Sumagres venenosos — assuntos muito sensíveis
O SUMAGRE conhecido como “poison oak” (carvalho venenoso) não é carvalho, nem o “poison ivy” (hera venenosa) é uma hera. Os nomes, em inglês, provêm da semelhança de seus ramos de três folhas com algumas formas de folhas de carvalho, e do hábito da planta de tornar-se trepadeira, como a hera. Várias espécies se incluem sob tais nomes, e todas são do gênero Rhus. O costume geral é chamar as do tipo arborescente de “poison oak” e os do tipo trepadeira de “poison ivy”.
O continente norte-americano é o único que serve de habitat para tais plantas, encontrando-se uma variedade ou outra em quase todo tipo de ambiente, desde os pântanos até o solo seco e cheio de colinas. Podem ser lindas. As folhas novas são dum colorido cor-de-vinho forte, daí, tornam-se verdes reluzentes, e, por fim, rubras, no outono setentrional. Admire-as, se quiser, mas mantenha distância!
Sua seiva contém uma substância química chamada uruxiol, e uma quantidade mínima sobre sua pele pode provocar-lhe um quadro doloroso de dermatite por “hera venenosa”. A mais leve esfregadela de uma folha pode provocar um exantema. Aparecem furúnculos dos quais sai um líquido claro, e os quadros clínicos graves apresentam inchação e até mesmo febre. Leva várias horas após o contato para que apareçam os sintomas, e, ás vezes, até alguns dias. A toxina não é superficial, mas penetra na superfície da pele para infetar o tecido subcutâneo. É por isso que, ás vezes, demora a desenvolver-se.
É tão fácil ficar infetado com “carvalho venenoso” que, durante anos, imaginava-se que a planta soltava um miasma ou exalação vaporosa que infetava as pessoas que jamais a tinham tocado. Isso não é verdade, mas a pessoa não tem de tocar a planta com a pele nua para ser atingido por ela. Se as roupas duma pessoa roçarem na planta, pode infetar-se por tocar em suas roupas meses depois. Afagar um cão que atravessou uma trilha de “carvalho venenoso” é suficiente para contrair a doença. A fumaça da planta que queima pode transportar o tóxico uruxiol.
Para ilustrar a persistência deste veneno, um par de luvas de lona usadas para coletar a “hera venenosa” ficou guardado num armário por dez meses e então foi lavado com água quente e forte detergente por dez minutos. Um voluntário então segurou as luvas, e, no dia seguinte, sofria de dermatite por “hera venenosa”! Isto mostra por que uma precaução usual recomendada — a de lavar-se com sabão amarelo em pedra depois de um passeio pelo mato — amiúde não dá resultados. Ainda assim, é um bom conselho. Pode ajudar, e não faz nenhum mal. Algumas autoridades a advogam, se puder ser feito em questão de trinta minutos depois do contato, afirmando que há possibilidade de tornar inativo o veneno.
Uma vez o exantema tenha aparecido, não existe realmente nenhum tratamento eficaz. Usualmente tem de seguir seu curso, levando de duas a três semanas para isso. Uma loção de calamina amainará a coceira. Evitar coçar-se impedirá que isso se agrave, e talvez de espalhar-se. Em casos graves, um médico poderá prescrever um tratamento que alivie o sofrimento. Há vários remédios semelhantes à cortisona que são usados. Mas, uma vez o veneno seja contraído, trata-se basicamente dum jogo de espera para se conseguir alívio.
Quanto ao “carvalho venenoso”, o velho ditado é verídico: é melhor prevenir do que remediar. Vários cremes e ungüentos são vendidos para impedir que a seiva de uruxiol penetre na pele. Pouco resultado apresentam. Alguns médicos administram doses de uruxiol, quer por via oral quer por injeções, para criar imunidade, mas isto não resultou muito eficaz. Melhor proteção é uma roupa que impeça o contato da planta com a pele nua. A melhor prevenção é reconhecer a planta e manter distância. Não toque nela nem em qualquer coisa em que ela tenha tocado.