BIBLIOTECA ON-LINE da Torre de Vigia
BIBLIOTECA ON-LINE
da Torre de Vigia
Português (Brasil)
  • BÍBLIA
  • PUBLICAÇÕES
  • REUNIÕES
  • g74 8/5 pp. 8-11
  • Nova visão de Fundy

Nenhum vídeo disponível para o trecho selecionado.

Desculpe, ocorreu um erro ao carregar o vídeo.

  • Nova visão de Fundy
  • Despertai! — 1974
  • Subtítulos
  • Matéria relacionada
  • Mares, Suas Causas
  • Por Que as Marés de Fundy São Tão Notáveis
  • Macaréus
  • Conviver com as Marés
  • Nova Visão de Fundy
  • Energia das marés
    Despertai! — 1991
  • A maravilha de nossas refluentes marés
    Despertai! — 1984
  • O que é maré vermelha?
    Despertai! — 2001
  • O mistério das marés de Euripo
    Despertai! — 2002
Veja mais
Despertai! — 1974
g74 8/5 pp. 8-11

Nova visão de Fundy

Do correspondente de “Despertai!” no Canadá

MINHA prévia visita à Baía de Fundy foi na minha infância, mas, a primeira impressão perdurava: a de descrença. O atracadouro tinha cerca de nove metros de altura, mas o navio amarrado nele era alto e seco, ou declarando-se mais exatamente, assentava-se num mar de lama.

“Quem tirou a tampa?” — comentei brincando com um pescador que trabalhava em seus equipamentos. Ocultando um olhar de resignação, declarou quietamente: “É maré baixa. Voltará à alta às 14,30 desta tarde.” Esta foi minha representação de Fundy, detentora das marés mais gigantescas do mundo.

A Baía de Fundy, esporão saído do Atlântico Norte, localiza-se entre as províncias marítimas de Nova Escócia e de Nova Brunswick, do Canadá. A ponta que avança terra adentro, ou “cabeça”, é dividida por uma cunha de terra em duas baías menores, a Bacia de Minas e a Baía de Chignecto. É aqui que Fundy flexiona seus músculos com ardor, apresentando marés que atingem a vizinhança dos 15 metros.

Mares, Suas Causas

As marés vêm e voltam: maré alta, daí, a maré baixa. Fundy, como a maioria das áreas costeiras do Atlântico, vê este padrão ser repetido duas vezes em cada dia lunar, ou um período de 24 horas e 50 minutos. Dia após dia, continua este ciclo infindável, como sói acontecer desde os dias de Noé. Por quê? O que provoca este predizível ritmo como que de pulsação?

Basicamente, a resposta cabe à lei da gravitação. Tanto o sol como a lua exercem poderosa atração gravitacional sobre a terra e seus oceanos. A imensa distância do sol torna sua força de atração a bem menor das duas. Devido a distância entre a terra e estes corpos celestiais variar, de dia em dia, igualmente variam suas forças de atração. Também, por causa de a declinação da lua, ao norte ou ao sul do equador da terra, alterar-se continuamente, isto tem efeito sobre a ocasião das marés nas várias partes do globo. Tais noções fundamentais de forma alguma fornecem a história completa, contudo, pois os cientistas podem alistar uma multidão de fatores contribuintes, sendo na maioria de natureza geográfica local.

Mas, então, por que Fundy apresenta dois conjuntos de marés altas e baixas em cada dia lunar? Lembre-se de que a atração gravitacional atinge tanto o solo como a água, mas a água é mais amplamente atingida visto não ser rígida. O tempo da maré alta para qualquer localidade fixa é certo intervalo de tempo depois da passagem da lua pelo meridiano de tal localidade, o que faz com que o oceano se afaste do solo maciço e resulta numa maré “direta” sobre o lado da terra que dá para a lua. Mas, no lado diametralmente oposto da terra, também acontece um acúmulo de água. Poderia dizer que, nesse local, a terra está sendo puxada para baixo e sendo afastada da água, produzindo uma maré “oposta”.

Um ponto a observar, contudo, é que nem todas as áreas costeiras do globo partilham o mesmo padrão de marés semidiurno (duas vezes por dia) de Fundy. Embora seja de longe o tipo mais comum de padrão, lugares mais espalhados da terra apresentam um ritmo “diurno” de uma alta e uma baixa no dia lunar. A explicação para isso não e simples, mas, segundo os oceanógrafos, é considerado, basicamente, o resultado de várias forças de marés e de características geográficas locais, que se combinam com um efeito neutralizador.

A diferença entre a preamar e a baixa-mar é denominada “altura” ou “amplitude” das marés. Esta amplitude alcança seu ponto máximo no tempo das luas cheias e novas. As resultantes “marés de águas vivas” se devem a que o sol e a lua estão em linha reta com a terra, produzindo assim a maior força combinada de atração. Durante a primeira e a quarta fase da lua, as “marés de quadraturas” ou marés de águas mortas, ocorrem. A razão: a lua se situa a 90 graus longe do sol, resultando numa atração gravitacional combinada que é mais ou menos a metade da força lunar sozinha. O Cabo Econômico, na Bacia de Minas, registra marés de águas vivas, próximas de 16 metros, contrastando com as marés de quadratura que ainda têm impressionante amplitude, embora muito menor, de quase 7,30 metros.

Ocasionalmente, realmente bate o pulso da terra, quando forte vento ou uma ajuda de vento do mar reforça a preamar. Tal “maré montante” apresenta terrível potencial para causar desastres.

Por Que as Marés de Fundy São Tão Notáveis

Por que as marés de Fundy deveriam destacar-se sobremaneira das de outras áreas do mundo? Uma espiada no mapa revela parte da resposta.

Gigantesca pá côncava, formada pelas costas curvas dos estados adjacentes de Maine, Nova Hampshire e Massachusetts, dos EUA, canaliza a água para a boca-funil de Fundy! A medida que as vagas entram na Baía de Fundy, dá-se uma espremida, devido ao canal constantemente afunilado e a elevação gradual do fundo. O resultado: as vagas brandas se tornam impetuosa montanha de água que bate contra a cabeça da Baía. Isto explica as grandes variações da amplitude das marés por toda a extensão da Baía de Fundy. A Baía de S. Maria, próxima do estuário de Fundy, registra uma amplitude de cerca de 6,70 metros, ao passo que a Baía de Chignecto e a Bacia de Minas têm monstros com amplitudes de 14 e 16 metros, respectivamente.

Um fator, chamado ressonância, também contribui para as marés de Fundy. Ilustrando-se de forma simples, se agitar a água num frasco, ela tende a oscilar ou a mover-se em movimento oscilante, amiúde salpicando nos extremos. Os oceanos contêm muitos de tais frascos naturais, um dos quais é a Bacia de Fundy. Cada uma destas bacias tem seu próprio período de oscilação, determinado por sua extensão e profundidade. Ao variarem as marés de Fundy, duas vezes por dia (a cada 12 horas e 25 minutos), a extensão da bacia pouco fica a dever para fornecer perfeita ressonância aos ritmos solar e lunar. Esta é uma das razões básicas de as marés de Fundy serem gigantescas entre as mais gigantescas, quando batem contra as orlas da Baía.

Macaréus

O silêncio no embarcadouro foi subitamente interrompido pelo meu conhecido pescador: “Se desejar ver o macaréu, é melhor ir andando.” Eu quase me havia esquecido. O macaréu não é algo que o visitante de Fundy deva perder. Com efeito, publicaram-se tabelas para o benefício dos que desejam ver este fenômeno natural.

Um “macaréu” ocorre quando as poderosas ondas entrantes da maré colidem com o fluxo de um rio que deságua no mar. Dentro dos limites das margens do rio produz-se uma parede de águas que parecem estar lutando para ir corrente acima. Deve-se notar que nem todos os rios costeiros apresentam tal maravilha, mas usualmente se associa com locais relativamente rasos e súbitos aumentos no declive do leito do rio.

Vários rios de Fundy apresentam esta exibição; alguns com apenas alguns centímetros e outros com macaréus muito maiores. Na cidade de Moneton, 32 quilômetros para o interior da Baía de Chignecto, os turistas param regularmente para ver o macaréu de 91 centímetros a 1,20 metros no Rio Petitcodiac. Impressionantes como sejam, contudo, os macaréus de Fundy são ananicados diante dos do Rio Fuchum, na China e do Rio Amazonas, da América do Sul. No Amazonas, um observador pode ver aparente queda d’água, com mil e seiscentos metros de largura e com quase 5 metros de altura, movendo-se corrente acima, a mais de 20 quilômetros por hora. Sim, as marés da terra são deveras uma força poderosa que se tem de enfrentar.

Conviver com as Marés

Durante séculos, o pulso da vida marítima tem sido orientado pelo “relógio das marés”. O movimento da frota pesqueira, tanto dos navios mercantes como da marinha de guerra, foi atingido. As docas da Nova Escócia, certa vez as mais movimentadas do mundo dos navios a vela, viviam pelas marés. A navegação do século vinte ainda o faz, em Fundy.

A baixa-mar e o fluxo ainda governam os muitos pescadores ao longo das praias de Fundy. Um método, que utiliza “caniçadas para pesca”, armadilhas que consistem em varas compridas enfileiradas com redes, na realidade faz com que a própria maré efetue a pescaria. Quando a maré é alta, apenas os topos das varas são visíveis acima d’água. Ao baixar a maré, as águas vazantes deixam os peixes enredados nas redes. Rapidamente, na maré baixa, o pescador leva seu caminhão ou caminhoneta, por cima da lama, até a caniçada, e coleta os peixes. Tentando bater o pescador em sua colheita, há as hordas sempre presentes de famintas gaivotas. Há, no entanto, uma razão mais séria para não se perder tempo; o dilúvio que então avança não faz escolha quanto ao que ou a quem apanha em sua armadilha.

Dominar o mar em enchente como fonte de energia não é nada novo. Na Inglaterra, a cidade de Londres possuía sua primeira estação de bombeamento d’água movida por uma roda impulsionada pela maré, na Ponte da Velha Londres. Uma instalação movida pela maré, para o despejo de esgotos, ainda estava em uso em Hamburgo, Alemanha, em 1880. E as marés de Fundy também têm trabalhado, movendo moinhos. Uma de tais serrarias movidas pela maré ainda estava evidentemente em uso em Maine, EUA, até mesmo há uns vinte anos atrás.

Mas, desenvolver a produção de energia em larga escala em Fundy era uma história diferente. Neste século, fizeram-se vários estudos de exeqüibilidade, a tentativa mais extensa sendo feita na Baía de Passamaquoddy, enforquilhando a divisa entre Nova Brunswick e Maine. Em cada caso, o homem não possuía o que era necessário para dominar o gigante inquieto. Faltava-lhe a cooperação, a tecnologia e o financiamento.

Nova Visão de Fundy

Mais uma vez, Fundy é de novo um ponto focal de interesse. Por que esta nova visão de Fundy?

A confiança, através da experiência técnica, transmudou o aproveitamento de energia gerada pela maré, do reino dos sonhos para modesta realidade. A pesquisa internacional tem aumentado, ao ponto que duas usinas movidas pelas marés constituem tais realidades. Uma delas é pequeno projeto experimental na Baía de Rislaya, local a 960 quilômetros ao norte de Murmansk, na U. R. S. S. A outra é um projeto energético de plena escala no Rio Rance, em França, que atualmente gera 544 milhões de quilowatts-horas de eletricidade por ano. “Então, pode ser feito!”, afirmam os engenheiros, agora ansiosos de pôr por obra suas perícias contra o gigante, Fundy.

Outra razão se relaciona a novas soluções para um problema básico da energia gerada pelas marés: o fato de que a produção máxima de energia dependia, até recentemente, do ritmo natural das marés, e, por isso, não coincidia necessariamente com os períodos em que a energia era necessária. A produção de novas unidades de turbinas-geradoras de fluxo reversível e novos conceitos de construção para fornecer energia em quantidades diárias mais uniformes, encorajaram que se tenha nova visão da exeqüibilidade da energia gerada pelas marés.

E, agora, talvez o maior catalizador que faz voltar a atenção para Fundy: a crise energética! Relacionada a ela, há a crescente preocupação quanto à poluição. A energia gerada pelas marés é essencialmente energia “limpa”, sem os conhecidos problemas principais da poluição atmosférica, terrestre ou aquosa. Ademais, a energia gerada pelas marés não é limitada, como os recursos minerais, mas é tão fidedigna quanto as marés incessantes.

Assim, existe a necessidade de energia; o suprimento de energia se acha disponível; a maioria dos problemas técnicos, embora difíceis e complexos, podem ser encarados agora. O que impede que as marés de Fundy beneficiem mais plenamente o homem? O dinheiro! Financiar tal colossal projeto, com seus enormes custos de construção, junto com altas taxas de juros e crescente inflação monetária, é deveras um obstáculo! Num sistema mundial de coisas em que as prioridades são principalmente governadas pelas vantagens financeiras, isto talvez bem resulte ser a barreira que, no presente, faça com que as marés gigantescas de Fundy permaneçam inaproveitadas.

[Mapa na página 8]

(Para o texto formatado, veja a publicação)

Nova Brunswick

Baía de Chignecto

Bacia de Minas

Nova Escócia

Baía de Passamaquoddy

Maine

Baía de S. Maria

Baía de Fundy

Oceano Atlântico

N. H.

    Publicações em Português (1950-2025)
    Sair
    Login
    • Português (Brasil)
    • Compartilhar
    • Preferências
    • Copyright © 2025 Watch Tower Bible and Tract Society of Pennsylvania
    • Termos de Uso
    • Política de Privacidade
    • Configurações de Privacidade
    • JW.ORG
    • Login
    Compartilhar