lugar onde estão, assobiam para ele.”
Lit.: “derrama-se”.
Lit.: “pedra”.
Aparentemente, refere-se à mineração.
Ou: “a rocha de pederneira”.
Ou: “refinado”.
Lit.: “um peso para o vento”.
Lit.: “provérbio”.
Lit.: “nos dias do”.
Ou: “ajudantes”.
Lit.: “escondiam-se”.
Ou: “órfão de pai”.
Ou: “túnica sem mangas”.
Lit.: “no meu ninho”.
Lit.: “gotejavam”.
Ou, possivelmente: “Eles não escureciam a luz do meu rosto”.
Ou: “uádis”.
Lit.: “chicoteados para fora”.
Lit.: “um provérbio; um ditado”.
Lit.: “afrouxou a minha corda de arco”.
Ou: “Eles lançam fora o freio”.
Ou, possivelmente: “Sem ninguém para os ajudar”.
Ou: “alma”.
Lit.: “Os meus ossos são perfurados”.
Ou, possivelmente: “A gravidade da minha aflição desfigura-me”.
Ou, possivelmente: “dissolves-me com um estrondo”.
Lit.: “um monte de ruínas”.
Ou: “estão a ter um dia difícil”.
Ou: “a minha alma não teve”.
Ou, possivelmente: “da febre”.
Ou: “o meu pífaro”.
Ou, possivelmente: “com homens de falsidade”.
Ou: “que os meus descendentes sejam desarraigados”.
Lit.: “que outros homens se ajoelhem sobre ela”.
Lit.: “comeria (devoraria) até à destruição”.
Ou: “Desarraigando os meus produtos”.
Ou: “causa jurídica”.
Lit.: “se levantar”.
Lit.: “no ventre”.
Lit.: “fazia os olhos da viúva falhar”.
Lit.: “ele cresceu comigo”.
Lit.: “desde o ventre da minha mãe”.
Lit.: “eu guio-a”.
Lit.: “Se os seus lombos não me abençoavam”.
Ou, possivelmente: “Quando eu vi que tinha apoio no portão da cidade”.
Ou: “a minha omoplata”.
Ou: “arrancado da sua articulação; arrancado do seu osso superior”.
Lit.: “a luz”.
Ou: “Pedindo a sua alma”.
Lit.: “carne”.
Ou: “residente estrangeiro”.
Ou: “Aqui está a minha assinatura.”
Ou: “à alma dos seus donos”.
Ou: “porque ele era justo aos seus próprios olhos”.
Ou: “a sua alma”.
Lit.: “pequeno em dias”.
Lit.: “falem os dias”.
Ou: “Muitos dias em si não tornam”.
Ou: “repreender Jó”.
Ou: “Não conferirei um título honorífico a”.
Lit.: “A minha língua com o meu palato”.
Lit.: “sela”.
Ou: “vida”.
Ou: “sepultura”.
Ou: “por uma arma (arma de arremesso)”.
Lit.: “a sua vida”.
Ou: “a sua alma”.
Ou: “estão expostos”.
Ou: “vida”.
Ou: “sepultura”.
Ou: “anjo”.
Ou: “sepultura”.
Ou: “saudável”.
Lit.: “cantará”.
Ou, possivelmente: “E isso não me beneficiou”.
Ou: “Ele remiu a minha alma”.
Ou: “sepultura”.
Lit.: “a minha vida verá”.
Ou: “trazer a sua alma”.
Ou: “sepultura”.
Lit.: “o palato”.
Lit.: “coração”.
Ou: “a terra habitada”.
Lit.: “o seu coração”.
Lit.: “Toda a carne morreria junta”.
Ou: “o nobre do que o humilde”.
Ou: “apóstata”.
Lit.: “coração”.
Ou, possivelmente: “Meu pai, que Jó seja provado”.
Provavelmente, refere-se a Deus.
Lit.: “braço”.
Ou: “uma mentira”.
Ou: “Ele é grande em poder de coração”.
Ou, possivelmente: “Ele entroniza reis”.
Ou: “por uma arma (arma de arremesso)”.
Ou: “apóstata”.
Ou: “A alma deles morre”.
Ou, possivelmente: “Terminam”.
Lit.: “Ele”.
Ou: “bater as mãos com rancor”.
Ou, possivelmente: “criticou o; exigiu dele uma prestação de contas pelo”.
Ou: “é insondável”.
Lit.: “barraca”.
Lit.: “a sua luz”.
Lit.: “raízes”.
Ou, possivelmente: “defende a causa dos”.
Ou, possivelmente: “o que”.
Isto é, de Deus.
Lit.: “põe um selo na mão de todos os humanos”.
Ou: “do solo produtivo da terra”.
Lit.: “uma vara”.
Ou: “dá ordem às”.
Ou: “achatar”.
Isto é, do sol.
Lit.: “que são sábios de coração”.
Ou: “o meu conselho”.
Expressão idiomática hebraica que se refere aos filhos angélicos de Deus.
Ou: “enfaixei”.
Lit.: “Nos teus dias”.
Lit.: “erguido”.
Ou: “da sombra da morte”.
Lit.: “dias”.
Ou, possivelmente: “o relâmpago”.
Possivelmente, as estrelas de Plêiades na constelação do Touro.
Possivelmente, a constelação de Órion.
Lit.: “Mazarote”. Em 2 Reis 23:5, o termo relacionado ocorre no plural e refere-se às constelações do zodíaco.
Possivelmente, a constelação da Ursa Maior.
Ou, possivelmente: “Dele”.
Ou, possivelmente: “no íntimo do homem”.
Ou, possivelmente: “à mente”.
Ou: “o onagro”.
Ou: “na tua manjedoura”.
Lit.: “sulco”.
Ou: “gradar”.
Lit.: “semente”.
Lit.: “fê-la esquecer a”.
Lit.: “bufar”.
Lit.: “alegra-se em poder”.
Lit.: “Sai para enfrentar armamento”.
Lit.: “devora o chão (a terra)”.
Ou, possivelmente: “Ele não acredita no”.
Lit.: “no dente de um rochedo”.
Ou: “Invalidarás”.
Lit.: “Amarra as suas faces”.
Ou: “te elogiarei”.
Possivelmente, o hipopótamo.
Lit.: “É o princípio”.
Ou: “uádi”.
Lit.: “laço”.
Possivelmente, o crocodilo.
Lit.: “um junco”.
Lit.: “espinho”.
Ou: “serias derrubado”.
Lit.: “face”.
Ou, possivelmente: “O seu orgulho são as suas filas de escamas”.
Lit.: “carne”.
Veja o Glossário.
Ou: “unguento”.
Ou: “o meu conselho”.
Ou: “faço uma retratação”.
Lit.: “Certamente, levantarei a sua face”.
Lit.: “Jeová fez recuar o cativeiro de Jó”.
Lit.: “idoso e cheio de dias”.