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  • As grandes empresas e a guerra
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g84 22/7 pp. 6-9

As grandes empresas e a guerra

A VENDA internacional de armas tornou-se um alto negócio no século 19. Produtores de aço, como a firma alemã Krupp, e as firmas inglesas, Vickers e Armstrong, começaram a produzir armas em grandes quantidades. Quando seus governos não puderam, ou não quiseram, comprar bastantes armas, tais firmas criaram um comércio internacional e logo se tornaram gigantescas multinacionais.

Desde seus dias iniciais, expressaram-se dúvidas quanto à moral da produção e da exportação de armas. Alfred Nobel, da Suécia, descobriu uma forma de cordite (pólvora sem fumo, chamada balistite) para canhões, e, aos 60 anos, comprou a fábrica de armas sueca Bofors. Todavia, professava interesse no pacifismo e de sua herança surgiu o famoso Prêmio Nobel da Paz, a ser concedido aos que fizessem o máximo para promover relações amigáveis entre nações. Quando William Armstrong morreu, em 1900, um jornal inglês comentou: “Há algo que deixa a imaginação estarrecida, na aplicação de uma mente fria e comedida, como a de lorde Armstrong, à ciência da destruição.”

Entretanto, quaisquer escrúpulos logo foram deixados de lado por se pensar, quer no patriotismo, quer nos lucros. Já no início da Primeira Guerra Mundial, vendedores de armas pululavam pela maioria das capitais do mundo, vendendo suas mercadorias. Tal guerra, porém, expôs o grave problema moral relacionado com o comércio de armas.

Durante a guerra, armas de fabricação inglesa e francesa foram empregadas contra soldados ingleses e franceses no campo de batalha. A Alemanha lutou contra os russos e os belgas, que tinham sido armados pela Krupp. A maioria dos navios envolvidos tinham uma couraça fabricada com patente da Krupp, e na Batalha da Jutlândia, ambos os lados lançaram bombas dotadas de espoletas da Krupp.

Os fabricantes de armas amealharam enormes lucros com a guerra — tantos que muitos suspeitaram que eles tentaram prolongar a guerra em benefício próprio. Um artigo de revista de 1934 calculava que, durante tal guerra, a morte de cada soldado custou US$ 25.000, “dos quais uma grande parte foi para o bolso do fabricante de armas”. — The Arms Bazaar (O Bazar de Armas), de Anthony Sampson.

Desde aquela guerra, o comércio de armas persiste, e, atualmente, floresce como nunca antes. Alguns ainda questionam a moral de se lidar com armas da morte, mas ninguém nega sua lucratividade. “A guerra voltou a ser um ótimo negócio”, disse um analista de Wall Street [distrito financeiro, EUA]. O jornal The New York Times, referindo-se às armas modernas de alta tecnologia, adicionou: “Mais do que um milagre de tecnologia, a guerra eletrônica é um negócio lucrativo.”

“O comércio de armas está . . . florescendo, a URSS já tendo ultrapassado os EUA como o principal exportador das armas principais”, confirmou a revista inglesa New Scientist (Novo Cientista), acrescentando: “E, sem dúvida, dentro de um ou dois anos, veremos um reavivamento das exportações inglesas de armas, depois da exposição fornecida nas Falklands [Malvinas].”

Efetivamente, para os empresários das firmas produtoras de armas modernas, os conflitos das Malvinas e do Líbano devem ter parecido uma mercê de Deus. Comenta o jornal The Guardian: “As empresas européias e americanas vêem novas e excitantes perspectivas depois duma guerra [nas Malvinas] que forneceu uma demonstração clássica de suas mercadorias.”

Isto também devia ter sido óbvio para os que procuram algo seguro em que investir seu capital. Novos investidores em armas estão, por assim dizer, “surgindo em abundância”. Um analista de assuntos de defesa, citado em The New York Times, disse: “As ações têm tido bom desempenho desde tais incidentes [os conflitos das Malvinas e do Líbano]. É claro que isto tem atraído mais a atenção dos investidores.”

Na década de 70, ao passo que se travava a guerra no Sudeste da Ásia, as igrejas protestantes — algumas das quais protestaram contra a guerra e contra o crescente fortalecimento militar dos Estados Unidos — achavam-se entre os que tiravam proveito do lucrativo mercado de armas. Num folheto sobre o assunto, o Conselho Nacional de Igrejas (EUA) disse: “Os investimentos identificados aqui são com as ‘grandes empresas’ de produção e de agenciamento militar. A soma do investimento da Igreja é de quase US$ 203 milhões . . . Tais investimentos são um grande negócio para as igrejas, representando uma parte importante, senão a mais importante, de seus valores.”

O que faz com que os empresários das firmas produtoras de armas esfreguem as mãos de satisfação especial é que, na maior parte, eles negociam com os militares, e não com clientes comerciais. Suas vantagens são, portanto, muitas. A maioria das grandes nações já alocaram bilhões de dólares para a defesa, de modo que o dinheiro que chega aos cofres dos fabricantes está garantido. Visto que tais componentes precisam satisfazer padrões militares, o preço é quatro a cinco vezes superior aos vendidos aos clientes comerciais. Falando-se em geral, os militares preferem comprar produtos fabricados dentro de suas fronteiras, em vez de em fontes externas, assim reduzindo a ameaça de competição externa. As firmas americanas, em especial, em sua ânsia de contratos militares, encontram-se na posição incomum de não enfrentarem nenhuma competição do Japão. As armas são, deveras, um negócio lucrativo.

Colocados bem no meio deste grande negócio da guerra acham-se os vendedores de armamentos que oferecem suas destrutivas mercadorias como se fossem vendedores de porta em porta. “O que há de grandioso na fabricação de armas, comparado com a fabricação de automóveis”, disse um deles, “é que elas estão sempre ficando ultrapassadas ou gastas: há um escopo infinito de expansão”.

Feiras de armas, para onde os compradores e os vendedores convergem a fim de observar os últimos estilos de armas de guerra, estão surgindo por todo o mundo como os desfiles de moda. Os produtores desenvolvem o que chamam de terceira geração de armas — projetos de alta tecnologia que envolvem um aumento dos gastos militares para pesquisa e desenvolvimento. Christopher Paine, da Federação de Cientistas Americanos, chamou isto de “perigosa artimanha perpetrada pelos fabricantes de armas, para se conservarem no negócio”.

Os problemas morais do comércio de armas não mudou. Por três anos antes da guerra das Malvinas, os ingleses venderam para a Argentina, no valor superior a 200 milhões de dólares, navios de guerra e armas eletrônicas, grande parte das quais foram empregadas contra eles quando irrompeu a guerra. Este é o risco que tanto as nações como as grandes empresas preferem assumir. Erguem-se vozes condenando as vendas internacionais de armas. Todavia, as vendas prosseguem, geralmente incentivadas pelos governos nacionais. E, no ínterim, o mundo se torna um lugar cada vez mais perigoso de se viver.

[Destaque na página 8]

Os ingleses venderam para a Argentina armamentos no valor de milhões de dólares, apenas para vê-los empregados contra eles nas Malvinas (Falklands).

[Foto na página 7]

As dúvidas quanto à moral da venda de armas foram logo ofuscadas pelos lucros que começaram a fluir.

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