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  • g78 8/4 pp. 10-14
  • A toxicomania — nossa jornada de ida e volta

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  • A toxicomania — nossa jornada de ida e volta
  • Despertai! — 1978
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Despertai! — 1978
g78 8/4 pp. 10-14

A toxicomania — nossa jornada de ida e volta

CASO nos visse, provável é que pareceríamos idênticos a qualquer outro casal que encontrasse. A diferença é que eu e Nancy éramos viciados em tóxicos. Talvez nossa história possa ajudar outros, escravizados aos tóxicos, que desejam libertar-se e levar vidas úteis. Talvez também ajude os pais de gente jovem que corteja os entorpecentes.

Quando me recordo do tempo em que éramos adolescentes toxicômanos, fico abismado diante das coisas medonhas que infetavam nossa existência, pois era apenas isso, uma simples existência.

Nem eu nem Nancy sofrêramos, como as chamadas crianças “carentes”. Vivíamos em comunidades de bairros “respeitáveis”, e provínhamos do que se poderia provavelmente caraterizar como a típica classe trabalhadora e de famílias estadunidenses da classe média superior. Nossos genitores provavelmente achavam que estavam criando seus filhos em locais “seguros”. Mas deixe-me frisar um ponto importantíssimo.

Não existe tal coisa como uma área geograficamente segura, onde os filhos da gente possam ser protegidos do contato com tóxicos. Freqüentemente, os pais se inclinam a apaziguar a mente com o ledo engano de que os tóxicos têm por cenário as condições de vida dos desprivilegiados. Isto simplesmente não acontece. Tóxicos de todos os tipos permearam virtualmente toda comunidade, nos EUA. Caso uma pessoa deseje obter tóxicos, pode encontrá-los. É uma questão de motivação, e não de local.

Eu, por exemplo, fui criado por pais devotados, trabalhadores. Tive uma infância feliz, e levava uma vida normal, ativa. Tendo aprendido o valor do trabalho, assumia minha carga de responsabilidade na família. Na escola, era um estudante com notas 10, interessado em ciência e matemática. De todo meu coração, queria ser piloto de aviação ou astronauta. Meu “herói” de infância era John Glenn.

Mas a realidade é que, ao chegar à adolescência, fiquei entediado com a vida. Queria “excitação”, e fiquei envolvido em pequenas contravenções — “apenas para divertir-me”. Por volta dessa época, em 1964, minha família mudou-se para Nova Iorque, para uma próspera cidadezinha satélite.

Ao irmos de carro para nosso novo lar, lembro-me vividamente de resolver mudar meu estilo de vida, não ficando junto dos “quadrados”, como chamava os jovens bem-comportados. Comecei a procurar colegas que pensavam igual a mim. Competíamos em praticar todas as temeridades. Eu queria ser o “chefão” do nosso grupo. Assim, tomar tóxicos era inevitável. Meus pais nada sabiam sobre esta mudança do meu modo de pensar e de conduta.

Começar foi tão simples: Uma tragada “inocente” dum cigarro de maconha; daí, outra e mais outra. Em pouco tempo, passei para o LSD, heroína, barbitúricos, cheirando líquidos de limpeza — eu experimentava tudo!

O Que os Tóxicos Podem Fazer

Certo dia, eu e um amigo conseguimos pó inalante contra asma. Tentamos comer tal coisa, bebê-la, fumá-la, cheirá-la. Finalmente entrei em estupor, drogado. De algum jeito, consegui chegar em casa. Era a hora do jantar. Consegui chegar à mesa, mas sofria a sensação de que a mesa e a comida estavam desabando no chão. Nada permanecia estático.

Tropecei na mesa e fui-me arrastando para o sobrado. Essa é a última coisa de que me lembro. Minha mãe me achou no armário embutido do quarto de minha irmã, nu no escuro, brincando com bonecas. Quando ela acendeu a luz, eu dei um pulo, corri pelo corredor e rolei escada abaixo. Meu pai me segurou à força até que chegou uma ambulância. O médico chegou a tempo, deu-me um antídoto, e minha vida, tal como ela era, foi salva.

Não sentia remorsos, nem mesmo depois de quase chegar às últimas, e essas ocasiões iriam ser muitas. Ainda assim, lá no fundo da mente, eu tinha certo sentimento de culpa.

Vindo a Conhecer Nancy

Nancy, que mais tarde se tornou minha esposa, provém duma família da classe média superior. Seus pais cuidavam bem dela. Ensinaram-lhe todas as boas maneiras e faziam-na sentir que era uma pessoa especial. Suas expectativas previstas eram usufruir seus anos escolares e então se casar bem. Isto quer dizer, casar-se com um rapaz de sua classe social, que a sustentasse no estilo de vida a que ela estava acostumada.

A família de Nancy se mudou para nossa cidade por volta da época em que cursava o segundo grau. Certo dia, perguntei-lhe se gostaria de sair comigo. Ela recusou, pois eu era conhecido entre os jovens como toxicômano. Mas, à medida que aumentou a popularidade dos entorpecentes, também aumentou o número de jovens em nossa cidade que os usavam, inclusive Nancy.

Ela também começou com a maconha. Era por que queria fugir da realidade, ou por ansiar a excitação? Não, estava simplesmente curiosa. Não demorou muito até estarmos namorando firme e satisfazendo juntos a nossa ânsia de tóxicos. Dois jovens normais, de “boas” famílias e de “boas” vizinhanças se tornaram escravos dos tóxicos, e partícipes em atos ligados à toxicomania.

Despistamento e Evasão

Nem eu nem Nancy chegamos alguma vez a falar com nossos pais sobre nossa dependência de tóxicos. Com efeito, fizemos esforços consideráveis para despistá-los. Talvez eles suspeitassem disso, mas, nesse caso, nunca o mencionaram. Se sabiam, é provável que quisessem iludir a si mesmos e pensar de outra forma. Estou certo de que minha mãe ainda me via como o “Joãozinho , o queridinho de toda a América”.

Um dos nossos meios favoritos de despistamento, depois de tomar tóxicos, e pouco antes de voltar para casa, era beber uma lata de cerveja. Eu chegava em casa, mal conseguindo subir as escadas, e meus pais diziam: “Oh, ele apenas bebeu um pouquinho demais!” Eles tanto se esforçavam de não admitir que seu filho fosse toxicômano que preferiam permitir um vício de outro modo igualmente prejudicial, porém mais socialmente aceitável — o uso excessivo do álcool!

Em nossa cidade, a polícia suspeitava que eu tomava tóxicos, mas nunca conseguiram pegar-me de posse de tóxicos. Vez após vez, paravam-me e revistavam-me. Quando eu tinha 17 anos, fui levado aos alojamentos policiais, amarrado e pendurado de cabeça para baixo, como um pedaço de carne. Os policiais me deram chutes e joelhadas no estômago, e por todo o corpo. Tentaram atemorizar-me, me fazer recuar. Posso entender seu desprezo. Eu representava tudo o que era mal em sua cidade. Mas as ameaças deles não produziram nenhum efeito em mim.

A Procura Duma Mudança

À medida que eu e Nancy avançávamos na adolescência, começamos a pensar mais nos anos que se seguiriam e no efeito que o uso contínuo de tóxicos teria sobre nós. Tornávamo-nos apreensivos e temerosos de nossa dependência partilhada, porque não se podia negar os seus efeitos prejudiciais.

Depois de tomar tóxicos por algum tempo torna-se mais difícil comunicar-se com outros, expressar-se ou pensar com clareza. A pessoa se sente isolada e incapaz de se comunicar, especialmente com pessoas que não usam tóxicos. Surge a disposição de profunda depressão, de afastamento e, até mesmo de agressão. Durante os períodos de relativa clareza mental, que se tornavam cada vez menos freqüentes, cada mês que passava, compreendíamos que tínhamos de parar. Tínhamos de fugir do ambiente de tóxicos, se queríamos sobreviver. Mas, como?

Decidi fazer uma mudança radical na vida. Talvez pudesse ajudar então a Nancy. Alistei-me no Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA. Mas nem mesmo ali consegui fugir dos tóxicos. Dentro de algumas semanas depois de chegar ao acampamento de treinamento básico, consegui identificar os toxicômanos, e logo estava continuando a minha dependência. Não havia meio de fugir disso!

Por fim, numa licença militar, propus casamento a Nancy. Amávamos um ao outro; talvez nos pudéssemos sair melhor juntos. Ela aceitou. Casamo-nos na minha licença seguinte, e Nancy veio montar um lar para nós perto da base dos Fuzileiros. Também continuamos a tomar tóxicos.

Cada vez mais conversávamos sobre as condições mundiais, a falta de esperança em tudo, e o que deveríamos fazer quanto ao nosso problema particular. Sabíamos que, para termos qualquer espécie de futuro, tínhamos de abandonar a toxicomania. Também sentíamos, porém, que não tínhamos forças para isso. Qualquer pessoa que tome tóxicos, e que diga que pode largá-los a qualquer hora que queira, irá ter dura decepção no dia que quiser tentar isso.

Em retrospecto, contudo, compreendo que algo importantíssimo tinha acontecido conosco. Nossa motivação mudara. Não mais ansiávamos o excitamento, a satisfação de nossa curiosidade, ou associar-nos com a velha turma e ser aceitos por ela. Mas, ainda assim, sentíamo-nos assustados, desesperançosos, desesperados, procurando uma saída.

Obtivemos a Força Necessária

Nancy obteve um emprego de garçonete num restaurante local. Isto seria o início do que viria a ser a melhor coisa que já nos acontecera. Certo dia, em conversa com outra garçonete, o assunto veio a ser, surpreendentemente, as casas mal-assombradas. A jovem disse que ela recentemente obtivera informações muito interessantes sobre espíritos, e perguntou a Nancy se gostaria que alguém fosse à nossa casa móvel conversar sobre o assunto. Nancy disse que sim. O jovem casal que nos visitou alguns dias depois eram Testemunhas de Jeová.

Nosso primeiro exame da Bíblia foi feito com a ajuda do livro A Verdade Que Conduz à Vida Eterna. Consideramos o capítulo “Existem Espíritos Iníquos?” A palestra nos abriu os olhos de mais de um modo. Não só foram respondidas nossas perguntas sobre os espíritos iníquos, mas obtivemos uma perspectiva, que gerava fé, do que a Bíblia tem a dizer sobre nossos tempos e o futuro. Francamente, ambos ficamos impressionados e um tanto sem fôlego de descobrir tanta coisa sobre a Bíblia em apenas uma noite. Aceitamos com gratidão o convite das Testemunhas para um estudo bíblico domiciliar gratuito, semanal. Subitamente, o futuro apresentava um raio de esperança.

Eu e Nancy estávamos prontos para as verdades bíblicas que aprendemos nas semanas seguintes. Tudo tinha muito sentido. Finalmente podíamos ver uma solução segura para os males da terra, e um modo válido e exeqüível de sairmos de nosso próprio desastre pessoal — a toxicomania. Nas semanas seguintes de estudo, aprendemos por que devemos honrar a Jeová e respeitar seus princípios para a vida. Viemos a entender o significado do verdadeiro amor cristão, e a discernir que tal amor deveras existe entre as testemunhas cristãs de Jeová. Aprendemos sobre o reino estabelecido de Deus, sob Cristo, e as bênçãos que há em reserva para a humanidade. E, melhor de tudo, aprendemos que tais bênçãos serão alcançadas em breve, em nosso período de vida. A cada dia nos tornávamos mais fortes na fé. E, a cada dia, queríamos partilhar o que aprendíamos com um número sempre maior de pessoas.

Meu período ativo nos Fuzileiros terminou, e eu e Nancy nos despedimos daquelas pessoas maravilhosas que nos tinham ajudado tanto com as verdades bíblicas. Voltamos à nossa cidade natal, mas não para as velhas companhias. Ao invés, enchíamos nossos dias com contínuo estudo bíblico e associação com as Testemunhas de Jeová.

Ao passo que nenhum de nós pode dizer que foi fácil, conseguimos chegar àquele grande dia em que os tóxicos não mais tinham nenhum lugar em nossa vida. Outra coisa, de muitíssimo maior valor e poder, enchia agora nossa vida — a verdade da Palavra de Deus e o desejo de servir para sempre a Jeová. Felizmente, juntos, chegamos à conclusão de que queríamos dedicar nossa vida renovada a Jeová, e ser batizados. Fomos batizados, em 2 de dezembro de 1972.

Atualmente, nossa provação com os tóxicos é coisa do passado. Tenho o privilégio de ser servo ministerial em nossa congregação local das Testemunhas de Jeová, e Nancy é muito ativa na atividade de testemunho. E ambos estamos muito ocupados em criar nossa linda filhinha, Rebeca. Somos mais felizes do que jamais pensávamos que poderíamos ser. Temos levado vidas úteis, livres dos tóxicos, na única obra duradoura e significativa na terra hoje: Ajudar outros a aprender qual é o propósito eterno de Jeová e como obter Sua proteção e bênção. — Contribuído.

[Destaque na página 11]

“Minha mãe me achou no armário embutido do quarto da minha irmã, nu no escuro, brincando com bonecas.”

[Destaque na página 12]

“Um dos nossos meios favoritos de despistamento, depois de tomar tóxicos, e pouco antes de voltar para casa, era beber uma lata de cerveja.”

[Destaque na página 13]

“O assunto veio a ser, surpreendentemente, as casas mal-assombradas.”

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