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Despertai! — 1979
g79 8/2 pp. 21-24

Quadros do antigo passado peruano

Do correspondente de “Despertai”! no Peru

A COSTA oeste do Peru foi escolhida para ser o lar de extraordinária raça antiga que modificou seu meio ambiente. Sua civilização, há muito desvanecida, pode ser comparada às da antiga Suméria e Egito. Os arqueólogos deram-lhe o nome de Mochica-Chimu. O lugar improvável onde a civilização mochica-chimu se desenvolveu é estreita faixa de terra, de 16 a 80 quilômetros de largura, espremida entre os majestosos montes dos Andes e as águas intensamente azuis do Pacífico. A área é um deserto seco, inóspito, que se estende por cerca de 3.200 quilômetros. Ocasionalmente, pequenas tiras finas de abundante vegetação verde cruzam as amplitudes de rochas e areia. Riachos, cuja fonte se acha nas montanhas cobertas de neve, suprem esses oásis de vida.

O exame dos vales verdejantes revela que os seus antigos habitantes construíram longos canais de irrigação, bem projetados, de forma que a água dos rios lá do alto dos sopés das colinas pudesse ser distribuída pelas encostas íngremes do vale. Isto tornou possível que as pessoas aproveitassem cada centímetro do solo. Onde as encostas dos vales resultavam ser íngremes demais para cultivo, os antigos moradores construíram terraços escalonados, que ainda são usados, após milhares de anos. Também se vê que, nesta região, há centenas de colinas artificiais, com construções de tijolos de adobe, em decomposição, inclusive aldeias, cidades, fortalezas e zigurates ou templos escalonados.

Quem era esse povo que habitava a costa oeste do Peru? Por que sua cultura, como tantas outras, veio a desaparecer? Não é tarefa fácil responder a tais indagações. As devastações causadas pelo tempo levaram de roldão os restos de seus prédios de barro. Exceto no caso de algumas palavras isoladas, sua linguagem foi esquecida. Uma série de conquistas alterou por completo seus costumes e sua ordem social. Primeiro, os incas subjugaram as outras tribos indígenas e, então, no século 16 E. C., os espanhóis obtiveram o controle sobre essa área. Ademais, os índios não deixaram registros escritos. À parte de breves relatos compilados na época da conquista espanhola, o principal registro provém de uma fonte ímpar, assemelhada a um livro de gravuras históricas. Essa fonte são os vasos esculpidos de cerâmica deixados pela civilização mochica-chimu.

Por que Abundante Estoque de Vasos?

Como os antigos egípcios, o povo da civilização mochica-chimu cria que os espíritos dos mortos eram imortais e, por ocasião da morte, passavam para outra vida. Para garantir aos mortos a felicidade e o êxito na nova vida, eram sepultados com seus bens mais prezados, tais como roupas, adornos e armas. O cronista espanhol, Cieza de Leon, informa-nos que os caciques e outros nobres faziam com que suas esposas e servos favoritos fossem enterrados vivos, junto com eles, em túmulos requintados de adobe, chamados huacos. No mínimo, as pessoas eram sepultadas com abundante reserva de alimentos e bebidas. Visto que cada enterro exigia panelas e vasos para alimentos e bebidas, grandes quantidades de cerâmica foram produzidas em massa.

No clima seco do deserto, os túmulos de barro sobreviveram muito bem. Ao serem escavados, encontraram-se múmias e muitas peças de cerâmica esculpida. Esta cerâmica era o que de mais próximo a uma linguagem escrita a civilização mochica-chimu possuía. Assim, destes vasos de cerâmica é possível reconstruir o que, de outra forma, teria sido história perdida.

A partir de cerca de 300 anos antes de nossa Era Comum, o povo da civilização mochica-chimu gradualmente aperfeiçoou sua fabricação de vasos a ponto de se tornar excelente arte. Sem a ajuda da roda de oleiro, usaram a terracota — excelente argila de oleiro — para modelar vasos bem feitos que combinam o útil com o belo. Talvez o mais notável seja o vaso com alça de estribo. Tubos idênticos de argila curvam-se da parte central do vaso para juntar-se no meio, formando um único bico, combinando, assim, a alça para transportá-lo com o seu bico. O próprio vaso era adornado de desenhos pintados e pequenas figuras em baixo-relevo. Tal cerâmica se tornou a expressão artística do oleiro. Com a perícia de magistrais artífices, os índios moldaram seus vasos de argila à semelhança deles próprios e de seu ambiente. Eram vívidos observadores da criação e conseguiram modelar seus vasos nas imagens exatas dos frutos e verduras que cultivavam, bem como na abundante vida animal da área costeira. No entanto, nem toda a sua cerâmica era a representação literal de suas cercanias. Também modelaram deuses e demônios mitológicos.

Representações de Pessoas

A cerâmica de efígies, com suas cabeças esculpidas, é a realização coroadora da arte plástica associada à civilização mochica-chimu. Sem dúvida, os oleiros, que se pensa terem sido mulheres, devem ter modelado suas representações de cabeças, como na vida real, tendo em mente determinadas pessoas. Os vasos, colocados em fileiras nas prateleiras dos atuais museus, representam o antigo peruano da costa como tendo caraterísticas mui similares às de seus descendentes hodiernos. Têm rosto redondo, narizes de curvas destacadas que eram furados para a colocação de argolas, tinham bocas grandes, com lábios grossos, e olhos que eram ligeiramente amendoados. Tais caraterísticas faciais indicam que as pessoas tinham origem asiática. Também todos os homens tinham orelhas furadas e usavam cunhas de madeira nas orelhas, similar ao costume de algumas tribos africanas que utilizam botoques de madeira nos lábios. Em ocasiões festivas especiais, os botoques de madeira eram substituídos por outros de cobre e de ouro. A maioria dos homens pintavam o rosto com desenhos decorativos. Os homens tendiam a ser baixos e corpulentos.

Surpreendentemente, os jarros mostram cenas que poderiam ocorrer muito bem em nossos dias. Um deles mostra dois homens de rosto sóbrio apoiando um companheiro no estupor duma bebedeira. Um jarro dum rosto sorridente revela que as pessoas devem ter sido vívidos observadores. Dois pequeníssimos buracos furados nos cantos dos olhos permitiam que se formassem diminutas goticulas de água. Isto indicava que o oleiro antigo entendia que, se a pessoa rir muito, começa a chorar. Outro jarro representa uma mulher ajoelhada sobre uma grande bacia de água, e lavando os cabelos.

Num jarro que representa o parto, a mãe está sentada (a posição tradicional das mães ao darem à luz, na maioria das culturas antigas). Por trás dela, uma parteira a envolve de ambos os lados e pressiona a barriga da mulher para ajudá-la a dar à luz. Outra mulher se ajoelha na frente para receber o bebê, cuja cabeça é representada como surgindo no momento do parto. Assim, em uma jarrinha de barro, o artista captou uma cena que já tem sido reencenada por milhares de anos.

Outros jarros representam doenças e moléstias. Os médicos modernos, por estudarem tais jarros, identificaram esculturas de pessoas que sofriam de tumores dos olhos, do pescoço e do cérebro. Outros vasos representam casos de sífilis, úlceras malignas e verruga-do-peru (temível doença dos Andes). Em certo jarro, vemos um cego sentado e tocando sua flauta de bambu, e, em outros, vêem-se aleijados e deformados, inclusive um corcunda.

Os jarros falam sobre os antigos feiticeiros chamados oquetlupuc. Num jarro, o feiticeiro coloca suas mãos sobre a pessoa doente, estendida à sua frente. Em outro, é visto soprando na boca do paciente, e, ainda em outro, mostra-se-lhe colocando os lábios sobre o corpo do paciente, como se sugasse a moléstia deste.

Os cronistas espanhóis nos contam que usavam-se amplamente ervas, que mostravam comprovado poder curativo. (Muitos de nossos modernos remédios provêm de ervas peruanas.) Também, os espanhóis disseram que o rei de Espanha, ao ser informado disto, enviou um emissário especial para compilar um livro que descrevia as muitas ervas diferentes usadas pelos índios. O feiticeiro tinha grande interesse em curar seu paciente porque, se a pessoa enferma morresse, devido à sua negligência, o pretenso curador era amarrado em cima do cadáver do paciente e deixado ali para que as aves de rapina o matassem por devorar seus olhos e suas entranhas.

Os jarros mostram que os mochicas-chimus usavam roupas práticas bem adequadas ao clima costeiro. As mulheres, que eram magistrais tecelãs, faziam roupas coloridas, de algodão fino e de lã de lhama, com desenhos geométricos de tons brilhantes. A roupa básica era um pano para as cadeiras, puxado por entre as pernas e amarrado na cintura. Sobre isto, os homens usavam uma camisa sem mangas para a parte superior do corpo, e um saiote curto cobria a parte de baixo. Tal saiote era seguro por um cinto largo, usualmente adornado de chocalhos. Os homens também usavam amplas capas, com largos colarinhos rodados. Sobre a cabeça, usavam pequenos barretes qual base para turbantes feitos de tiras estreitas de pano. A cobertura para a cabeça era mantida no lugar por meio dum amplo pano que corria em diagonal sobre o topo da cabeça e era amarrado abaixo do queixo. Este traje aparatoso, como comentaram os cronistas espanhóis, dava aos índios a aparência de ciganos. Durante o dia, esta peça os protegia do escaldante sol tropical e, à noite, fornecia o calor necessário para combater o vento frio e úmido que sopra para o interior, proveniente da fria corrente oceânica ao largo da costa do Peru.

Agricultura e Pesca

Toda uma série de jarros modelados segundo a semelhança dos principais produtos da terra revelam que os mochicas-chimus cultivavam mais ampla variedade de legumes e frutas do que seus correspondentes europeus. Sua cerâmica faz-nos lembrar que muitas das colheitas agora cultivadas em todo o mundo originaram-se no Peru, tais como a da batata-branca, da qual cerca de 30 variedades ainda são cultivadas, e o pallar, ou feijão-de-lima. Outras safras são a da batata-doce, mandioca, milho, abóbora, pimentões, amendoins, muitos tipos de vagens e de milho para pipocas, para as quais os oleiros inventaram uma panela especial para pipocar.

Por volta da casa, que chamavam de an, os índios criavam perus, patos e um tipo de cão mudo. Conservavam cuyes (porquinhos-da-índia) nos cantos escuros de suas moradias e os usavam como alimento, algo ainda feito por muitos peruanos hodiernos.

Tais índios aproveitavam outra fonte abundante de alimento — os peixes. Os jarros mostram pescadores mochicas-chimus pescando com suas redes e anzóis de pequenos barcos de tábua. Apanhavam peixes, polvos, lagostas e uma variedade de moluscos, todos os quais são fielmente representados em sua cerâmica.

Guerra e Religião

A civilização mochica-chimu, pelo que parece, dividia-se em muitos reinos locais, que constantemente combatiam uns aos outros. E os cativos em tais lutas eram sacrificados aos deuses.

Tais índios praticavam degradante forma de adoração, conforme evidenciado pelos vasos que explicitamente representam muitos atos sexuais desnaturais. Os vasos também representam muitos deuses e demônios com traços humanos, combinados com os de animais e plantas.

Na verdade, os jarros encontrados na costa do Peru representam um quadro do modo em que realmente se vivia entre os mochicas-chimus. Embora não expresso por palavras, o testemunho é inequívoco em apontar a existência duma civilização antiga que era bem avançada, em muitos sentidos, embora estivesse afundada na religião falsa.

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