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  • g78 8/9 pp. 16-20
  • Minha carreira de bailarino livre

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  • Minha carreira de bailarino livre
  • Despertai! — 1978
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  • Outra “Partenaire”
  • Questão de Religião
  • Início Duma Mudança
  • Efeito da Conduta de Minha Esposa
  • Ter Uma Vida Realmente Melhor
  • Obter o Senso Correto de Valores
  • Qual é o conceito cristão sobre o dançar?
    A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1973
  • Não é a dança um simples prazer inocente?
    Despertai! — 1984
  • Já fui escrava da dança oriental
    Despertai! — 1972
  • Os cristãos podem dançar?
    Despertai! — 1996
Veja mais
Despertai! — 1978
g78 8/9 pp. 16-20

Minha carreira de bailarino livre

O CHÁ-CHÁ-CHÁ, o tango, o samba, a rumba e outras cadências e ritmos exóticos causaram-me desde cedo uma grande impressão. Instilaram em mim a ânsia insaciável de levantar e dançar. Pouco depois de mudar da Holanda para o Canadá, com 18 anos, passei a dançar, visando fazer disso minha profissão.

Bem cedo em minha carreira, encontrei uma dançarina que se tornou minha partenaire (par). Deixei meu outro serviço secular, e, por cerca de um ano, tomamos lições e exercitamo-nos. Visto que nosso desejo era primar nesse campo, compreendemos que tínhamos de ir a Londres, Inglaterra, pois esse era o lugar onde eram formados os mestres do balé.

Fiquei obsedado com a idéia de me tornar o mestre canadense da dança livre. Não demorei muito a verificar que não era o único que tinha essa mesma ambição. Em Londres, conheci casais que vieram de todo o mundo, todos se exercitando arduamente para serem os melhores em seu próprio país.

Tivemos a felicidade de ter como nossos instrutores os então mestres mundiais, bem como muitos ex-mestres mundiais. Amiúde dançávamos sete dias por semana, de cinco a oito horas por dia. Para conseguir e manter a exigida força física, o vigor e a agilidade, seguíamos estrito regime alimentar e rigorosa tabela de exercícios.

Devido à pressão de tentar dançar bem, eu e minha partenaire tivemos muitas discussões no tablado de dança a respeito de quem é que cometia os erros. Costumávamos xingar um ao outro e praguejar um contra o outro. Eu antes era uma pessoa um tanto mansa, mas minha personalidade mudou por completo. Quando perdia a paciência, batia em minha acompanhante, e até mesmo a arrastava pelos cabelos no chão.

Nossa formação intensiva prosseguiu por cerca de quatro anos. Voltamos da Inglaterra em 1965, quando atingimos um padrão suficientemente elevado para nos classificar entre os melhores bailarinos livres do Canadá. Vencemos o campeonato canadense nesse mesmo ano. Mas, ainda assim, eu não estava satisfeito.

Voltamos à Inglaterra para passar seis meses de mais estudos. Por fim, vencemos três vezes o campeonato canadense de dança livre e de dança latino-americana. Também competimos nos Estados Unidos, vencendo toda competição em que entramos. Vencemos casais que antes haviam conseguido os campeonatos norte-americanos até por cinco vezes. Agora que eu já tinha obtido mais de 150 troféus e medalhas, e já demonstrara ser um dos melhores bailarinos livres da América, eu ainda não me sentia satisfeito nem feliz.

Estava doente dos nervos, devido à tensão contínua, e minha disposição estava cada vez pior. Eu e minha partenaire não nos dávamos bem. A única razão de permanecermos juntos por sete anos era que compreendíamos que, para alcançar a ribalta e a glória que almejávamos, não havia nenhuma outra escolha. Decidi que já era tempo de entrar nos negócios e começar a usufruir alguns dos benefícios.

Outra “Partenaire”

Fui contratado para ensinar a professores de dança durante algumas horas por semana em uma das principais escolas de danças do Canadá. Foi ali que conheci a moça que seria minha esposa. Como iniciante, ela não tinha permissão de assistir às minhas aulas. No entanto, vez por outra achava uma oportunidade de conversar com ela. Apaixonamo-nos um pelo outro, e, em questão de quatro meses desde o tempo em que nos conhecemos, nós nos casamos, em 1968.

Nessa época, minhas intenções eram continuar dançando com minha partenaire. No entanto, minha esposa deixou bem claro que ela também tencionava dançar. Isto era algo com que não havia contado. Significava começar tudo de novo, porque, uma vez o homem já tenha concluído sua formação, são necessários cerca de dois anos para que mesmo uma jovem talentosa consiga alcançá-lo. Mas possuía minha esposa qualidades para ser mestra do balé?

Depois de eu mesmo lhe fornecer uma base nas técnicas de danças, fomos para Londres, Inglaterra. Ali, minha própria opinião foi confirmada por mestres mundiais do balé; ela possuía a habilidade, o vigor e o talento. Predisseram que ela seria ainda melhor do que minha anterior acompanhante. Durante dois anos, escravizamo-nos à dança. E a predição deles provou-se veraz!

Mal conseguia esperar para participar de competições junto com ela. Tudo nos era favorável. Eu já era famoso através de minhas anteriores realizações. Estávamos prontos para começar, assim imaginei. Daí, porém, ela disse que, definitivamente não se interessava em participar de nenhuma competição.

Isto me pareceu estranho, sabendo quanto ela apreciava dançar. “Por quê?”, perguntei, “Por quê?” Para responder a esta pergunta, temos de voltar à época em que nos conhecemos.

Questão de Religião

O nome “Testemunhas de Jeová” surgira ocasionalmente logo no início de nosso namoro. Nessa ocasião, minha futura esposa disse que não poderia encontrar-se comigo porque tinha um estudo bíblico. Essa foi a primeira vez que eu ouvi falar sobre tal grupo religioso. No entanto, o incidente logo foi esquecido.

Passaram-se dois anos, e, certo dia, minha esposa me disse que iria voltar a estudar a Bíblia com as Testemunhas de Jeová. Não fiz nenhuma questão disso, pois imaginei tratar-se de uma moda passageira. Ademais, eu tinha sido católico romano por toda a minha vida e isto jamais interferiu com minha dança.

Entretanto, logo depois que minha esposa começou a estudar de novo, comecei a ver mudanças. Nessa época, as minissaias eram a moda, e eu gostava delas. Era o que minha esposa sempre usava, mas, subitamente, o comprimento de suas saias e vestidos baixou até os joelhos. Quão desconcertado ficava eu ao vê-la ali em pé, na frente de turmas de 30 a 90 alunas! Mas, eu cedi. Note-se, porém, que fiz que ela me prometesse não contar a ninguém por que mudara seu estilo de roupa.

Em seguida, havia os embaraços criados nas reuniões sociais — nada de ficar em pé para os hinos nacionais, e nada de festas de Natal e Ano Novo. Suas explicações para suas ações, naquela época, não me satisfaziam. Comecei a ficar um pouco aborrecido. Pensava que essas Testemunhas deviam ser um monte de gente realmente maluca. No entanto, não ficava preocupado demais. Minha esposa ainda ensinava e dançava comigo como de costume.

Lentamente, comecei a usar branda persuasão para desencorajá-la. Fiz até mesmo arranjos para voltarmos à Inglaterra, para que ela ficasse mais envolvida na dança, mas isso de nada adiantou. Havia também Testemunhas na Inglaterra. Daí, ela queria ter tempo livre para assistir às reuniões. Não uma só vez por semana. Oh, não — três vezes! Agora isto significava perder horas de ensino, e dinheiro. Isto estava indo um pouco longe demais.

A branda persuasão de nada adiantou. Assim, tentei outras táticas, mas nada parecia dar certo. Aliás, quanto mais tentava fazê-la deixar “essa religião boba”, como eu a chamava, tanto mais determinada ela parecia tornar-se. De certo modo, admirava sua determinação, sua dedicação ao que ela cria ser a verdade. Todavia, não podia concordar com isso. Daí, veio esta última insignificância: nada de competições.a

Já então eu havia devotado 13 anos de minha vida a dança. Com suor e trabalho árduo, tinha feito excelente carreira, e estava apenas começando a colher os resultados. E minha esposa também havia trabalhado arduamente. Não podia conceber isso. Ela dançara praticamente dia e noite por mais de dois anos para conseguir a excelência de mestra. Agora que alcançara o alvo, que se tinha esforçado tanto em alcançar, ela iria deixar tudo isso escapar por entre os dedos?

No ano seguinte, mais ou menos, infligi grande dose de sofrimento à minha esposa. Nos exercícios, eu ficava doido, às vezes, e a tratava muito mal. Também comecei a flertar com outras moças só para me vingar. Avisei-a para não falar uma palavra sequer sobre sua religião com qualquer de minhas alunas. E sempre que ela dizia algo contrário às minhas crenças católicas, eu ficava violentamente irado. Todavia, no devido tempo, ela se batizou como Testemunha de Jeová. Nosso casamento sofria e a separação parecia inevitável.

Início Duma Mudança

Daí, aconteceu o inesperado. Por bom tempo, minha esposa, notando que não podia conversar comigo, deixava exemplares das revistas Despertai! e A Sentinela em várias partes da casa, na esperança de que eu as lesse. Eu fazia isso, de início ocasionalmente. Daí, notei que já ficava esperando por elas. A informação recebida através da leitura de Despertai! me era proveitosa. Mantinha-me bem informado sobre coisas importantes que ocorriam, e me habilitava a falar com meus alunos sobre muitos assuntos.

Embora, de início, não queria admiti-lo, uma porção de coisas abrangidas em A Sentinela faziam sentido. Comecei a reconhecer a veracidade do que dizia a respeito da atitude das pessoas em geral. No entanto, imaginava que mentir, roubar, praguejar, retrucar, tagarelar e odiar eram coisas normais — como as coisas deveriam ser. Isto não significa que me sentia feliz com tais condições. Mas, deixava de reconhecer que havia algo melhor.

Efeito da Conduta de Minha Esposa

Então comecei a observar o comportamento de minha esposa. Podia ver claramente que era diferente de outras mulheres casadas e solteiras que eu conhecia. Ela se vestia com modéstia. Durante todo o tempo em que a maltratei, ela não se rebelou uma vez sequer. Mentir era algo inimaginável para ela; ela nunca participava em tagarelice. O que era mais notável de tudo era que jamais flertava com ninguém. Sendo uma jovem bonita, muitos homens lhe faziam propostas.

Ao passo que, de início, eu atribuíra todas essas boas qualidades diretamente a ela mesma, comecei então a compreender que suas crenças, baseadas na Bíblia, lhe davam a força moral e elevado padrão moral de vida. Comecei a aceitar o fato de ela não querer dançar em competições, e, com o tempo, eu mesmo me afastei delas.

Ao fazê-lo, muitos dos meus supostos amigos e competidores, que me haviam dado muitas batidinhas nas costas e me rodeado quando eu era “o astro”, começaram a me tratar com frieza. As vezes, eu queria vingativamente retornar ao tablado de dança e mostrar-lhes quem eu era. No entanto, lembrei-me de um texto na Bíblia que indica que tais coisas são ‘vaidade e um esforço de alcançar o vento’. — Ecl. 1:14.

Consegui engolir meu orgulho, e comecei a compreender que, durante todos aqueles anos, eu tentava satisfazer ‘meu próprio ego’. Eu só dançava para ganhar, para obter glória. Embora isso me trouxesse benefícios financeiros, não me trouxera felicidade pessoal.

Ter Uma Vida Realmente Melhor

Concordei em estudar a Bíblia com uma Testemunha. Depois de visitar o Salão do Reino algumas vezes, bem como estar com as Testemunhas de Jeová em reuniões sociais, reconheci-as como sendo saudavelmente diferentes. Pareciam mais felizes do que as pessoas em meu círculo de associados. Sempre falavam sobre a vida numa terra paradísica, sob o reino de Deus, o que, para mim, era uma perspectiva deveras atraente. E, quanto mais aprendia sobre a Bíblia e suas promessas de um mundo melhor, tanto mais convicto ficava de que as Testemunhas entendiam a verdade da Palavra de Deus.

O que me motivou, em especial, foi a assembléia a que compareci em 1973 no Hipódromo de Woodbine, em Toronto, Canadá. Havia mais de 30.000 pessoas ali, inclusive crianças. Todavia, esse local foi mantido asseado — não havia lixo em parte alguma. Todos trabalhavam juntos e todos pareciam tão felizes. Foi quando realmente comecei a crer que a pregação das Testemunhas a respeito de um paraíso, aqui mesmo na terra, sob o reino de Deus, poderia ser realidade. Jamais tinha visto algo parecido!

Comecei a me sentir grato a Jeová Deus por ter ajudado minha esposa a atravessar todos aqueles momentos difíceis causados por mim. E se ela tivesse desistido, ou me abandonado? Ao invés disso, ela preferiu ficar. Que bênção maravilhosa isso significou para nós!

Mesmo antes de eu me batizar, começamos a falar com nossas alunas a respeito das boas novas do Reino. De imediato, iniciamos vários estudos bíblicos. Algumas pessoas reagiram com muita rapidez. Com o tempo, quatro se batizaram, e outras estão estudando. Já fui designado servo ministerial na congregação cristã que freqüentamos, e minha esposa tem tido oportunidade de servir como pioneira auxiliar (participar na pregação de tempo integral) em várias ocasiões. Sentimo-nos mais felizes agora, em nosso casamento.

Obter o Senso Correto de Valores

Ainda dançamos? Sim, embora talvez não sejamos os melhores, as pessoas ainda apreciam ver nossas exibições, e nossa pequena escola de dança nos fornece todas as necessidades materiais da vida. Mas, aquilo que a dança profissional não nos poderia suprir, nós temos agora, a saber, uma excelente relação com Jeová Deus. Isto nos traz paz mental e a perspectiva dum futuro melhor — a vida interminável na nova ordem de Deus.

Não mais nos interessamos em obter troféus corrutíveis. Todavia, estamos numa corrida, uma corrida para a vida eterna. (1 Cor. 9:24-26) Gostaria de perguntar a todos os que se esforçam de se tornar o Primeiro em qualquer arte ou esporte que seja: ‘Vale a pena todo esse trabalho árduo, todo esforço, todas as dores de cabeça e todos os sacrifícios apenas para ganhar um troféu ou medalha corrutível? Por que não participar numa corrida em que todos os participantes fiéis receberão um prêmio, uma corrida que lhe trará verdadeira paz mental e indizível felicidade?’

Eu e minha esposa fizemos isso, e estamos determinados a continuar correndo até alcançarmos nosso alvo prometido, a vida sob o reino de Deus, numa terra paradísica. E a promessa da Bíblia a respeito disto não é vazia, pois o próprio Jeová Deus, o Criador dos céus e da terra, foi quem a fez. (Rev. 21:3-5) — Contribuído.

[Nota(s) de rodapé]

a Veja, na Bíblia, Gálatas 5:26, Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas.

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