Perguntas dos Leitores
● Qual é o conceito das testemunhas de Jeová sobre assistir ao casamento de conhecidos ou parentes do mundo?
No caso de menores que pretendem estar presentes, a decisão final cabe aos pais. Senão, é uma questão de decisão pessoal, para a qual cada cristão deve estar disposto a assumir a sua própria responsabilidade. No entanto, há princípios bíblicos e uma ampla variedade de circunstâncias que devem ser tomados em consideração.
A cerimônia de casamento talvez seja realizada num edifício religioso e por um clérigo. Isto a tornaria bastante diferente duma cerimônia puramente civil. O verdadeiro cristão não pode com boa consciência juntar-se ou participar em quaisquer orações ou atos religiosos de que sabe que são contrários ao ensino bíblico. Nem está interessado em ver quão perto pode chegar aos atos apóstatas sem ultrapassar a linha de demarcação. Ele tem a obrigação de acatar a ordem bíblica: “Não vos ponhais em jugo desigual com incrédulos. Pois, que associação tem a justiça com o que é contra a lei? . . . Ou que quinhão tem o fiel com o incrédulo? . . . ‘Portanto, saí do meio deles e separai-vos’, diz Jeová, ‘e cessai de tocar em coisa impura’.” — 2 Cor. 6:14-17.
Entende-se assim que o convidado ao casamento de parentes ou conhecidos mundanos pode às vezes enfrentar um problema bastante grande. Por exemplo, o convite talvez seja feito a uma esposa cristã e seu marido incrédulo. Ele talvez ache que ambos devam estar presentes para o casamento. Ela, porém, talvez fique perturbada com isso. Talvez raciocine que, se fosse assistir ao casamento numa igreja, a pressão emocional das circunstâncias poderia induzi-la a fazer alguma coisa errada. Por outro lado, talvez conclua que, em consideração para com os desejos de seu marido, ela possa acompanhá-lo apenas como observadora respeitosa, estando, porém, decidida a não participar em nenhum ato religioso.
Não importa como a esposa encare o assunto, é de proveito que ela explique sua posição a seu marido. Se ele, à base da explicação dela, chegar a conclusão de que a presença de sua esposa possivelmente possa criar uma situação desagradável para ele, talvez prefira ir sozinho. Ou talvez ainda queira que o acompanhe, mas como observadora quieta, caso em que ela terá de decidir se deve ir ou não.
Algo que merece consideração é o efeito que assistir ao casamento num edifício religioso possa ter sobre concrentes. Causaria dano a consciência de alguns? Enfraqueceria sua resistência ao empenho em atos idólatras por causa desta ação sua? O princípio bíblico que entra nisso é: “Que vos certifiqueis das coisas mais importantes, para que sejais sem defeito e não façais outros tropeçar, até o dia de Cristo.” — Fil. 1:10; veja também 1 Coríntios 8:9-13.
O convite a um casamento pode às vezes incluir ficar envolvido ativamente como membro do cortejo nupcial. E se isso exigir participar em certos atos religiosos? É evidente que aquele que deseja agradar a Deus não pode participar em atos da religião falsa; é preciso agir em harmonia com a Palavra Dele. Mas o cristão poderia explicar o que pensa e salientar que não quer de modo algum prejudicar a alegria do dia de casamento por se tornar responsável por algo que poderia ser embaraçoso.
Em questões desta natureza, os cristãos precisam pesar cuidadosamente todos os fatores envolvidos. Em certas circunstâncias, talvez concluam que não haveria dificuldade se assistissem como observadores quietos. Por outro lado, as circunstâncias talvez sejam tais que o cristão raciocine que o provável dano causado a sua consciência e a de outros, por assistir a tal casamento mundano, ultrapasse os possíveis benefícios da sua presença. Qualquer que seja a situação, o cristão deve certificar-se de que a sua decisão não interfira em ele preservar uma boa consciência perante Deus e os homens.
● Por que não indica a Tradução do Novo Mundo, no seu prefácio, os nomes e as qualificações acadêmicas de seus tradutores?
No decorrer dos anos, a Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados de Pensilvânia tem impresso muitas traduções diferentes da Bíblia. Neste respeito, não temos desconsiderado os desejos dos tradutores. Por exemplo, em 1972 publicamos em inglês A Bíblia em Inglês Vivo, no estilo e formato desejados pelo seu tradutor. — Veja o frontispício.
Em 3 de setembro de 1949, A Comissão da Tradução do Novo Mundo da Bíblia presenteou-nos com uma tradução completa das Escrituras Gregas Cristãs. Este manuscrito, junto com sua obra referente às Escrituras Hebraicas que se seguiu, tornou-se nossa propriedade legal. Sobre isso observa-se no livro As Testemunhas de Jeová no Propósito Divino, página 258 da edição inglesa: “O único pedido da comissão de tradução foi que seus membros permanecessem anônimos, mesmo depois de sua morte.” Nós mantivemos nosso acordo e respeitamos seus desejos.
Por que se fez esta estipulação? Esses tradutores não procuravam destaque; não desejavam chamar atenção para si mesmos. No espírito de ‘fazer todas as coisas para a glória de Deus’, queriam que o leitor baseasse sua fé na Palavra de Deus, não nas suas “qualificações” mundanas. (1 Cor. 10:31) Outras comissões de tradução adotaram um conceito similar. A sobrecapa da Edição de Referências (1971) da Nova Bíblia Normal Americana, em inglês, declara: “Não usamos o nome de nenhum erudito para referência ou recomendações, porque cremos que a Palavra de Deus deve destacar-se pelo seu próprio mérito.”
Os méritos da Tradução do Novo Mundo são facilmente estudados. Suas edições inglesas de letras grandes contêm numerosas notas ao pé das páginas. Muitas delas mostram quais os manuscritos bíblicos envolvidos nas decisões sobre determinadas traduções. E estas notas ao pé das páginas, junto com um extensivo prefácio, fornecem ao estudante atento mais informações sobre as fontes e a obra da comissão de tradução do que se encontram na maioria das traduções.
Além disso, em 1969 imprimimos A Tradução Interlinear ao Reino das Escrituras Gregas, que é também obra da Comissão da Tradução do Novo Mundo da Bíblia. Esta obra em grego e inglês oferece a todos a oportunidade de examinar de perto os empenhos da comissão de tradução naquela parte da Bíblia.
Alguns talvez argumentem que até mesmo os livros da Bíblia levam os nomes de seus escritores. Em muitos casos, isto é verdade. No entanto, em vários livros da Bíblia, os escritores não incluíram seu nome. De modo similar, notamos que dizem pouco sobre as suas próprias qualificações ou sobre a instrução que receberam. Ao traduzir a Palavra de Deus, a Comissão da Tradução do Novo Mundo da Bíblia achou que os pormenores sobre sua instrução universitária ou outra não eram a coisa importante, embora a própria tradução ateste suas qualificações. O exame detido de sua obra deve encaminhar o leitor, não aos tradutores, mas ao Autor da Bíblia, Jeová Deus.
Notamos também a humildade da comissão ao reconhecer, nas suas notas ao pé das páginas, que há outras maneiras de se verterem certas passagens. Apreciando isso, tanto reconhecemos como estimulamos o uso duma variedade de traduções da Bíblia.a Assim, com profunda gratidão pela obra da Comissão da Tradução do Novo Mundo da Bíblia, as testemunhas de Jeová usam qualquer Bíblia disponível nas línguas locais. Quer seja a Tradução do Novo Mundo, em linguagem clara e moderna, quer outra, exortamos a todos a usar a lâmpada da Palavra de Deus para iluminar a senda da vida. — Sal. 119:105.
[Nota(s) de rodapé]
a Veja A Sentinela de 1951, p. 94.