“Cuidado, a maconha vem aí!”
A bem-conhecida revista Veja, em sua seção “Ponto de Vista”, estampou sob este título alguns comentários do dr. José Elias Murad, farmacologista e diretor da Faculdade de Ciências Médicas de Belo Horizonte. Ele trouxe à atenção os indícios de que, mais cedo ou mais tarde, o consumo de maconha não mais será um crime no Brasil. Mencionou um seminário, promovido no Rio, em novembro de 1983, em que tal liberalização foi defendida, e o livro Maconha em Debate, publicado depois. “Estranho”, diz, “já que não houve qualquer debate, pois todos os autores estão de acordo num ponto básico: a conveniência da legalização ou da liberalização dessa droga”.
Segundo o dr. Murad, o consumo de tóxicos como a maconha amortece a sensibilidade e, especialmente no caso dos jovens, torna-os indiferentes e passivos ao que acontece ao seu redor. O dr. Murad tem o conceito de que a ação dos tóxicos sobre os jovens os deixa cada vez mais alienados, deixando de se preocupar com seus pais, seu povo ou seus próprios problemas. Sua principal preocupação é que o Conselho Federal de Entorpecentes parece tender ao liberalismo neste assunto e poderia bem “vivenciar a nova realidade” e, por fim, legalizar a droga. O aviso do dr. Murad é: “Queimem as suas ilusões, maconha faz mal.”