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  • Eu era budista
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Despertai! — 1971
g71 22/8 pp. 23-26

Eu era budista

CONFORME NARRADO AO CORRESPONDENTE DE “DESPERTAI!” NO LAOS

EU ME levantava antes do amanhecer, punha meu sarão e ia para a cozinha começar o dia. Primeiro, tinha de acender o fogareiro de querosene. Daí, colocava nele grande panela de água. Por fim, grande cesta em forma de cone, cheia de arroz, que havia ficado de molho a noite toda, era colocado dentro da panela de água. O arroz pouco tinha cozinhado e já era lançado numa cesta para carregá-lo, quando o tambor do templo da vizinhança ou wat ressoava monotonamente.

Isso mesmo. Eu não estava de pé às cinco da manhã preparando arroz para mim mesma. Era para os monges do wat da vizinhança. O toque do tambor dava o sinal para que eu e minhas vizinhas levássemos nossas cestas de arroz para a rua e esperássemos a chegada dos monges. Estávamos todas vestidas primorosamente com nossos melhores sarões de seda, com mantas de seda colocadas por sobre os nossos ombros esquerdos. Ajoelhamos numa extensa fila na rua, e, logo depois, pela porta do wat veio a procissão de monges descalços, de mantos da cor do açafrão.

Quanto respeitávamos tais homens! Não haviam dado suas vidas, ou pelo menos parte delas, em devoção a Buda e a seus ensinos? Que privilégio considerávamos ter em poder oferecer-lhes apoio desta forma. À medida que cada monge passava por mim, eu colocava um punhado de arroz da minha cesta e o colocava na tigela estendida. Nenhum dos monges disse uma palavra sequer, nem mesmo as costumeiras khob chai (obrigado). Era nosso privilégio dar. Deveras, por propiciar dádivas a tais “homens santos”, críamos plenamente que estávamos obrando boon, isto é, cultivando mérito para nós mesmas, de modo que, em nossa reencarnação, fossemos felizes e ricas, e tivéssemos uma casa grande e muitos servos.

Quando o último monge acabou de receber seu arroz, tomei pequeno frasco de água e derramei seu conteúdo no solo. Esse era o nosso modo de invocar Nang Thorani, a deusa Terra, e nossos ancestrais mortos para dar testemunho de nossas boas ações. À medida que os monges iam embora, cada uma de nós meditávamos silenciosamente com cabeças baixas, cheias de satisfação por um ato bem executado.

Sim, eu amava minha religião e aproveitava toda oportunidade de organizar uma festa especial para minhas amigas ou ir ao wat ajudar os monges em seu trabalho. Obedecia aos preceitos do budismo e achava que estava lançando esplêndido alicerce para a minha vida seguinte.

Nova Experiência

Naquele tempo, eu vivia numa cidade do sul do Laos. Estava empregada como bibliotecária. Certo dia, uma senhora veio à biblioteca e se apresentou como missionária das testemunhas de Jeová. Isso era algo novo para mim, mas senti-me atraída pela sua personalidade calorosa e amigável. Ela me disse algo sobre as crenças dela e me pareceram tão boas que pensei para mim mesma: “São igualzinhas ao budismo.”

Pouco depois, mudei-me mais para o sul, para onde moravam meus pais, e ali não havia nenhuma testemunha de Jeová. Ao mesmo tempo, a missionária se mudou para a capital, de modo que, no decorrer dos dois anos seguintes, encontrei-me apenas uma vez com ela, durante uma visita a Vientiane. De novo fui embora com a idéia de que a religião dela se assemelhava de perto à minha.

Para explicar esta aparente similaridade, devo mencionar que o budismo ensina que a salvação é obtida por se seguir a Vereda Óctupla: (1) O conceito correto — ver o mundo realisticamente; (2) A resolução correta — tentar libertar-se de qualidades tais como o orgulho e o ressentimento, e esforçar-se em amar os seus inimigos; (3) A linguagem correta — que Buda definiu como “abstinência da linguagem mentirosa, de responder e de usar linguagem abusiva e conversas vãs”; (4) A conduta correta — ser pacífico, puro, honesto; (5) O modo correto de se viver — evitar o trabalho que cause sofrimentos a outros; (6) O esforço correto — desenvolver estrenuamente bons estados mentais; (7) A mentalidade correta — ser vigilante ou ficar mentalmente alerta de forma a evitar a linguagem ou a conduta descuidada; e (8) A concentração correta, isto é, a meditação.

Na questão de conduta, o ensino da Bíblia me parecia bem similar ao ensino budista. Há especialmente íntima semelhança entre os mandamentos alistados em Êxodo 20 e quatro dos “cinco preceitos” que os budistas recitam no templo nos dias santificados.

“Aceito o preceito de abster-me de matar;

Aceito o preceito de abster-me de roubar;

Aceito o preceito de abster-me de adulterar;

Aceito o preceito de abster-me de mentir;

Aceito o preceito de abster-me de bebidas alcoólicas que provoquem a embriaguez e a falta de cuidados.”

Lá naquele tempo eu achava que a Bíblia era apenas outro livro de regras religiosas. Jamais me ocorrera que era de autoria divina, e que continha evidências que provavam não ser uma simples obra dos homens. Ao mesmo tempo, eu presumira que a missionária era católico-romana. Calculei que assim como há muitas variedades de budismo (conforme praticadas na Índia, Laos, Japão, e assim por diante), assim as testemunhas de Jeová e os católicos eram variedades da mesma religião.

Depois de dois anos no sul, obtive um emprego em Vientiane. Quando me estabeleci ali, decidi visitar a missionária no endereço que ela me dera. Realmente gostei dela. Ela aproveitou a ocasião para me convidar para assistir às reuniões das Testemunhas, mas eu não estava suficientemente interessada para aceitar. Lembro-me de que, naquele tempo, tentava ler o livro Do Paraíso Perdido ao Paraíso Recuperado e não podia entendê-lo. Ademais, possuía minha religião.

Momento Decisivo

Minha amiga missionária se mantinha em contato comigo, e, em cada oportunidade, instava comigo a que assistisse às reuniões das testemunhas de Jeová. Por fim, consenti e comecei a aprender muitas coisas boas da Bíblia. Visto que sempre tinha em alta conta as coisas sagradas, apreciei estudar a Bíblia, muito embora não pudesse ainda ver qualquer clara distinção entre os seus ensinos e o budismo.

Chegou um momento decisivo para mim quando a missionária me forneceu um exemplar da revista Despertai! certo dia. Era um número que tratava da vida familiar. O ensino budista tem pouco a dizer sobre este assunto, e, como resultado, a poligamia, o divórcio, o casamento consensual, o abandono e a prostituição são bem comuns. Mas, agora, descobri que a Bíblia especificamente delineia o dever do pai de sustentar a família, de ensinar e disciplinar, e de assumir a liderança na adoração e em todos os outros assuntos vitais. (Pro. 29:17; Efé. 6:4; 1 Tim. 5:8) E aprendi que a posição da esposa é mostrar respeito ao marido, enquanto se ocupa no lar, para o benefício de sua família. — Tito 2:4, 5.

Exposto o Demonismo

Outra revista que me impressionou tremendamente foi um exemplar de A Sentinela com o artigo sobre “Repelindo o Ataque dos Espíritos Iníquos”. Como vê, a adoração dos demônios abunda no Laos. Embora não seja estritamente parte da religião budista, milhares crêem nisso e procuram apaziguar os demônios. Por exemplo, pode ver num canto do quintal de muitos lares uma casinha provida para o espírito a quem supostamente pertence aquele terreno. Poderia ser um espírito bom ou ruim, mas, em qualquer caso, tem de ser apaziguado com oferendas de alimento, flores, incenso e assim por diante. Espera o morador que, com tais dádivas, consiga a proteção do espírito.

Supõe-se que os demônios são espíritos dos mortos que retornaram à terra. A maioria dos laosianos têm muito medo deles, pensando que podem provocar doenças e a morte e outros males, ao passo que eles mesmos são incapazes de manter-se livres da influência deles.

Imagine só que revelação foi para mim ler na Bíblia que os demônios são realmente anjos desobedientes, criaturas perversas, inimigos de Deus e do homem! (2 Ped. 2:4; Mat. 4:24) Mais do que isso, aprendi que a única forma de livrar-se de suas influências maléficas era livrar-se de qualquer coisa relacionada com eles, estátuas, gravuras, encantamentos, livros de artes mágicas, e confiar na ajuda de Deus. — Efé. 6:10-18; Atos 19:19.

Uma vez a questão dos demônios ficou clara em minha mente, eu verifiquei ser fácil aceitar a explicação de algumas de nossas cerimônias budistas, embora fossem inesperadas. Por exemplo, a favorita cerimônia laosiana — baci (pronuncia-se báci) — acha-se intimamente relacionada com o demonismo. É realizada em ocasiões especiais, tais como quando alguém fica doente, ou vai numa longa viagem, ou quando nasce um filho. Uma longa corda de algodão é cortada em pequenos pedaços e os presentes amarram os pedaços nos pulsos dos outros. O resultado é que cada um terá muitos cordões em seus pulsos. Estes, segundo sempre nos ensinaram, deviam trazer boa sorte.

A missionária indicou que tais cordões estavam relacionados com a idéia de que cada um dos trinta e dois órgãos vitais do corpo é habitado por uma “alma”.a A finalidade dos baci é chamar de volta a quaisquer destas “almas” que tenham partido. Se a pessoa tiver uma dor de cabeça, por exemplo, é porque essa determinada “alma” se desviou para alguma parte, e tem de ser chamada de volta se se vai conseguir a cura. E, se a pessoa estiver prestes a empreender longa viagem, é vital que todas as suas “almas” estejam presentes em tal empresa. Desnecessário é dizer que, quando aprendi os fatos, deixei de participar em tais cerimônias imediatamente.

Grata de Ficar Livre da Babilônia

Outra surpresa para mim foi aprender que Jeová Deus é o Único que criou a terra. (Isa. 45:11, 12) Desde a infância me foi ensinado, assim como aos demais budistas, que tudo aconteceu por acaso. Temos muitas lendas no Laos a respeito da origem da raça humana, mas nenhuma delas, segundo me recordo, menciona um Criador. Agora começava a ver a razoabilidade da Palavra escrita de Deus. Por certo, tudo que vemos ao redor de nós, na vida, proclama a existência de um Criador! — Rom. 1:19, 20.

Por fim aprendi, mediante o estudo bíblico regular, que há a religião verdadeira e a religião falsa. Fiquei surpreso de verificar que todas as falsas religiões em suas várias manifestações encontram sua raiz na antiga religião de Babilônia — religião que confundiu os homens e desonrou a Deus, religião que sublinhou ritos e cerimônias e não inculcou genuína educação na justiça a seus devotos.

Quando, por fim, tive a oportunidade de comparecer a uma grande assembléia das testemunhas de Jeová, vi por mim mesma que o ensino da Bíblia a respeito de se ter amor entre nós mesmos era deveras posto em prática. (João 13:35) Desse ponto em diante, jamais olhei mais para trás. Sabia que estava na direção certa.

No devido tempo, simbolizei minha dedicação ao Criador pelo batismo em água na assembléia de distrito em Chiengmai, no norte da Tailândia, e, desde então, tenho tentado arduamente ajudar outros a encontrar a verdadeira religião. Jeová tem abençoado meus humildes esforços, pois meu irmão mais jovem, que certa vez entrara num wat budista como noviço, agora já dedicou a vida a Jeová, e outro membro de minha família começou a estudar a Bíblia.

[Nota(s) de rodapé]

a Kingdom of Laos (Reino do Laos), págs. 128-131.

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