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  • “Um cadinho” de muitas culturas
  • Despertai! — 1977
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Despertai! — 1977
g77 8/8 pp. 13-16

“Um cadinho” de muitas culturas

Do correspondente de “Despertai!” na Austrália

JÁ VISITOU a Austrália? Se não, é possível que tenha ouvido falar dos desertos quentes e áridos do continente, bem como de seus extensos matagais. Sugere isso que a Austrália seja povoada mormente por pioneiros robustos, do tipo do homem do interior?

Admitidamente, este continente contém deveras enormes áreas desérticas. Embora a Austrália tenha o mesmo tamanho que a parte continental dos Estados Unidos, a população da Austrália é de menos de 7 por cento a dos Estados Unidos. Todavia, pode-se melhor descrever a Austrália como uma nação de citadinos. Mais da metade de seus 13.000.000 de habitantes moram em cidades.

E não são cidades primitivas, do tipo de cidades do interior. Pelo contrário, em algumas delas verá os arranha-céus, os congestionamentos de tráfego e os atarefados pedestres caraterísticos de Nova Iorque de Londres ou de qualquer outra grande cidade do mundo. Os turistas encontrarão uma abundância de hotéis e motéis para alojá-los. Há restaurantes para satisfazer as papilas gustativas da maioria das nacionalidades.

Um fato incomum sobre a sociedade australiana é seu rápido crescimento nos anos recentes. Desde 1945, a população já aumentou em quase seis milhões. De onde vieram todos? O administrador de uma aldeia ocidental de mineração de ferro disse sobre os habitantes da aldeia: “A maioria não são australianos de nascimento — como eu, que estou há 17 anos neste país, mas nasci alemão. Somos um cadinho, e isso é muito bom.” A imigração do após-guerra responde por cerca de 40 por cento dos residentes neste continente.

Por que a população australiana é, em tão grande parte, um produto da imigração? Breve exame de alguns destaques históricos resultará interessante.

Primitivos Imigrantes Australianos

Os habitantes originais da Austrália evidentemente vieram da Ásia, através do Arquipélago Indonésio. Seus descendentes, hoje, são chamados “aborígenes”, da frase latina ab origine, que significa “do início”. Os aborígenes continuam mormente um povo nômade, construindo apenas abrigos temporários e não cultivando nenhuma safra.

Mas, não se deixe enganar pelo modo de vida primitivo que muitos destes nativos australianos escolheram para si mesmos. Isto não indica falta de inteligência. Como comentou certo administrador dum povoado aborígene: “Eles simplesmente não pensam como nós.” Indicando a vívida mentalidade dos aborígenes, a Encyclopœdia Britannica (Edição de 1976), comenta que há, aproximadamente, 260 línguas aborígenes. “Toda tribo fala pelo menos um dialeto distinto, mas os bilíngües e os poliglotas são comuns em muitas áreas. . . . As línguas australianas, em geral, mostram considerável complexidade gramatical.”

Durante os séculos dezesseis e dezessete E. C., quando poucas pessoas viviam na Austrália, exploradores de Portugal, Espanha, Holanda e Grã-Bretanha descobriram partes do continente e mapearam sua costa. No entanto, não tentaram fixar-se aqui. Em 1770, o Capitão James Cook reivindicou as partes orientais da Austrália para a Grã-Bretanha.

Pouco depois começou a imigração, mas dum modo muitíssimo incomum. Como assim? Na parte inicial do século dezoito, a Grã-Bretanha tinha por hábito enviar presos para suas treze colônias americanas. A perda destas colônias, em 1776, moveu a Grã-Bretanha a procurar nova terra adequada para uma colônia penal. A primeira de tais colônias foi estabelecida em 1788, em Sídnei, Nova Gales do Sul, na parte sudeste da Austrália. Criminosos condenados, levados da Grã-Bretanha para a Austrália, foram seus “imigrantes” iniciais. Ao terminarem suas sentenças, muitos deles permaneceram na Austrália.

A Atração dos Recursos Naturais

Quanto às pessoas livres, poucas se fixaram na Austrália naqueles dias primitivos. Com efeito, naquela época, desencorajava-se a livre colonização. Mas, aconteceu algo que veio a mudar tudo isso. O quê?

Em meados dos anos 1800, descobriu-se ouro na Austrália. Da noite para o dia, tornou-se uma atração para os aventureiros de todo o mundo. Alemães, húngaros, escandinavos, poloneses, estadunidenses e chineses afluíram às minas de ouro. Isto provocou a paralisação abrupta do transporte de condenados.

Além do ouro, a Austrália provou conter reservas de outros valiosos metais, inclusive o níquel, o cobre, o alumínio, o zinco e o ferro. Declarou recentemente um empregado duma mina de ferro no oeste da Austrália: “Este filão de minério é um dos mais ricos do mundo. Tem cerca de 6,5 quilômetros de comprimento, uns 1.200 metros de largura e 150 metros de profundidade. E quando for todo utilizado, há outros.” Deveras, investigações recentes revelaram amplas reservas novas de valiosos metais na Austrália.

Mas, apesar de seus recursos naturais, por volta do fim da Segunda Guerra Mundial, a população da Austrália só tinha aumentado para 7.491.000, o que eqüivale a cerca de uma pessoa por quilômetro quadrado. Havia grave escassez de moradias, de escolas e de hospitais. A produção de carvão e de — aço havia baixado; também os serviços de transporte. Eram comuns as interrupções de energia que abrangiam várias cidades. Havia necessidade vital de mão-de-obra. Como poderia ser satisfeita?

A Formação dum “Cadinho”

Em 1945, deram-se passos governamentais para a imigração planejada. Era uma época favorável para tal empreendimento, visto que muitas pessoas na Europa, assolada pela guerra, estavam ansiosas de trocar seu quinhão por perspectivas de nova vida na Austrália.

O primeiro fio de água de imigrantes depois da Segunda Guerra Mundial logo se transformou num dilúvio. Calcula-se que, desde aquele conflito mundial, mais de 3.000.000 de imigrantes fluíram para a Austrália. Entre eles havia pessoas da Itália, Grécia, Países-Baixos, Alemanha Ocidental, Iugoslávia, Polônia, Áustria, e, mais recentemente, da América do Sul. Cerca de 65 por cento dos recém-chegados obtiveram ajuda financeira do governo australiano. Muitos fixaram residência em hospedarias providas pelo governo. Em resultado deste programa de imigração maciça, a população da Austrália quase que dobrou desde 1945.

Mas, foi sábio reunir pessoas tão diversificadas? De início, os críticos declaravam que o programa de imigração acabaria em desastre. Lembraram que surgira grande amargura anteriormente entre os mineradores brancos e chineses, de ouro. Também, a importação de mão-de-obra barata para os campos açucareiros do norte tropical levou ao ressentimento latente contra os imigrantes de todas as nacionalidades que não fossem anglo-saxônicas. Será que a imigração planejada acirraria antigas divisões que supurariam e explodiriam em violência?

De início, as ondas de imigrantes com suas línguas e culturas estranhas, bem como diferentes hábitos de trabalho, de vida e de alimentação, deveras provocaram alguns ressentimentos. Além dessas peculiaridades, os “novos australianos” (como vieram a ser chamados os imigrantes) às vezes trabalhavam mais rápido. Isto provocava o ressentimento entre alguns dos “velhos” trabalhadores australianos, talvez devido a se sentirem inseguros de conseguirem reter seus empregos. “Chamam-nos de estrangeiros, esses aussies (australianos)”, observou um lavrador português que se fixou em Carnavon, na ponta mais ocidental da Austrália. “Os aussies não gostam de nós porque trabalhamos muito produzindo legumes — tomates, pimentões, todos os tipos. Sabemos fazê-lo. Gostamos de trabalhar. Eu enviei 1.100 caixas de tomates esta manhã.”

Além desses problemas, os de natureza psicológica afligiam alguns dos imigrantes. Para muitos, a mudança do modo de vida foi considerável. Saudades da terra natal eram comuns. Também, os filhos aprenderam inglês mais rapidamente que seus pais. Os jovens tinham de agir como intérpretes e assumir outras responsabilidades familiares para seus pais que não sabiam falar inglês. As crianças se viram divididas entre a estrita autoridade parental do sul da Europa e os modos livres da sociedade australiana.

Benefícios de Muitas Culturas

No todo, porém, não surgiram quaisquer dificuldades realmente graves. Os operários de diferentes nacionalidades verificaram que podiam aprender uns dos outros. Efetivamente, a indústria não se teria desenvolvido do modo como o fez se não houvesse imigrantes. Agora, não só o inglês, mas várias outras línguas saúdam os ouvidos nos lares australianos, bem como nas ruas.

É comum as lojas conterem letreiros que indicam o número de línguas faladas por seus balconistas. O jornal da indústria metalúrgica em Wollongong, Nova Gales do Sul, possui seções em quatro idiomas diferentes. Isto satisfaz as necessidades de uns 20.000 empregados, cerca da metade dos quais são imigrantes de umas quarenta nacionalidades diferentes.

As pessoas mais velhas, de vários grupos étnicos, tentam manter suas culturas separadas, dando mais cor e variedade ao cenário australiano. Há cidades italianas de plantações de cana-de-açúcar, aldeias pesqueiras gregas e vinhedos alemães. Pode-se encontrar aqui, nos “antípodas”, até mesmo um pagode chinês. Possui arquitetura ímpar, a ponto de merecer proteção governamental, concedida a prédios históricos.

As Testemunhas de Jeová se deleitam de partilhar a verdade bíblica com seus vizinhos neste “cadinho”. Em muitas localidades, acham necessário levar publicações bíblicas em várias línguas quando pregam. Há vinte congregações grandes que cuidam das necessidades das pessoas que falam grego, italiano, espanhol, esloveno e árabe. Realizam-se também reuniões regulares em húngaro, português e sírio. Ouvir a verdade bíblica em suas línguas nativas tem feito que milhares de imigrantes efetuem grandes mudanças, ao harmonizarem sua vida com os princípios bíblicos.

O povo da Austrália constitui uma sociedade multicultural tão complexa como qualquer outra que haja na terra. Todavia, quando um australiano estende a mão para cumprimentar um visitante com um caloroso: “Como vai, companheiro?”, o recém-chegado fica com a impressão de calorosa simplicidade. Não gostaria de vir visitar-nos dentro em breve?

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