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  • O surfe — que está envolvido?
  • Despertai! — 1983
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Despertai! — 1983
g83 22/4 pp. 24-28

O surfe — que está envolvido?

Conforme depoimento ao correspondente de “Despertai!” na Austrália

QUAL a sensação que se tem ao deslizar suavemente nas ondas de uma bela praia banhada pelo sol? Milhares de pessoas em todo o mundo sentem regularmente essa emoção. São os surfistas, e praticar o surfe é seu prazer especial na vida. Convidei três amigos australianos para que explicassem os atrativos especiais do surfe. Ao ler suas experiências, você captará também uma oportuna palavra de cautela. Darei primeiro a oportunidade a John Gittins dar o seu depoimento.

“Fui acordado pelo trovoar de enormes ondas martelando as rochas vulcânicas abaixo de mim. O ruído me entusiasmava, mas, ao mesmo tempo me assustava um pouco. Por quê? Porque logo eu estaria testando minha perícia e energia deslizando naqueles monstros aquáticos.

“Ainda meio adormecido, procurei meu calção de surfe “ateando no interior escuro de meu pequeno furgão. Ao abrir a porta do furgão, meus mais ardentes sonhos se realizaram. Ondas perfeitas de 3 a 4 metros sucediam-se em harmoniosa formação lá embaixo na bela baía de Honolua, na ilha de Maui, Havaí. O que eu contemplava era um sonho dos surfistas.

“Eu já havia praticado surfe em alguns dos principais pontos de surfe na Austrália, na África do Sul e na Europa. Agora no Havaí, eu estava na Meca dos surfistas. Diante de meus olhos estavam as maiores, as mais poderosamente bem talhadas ondas que eu já vira. Com a prancha debaixo dos braços, desci correndo a trilha entre os cactos silvestres em direção ao mar. Uma rápida mas cuidadosa olhada nas ondas que se aproximavam indicou que havia um período de remanso, dando exatamente o tempo necessário para a corrida final até um rochedo que servia de trampolim e, em seguida, ali estava eu — na bela, fria e límpida ressaca havaiana.

“Saí remando e, no momento exato, fui de encontro à face de uma das grandes ondas. O incrível impulso quando a onda tomou conta e a suave velocidade da descida ainda estão bem vivos na minha mente. Desviando da base da onda subi rasgando a longa muralha verde, deslizando na sua beirada a uma velocidade maior do que eu já alcançara antes. O bramido da onda trovejante me atingia em cheio. Por um momento pensei que tudo estava perdido ao passo que a impetuosa crista da onda me rodeava. Mas, finalmente deslizei até a extremidade, saí por trás da onda desvanecente para as águas profundas da baía. Que emoção foi isso!

“Ora, praticar surfe talvez não seja a idéia que você forma do prazer, mas, a maioria das pessoas pelo menos gostam de ficar olhando. Os amantes de fotografia, com as suas objetivas zoom ficam realmente entusiasmados. E onde quer que havia grandes ondas, é mais do que provável que ali também haja surfistas. Muitos viajam o mundo todo apenas em busca de boas ondas para deslizar. De fato, o surfe é agora um esporte profissional, com seu próprio sistema de pontos e cada vez maiores prêmios em dinheiro.

É Monótono o Surfe?

“Alguns perguntam: ‘Não é monótono o surfe, simplesmente ficar esperando na água por uma boa onda e fazer a mesma coisa vez após vez? De modo algum. Cada vagalhão do mar é diferente. Cada banco de areia forma uma quebra de ondas diferente. Todas as ondas em que se desliza variam, não só em extensão e potência, mas em velocidade, textura e índice de quebra. Certamente não há lugar para monotonia!

“Que dizer sobre os custos do surfe? Custa muito começar? Não, realmente. De fato, um de seus atrativos para os jovens é que oferece muito por pouco dinheiro. Para começar, o mar é grátis. Naturalmente, você primeiro tem de estar ali. Daí, tudo o que precisa comprar é uma prancha de surfe e um traje de mergulho, se a água for fria. Se não, qualquer roupa de natação serve.”

Há Alguns Inconvenientes?

Para responder a essa pergunta dirijo-me a meu segundo informante, Rob McTavish, bem conhecido no mundo do surfe como desenhador de pranchas.

“A prática do surfe me levou a viajar por todo o mundo e vi as mudanças que se introduziram nas últimas duas décadas. Nem todas foram para melhor.

“No início da década de 60 desenvolveu-se um inteiro estilo de vida em torno desse esporte, um estilo contrário à cultura materialista de vencer a todo custo. Muitos surfistas abandonaram carreiras promissoras e juntaram seus recursos para custear a gasolina em sua busca de boas ondas pelo mundo afora. O dinheiro não era considerado tão importante. Basicamente, os surfistas naquela época simplesmente tentavam usufruir as dádivas naturais do sol e do surfe.

“À medida que avançavam os anos 60, muitos surfistas foram arrastados para a contracultura, o movimento hippie, e, naturalmente, às drogas que a acompanham. Tenho visto muitos anteriormente dedicados saudáveis surfistas acabarem como escórias humanas de degradação e vício.

“Outro fator negativo no esporte tem sido a competição, o comercialismo e o profissionalismo crescentes. Isso tem sido mais evidente desde a inovação da prancha curta, em 1967. Essa prancha pequena levou os aspectos de deslizar sobre ondas a níveis inteiramente novos de emoção. Para fazê-la deslizar são necessárias ondas mais poderosas e isso significa viajar a lugares como o Havaí e a Indonésia em busca dos grandes vagalhões do meio do oceano, que formam as ondas realmente de alta qualidade.

“Havendo mais surfistas, introduziu-se um espírito agressivo. Multidões de surfistas acotovelam-se e disputam as melhores ondas. Isso pode amiúde levar a brigas e empurrões.

“Talvez se pergunte o que acontece quando um surfista fica mais velho e a competição por ondas se torna mais difícil. Muitos acabam num dilema. Talvez tenham gasto toda sua adolescência e chegado aos 30 perseguindo ondas, e, então, com esposa e filhos descobrem que não estão muito bem qualificados para ganhar a vida. Outros se estabeleceram na vida vendendo drogas e por fim tornaram-se parte do novo ‘sistema’, igual ao que se opunham nos anos sessenta.”

Quão Seguro É o Surfe?

Eu me perguntava a respeito disso e decidi indagar a opinião do ex-surfista John Wright. Ele está especialmente em condições de responder, como verá.

“Aos onze anos eu já deslizava sobre ondas na costa australiana. Quando uma equipe de surfistas da Califórnia visitou Sídnei, no verão de 1956, a febre do surfe realmente pegou. Simplesmente observar aqueles californianos realizar as suas proezas realmente inspirava a nós, jovens — ‘cornering’, ‘andar na prancha’, ‘giros’, ‘head dips’ — eles faziam tudo parecer tão fácil!

“Quando fiquei mais velho, meu apetite pelas grandes ondas da Califórnia e do Havaí foi aguçado. Aos vinte e um anos, saí da universidade e comecei a trabalhar e economizar para minha primeira viagem aos EUA. Quando finalmente consegui, descobri que o estilo de vida dos surfistas em geral não era muito diferente do que na Austrália — festas com bebedeiras, rixas, moral dissoluta e abuso de drogas. Brigas por causa de ondas eram comuns.

“Mas, talvez se pergunte, que dizer da segurança? Obviamente, no surfe você leva muitos tombos, mas, em geral na água. Assim, se for bom nadador, normalmente não há perigo real. Mas sempre existem as circunstâncias imprevistas que podem atingir a qualquer um em qualquer época. Tome meu caso como exemplo.

“Certo dia, em 1975, ao testar uma nova prancha numa praia local, eu fazia uma ‘reentrada’ numa onda de um pouco mais de um metro. A onda passou por um banco de areia raso e a sua crista me lançou de cabeça na areia. Todo o peso do corpo caiu em cima do pescoço. Levantei-me e em seguida caí de bruços na água, a uma profundidade de uns trinta centímetros. Deitado ali, eu me perguntava por que não podia me mexer.

“Quando ia perdendo o fôlego, um colega surfista que pegara a onda antes de mim viu-me flutuando ali e veio socorrer-me. Ele me virou de costas e me arrastou boiando até a praia. A essa altura uma pequena multidão já se ajuntara na praia. O tempo que eu esperava pela ambulância parecia horas. Foi a última vez que deslizei numa prancha de surfe. Eu quebrara o pescoço. Desde então tenho sido um quadriplégico.a

“A idéia de ficar confinado a uma cadeira de rodas me afligia muito. Gradualmente, com a ajuda da fisioterapia, recuperei muito das funções dos braços e das mãos e posso andar com a ajuda de muletas, graças também ao constante incentivo de minha querida esposa, com a qual me casei em janeiro de 1980.

“Embora não possa praticar o surfe, gosto de nadar, o que me ajuda a ficar em boa forma, e ainda gosto de apreciar o surfe e os muitos surfistas habilidosos que deslizam sobre as ondas perto de nossa casa que dá vistas para o mar na costa oriental da Austrália.

“Há alguma lição para se aprender de minha infeliz experiência? Acidentes podem acontecer em qualquer esporte devido a circunstâncias imprevistas. Se eu tivesse batido naquele banco de areia com as mãos em vez de com a cabeça, a história teria sido diferente. Obviamente, você não pode brincar com as forças cegas da natureza. Uma onda, arrastando toneladas de água, pode gerar uma força tremenda. É por isso que o surfista precisa saber ajustar-se ao fluxo e ao ritmo da onda. Também é útil conhecer o tipo de terreno sob as ondas e estar preparado para medidas de emergência, se necessário.

“Quando recordo meus dias de surfista, vêm-me à mente muitos momentos felizes e emocionantes. Era um prazer ajustar-se aos sempre mutantes movimentos das ondas. Mas havia também os aspectos negativos de um estilo de vida que incluía vício de drogas e moral dissoluta. Além disso, existe a agressividade e a competição.

“Sou também obrigado a refletir sobre outro aspecto do surfe. Supõe-se que todo esporte seja uma recreação, um passatempo, uma mudança na rotina normal da vida. Naturalmente, se alguém é profissional, é diferente. Mas, tenho de admitir que o surfe era mais do que isso para mim. Era uma ocupação integral consumidora de tempo e energia. Dias inteiros eram gastos praticando surfe, na espera do ‘tubo’ perfeito, a onda realmente grande. Posso ver agora a facilidade com que se tornou uma atividade egocêntrica, dificilmente preocupando-me com qualquer outra pessoa. E no fim da semana, ou do mês, que havia para mostrar? Naturalmente, como recreação nas horas de folga o surfe é tão bom quanto qualquer outro esporte. Agora, porém, como cristão ativo inclino-me a dizer que não deve ser praticado a ponto de excluir outras pessoas e responsabilidades.

Praticar Surfe Dentro dum Estilo de Vida Melhor

“Na época em que praticava surfe, e usava drogas, eu era afligido por perguntas sobre o lado espiritual da vida. Queria respostas a perguntas tais como: Por que existimos? Há vida após a morte? Se fomos feitos para viver em harmonia com a natureza e com Deus, por que é a humanidade tão propensa à destruição? Na minha busca examinei várias filosofias orientais, mas não me satisfizeram. Daí, um par de surfistas com o qual eu trabalhava começou a estudar a Bíblia com as Testemunhas de Jeová. Logo fiquei impressionado com a mudança de atitude deles. Tornaram-se menos agressivos e parecia que desenvolviam uma genuína preocupação para com seu próximo — nesse caso, para comigo!

“Certo dia discutíamos as condições mundiais quando um dos homens mostrou-me um texto em 2 Timóteo, capítulo 3, onde menciona os ‘últimos dias’ e descreve como seriam as atitudes das pessoas. Isto realmente me impressionou porque pude relacionar isso com o nosso tempo. Ao progredir no entendimento da Bíblia passei a aprender sobre esse amoroso Deus, Jeová, que tomará medidas para ‘arruinar os que arruínam a terra’. (Revelação 11:18) Pude ver assim que era necessário o homem harmonizar sua vida com o propósito de Deus. Isso significava que eu tinha de fazer mudanças no meu estilo de vida. Deixei de levar uma vida imoral e abandonei as drogas. Em 1974, antes do meu acidente, fui batizado como servo dedicado de Deus, uma das Testemunhas de Jeová.

“Naturalmente, meu amor pelo surfe não diminuiu e eu o praticava sempre que podia. Mas não mais dominava minha vida, como antes, e eu podia usufruí-lo em relação com o Criador e suas grandes obras, uma das quais são os oceanos.

“Meu acidente não afetou minha crença em Deus e em suas promessas de transformar esta terra sob o governo justo de seu reino por Cristo. Com saúde restaurada na futura nova ordem de Deus, aguardo usufruir de novo as emoções das ondas. No ínterim, minha esposa e eu fazemos tudo que podemos para ajudar outros, incluindo surfistas, a conhecerem o verdadeiro Deus, Jeová, e seu Filho, Cristo Jesus, através de quem é possível a salvação deste corrupto sistema de coisas.”

[Nota(s) de rodapé]

a Quadriplégico — pessoa paralisada de ambos os braços e pernas.

[Foto na página 27]

Embora ocorrência rara no surfe, circunstâncias imprevistas podem às vezes aleijar.

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