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  • Despertai! — 1974
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Despertai! — 1974
g74 22/2 pp. 25-27

De onde vêm as palavras?

Do correspondente de “Despertai!” na Rodésia

AO DOMINARMOS uma língua, nosso modo de pensar se torna inseparavelmente ligado a palavras, de modo que é impossível formular idéias sem usarmos palavras. Mas, de onde vêm as palavras? Como começam?

Os familiarizados com as Santas Escrituras sabem que o Grande Arquiteto da linguagem não é outro senão Jeová Deus mesmo. Ele deu ao primeiro homem e mulher a habilidade de falar, e mais tarde, por ocasião da construção da Torre de Babel, trouxe à existência uma variedade de línguas, cada uma com seu próprio vocabulário e gramática. Isto era eficaz meio de trazer a fim inglório um projeto dos opositores de Deus contra Seu propósito. — Gên. 11:1-9.

A influência mútua entre as várias línguas desde aquele tempo e o efeito de umas sobre as outras constituem fascinante estudo.

Toma Forma o Inglês

Quanto à língua inglesa, os lingüistas modernos agrupam-na entre as línguas germânicas, visto que suas origens estão na língua dos anglos e saxões que procedem da parte ocidental da Europa que se tornou a província romana da Gália. Presentemente, contudo, a língua é verdadeiro pot-pourri de muitas línguas. Embora grande parte da língua derive-se do grego e latim, bem como do anglo-saxão original, a linguagem da pessoa de fala inglesa talvez contenha vestígios de francês, italiano, hindi, russo e turco, para citar apenas algumas.

A primeira parte duma palavra, amiúde chamada “prefixo”, talvez dê indício de sua origem. O prefixo “tele-”, por exemplo, talvez indique que a palavra se formou do grego. Assim, temos “telegrama”, significando “algo escrito de longe”, e “telescópio”, que significa “ver de longe”. A palavra “televisão” é híbrida, a primeira parte sendo do grego e a parte final do latim. Basicamente, significa “ver de longe”, exatamente o que fazemos ao vermos televisão.

“Pan-” é outro prefixo grego. Temo-lo na palavra “panteão”, que significa “todos os deuses”. Também o temos na palavra “pandemônio”. Sabe o que significa literalmente essa palavra? “Todos os demônios”; e é isso o que parece existir quando há um pandemônio.

A parte final da palavra, ou “sufixo”, como os lingüistas a chamam, amiúde nos ajuda a identificar a origem da palavra. Com certeza já notou que muitas palavras terminam em “-logia”, tais como “arqueologia”, “antropologia”, “biologia”, e “geologia”. Visto que os gregos usavam a palavra logia para significar “estudo”, “tratado”, “conhecimento”, podemos ver que “arqueologia” significa “estudo do antigo”, “antropologia” significa “estudo do homem”, “biologia” significa “estudo da vida” e “geologia” significa “estudo da terra”.

Um viajante que percorra a Inglaterra não pode deixar de notar que os nomes de certas vilas e cidades têm a mesma terminação. Por exemplo — Chester, Chichester, Manchester e Rochester, e Bicester, Chirencester, Leicester e Worcester. Por que a similaridade? Os nomes constituem relíquia da ocupação romana da Bretanha, quando os acampamentos militares foram estabelecidos para manter a Pax Romana. A palavra latina para “acampamento” é castra, da qual provém o “-chester” ou “-cester” de hoje. Também se nota outros nomes ingleses de locais, tais como Wigston Parva e Wigston Magna, ilustrando de novo o impacto do latim sobre o inglês. Visto que parva é a palavra latina para “pequena” e magna é a palavra latina para “grande”, tais nomes significam apenas Wigston “Pequena” e Wigston “Grande”.

Em alguns casos, nomes de pessoas e lugares têm sido aceitos no inglês para significar coisas usadas cada dia. Quando o construtor usa um “guincho” elevado para erguer um grande componente até o alto dum prédio, talvez não se dê conta de que esta máquina útil recebeu seu nome de Derick, carrasco inglês do século dezessete.

Para proteger seus pés da neve dura e da neve semiderretida, a mãe inglesa talvez diga ao filho para calçar seus “wellingtons”. Por que tal nome estranho para o que outros talvez chamassem de “botas de borracha”? A palavra vem do Duque de Wellington, o famoso general da Batalha de Waterloo, de 1815, e do tipo de botas que ele usava. Um marechal-de-campo alemão, contemporâneo do Duque de Wellington, Von Blucher, diferia em gosto quanto a calçados, e assim emprestou seu nome a outro estilo de botas, “bluchers”, ou botas de cano curto.

O estudante de eletricidade logo aprende que as unidades elétricas de potência, tensão, corrente e resistência vêm dos nomes de James Watt, engenheiro escocês, Alessandro Volta, físico italiano, do cientista francês Ampère e do alemão Georg Ohm. Estas são as nomenclaturas que usa em seus cálculos todo dia.

As palavras às vezes resultam da união de partes de duas ou mais palavras inglesas. Exemplos disto são “avionics” (de “aviation electronics”) e “parsec” (de “parallax” e “second”), unidade astronômica igual a 3,26 anos-luz. Outras palavras são formadas das simples iniciais das palavras que constituem o nome comprido daquilo que designam. Note isto no caso de RADAR (radio detecting and ranging) e MASER (microwave amplification by simulated emission of radiation).

Na cidade de Newcastle-sobre-o-Tyne, na costa nordeste da Inglaterra, há uma rua chamada Two Ball Lonnen. Como este nome estranho surgiu? A palavra “lonnen” é fácil visto ser antiga palavra do norte da Inglaterra para “lane” (ruela). Mas, por que “Two Ball Lonnen” (Ruela das Duas Bolas)? Os habitantes locais afirmam que nos tempos antigos a estrada costumava dar para uma casa grande que tinha, em ambos os lados de sua entrada, uma coluna de tijolos encimada por grande bola de pedra esculpida. Daí o nome incomum de hoje.

Intercâmbio Lingüístico na África

O intercâmbio lingüístico, que exerceu tão profundo efeito no inglês, também teve influência nas línguas da África Central e Meridional. O chichona, cibemba, cinianja, iao, tumbuca, zulu e outras línguas de Malaui, Moçambique, Rodésia, da África do Sul e de Zâmbia pertencem ao grupo de línguas conhecido como bantu. Com o comércio e a viagem entre tais países, é compreensível que houvesse intercâmbio entre suas línguas. Bom exemplo disto é a palavra cinianja para “arco-íris”, que é uta wa Leza, literalmente querendo dizer, “arco de Deus”. No entanto, a palavra cinianja para “Deus” é Mulungu, e não Leza. Como foi então que a palavra Leza veio a ser incluída nesta palavra para “arco-íris”? A resposta é que o povo de língua cinianja a emprestou dos que falavam cibemba da vizinha Zâmbia, que deveras usam esta palavra para “Deus”.

As línguas bantus também foram influenciadas pelos visitantes de fora da África. Há centenas de anos atrás, os marujos portugueses desembarcaram na Ilha de Moçambique e espalharam sua influência no interior. Não demorou muito até encontrarem o povo de língua cinianja, e, assim, a língua cinianja traz hoje a marca inequívoca do português. Daí as palavras cinianjas kapitao (capitão), fosiko (fósforo), mkaju (cajueiro), vinyo (vinho), maora (horas), nsapato (sapato), e malinyero (marinheiro).

É preciso cuidado, contudo, de não se presumir que todas as palavras bantus que sejam de som ou grafia similares a palavras de outras línguas sejam transliterações. Isto nem sempre acontece. Sempre que pessoas de fala cinianja se encontram, a primeira palavra em suas bocas é Moni, sua palavra de cumprimento. Não se determinou a origem desta palavra. Alguns acham que se deriva da expressão “Good morning” (Bom dia), em especial pelo jeito em que se pronuncia. No entanto, a possibilidade é igualmente grande de que seja contração de moyo-ni, em cinianja, que significa “saúde (ou vida) para você”.

O mesmo se dá com a palavra cinianja waulesi, que significa um “indivíduo preguiçoso, mole, fraco”. Devido à sua pronúncia, poder-se-ia concluir que se deriva do inglês “lazy” (preguiçoso), mas isto não se dá, muito embora se tenha tornado um bom equivalente da palavra inglesa. Realmente procede da raiz le, que significa “mole”, e tem a idéia de constituição fraca por já nascer assim, e subentende-se ligeiro opróbrio.

Ilustrando a singular origem de algumas expressões, há o caso de lifule, a palavra cinianja para “rapé”. Em Malaui, há um camundongo que fecha seu buraquinho na entrada, ou a alguma distância adentro, e a terra solta usada para isto é chamada chifule. Devido a sua semelhança a esta terra escavada, por causa de ser solta, o “rapé”, é chamado lifule.

Em cinianja, outro camundongo tem o nome de lidiakhwere. O nome vem das palavras kudya (comer) e kukwera (subir), assim, significa literalmente, “come enquanto procura alcançar”, o que descreve com exatidão o hábito desta criaturinha. Desta mesma raiz kukwera vem a expressão cinianja kukwera mtima (ficar irado), que literalmente significa “o coração sobe”. A expressão oposta, que significa “acalmar-se” (kutsika mtima), surge da idéia de que o coração “desce” ou volta a seu lugar. Esta mesma idéia de “descer” é vista na palavra cinianja para “dia” (tsiku), que vem da impressão de que o sol “desce”, e, assim, refere-se a um período no fim do qual o sol desce.

Tanto no inglês como no cinianja há palavras onomatopéicas, isto é, imitam os sons feitos pela coisa que designam. Outro nome para a ave européia, o pavoncino, é “abibe”. É similar ao canto da ave. Em cinianja, temos chigagadagagada, significando “picar” ou “retalhar” e mtswatswa (barulho de andar no mato ou sobre folhas secas), ambos os quais são similares ao som da ação descrita.

Deste breve passeio pelo campo da etimologia, podemos depreender quão absorvente pode ser um assunto. O comércio, a viagem, a conquista e a cultura — todos deixaram sua marca sobre as línguas do mundo.

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