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  • g81 8/2 pp. 20-22
  • Meu sonho de servir a Deus — como se realizou

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  • Meu sonho de servir a Deus — como se realizou
  • Despertai! — 1981
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Despertai! — 1981
g81 8/2 pp. 20-22

Meu sonho de servir a Deus — como se realizou

NO Dia 14 de novembro de 1962, realizou-se um sonho dourado. Ingressei no convento da Ordem Terceira dos Franciscanos de Calais, em Santo Tirso, Portugal, para tornar-me freira. Era como se eu tivesse gasto minha vida inteira preparando-me para este momento. Quando estava no degrau da porta do convento despedindo-me de meu pai, a felicidade dele e a minha eram bem evidentes.

Éramos uma família católica romana devotada. Papai saía para trabalhar nos campos, com o rosário no bolso, recitando suas orações. Toda noite a família inteira repetia junta o rosário.

Esperava-se que todas as boas famílias católicas dedicassem um dos filhos à Igreja. Na nossa família, eu fui escolhida. Isto era considerado um grande privilégio. Estudei diligentemente o catecismo. Fui entrevistada pelo bispo de Vila Real. Muitos dos meus amigos e parentes mais achegados já eram freiras e sacerdotes.

A Vida no Convento

Para minha surpresa, não foi tão fácil adaptar-me à vida no convento. As acomodações não eram o problema. O dormitório possuía repartições, cada uma com uma cama, pequena mesa e cadeira. Foi com os longos períodos de silêncio que tive de lutar de verdade. Afinal, estava acostumada ao falatório diário e à atmosfera alegre da vida em família com três irmãos e três irmãs.

Levantávamos diariamente às 6,30 horas, gastando a primeira meia hora na capela, proferindo orações. Realmente, devotava-se apenas uma hora por semana para o estudo religioso, utilizando publicações da Igreja. Tomávamos o café da manhã em completo silêncio, como se dava em todas as demais refeições. Depois, íamos trabalhar em departamentos diferentes.

Cada dia, após o almoço, tínhamos uma hora de recreação, durante a qual podíamos conversar umas com as outras. Entretanto, não se podia fazer nenhuma referência direta para revelar o nome de nossa cidade natal. Vagamente, teríamos de dizer algo como: “Num certo lugar . . .” Nossa correspondência que chegava e a que saía passava por uma censura.

Depois de um mês, ajustei-me à rotina e comecei a apreciar a vida no convento. Quando queria falar, conversava com Deus. Considerava um privilégio colocar todo dia o véu preto, as vestes pretas e longas, e o crucifixo. Estava seguindo conscienciosamente uma vida piedosa de acordo com o ritual da Igreja. Ao passo que o postulado de seis meses chegava ao fim, eu aguardava receber um anel. Isto significaria que eu fora “prometida em casamento”, por assim dizer, a Jesus Cristo. Então, diversos anos depois, completaria o treinamento e faria os votos perpétuos como freira.

Surpresa Desapontadora

Certo dia, enquanto trabalhava na lavanderia, fizeram-me sinal para ir ver nossa Madre Superiora. De maneira direta, mas bondosa, ela explicou que eu não poderia continuar no convento devido à minha saúde. Havia contraído bronquite e só podiam permanecer as que tivessem boa saúde. Simples palavras não podem descrever o choque que senti. O sonho de minha vida pareceu despedaçar-se. Insisti em que deveria haver um modo de ficar. Mas, suas palavras eram definitivas: Eu teria de ir embora.

Depois de muito chorar, soube que meu pai estava esperando do lado de fora para levar-me para casa. Tentando animar-me, a Madre Superiora disse que eu poderia fazer bastantes serviços humanitários. Prometeu arranjar-me um trabalho no Hospital Santa Maria, no Porto. Papai estava contrariado: “Se minha filha não pode ser freira”, disse ele, “ela não irá para hospital algum. Virá para casa e morará conosco novamente”.

De volta para casa, meu zelo pelas tradições da Igreja continuou. Ainda me considerava “noiva” de Cristo e continuei a seguir todas as cerimônias, tais como a observância de dias santos, o jejum e as rezas. Cada noite, antes de me recolher, beijava o crucifixo. Se eu estivesse longe de casa e a cruz no meu quarto estivesse numa parede, eu ficava sobre uma cadeira, ou mesmo subia em cima duma cômoda para beijá-la. Meu principal desejo na vida era servir a Deus.

Influência Duma Prima

Por fim, fui trabalhar em Lisboa, a maior cidade de Portugal. Durante a época do Natal de 1973, visitei uma prima que morava perto da cidade. Ela tinha três filhos, pelos quais eu tinha muita afeição, e levei-lhes presentes. Nesta ocasião ela contou, com jeito, a novidade de que estava estudando a Bíblia com as Testemunhas de Jeová. Tinha planejado passar as férias com ela no mês de maio seguinte, mas agora minha reação era de nunca pôr os pés na casa dela novamente. Pelo que havia ouvido, as Testemunhas de Jeová eram “a pior religião que havia pelas redondezas”.

No entanto, reconsiderei isso mais tarde e decidi ir para lá como havia planejado. Mas, tinha um objetivo definido em mente — ajudá-la a tornar-se uma boa católica praticante novamente. Todavia, minha prima mostrou-se tão determinada como eu. Visto que eu recusava considerar qualquer publicação das Testemunhas, seja ela qual fosse, ela tentava mostrar-me diversas passagens numa tradução católica da Bíblia. Ainda duvidava de que fosse uma Bíblia “legítima”. Por isso, ela me incentivou a obter uma que eu considerasse “genuína”. Tornou-se óbvio para mim o quanto ela desejava que eu examinasse pessoalmente a Bíblia.

Certo dia, durante minha última semana de férias, minha prima disse que eu teria de jantar sem ela visto que assistiria à uma reunião congregacional. Embora houvesse discordado firmemente dela em todos os assuntos religiosos discutidos, senti enorme curiosidade de assistir a esta reunião. Surpreendentemente, acompanhei-a ao estudo da Sentinela e achei o programa muito interessante. De repente percebi que conhecia várias Testemunhas, visto que haviam visitado freqüentemente a casa de minha prima durante as férias. Verifiquei que eram pessoas amigáveis e senti um espírito “familiar” entre elas.

Minha Primeira Bíblia

Depois das férias procurei uma Bíblia católica em muitas livrarias de Lisboa, mas tudo em vão. Por fim, adquiri uma através duma ordem religiosa. Indo diretamente para casa, comecei a consultar as referências que minha prima me havia dado, ficando completamente absorta até as quatro horas da manhã seguinte. Fiquei espantada com o que a Bíblia ensinava sobre imagens, a condição dos mortos e quem é Deus. Perguntei-me: “Por que não estudávamos a Bíblia no convento? Por que a Igreja não segue os ensinamentos das Escrituras Sagradas? Por que o nome de Deus, Jeová, não foi restituído ao seu devido lugar?”

Parei imediatamente de usar imagens na minha adoração. Depois de considerar Hebreus 10:10, não participei mais da Comunhão. De julho até dezembro de 1974, estudei sozinha a Bíblia, contudo usava agora com prazer as publicações das Testemunhas.

Tendo um primo que era proeminente sacerdote e presidente da faculdade de teologia da Universidade Católica de Lisboa, resolvi confrontá-lo com o que eu estava aprendendo da Bíblia. Para meu espanto, ele admitiu que o uso de imagens na adoração não era bíblico. Entretanto, justificou seu uso por dizer: “Os humanos são fracos e necessitam de ajudas visíveis, de outro modo se esqueceriam de Deus.” Concordou prontamente que o nome pessoal de Deus é Jeová, mas argumentou tibiamente que o uso do termo “Deus” é menos ofensivo para a maioria das pessoas. O interessante foi que ele não me desanimou de estudar com as Testemunhas de Jeová. Contudo, procurou minar a Bíblia por dizer que era contraditória em muitos lugares. É óbvio que sua fé não era muito forte.

Decisões Sábias

Por volta de dezembro de 1974, fiz uma decisão: Pediria um estudo bíblico em casa com as Testemunhas. Poucos dias depois, em 22 de dezembro, estava entre as mais de 39.000 pessoas na reunião especial em Lisboa para ouvir os oradores visitantes, N. H. Knorr e F. W. Franz, membros do Corpo Governante das Testemunhas de Jeová. A reunião exerceu tremendo impacto sobre mim. Ali estava eu no meio de tantas pessoas, todas estudantes das Escrituras Sagradas, familiarizadas com os seus ensinamentos! Esta, pensei, é realmente a espécie de adoração que agrada a Deus, a ‘adoração com espírito e verdade’. — João 4:24.

Comecei a assistir regularmente a todas as reuniões de congregação. Em fevereiro de 1975 comecei a ir de porta em porta, divulgando a outros as boas novas do reino de Deus em obediência a Mateus 24:14. Agora dedicara realmente minha vida para servir a Jeová Deus, baseada no conhecimento exato da Bíblia. Para simbolizar minha dedicação, fui batizada na Assembléia de Distrito “Soberania Divina”, em meados daquele ano.

Por volta de novembro comecei a servir como pioneira, trabalhadora de tempo integral das Testemunhas de Jeová. Disse aos anciãos: “Eis-me aqui pronta para servir a Jeová. Portanto, podeis enviar-me a qualquer parte que queirais. Posso ser pioneira regular, pioneira especial ou missionária. Deixai-me apenas saber o que considerais ser melhor.”

Casei-me em novembro de 1977. Agora, junto com meu marido, sinto-me feliz em pregar as “boas novas” aqui em Portugal. Assim como outros foram pacientes e prestimosos comigo, empenho-me assim zelosamente em abrir os olhos espirituais de muitos, ainda mantidos em cativeiro pelas tradições da religião falsa.

Em vez de adotar “uma vida de contemplação e penitência”, descobri serem as palavras e o exemplo de Jesus bem melhores, a saber: “Há mais felicidade em dar do que há em receber.” (Atos 20:35) — Contribuído.

[Fotos na página 20]

O SONHO NÃO REALIZADO

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