Aos campos, a serem ceifados!
1 Um lavrador lança as sementes no solo e faz a irrigação para que estas germinem. Daí, trata as plantas com carinho, não permitindo que ervas daninhas atrapalhem o seu crescimento, ao passo que aguarda pacientemente até que chegue o tempo de fazer a colheita. Este será possivelmente o período de maior preocupação. Terá de completá-la o mais brevemente possível, de modo que contratempos não a prejudiquem. Para isso, ele contrata mais pessoas além de sua família visando terminar a colheita em tempo hábil. A colheita deve abranger o campo inteiro.
2 O acima faz-nos lembrar que estamos vivendo na época da mais importante colheita já feita na Terra. É conforme Jesus mencionou em João 4:35: “Erguei os vossos olhos e observai os campos, que estão brancos para a colheita.” A safra é imensa, o campo é muito grande, mas há pouca mão-de-obra. (Mat. 9:37, 38) Por isso, os trabalhadores têm de ser muito diligentes em fazer a colheita. Têm de fazer pleno uso do seu tempo, recursos e energias. Não devem estar preocupados com “tesouros na terra”. Exige-se abnegação e estar disposto a ir até as beiradas ou partes mais distantes do campo, a fim de colher tudo. — Mat. 6:19-21.
3 Salientando a urgência da pregação, Paulo aconselhou a Timóteo: “Prega a palavra, ocupa-te nisso urgentemente, em época favorável, em época dificultosa, . . . faze a obra dum evangelizador, efetua plenamente o teu ministério.” Timóteo tinha de se esforçar para dar instrução dentro da congregação, mas era necessário também ‘evangelizar’. Portanto, Paulo exortou Timóteo a ‘efetuar plenamente o seu ministério’ por participar na pregação sob todas as circunstâncias. Devia manifestar a “arte de ensino” e ainda assim trabalhar com um senso de urgência. — 2 Tim. 4:2, 5.
4 Provando que sentem sua grande responsabilidade perante o Amo, 67 irmãos de 21 congregações do Rio de Janeiro fizeram arranjos para trabalhar por duas semanas em oito cidades não-designadas, no Estado do Rio Grande do Sul. Colocaram 548 livros, 998 folhetos, 1.016 revistas, fizeram 952 revisitas, abriram 502 estudos bíblicos. Todos os estudos serão dirigidos pelos próprios irmãos, por correspondência. Trabalharam em duas reservas indígenas, sendo que numa delas foi proferida uma conferência pública, com a presença de 122 índios.
5 Trabalho Realizado em 1992: No suplemento do Nosso Ministério do Reino de setembro de 1991, alistaram-se 580 cidades não-designadas. Destas, apenas 100 receberam testemunho desde então. Havia também 2.260 cidades pouco trabalhadas, das quais apenas 280 receberam ajuda adicional. Cerca de 1.600 irmãos trabalharam nesses territórios. Sem dúvida merecem elogios pelos esforços que fizeram de estender a colheita até a parte mais distante do campo. No entanto, resta muito trabalho a ser feito no ajuntamento das ovelhas.
6 A Sociedade recebeu muitas cartas desses irmãos expressando sua alegria de terem participado nesse serviço. Certo irmão expressou-se assim: “Quando procuramos fazer mais do que pensamos ser capazes, o resultado só pode ser uma indescritível sensação de bem-estar.” Duas irmãs, após terem trabalhado por dois anos em certa cidade, fizeram uso das palavras do Salmo 126:5, 6 para expressar sua alegria: “Os que semeiam com lágrimas ceifarão com clamor jubilante. Aquele que sem falta sair, mesmo chorando, carregando uma bolsa cheia de semente, sem falta entrará com clamor jubilante, carregando seus feixes.” No começo tiveram suas dificuldades, mas estas logo foram superadas com a ajuda de Jeová. Tiveram bom resultado em ajudar os sedentos da verdade.
7 Sem dúvida, as experiências são comoventes. Gostaríamos de poder relatar todas, mas faltaria espaço. Duas irmãs que trabalharam em Leópolis, PR, relataram: “Um senhor é conhecido na cidade como ‘quebra-santo’, pois quando era católico quebrou todas as imagens na rua. Há vinte e cinco anos que faz parte de uma religião da cristandade e é reputado como o maior conhecedor da Bíblia. Mas, surpreso, ele mesmo admitiu que não conhece quase nada, pois não sabia o nome de Deus, o que a Bíblia ensina sobre os ungidos, que a terra será um paraíso, etc. Está estudando, fazendo muita pesquisa da Bíblia com a ajuda do livro Viver Para Sempre. Quando alguém o questiona por estar estudando com as Testemunhas de Jeová, ele convida a pessoa para uma hora de palestra e então mostra-lhe a razão. O pastor de sua igreja disse que não deveria ler nossas publicações, pois somos falsos profetas; que eles têm a Bíblia e não precisam de livros; que a terra não será um paraíso, mas será queimada. Este senhor disse que se controlou para não se levantar e dizer ao pastor que ele é quem é mentiroso, e mostrar na Bíblia provas de que a Terra será um paraíso. Em certo estudo ele estava emocionado e chorou quase todo o tempo. Cada dia sente-se mais maravilhado de conhecer as verdades bíblicas, e tem muita vontade de falar a outros sobre o que aprende.”
8 Mas o bom testemunho em cidades pouco trabalhadas não vem só de adultos; os pequeninos também dão louvor a Jeová. Um garoto de apenas cinco anos de uma família de irmãos que trabalharam em Itueta, MG, deu testemunho para um senhor analfabeto que havia ficado com a brochura Viva Para Sempre. O garoto sentou-se à porta da casa deste senhor e começou a ler a brochura para ele, fazendo-lhe perguntas para ver se estava entendendo realmente. Pouco depois chegou uma vizinha, gostou do que o garoto estava fazendo e quis uma brochura também. Daí, chegou um outro senhor e aconteceu a mesma coisa. Outras pessoas também se aproximaram para assistir ao estudo. Naquele mesmo dia, à noite, quando o garoto já estava dormindo, mais duas pessoas que haviam assistido ao estudo chegaram à casa dos irmãos e também queriam a brochura. No dia seguinte, o garoto continuou o estudo com o vizinho. É como Jesus disse em Mateus 21:16: “Da boca de pequeninos . . . forneceste louvor.”
9 Os Sedentos São Saciados: Revelação 22:17 diz: “E quem ouve diga: ‘Vem!’ E quem tem sede venha; quem quiser tome de graça a água da vida.” Quão bem se aplica este texto aos nossos dias! Nas cidades pouco trabalhadas, as pessoas estão muito sedentas da verdade. As que não têm dinheiro fazem trocas, às vezes até exagerando nisso. Em Piraí do Sul, PR, um senhor e sua família tinham lágrimas nos olhos ao trocar uma Bíblia e um livro Histórias Bíblicas por 20 kg de feijão. O mesmo aconteceu com uma senhora, mãe de quatro filhos, ao trocar o livro Histórias Bíblicas e seis revistas por 40 kg de batatas. Ela disse: “Agora já sei o que faremos todas as noites, antes de dormirmos.”
10 Jesus disse em João 15:20: “Se me perseguiram a mim, perseguirão também a vós.” Será que isso intimidaria alguém de aceitar a verdade? Veja o exemplo de uma senhora em Treze Tílias, SC. Irmãos que trabalharam lá relataram: “Fomos entregar os números de A Sentinela para uma senhora que é assinante. Ao contatá-la, ela nos disse: ‘Eu li um assunto na Sentinela que falava que as Testemunhas de Jeová eram perseguidas, e gostaria de saber o porquê.’ Assim que lhe explicamos o motivo, com base na Bíblia, ela nos perguntou com toda a sinceridade: ‘O que tenho de fazer para tornar-me uma Testemunha de Jeová e participar nessa obra?’ Respondemos-lhe que o primeiro passo seria um estudo bíblico domiciliar, e ela o aceitou prontamente. Disse que iria convidar sua irmã carnal para estudar também.”
11 Revelação 14:6 mostra que os anjos estão ajudando na pregação. Vemos como isso ocorreu na cidade de Boa Vista do Buricá, RS. Os irmãos relataram: “Deveríamos ter começado num lado da cidade que fazia mais tempo que não era trabalhado. Porém, por alguma razão desconhecida iniciamos no lado oposto. Ao batermos na segunda casa, encontramos uma senhora que já por três anos estava esperando a visita das Testemunhas de Jeová, visto que ela tinha começado a estudar em outra cidade, mas mudou-se para esta e perdeu o contato com sua instrutora. Esta senhora orava constantemente a Jeová, orava tanto que o seu marido lhe falou que seus joelhos se gastariam. Num determinado dia ela orou a Deus pedindo que enviasse Suas Testemunhas à sua casa, se estas fossem seus verdadeiros seguidores; caso não, que não aparecessem mais. Na semana seguinte, quando lá chegamos e nos identificamos, ela literalmente pulou da cadeira e disse: ‘Eram vocês que eu estava esperando!’ O estudo está sendo dirigido; cada vez mais ela se mostra interessada, contente, e reconhece que Jeová ouviu suas orações.”
12 Considere a Possibilidade de Participar: Como servos dedicados a Jeová, não vivemos mais para nós mesmos, mas sim para fazer a vontade Dele. Devemos sentir-nos assim como o apóstolo Paulo, que disse em Romanos 1:14, 15: “Sou devedor tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a insensatos: de modo que há um anelo da minha parte para declarar as boas novas também a vós aí em Roma.” Sim, nós também somos ‘devedores’ para com as pessoas que se encontram nas cidades não-designadas ou pouco trabalhadas. Por isso, é ocasião de novamente analisarmos nossa possibilidade, quer individualmente, quer como família, de nos mudarmos para um desses territórios. Ou, de servirmos temporariamente ali, por alguns meses ou algumas semanas.
13 Precisamos ser corajosos, fortes e confiar em Jeová, assim como Josué. Jeová disse a Josué: “Sê corajoso e forte. Não fiques assustado nem aterrorizado, pois Jeová, teu Deus, está contigo onde quer que andares.” (Jos. 1:9) Precisamos confiar em que Jeová nos ajudará a enfrentar os desafios, tais como alugar uma casa, ter suficiente sustento, enfrentar o frio, o calor, um nível de vida inferior, meios de transporte, etc. Aproveite suas férias escolares ou do serviço secular, feriados, ou aposentadoria, e saia de pioneiro auxiliar por um mês ou mais, trabalhando onde há maior necessidade. Uma catequista católica fez o seguinte comentário para alguns irmãos num território não designado: “Aprendi uma lição com vocês. Nós, católicos, usamos as férias apenas para ir à praia. Vocês usam uma parte destas para fazer essa obra tão importante. Acho que todos nós deveríamos fazer o mesmo”.
14 Em nosso congresso de distrito enfatizou-se bastante o que Jesus disse em Mateus 5:14-16, de que somos a “luz do mundo” e devemos ‘deixar brilhar a nossa luz’. Nas grandes cidades, geralmente os territórios têm sido bem trabalhados, as pessoas chegando até a serem indiferentes para com a mensagem que levamos. Portanto, faça planos para se mudar para onde a necessidade é maior, especialmente se já é aposentado ou livre de responsabilidades familiares. Duas famílias talvez possam combinar manter, cada uma, um de seus respectivos membros num território. Seja corajoso e deixe a ‘luz brilhar’ onde há pessoas na escuridão e sedentas da verdade. Evidentemente, será necessário calcular o custo antes de se mudar. — Luc. 14:28.
15 Nas pequenas cidades, arranjar emprego talvez não seja tão fácil, mas poderá seguir o exemplo do que alguns irmãos têm feito. Uma irmã que serve num desses territórios trabalha como cabeleireira durante um dia e meio por semana, e tem uma clientela que não consegue dar conta. Um casal alugou seu apartamento e dois telefones em São Paulo, mudou-se para uma cidade que precisa de ajuda e planeja viver com a renda dos aluguéis. Vários irmãos trabalham num serviço autônomo, tal como vendas, numa cidade grande, talvez por cerca de uma semana, e depois retornam ao território.
16 Se não puder se mudar, talvez possa escolher uma localidade dentre a lista de cidades não-designadas ou pouco trabalhadas, enviada às congregações junto com o Nosso Ministério do Reino de setembro de 1991. Neste caso, solicite ao secretário e então preencha uma Petição Para Trabalho Por Conta Própria em Território Não-Designado ou Pouco Trabalhado (BB-63-T), entregando-a em seguida à Comissão de Serviço da Congregação. Esta, por sua vez, considerará a recomendação e enviará a petição preenchida à Sociedade com pelo menos um mês de antecedência. O peticionário deverá ir para o território depois de receber a aprovação da Sociedade.
17 Lembrete: A Sociedade não fornecerá designações a grupos compostos exclusivamente de irmãos e irmãs solteiros ou a pessoas que estejam passando por problemas sérios na vida e que precisam de ajuda. Portanto, os anciãos não devem enviar estas petições, nem deixar a cargo da Sociedade informar tais pessoas ou grupos de que não se qualificam. Os próprios anciãos devem informá-los. Também, só deverão recomendar irmãos e irmãs aptos e capazes de dar um testemunho eficaz nesses territórios. Além disso, os interessados devem estar preparados para arcar com as despesas envolvidas, tais como transporte, hospedagem, alimentação, etc.
18 Solicitamos que, por gentileza, obedeça estritamente ao seu período designado para um determinado território, não indo além sem antes fazer uma nova petição ou escrever à Sociedade indicando quanto tempo adicional deseja ter para cuidar do território. Ao preencher uma petição, leve em consideração que nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro são pouquíssimas as cidades que precisam de ajuda, e estas se encontram distantes das duas capitais.
19 Neste ano, não estamos provendo uma nova lista de cidades não-designadas ou pouco trabalhadas. Conforme já explicado, grande parte das cidades que aparecem na lista em forma de brochura publicada em setembro de 1991, continuam precisando de ajuda. Portanto, esta lista/brochura deverá continuar exposta no quadro de anúncios e continuará sendo válida também para este ano. As congregações que desejarem, poderão pedir à Sociedade para incluir em sua designação permanente de território qualquer uma dessas cidades.
20 Alguns têm perguntado como relatar suas atividades de campo realizadas nesses territórios. Cada participante entregará seu relatório mensal à congregação a que pertence. Somente no final do trabalho, se este for até seis meses, o capitão do grupo preencherá o formulário Designação Para Trabalhar, por Conta Própria, Onde Há Mais Necessidade (BB-54-T), que a Sociedade enviou para a congregação por ocasião da designação, e o remeterá então à Sociedade. Se o período se estender além de seis meses, tire xerox deste formulário e preencha-o a cada seis meses. Sempre que tiverem experiências interessantes, enviem-nas junto com o relatório. Note que este relatório é independente do seu relatório mensal.
21 Poderia Colaborar?: Em geral, as congregações que têm território rural encontram dificuldades para cobri-lo devido à falta de condução. Os irmãos que têm carro, talvez se disponham a trabalhar e levar outros consigo, o que seria de grande ajuda. Logicamente, os demais irmãos desejarão ajudar nas despesas (combustível, desgaste, limpeza, etc.). Devem fazer arranjos para passar o dia inteiro na zona rural, levando lanches. Muitos irmãos têm feito isso com excelentes resultados, tanto no que diz respeito à colocação de publicações, como em fazer revisitas, dirigir estudos e até mesmo realizar reuniões.
22 Vez por outra ocorre que algumas congregações só conseguem cobrir seu respectivo território a cada três meses, ou até mais tempo, ao passo que outras congregações ou irmãos se prontificam para dar seu apoio, mas, infelizmente, este nem sempre é aceito. Todavia, seria bom se as congregações que têm território pouco trabalhado aceitassem ajuda. Um território que passa três meses ou mais sem ser trabalhado, é considerado pouco trabalhado. Por outro lado, os irmãos que trabalham nesses territórios devem ter em mente não apenas colocar publicações, mas de alguma maneira cuidar dos interessados, por fazer as revisitas, quer pessoalmente, quer por correspondência, ou encaminhá-las aos cuidados da congregação mais próxima.
23 Queremos lembrar que quando a Sociedade faz a designação duma cidade pouco trabalhada para certa congregação que a solicitou, a cidade continua pertencendo à congregação à qual já estava originalmente designada. A congregação solicitante apenas irá prestar ajuda temporária. Poderão, inclusive, fazer arranjos para trabalharem juntas, se assim o desejarem.
24 Consegue perceber que agora é o tempo de grande preocupação com a colheita? Como cristãos discernidores que somos, podemos dizer que sim. Então, “não negues o bem àqueles a quem é devido, quando estiver no poder da tua mão fazê-lo”. (Pro. 3:27) Temos de colaborar com o nosso Amo por irmos até as partes mais longínquas deste país. Analisemos pessoalmente a nossa situação. Consideremos o assunto em oração a Jeová e, como Seus “colaboradores”, façamos cada um a nossa parte na colheita ou ajuntamento de ovelhas, de modo a podermos levar a término a obra que Jeová nos confiou. (1 Cor. 3:9; João 17:4) Que privilégio bendito é esse!