BIBLIOTECA ON-LINE da Torre de Vigia
BIBLIOTECA ON-LINE
da Torre de Vigia
Português (Brasil)
  • BÍBLIA
  • PUBLICAÇÕES
  • REUNIÕES
  • g84 8/11 pp. 21-25
  • “Será que meu filho é hiperativo?”

Nenhum vídeo disponível para o trecho selecionado.

Desculpe, ocorreu um erro ao carregar o vídeo.

  • “Será que meu filho é hiperativo?”
  • Despertai! — 1984
  • Subtítulos
  • Matéria relacionada
  • Quais São os Sintomas?
  • Hiperativo? Ou Falta de Disciplina?
  • Pode a Dieta Alterar as Coisas?
  • Terá Algum Efeito o Açúcar?
  • Poluição Ambiental — Outra Causa?
  • Podem as Experiências Pré-natais e do Parto Provocar a Hiperatividade?
  • Pais — que podem fazer?
    Despertai! — 1983
  • Maior esperança para os jovens excepcionais
    Despertai! — 1976
  • De Nossos Leitores
    Despertai! — 1985
  • “Fique quieto e preste atenção!”
    Despertai! — 1997
Veja mais
Despertai! — 1984
g84 8/11 pp. 21-25

“Será que meu filho é hiperativo?”

Do correspondente de “Despertai!” na Austrália

“DESDE que nasceu, ela só dormia poucas horas, e com sono muito leve; tinha terríveis pesadelos, berrava enquanto dormia, e batia com a cabeça na parede. Não conseguia ficar ereta e tranqüila, ou ser tomada no colo e acariciada. Berrava e esperneava por horas a fio à noite. O médico lhe dava medicamentos para dormir, mas estes não surtiam efeito.” Assim lamenta a mãe de Deanne, menina diagnosticada como hiperativa.a

Prossegue ela: “Era óbvio que ela diferia das outras, mas, quando foi para a escola, as crianças e as professoras se queixavam dela. Era intrometida e muito agressiva sempre entrava em pânico se qualquer coisinha saísse mal, tocava em tudo por onde passava, quebrando algo, arranhando e beliscando as pessoas. As professoras se queixavam de que ela não conseguia concentrar-se por mais de alguns minutos. Quando estava de mau humor, parecia que algo no seu íntimo a levava à loucura, visto que se arranhava e se maltratava.

As palavras grifadas são alguns dos padrões comportamentais associados com a síndrome da hiperatividade, DCM (Disfunção Cerebral Mínima), H-DA (Hipercinesia e Deficiência de Aprendizagem), DEA (Deficiência Específica de Aprendizagem), DDA (Distúrbio de Déficit de Atenção). O termo hipercinesia provém do novo latim e do grego, hypér, que significa “excesso” ou “superioridade”, e kínesis, que significa “movimento” ou “motilidade”. Cerca de 5 por cento da população em idade escolar nos EUA, segundo se afirma, é assim afligida, havendo cálculos de até 35 por cento em algumas áreas. Assim, muitos genitores preocupados ficam pensando: Será que MEU filho é hiperativo?

Quais São os Sintomas?

Ao avaliar se seu filho tem tal problema, será de ajuda observar alguns dos sintomas típicos da hiperatividade. (Veja quadro.) Considere: Está seu filho sempre irrequieto, mexendo com a cabeça ou batendo com ela, ou não pode ficar quieto? Sente-se geralmente frustrado, é impulsivo ou excepcionalmente desajeitado, não tendo noção de perigo, ou incomodando constantemente outras crianças sem motivos aparentes? Tem dificuldades em dormir, em demonstrar afeição ou de concluir tarefas? É incapaz de concentrar-se por mais de alguns minutos? Apresenta problemas específicos de aprendizagem? Demonstra inteligência acima da média, e ainda assim obtém maus resultados na escola?

Se um ou mais destes sintomas se aplicarem a seu filho, então é possível que ele ou ela seja hiperativo(a). Lembre-se, porém, que cada criança é diferente. Há, também, diversos graus de hiperatividade — alguns dificilmente observáveis, ao passo que outros são agudos e claramente discerníveis.

Hiperativo? Ou Falta de Disciplina?

Uma palavra de cautela antes de rotular seu filho de hiperativo: Os pais devem verificar se o comportamento mau ou delinqüente de seu filho é devido à negligência de sua própria parte em ministrar a disciplina duma forma coerente, firme, e todavia amorosa. Muitas crianças se tornam frustradas, irritadiças, teimosas e perturbadoras quando não conseguem as coisas a seu jeito. Uma das maiores autoridades do mundo sobre comportamento humano disse: “As crianças fazem naturalmente coisas tolas, descuidadas, mas uma boa surra lhes ensinará a comportar-se.” — Provérbios 22:15, Today’s English Version (Versão no Inglês de Hoje).

No entanto, no caso duma criança hiperativa, uma surra talvez não seja a solução e poderá, efetivamente, provocar um acesso de ira pior, porque, como declarou certo médico: “Seu comportamento está além de seu controle.” Assim, a reação à disciplina pode ser outro indício do quadro clínico da criança. A mãe de uma criança assim explica: “Outras pessoas chegavam a mim, dizendo: ‘Seu filho fez isto’, ‘Seu filho fez aquilo.’ O consenso entre os nossos amigos era que ele precisava duma boa sova. Que graça! O coitadinho já apanhou tanto que é uma maravilha que tenha sobrevivido.”

Parece que as crianças hiperativas não acatam a disciplina como outras crianças, quer tal disciplina seja dada em forma de arrazoamento, de privação de algo ou duma surra. Fazem a mesma coisa logo depois da disciplina. Isto é facilmente detectado caso um genitor tenha vários filhos e administre a mesma disciplina a todos. Assim, a disciplina não é, necessariamente, a solução para a criança hiperativa.

Uma sugestão que talvez seja útil para que aquele que só tem um filho possa determinar se seu filho é hiperativo, ou se apenas precisa de disciplina, é: Deixe seu filho por um dia com uma amiga, talvez certa mãe de vários filhos, e solicite seus comentários honestos depois disso. Às vezes crianças que são turbulentas em casa, com a Mamãe, mostram-se surpreendentemente cooperadoras e obedientes quando colocadas sob os cuidados duma amiga firme, porém amorosa. Se este for o caso, pareceria que seu filho não é hiperativo. Pode ser que apenas precise de disciplina firme, porém amorosa.

Pode a Dieta Alterar as Coisas?

Se, depois duma avaliação honesta da questão de disciplina ainda achar que seu filho poderia ser hipercinético, alguns médicos sugerem que talvez seja vantajoso modificar a dieta dele. Esta mudança de dieta, aconselhada pelo falecido dr. Ben Feingold, baseia-se na teoria de que a hiperatividade resulta da ingestão de certas substâncias — algumas naturais, outras artificiais — que presumivelmente influem em cerca de 50 por cento dos hiperativos. Em essência, tais substâncias são tóxicas para determinados indivíduos, e perturbam certas funções cerebrais que regulam o comportamento.

Segundo as pesquisas do dr. Feingold, as causas acham-se em certas frutas e hortaliças em seu estado natural, e também estão presentes com mais gravidade em alimentos que contêm corantes e sabores artificiais. Assim, a dieta recomendada para os hiperativos visa eliminar os compostos potencialmente prejudiciais que poderiam ser responsáveis pelo comportamento hiperativo. Informes indicam que alguns pais conseguiram bons resultados com tal método. Mas, o dr. Feingold só pretendia que uns 50 por cento de seus pacientes hiperativos eram ajudados por uma mudança de dieta.

O relato inicial, a respeito de Deanne, é um caso em que se aplicou o método da dieta. Depois de contar sobre o diagnóstico médico da hiperatividade de Deanne, prossegue a mãe dela: “Há cerca de quatro anos, falou-se-nos sobre a dieta de Feingold. Achamos difícil de controlar, mas pudemos ver a diferença. No último ano, ela fez grandes mudanças. É muito mais calma, consegue sentar-se e ler, ou trabalhar, por cerca de uma hora. Também consegue brincar com outras crianças, concentrar-se, e não reage rudemente a alguma contrariedade. Tornou-se mais paciente.”

Terá Algum Efeito o Açúcar?

Com relação à dieta, tem-se verificado que as crianças que apresentam sinais de hiperatividade, tais como moleza, tensão, nervosismo, fadiga, irritabilidade, desequilíbrio emocional e comportamento incontrolável, poderiam estar sofrendo, ainda que brandamente, de hipoglicemia, ou de taxa baixa de açúcar.b A deficiência de glicose é geralmente atribuída a um excesso de insulina, que remove a glicose do sangue a uma taxa mais alta do que pode ser substituída. As funções cerebrais dependem dum suprimento constante de glicose, transportado pelo sangue. A hipoglicemia prejudica a eficiência do cérebro e, assim, resulta em distúrbios comportamentais. A ânsia de alimentos amiláceos, adocicados, poderá indicar uma taxa baixa de açúcar no sangue.

Esta dieta hipoglicêmica elimina não só os corantes e os sabores artificiais, mas a maioria dos açúcares, especialmente o açúcar de cana. O açúcar é perigoso para o hipoglicêmico porque provoca o aumento súbito do açúcar no sangue, e isso aciona a liberação de demasiada insulina para combatê-lo. O dr. Allan Cott, num artigo sobre “Tratamento das Deficiências de Aprendizagem”, declarou: “Tem sido a observação universal dos pesquisadores que avaliam a condição nutricional da criança que elas ingerem uma dieta que é riquíssima em açúcar, balas, doces, e de alimentos feitos com açúcar. A remoção desses alimentos resulta numa redução dramática da hiperatividade.” Assim, certas autoridades médicas aconselham que os alimentos e as bebidas à base de açúcar não são recomendáveis para crianças hiperativas.

Tome o caso de Beky, de 4 anos — ela era impaciente, irritadiça e frustrada, especialmente perto do fim do dia. Recomendou-se uma dieta isenta de açúcar à mãe dela, que relata: “Exige-se mais controle da parte dos pais do que da criança. Mas vale a pena o esforço para se ter uma filha feliz e calma. Toda a família se beneficia disso! Simplesmente abster-se de açúcar ajudou o comportamento de minha filha.”

Poluição Ambiental — Outra Causa?

A revista médica inglesa The Lancet declara: “Parece razoável inferir . . . que níveis mais elevados de chumbo (não necessariamente no âmbito de toxidez), presentes por um longo período, poderiam ser responsáveis por danos cerebrais mínimos que podem estar presentes na síndrome da hiperatividade.” Descobertas posteriores comprovam também isto.

Assim, a poluição ambiental, especialmente altos níveis de chumbo liberados na atmosfera primariamente através das descargas do pesado tráfego de veículos motorizados, poderiam ser uma causa do aumento de crianças hiperativas nas nossas cidades.

Podem as Experiências Pré-natais e do Parto Provocar a Hiperatividade?

Há crianças que não respondem aos tratamentos dietéticos. É preciso buscar-se uma razão diferente das já consideradas. Ashley Montagu, autor do livro A Vida Antes do Nascimento, em inglês, refere-se ao estágio modelador crucial do indivíduo, quando afirma: “A vida começa, não por ocasião do nascimento, mas na concepção. Isto significa que uma criança em desenvolvimento está viva, não só no sentido de que se compõe de tecidos vivos, mas também no sentido de que, desde o momento de sua concepção, acontecem coisas com ela. . . . Os eventos que ocorrem antes de seu nascimento, e suas reações a eles, a influenciarão pelo resto da vida.” Nos três primeiros meses depois da concepção, quando se formam os órgãos principais, as emoções da mãe, tais como o medo ou stress e ansiedade incomuns, podem influir no desenvolvimento físico da criança.

A experiência inicial do parto duma criança também tem sido reputado importante fator na hiperatividade. Certo investigador-pesquisador escreveu: “Os riscos que confrontam o feto atingem um clímax nas horas de trabalho de parto. O nascimento é a experiência mais perigosa a que ficam expostos os indivíduos, em sua maioria.” Um parto complicado e arriscado, junto com a hipoxia, a deficiência de oxigênio, são considerados responsáveis pelos efeitos neuróticos mais sutis que talvez se apresentem na vida posterior, quando a pessoa se acha sujeita a stress adicional.

Bem, então, em relação aos danos cerebrais mínimos associados ao stress pré-natal, ou ao débito de oxigênio no parto, serão os medicamentos a resposta? É verdade que se utilizam estimulantes para controlar casos graves de hiperatividade. A respeito do emprego de medicação na hiperatividade, um painel de aconselhamento nos EUA, formado por 15 especialistas, “concordou que as medicações não ‘curavam’ esse quadro clínico, mas que a criança poderia tornar-se mais acessível aos esforços de educá-la e de aconselhá-la” No entanto, também concluíram que “medicamentos estimulantes só são benéficos em cerca da metade a dois terços dos casos em que se justifica o emprego de fármacos”. Por outro lado, o psicólogo James Swanson acautela que 40 por cento dos que sofrem de hipercinesia não deviam receber quaisquer fármacos. Por conseguinte, os pais precisam ser cautelosos de aceitar o tratamento medicamentoso que, na realidade, não é uma cura para a hiperatividade. Certo genitor cujo filho estava sendo tratado com medicamentos por seis meses, antes de passar a fazer uma dieta restrita, disse: “Compreendemos agora que os medicamentos não eram nenhuma vareta mágica que melhoraria a capacidade de aprendizagem de Ricardo. O que se precisava era uma dose pessoal de sacrifício de nosso tempo para ajudá-lo.”

A terapia comportamental, com ênfase no incentivo, no elogio e na recompensa quando se atingem alvos razoáveis, pode ser uma forma mais lenta, porém mais eficaz e duradoura de ajudar as crianças hipercinéticas. Uma atmosfera familiar propícia e a coerência por parte dos pais é essencial. Também importante é profundo amor pela criança, uma vez que, sem isso, qualquer terapia está fadada ao fracasso.

Em conclusão, pois, qual é a resposta? É seu filho hiperativo? Talvez seja. No entanto, assegure-se primeiro de que a suposta hiperatividade não é, com efeito, falta de disciplina. Experimente a disciplina firme e coerente, numa atmosfera doméstica amorosa e unida. Daí, certifique-se de que seu filho não subsiste duma dieta de alimentos sem valor nutritivo, ingerindo alimentos com corantes, sabores artificiais, e com alta dose de açúcar. Se tais métodos falharem, talvez sejam necessários exames médicos adicionais para determinar a causa exata da hiperatividade de seu filho.

[Nota(s) de rodapé]

a Para uma consideração mais pormenorizada da hiperatividade e das deficiências de aprendizagem, consulte a Despertai! de 8 de novembro de 1983, páginas 3-13.

b Para mais informações sobre a hipoglicemia, consulte a Despertai! de 22 de janeiro de 1979, páginas 5-8.

[Destaque na página 22]

É seu filho hiperativo, ou precisa ele de disciplina?

[Foto na página 23]

O “stress” durante a gravidez e o parto pode ocasionar a hiperatividade da criança.

[Quadro na página 24]

ALGUNS SINTOMAS DE HIPERATIVIDADE

1) Persistente movimentação e inquietação; na infância, balançar-se sempre no berço e bater com a cabeça.

2) Comportamento imprevisível; ficar facilmente frustrado; ser muito exigente.

3) Dificuldade de adormecer, sono leve; terríveis pesadelos.

4) Nível limitado de concentração em qualquer atividade.

5) Ser agressivo e perturbar outros; querer tocar em tudo e em todos.

6) Ser obstinado, mesmo em atividades que o machucam; mesmo depois de disciplinado, talvez volte a fazer as mesmas coisas de novo.

7) Roe unhas; belisca-se e rasga a pele; arranha-se.

8) Tendências anti-sociais — mente, furta, briga, é desobediente, retraído, abusado.

9) Incapaz de controlar seu padrão de comportamento.

(Orientações baseadas em The Feingold Handbook [Manual de Feingold])

    Publicações em Português (1950-2025)
    Sair
    Login
    • Português (Brasil)
    • Compartilhar
    • Preferências
    • Copyright © 2025 Watch Tower Bible and Tract Society of Pennsylvania
    • Termos de Uso
    • Política de Privacidade
    • Configurações de Privacidade
    • JW.ORG
    • Login
    Compartilhar