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  • g76 22/3 pp. 16-21
  • A vida no mundo tridimensional dos oceanos

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  • A vida no mundo tridimensional dos oceanos
  • Despertai! — 1976
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  • Métodos Marinhos de Proteção Para Sobrevivência
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Despertai! — 1976
g76 22/3 pp. 16-21

A vida no mundo tridimensional dos oceanos

O OCEANO é verdadeiro reservatório de vida. Não só a sua superfície ocupa mais de 70 por cento da área terrestre, mas sua tremenda profundeza, tendo em média bem mais de três quilômetros, o torna um mundo tridimensional de enorme capacidade, tendo muitos níveis por todo o seu domínio.

Encontra-se vida em qualquer parte do oceano, em qualquer profundidade. Ao longo de suas praias, pulula de vida intensamente ativa. Num nível inferior, na plataforma continental, a vida também é muito ativa. Mais para fora, nos altos mares, a maior parte da vida existe nos níveis mais superiores, próximos à superfície. Mas, mesmo nas profundezas abissais das mais profundas fossas há vida, realizando sua parte no sistema ecológico do oceano.

A Cadeia Alimentar

Obviamente os incontáveis bilhões de animais marinhos exigem prodigiosa quantidade de alimento. Embora haja grandes quantidades de algas marinhas, tais como no Mar de Sargaços, não é de jeito nenhum a principal fonte alimentar. Com efeito, as algas marinhas cumprem pequeníssima parte. Em realidade, mais de 90 por cento da matéria orgânica básica que edifica e nutre toda vida marinha é sintetizada nas camadas iluminadas dos altos mares pelas muitas variedades de “fitoplancto”.

Os fitoplanctos são plantas microscópicas que flutuam perto da superfície, onde podem utilizar a luz solar. Precisam ter luz para efetuar seu trabalho e viver, exatamente como a maioria das plantas terrestres necessitam da luz solar. Os fitoplanctos fabricam alimento pela fotossíntese, processo que utiliza energia da luz solar para converter os nutrientes minerais do oceano em alimento. Isto é vital para os animais, visto não poderem sintetizar seu próprio alimento.

Assim, da mesma forma que a vegetação terrestre fornece alimento básico para todos os animais terrestres, a vida vegetal constitui o alicerce alimentar dos habitantes dos oceanos. — Gên. 1:29, 30.

Grandes camadas de fitoplanctos vagueiam pelos oceanos, usualmente sendo mais densas onde “upwellings” (ressurgências) trazem nutrientes minerais do leito oceânico, ou onde correntes transportam tal alimento. Os principais comedores do fitoplancto são pequenos animais chamados “zooplanctos”. Estes mergulham abaixo da superfície a uma profundidade, de 300 a 1.200 metros, durante o dia, e sobem de novo à noite para empenhar-se em frenética alimentação. Outros pequenos peixes que comem o fitoplancto, e alguns que comem o zooplancto, acompanham esta hoste migratória, todos juntos formando o que é conhecido como “deep scattering layer” (profunda camada de‵ espalhamento). Tão grossa é que, nos primeiros tempos do uso de sonares medidores de profundidades, esta camada era amiúde confundida com o leito do oceano, resultando em inexatidões nas cartas do leito dos oceanos. Durante o tempo de guerra, submarinos se abrigavam abaixo da “deep scattering layer”, ficando a salvo de ser detectados pelo sonar dos destróieres.

Os “néctons” (significando “nadadores”) comem os zooplanctos. Estes predadores incluem milhares de variedades de peixes. Na “pirâmide” alimentar, cerca de 1.000 quilos de plantas oceânicas (a base na pirâmide) sustentam 100 quilos de animais que comem plantas (a próxima camada da pirâmide). Estes, por sua vez, produzem 10 quilos de animais marinhos que comem carne. Por fim, 10 quilos de peixe constituirão cerca de um quilo de carne humana. Para suprir o mercado de 10 quilos de peixe, portanto, é preciso que o oceano forneça 1.000 quilos de “forragem” microscópica de plancto.

Pode-se ter alguma idéia da monumental tarefa realizada pelo oceano em produzir alimento quando consideramos que as focas que usam as Ilhas Pribilof no Mar de Bering como local de reprodução — somente tais focas — consomem cerca de três e meio bilhões de toneladas de peixes por ano. Que fonte abundante de alimento é o oceano, obra do Criador! Como escreveu o salmista:

“Quantos são os teus trabalhos, ó Jeová!

A todos eles fizeste em sabedoria.

A terra está cheia das tuas produções.

Quanto a este mar, tão grande e largo,

Há ali inúmeras coisas que se movem,

Criaturas viventes, tanto pequenas como grandes.

Todos eles — a ti ficam aguardando

Para lhes dares o alimento a seu tempo.

Apanham o que lhes dás

Abres a tua mão — eles se fartam com coisas boas.”

— Sal. 104:24-28.

A “Maré Vermelha”

Ocasionalmente, certo tipo de vida marinha microscópica conhecida como “dinoflagelados” passa por uma “explosão populacional”, concentrando-se em números astronômicos. Multiplicam-se em tão grande densidade que grandes áreas de água se transformam em águas vermelhas, castanhas ou âmbar devido a seus pigmentos — fenômeno conhecido como “maré vermelha”. A concentração pode se tornar grande demais para sua própria sobrevivência, e produzem na água uma substância muito tóxica que mata os peixes e aves marinhas na área. Os venenos liberados da água na atmosfera pelas ondas de rebentação são irritantes para o sistema respiratório humano, às vezes causando o fechamento temporário dos locais costeiros de recreio. Alta dose de sulfeto de hidrogênio poderá resultar no escurecimento de casas pintadas com tinta branca à base de chumbo, numa cidade costeira vizinha.

Métodos Marinhos de Proteção Para Sobrevivência

A pessoa talvez fique imaginando como qualquer forma determinada de vida marinha possa evitar a extinção em face de todos os seus predadores. Mas os vários tipos de vida marinha têm diferentes meios de sobreviver como espécie. Um modo é pela reprodução superprolífica. A diminuta diatomácea, a mais numerosa das plantas microscópicas, poderá ter um bilhão de descendentes em um só mês. O hadoque deposita até nove milhões de ovos de uma só vez. A ostra deposita até 500 milhões de ovos por ano. Um bilhão de cavalas ao largo da praia sul do Cabo Cod produzem calculadamente 64 trilhões de ovos durante a época da reprodução. Os ovos e os peixinhos e outros animais marinhos são rapidamente engolidos por inteira hoste de predadores de todo tipo. No caso das cavalas, calcula-se que, de um milhão de ovos, apenas de um a dez peixes sobrevivem até à idade madura. A taxa de mortalidade situa-se entre 99,98 e 99,99 por cento. Todavia, há abundância de cavalas, hadoques e ostras. O mesmo se dá com muitos outros animais, tais como os mexilhões, os camarões, etc. É só o predador homem que tende a desequilibrar os assuntos e que ameaça destruir espécies inteiras.

Outros peixes, ao invés de dependerem inteiramente de números, protegem seus ovos ou os peixinhos. No caso de alguns tubarões, os ovos são chocados e os peixes recém-nascidos vivem por certo tempo nas partes traseiras da mãe. Alguns peixes prendem seus ovos às rochas, às plantas, etc.; alguns os ocultam com espumas e membranas. Em outras espécies, o macho leva os ovos na boca ou numa bolsa (como faz o cavalo marinho) até que sejam chocados. Amiúde, contudo, os filhotes cuidam de si mesmos depois de chocados. Mas, o golfinho, um mamífero, continua a guardar seu filhote dos inimigos.

Visto que praticamente todos os animais marinhos enfrentam predadores que procuram caçá-los, empregam comumente a camuflagem. O peixe-borboleta, por exemplo, dispõe duma mancha de olho no corpo para desviar o atacante da cabeça. As costas dos peixes de mar aberto são verdes ou pretas porque o mar, visto de cima, tem tal aparência. Mas, olhando-se de baixo, a superfície do oceano parece prateada ou esbranquiçada. Correspondentemente, o lado de baixo da maioria dos peixes tem essa cor.

O pepino-do-mar (holotúria) talvez tenha o método mais estranho de proteção. Quando em perigo, simplesmente expele seus intestinos. Evidentemente o faminto predador prefere alimentar-se dos intestinos ao invés do saco coriáceo, sem sabor, que sobra. Daí, o “saco vazio” produz novos intestinos. Células urticantes ajudam os animais mais estáticos ou parados, tais como a medusa, a afastar seus inimigos. Outros dependem da velocidade, da esperteza, do tamanho ou da força. Algumas lulas do mar profundo possuem ímpar aparelho protetor. Lançam uma nuvem luminosa para cobrir sua retirada. Outros peixes emitem fortes raios de luz para desviar os predadores de seu alvo ou “cegá-los” temporariamente.

No mundo tridimensional dos oceanos, onde a visão se limita a uma distância de cerca de trinta metros, e onde o meio ao redor é muito mais pesado do que ó ar, o Criador proveu equipamento que os animais terrestres não possuem. Um deles é um “sexto sentido”, possuído pela maioria dos peixes que nadam rápido. Este consiste em sistema longitudinal de canais que vão da cabeça à cauda, chamado de “linha lateral”. Habilita os peixes a sentir até mesmo ligeiras mudanças nas pressões externas. Desta forma, milhares de peixes num “cardume” podem permanecer juntos e mover-se em perfeito uníssono, mudando rápido de direção como um só corpo. Também, a uma distância e tanto, são avisados dos inimigos que se aproximam. Por meio deste sentido, também podem evitar chocar-se com obstáculos, tais como a parede de vidro dum aquário.

Equipamento de Caça

Uma das modalidades mais surpreendentes do sistema ecológico do oceano é a interdependência de vida ali existente, e o equilíbrio de vida que é mantido. Ao passo que os caçados pelos predadores dispõem de equipamento protetor, os próprios caçadores também são providos dos meios mais sofisticados de localizar e apanhar sua presa. E, ao passo que suficientes peixes são apanhados pelos famintos predadores para lhes suprir alimento, suficientes exemplares sobrevivem para manter em existência sua espécie. Se não houvesse predadores que apreciassem comer ovos de ostras ou tartaruguinhas, o oceano em breve estaria abarrotado de ostras ou tartarugas. Mas, se as ostras e tartarugas fossem completamente eliminadas pelos predadores, os predadores também deixariam de existir. Apenas um Criador todo-sábio poderia ter provido as condições e elaborado o equipamento de caça e de proteção para alcançar um equilíbrio tão delicado quanto esse.

Quanto ao equipamento de caça, partindo de perto da base da “pirâmide” alimentar, verificamos, segundo a descrição de certo oceanógrafo, que escreveu em Scientific American (setembro de 1969), “olhos em animais microscópicos herbívoros, filtros de formato requintado, mecanismos e comportamento para descobrir concentrações locais, complexo equipamento de pesquisa e, no fundo, apêndices para obter a ajuda da água em movimento para executar a tarefa de filtração”. Certos caramujos usam grandes redes, amiúde pegajosas e transparentes, algumas até de 1,80 metros de diâmetro. Por meio dela, podem pegar até os mais diminutos microrganismos para alimento. As amebas unicelulares localizam o alimento por meios químicos.

Um bom número de organismos que vivem perto da superfície são luminescentes. Mas, nos mais profundos níveis oceânicos em que a luz solar dificilmente penetra, pelo menos dois terços dos animais marinhos produzem luz. Afirma o pesquisador acima mencionado: “Alguns peixes, lulas e eufausiáceos possuem faroletes com refletor, lentes e íris quase tão complexos quanto o olho”. Outros, afirma ele, talvez possuam luminosidade que imite pequeno grupo de plancto luminoso, ao passo que alguns “pescam” com uma luz que balança na frente deles. Os peixes incautos que se aproximam da “isca” são rapidamente engolidos.

O polvo usa olhos similares ao do homem para localizar seu alimento. Os golfinhos e certas baleias possuem um sonar de caça de longo alcance. Emitem sons e sua altamente sensível audição detecta o eco. Pensa-se que o cachalote talvez possa localizar sua presa a longas distâncias, talvez quilômetros. Os tubarões possuem vívido senso olfativo, o sangue dum peixe ferido os atraindo de boa distância.

Vida nas Profundezas Abissais do Leito Oceânico

No leito oceânico, a três quilômetros ou mais abaixo do nível do mar, numa temperatura quase de congelamento, as pressões são tremendas e prevalece a escuridão total. Todavia, até mesmo ali persiste a vida. Mas, parece ser num passo mais lento, e a população é muito mais escassa. Pepinos-do-mar com até 45 centímetros de comprimento arrastam-se vagarosamente sobre o fundo lamacento, “comendo” a vasa, isso é, ingerindo a vasa argilosa para obter dela os diminutos organismos, ou para pesquisar o “detrito”, matéria orgânica residual que desceu lá de cima. Há poucas criaturas tão grandes quanto um camundongo; a maioria delas são menores do que as abelhas. Redes com malha mais fina do que um centésimo de polegada captam diminutos mexilhões, vermes e crustáceos.

Alguns dos peixes e outros animais na escuridão abissal são cegos. Há criaturas que andam de modo pomposo, com patas longas e esguias, com pés penugentos, para mantê-las acima da vasa. “Ofiuróides”, aparentados das estrelas-do-mar, às vezes enchem o leito oceânico. Até mesmo em profundidades de uns 1.100 metros, ou mais, uma ocasional arraia passa nadando, procurando alimento no fundo. O leito do mar é recoberto de pistas e trilhas. Fotos tiradas a 10.900 metros na Fossa Challenger, ao sudoeste de Guam, mostram alguns animais ímpares de 2,5 ou 5 centímetros de comprimento. Alguns têm a aparência de pequeninos camarões. Nas tremendas pressões de tais profundezas, o homem ainda não consegue responder de modo afirmativo à pergunta proposta por Deus a Jó: “Andaste em busca da água de profundeza?” — Jó 38:16.

O Futuro da Vida Oceânica

Agora, os oceanógrafos estão altamente preocupados com o perigo para a vida marinha frente à ganância das frotas comerciais que possuem instrumentos científicos avançados para caçar, apresar e matar em escala maciça. Mas, ainda mais temida é a poluição, também resultado primário da ganância e falta de cuidados, que se espalhou em grau inacreditável, tornando águas piscosas anteriormente prolíficas em águas praticamente sem peixes.

Tais coisas entristecem-nos. Mas, o crente na Palavra de Deus tem plena confiança em Sua habilidade de encher de novo o mar com vida pululante, assim como originalmente propôs quando ordenou aos habitantes do mar: “Sede fecundos e tornai-vos muitos, e enchei as águas das bacias marítimas.” (Gên. 1:22) Visto que existe tamanha interdependência entre a vida marinha (tanto a vida vegetal como a animal) e a terrestre, podemos estar seguros de que Deus fará com que tanto o mar como o solo sejam povoados de criaturas essenciais ao bem-estar e à felicidade eternos do homem. Isto Ele fará durante o reinado milenar de seu Filho, quando o homem estará em paz com a vida animal, tanto terrestre como marinha, exercendo o domínio correto e amoroso sobre ela. — Gên. 1:27, 28; Sal. 8:4-8.

[Fotos na página 17]

Vida marinha carnívora

Animais que comem plantas

Plantas oceânicas

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