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  • Eram cristãos os métodos de conversão da cristandade?

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  • Eram cristãos os métodos de conversão da cristandade?
  • Despertai! — 1983
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g83 22/1 pp. 16-19

Eram cristãos os métodos de conversão da cristandade?

QUE HÁ de errado com a cristandade? Por que se acha dividida em incontáveis seitas? Por que tantos abandonam suas igrejas? Por que os países “cristãos” têm travado lutas uns com os outros tão amiúde? A verdadeira religião de Cristo não era assim. Portanto, o que saiu errado? Eram, talvez, falhos os métodos da cristandade de fazer conversos? É seu alicerce de areia ou de rocha? — Mateus 7:24-27.

Conversão significa dar meia-volta a um proceder na vida em direção a um outro. Por exemplo, em 50 EC, o apóstolo Paulo converteu muitos ao cristianismo em Corinto. Aquela cidade possuía má fama devido à imoralidade a tal ponto que “corintianizar” veio a significar “praticar a prostituição”. Paulo escreveu mais tarde aos seus irmãos coríntios: “Nem fornicadores, nem idólatras, nem adúlteros, . . . nem homens que se deitam com homens, nem ladrões, nem gananciosos, nem beberrões, nem injuriadores, nem extorsores herdarão o reino de Deus. E, no entanto, isso é o que fostes alguns de vós.” — 1 Coríntios 6:9-11.

Como foi que a religião pura e original de Cristo degenerou-se no atual sistema da cristandade? Vários fatores estavam envolvidos. O apóstolo Pedro predisse o efeito corrompedor de “falsos instrutores” culpados de “conduta desenfreada” e de “palavras simuladas”. (2 Pedro 2:1-3) Jesus disse aos seus discípulos: “Não fazeis parte do mundo.” (João 15:19) Mas, durante o segundo e terceiro séculos, a filosofia pagã e as tendências mundanas perverteram o cristianismo. Degeneraram-se também os métodos de conversão.

A Conversão de Constantino

No quarto século ocorreu uma das mais proeminentes “conversões” de toda a história, a do imperador romano Constantino. Diz-se que antes de uma batalha ele viu o sinal da cruz no céu com as palavras: “Com este vencerás.”

Tornou-se Constantino um verdadeiro cristão? A conversão cristã é simbolizada pelo batismo, imersão total em água. Constantino protelou este passo vital até seu leito de morte. Constantino não era “um personagem cristão”, argumenta o historiador H. Fischer em sua História da Europa (em inglês), e acrescenta: “Ele . . . mandou matar sua esposa e seu filho. . . . Cria em Cristo, mas também no sol invencível. [Constantino deu início a observância do Sunday (em inglês, domingo; literalmente, dia do sol)] Ele . . . conservou o cargo de Sumo Pontífice [sumo sacerdote].”

Devido ao apoio de Constantino, o “cristianismo” (da espécie degenerada) tornou-se a religião oficial do império. Isto redundou num repentino aumento nas conversões e estabeleceu o padrão para uma multiplicidade de conversões futuras. Explica o historiador E. Gibbon: “Uma vez que as camadas sociais inferiores se deixam influenciar por outros, a conversão dos que gozavam de qualquer superioridade de nascimento, de poder, ou de riquezas, era logo imitada pelas multidões dependentes.”

A Conversão das Tribos Pagãs

No quinto século o decadente império romano começou a decrescer e a desfazer-se. Tribos guerreiras germânicas investiram impetuosamente nas fronteiras do império e inundaram a região sul. A famosa Pax Romana desmoronou-se e a Europa se tornou um palco de guerra. Com o tempo, Clóvis I, um rei franco, subjugou seus rivais e veio a ser senhor duma vasta parte da Europa Ocidental. Os francos não eram cristãos, mas Clóvis I desposou uma princesa católica de nome Clotilde.

Segundo alguns relatos, Clóvis I teve uma experiência similar à de Constantino. Severamente pressionado numa batalha com a tribo alamâni, invocou a Cristo por uma vitória. Ele venceu. Ao retornar de sua campanha foi batizado, em 496. O livro de Charles Oman, A Era do Obscurantismo (em inglês), afirma: “3.000 de seus guerreiros o acompanharam até a fonte [batismal].”

Tornaram-se verdadeiros cristãos? Responde Oman: “Não se pode dizer que a conversão do rei produziu qualquer mudança favorável no seu caráter ou na sua conduta. . . . Os francos . . . apressaram-se a segui-lo até o aprisco da Igreja . . . Mas, tanto com o Rei como com o povo, a mudança era quase inteiramente superficial.”

Primitivas Conversões na Britânia

A Britânia no sexto século era mormente não-cristã. Sob o império ela fora de certo modo “cristianizada”, mas os saxões invadiram e levaram os “cristãos” britânicos para o oeste. Não havia vínculos entre estes e o papado em Roma. Portanto, em 596, o Papa Gregório I enviou um frade chamado Agostinho, que desembarcou perto de Ramsgate, no Condado de Kent. Logo converteu o rei local, Etelberto, acompanhado dos homens de Kent. Similares conversões em massa ocorreram em outras partes da Inglaterra. Escreve Fischer: “Aqui, como em qualquer outro lugar, a conversão dos pagãos deve ser atribuída não a qualquer ação de arrependimento do coração, mas à pressão da monarquia sobre uma população submissa. . . . O credo do rei passou a ser o credo do povo.”

Mas a principal atribuição de Agostinho, da parte do papa, era converter a Roma os “cristãos” britânicos independentes. Duas reuniões realizadas por Agostinho com os bispos locais fracassaram por completo. “Se”, exclamou o “santo”, “não tiverdes paz com seus amigos, tereis guerra com seus inimigos”. Esta atitude beligerante refletia bem a política do Papa Gregório I, que, segundo a Encyclopaedia Britannica, “às vezes advogava uma guerra de agressão contra os pagãos a fim de cristianizá-los”.

Conversões na Saxônia e em Outros Países

A guerra certamente desempenhou um grande papel na conversão da Europa não-cristã. Concernente a Carlos Magno, Rei dos francos de 768 a 814, diz H. G. Wells: “Ele tornou suas guerras de agressão definitivamente guerras religiosas. . . . Nações inteiras foram convertidas ao cristianismo pela espada.” Em 782, em Verden, ele massacrou a sangue frio 4.500 prisioneiros que haviam liderado uma revolta e se afastado do “cristianismo”. Com referência à conquista da Saxônia, declara a Encyclopaedia Britânica: “Os métodos violentos pelos quais se levou a cabo este empreendimento missionário eram desconhecidos aos primórdios da Idade Média.”

Intimidados, sem dúvida, pela cruel reputação de Carlos Magno, os eslavos da Europa Oriental foram facilmente subjugados e convertidos. Em 988 Vladimir, o czar russo, manobrou seu conúbio com uma princesa bizantina, uma católica ortodoxa oriental, e consentiu, como parte do acordo político, tornar-se “cristão”. Daí, ele “ordenou o batismo coletivo de seus súditos”.

“A conversão da Europa ao cristianismo”, escreveu o historiador Fischer, “foi, após a primeira idade épica da pobreza e do entusiasmo, principalmente o resultado de cômputo material ou de pressão política. Os godos, os francos, os saxões e os escandinavos passaram para o cristianismo, não como indivíduos guiados por uma percepção íntima, mas quais pessoas sujeitas às sugestões sobre as massas e sob a direção dos chefes políticos”.

Muitos da clerezia haviam-se tornado opulentos, politicamente poderosos e imorais. Isto ocasionou o desenvolvimento de seitas “heréticas”. Por volta da décima segunda centúria, Languedoc, ou sul da França, havia se tornado um foco de heresia. Consideremos agora como a Igreja empreendeu —

A Conversão dos Hereges no Sul da França

Havia dois grupos de hereges em Languedoc — os cátaros, ou albigenses, e os valdenses. Os primeiros eram os mais numerosos e suas crenças continham elementos do cristianismo e conceitos orientais. Os valdenses eram mais ortodoxos e muito zelosos em pregar a Bíblia entre o povo comum.

Primeiro se tentou a conversão por meios pacíficos. Quando isto fracassou, o Papa Alexandre III declarou num dos concílios de Latrão: “A Igreja . . . deve . . . invocar a ajuda dos príncipes, para que o temor da punição secular possa forçar os homens a buscar uma cura espiritual para suas fraquezas.”

Todavia, o Papa Inocêncio III tentou outra campanha de pregação. Nisto se notabilizou um sacerdote espanhol, Domingos de Gusmão. Mas, apesar de seu zelo, foram poucas as conversões de hereges. Certo escritor dominicano credita a ele a declaração: “Quando uma bênção não dá certo, uma boa vara grossa surtirá efeito.” Que era esta “boa vara grossa”?

Em julho de 1209, um poderoso exército de cavalaria, formado de nobres, de homens bem armados e de mercenários, partiu de Lião para Languedoc. Eram soldados da Cruz. Haviam-se juntado por ordem do Papa Inocêncio III para comandar uma cruzada contra os hereges. Seu líder era um legado pontifício. Esta força acampou nas proximidades da cidade de Béziers, no sudeste da França, a 21 de julho. Os munícipes rejeitaram a sugestão de que um grupo de hereges deveria ser entregue aos cruzados.

No dia seguinte os cruzados atacaram e logo esmagaram o pequeno corpo de defensores. Os mercenários, perversos malfeitores, e os nobres, todos ávidos por despojo, foram cruéis. Muitas pessoas fugiram para as igrejas em busca de segurança. O historiador Oldenbourg, no livro O Massacre em Montségur (em inglês), descreve os resultados: “As portas das igrejas foram abertas à força . . . Todos ali foram massacrados indiscriminadamente — mulheres, inválidos, bebês e sacerdotes. . . . Num curto espaço de tempo a próspera cidade de Béziers era uma cidade de cadáveres mutilados sangrando, e nada mais.” E esta exibição chocante de brutalidade foi realizada por homens liderados pelo legado pontifício, que triunfantemente escreveu ao papa: “Aproximadamente vinte mil munícipes passaram a fio de espada, a despeito de idade e sexo.”

Deu resultado esta “vara grossa”? Centenas de cátaros e valdenses foram queimados na estaca, mas em 1229, após vinte anos de guerra e miséria, os grupos heréticos ainda estavam bem escorados em Languedoc.

Em 1233 dois dominicanos receberam poderes especiais quais inquisidores. Seu método consistia em anunciar um “período de graça” durante o qual os hereges ou os simpatizantes podiam apresentar-se e confessar. No entanto, para provar sua “conversão”, eles tinham que denunciar outros. Este plano astuto, reforçado pelo temor da tortura ou da estaca, fez com que muitos colaborassem. As delações aumentaram progressivamente e desencadearam um reinado de terror. Em um só lugar, Moissac, 210 hereges foram queimados vivos num monstruoso holocausto. A Santa Inquisição logrou êxito em esmagar os cátaros. Os valdenses sobrevivem até hoje.

Alguns séculos mais tarde o belo país da França ficou em convulsão com a luta entre a Igreja e a Reforma. Na Inglaterra, quando o Rei Henrique VIII se autoproclamou chefe da Igreja Anglicana em 1534, os católicos que se recusaram a ser convertidos ao seu novo sistema político-religioso corriam grande perigo. “O credo do rei” ainda tinha de ser “o credo do povo”.

O protestantismo fez progresso durante o reinado de seu filho, Eduardo VI, mas o pêndulo oscilou noutra direção durante o reinado seguinte da rainha católica, Maria. O lorde Winston Churchill comentou, em sua “História dos Povos de Língua Inglesa” (em inglês): “Aqui estavam os . . . seres vivos que compunham a nação, ordenados no nome do Rei Eduardo VI a marchar por um caminho para a salvação, e sob a Rainha Maria, a marchar de volta de novo na direção oposta; e todos os que não se pusessem em movimento à primeira ordem, ou que não dessem meia-volta ante à segunda ordem, seriam obrigados a provar suas convicções, se necessário, na forca ou na estaca.”

Pode imaginar Jesus Cristo ou qualquer cristão verdadeiro condenar as pessoas à forca ou à estaca por suas crenças?

[Destaque na página 19]

Nações inteiras foram convertidas ao cristianismo pela espada.

[Foto na página 17]

Centenas que se recusaram a converter-se foram queimados na estaca.

[Foto na página 18]

Carlos Magno ameaçava de morte todos os que se recusavam ao batismo.

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