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  • g85 22/8 pp. 24-26
  • ‘Poderia me dizer as horas?’

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  • ‘Poderia me dizer as horas?’
  • Despertai! — 1985
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Despertai! — 1985
g85 22/8 pp. 24-26

‘Poderia me dizer as horas?’

QUANDO alguém lhe faz esta pergunta, é provável que dê rápida olhada em seu relógio de pulso responda de forma casual e não pense mais nisso. Mas, saber a hora certa nem sempre foi assim tão fácil.

Na verdade, Deus criou os dois grandes luminares, o sol e a lua, para “servir de sinais, e para épocas [estações], e para dias, e para anos”. (Gênesis 1:14) Mas, deixou entregue ao homem imaginar como dividir os dias em horas e em minutos. O homem antigo provavelmente fazia isto, de início, por observar como as sombras das árvores e de outros objetos se moviam, à medida que o sol cruzava o céu. Por estudar o movimento destas sombras, chegou a um meio simples de calcular o tempo, de forma aproximada: o “relógio da sombra”. Originalmente, tratava-se simplesmente duma vara ou coluna vertical cuja sombra dizia a hora.

Mas, com o tempo, tornaram-se mais sofisticados os meios de o homem observar a passagem do tempo. Inventou-se o relógio de sol, instrumento popular mesmo antes do tempo de Cristo. Antes disto, porém, os egípcios argutamente imaginaram um meio de utilizar um balde furado para medir o tempo. Era muito simples. À medida que a água pingava, eles calculavam o tempo por observarem o nível de água. Ainda assim, não era exatamente o tipo de coisa que gostaria de levar por aí. A ampulheta, que se originou na Europa em algum tempo durante o século 14, foi um aprimoramento e tanto. Assim também o foi o relógio de lâmpada ou de azeite, que media o tempo pela quantidade de azeite consumido.

O real avanço tecnológico em medir o tempo, contudo, surgiu com o desenvolvimento dos relógios mecânicos, em alguma ocasião por volta do século 14. Desconhece-se seu arguto inventor, embora os peritos achem que os primeiros relógios foram usados nos mosteiros. Como acontece com a maioria dos grandes inventos, a idéia básica por trás dos primeiros relógios era a essência da simplicidade: Um peso suspenso numa corda gradualmente baixava, sob a atração da gravidade. Ao fazê-lo, a corda movimentava um mecanismo engrenado para acionar periodicamente um alarma. O alarma lembrava ao sacristão para dobrar os sinos da hora, avisando aos monges que era o momento para orarem.

Por fim, os artífices idealizaram como reduzir o tamanho destes relógios. E, por volta do ano 1500, certo serralheiro alemão chamado Peter Henlein, deu dramático passo à frente com a invenção do relógio de mola em espiral. Desapareceram as desajeitadas cordas e roldanas. A mola principal que “acionava” o mecanismo tinha simplesmente de ser periodicamente apertada ou enrolada. No entanto, o primeiro relógio portátil realmente não era assim tão portátil. Afirma The Encyclopedia Americana: “Tinha 15 centímetros de altura e era feito inteiramente de ferro.” Os relógios, contudo, rapidamente passaram a diminuir de tamanho e a ser mais precisos. Deveras, alguns dos primeiros relógios produzidos são, em realidade, obras de arte!

Hoje em dia, muitos usam relógios digitais. Diferente dos relógios mecânicos, empregam a freqüência da vibração de um cristal de quartzo para medir o tempo. Por serem baratos e relativamente exatos, tornaram-se a última moda em relógios. Para muitos, porém, os relógios digitais não têm o charme e a beleza do relógio mecânico antigo, bem executado, com seu tique-taque tranqüilizador. Assim, talvez contrário à opinião popular, o relógio mecânico está vivíssimo e vai bem, obrigado! Mas, obras de arte? Bem, poucos, se houver algum, dos relógios atuais, produzidos em massa, merecem tal distinção. Todavia, ainda há um punhado de artífices antigos que se esforçam arduamente em conservar as velhas tradições dos fabricantes de relógios.

Considere, à guisa de exemplo, um relojoeiro chamado Van, que mora em Nova Iorque. É um dos poucos homens no mundo que podem construir inteiramente do nada um relógio de precisão. Van nasceu em 1902, e remonta a uma era em que os relógios eram carinhosamente elaborados — e não aparelhinhos eletrônicos feitos em massa. Ele muito pode contribuir para ampliar nosso apreço pela arte moribunda da fabricação de relógios. Assim, façamos uma visita breve a ele.

Aprendeu a Apreciar os Relógios

“Como é que se tornou fabricante de relógios?”, perguntamos-lhe de imediato.

“Meu pai era fabricante de relógios”, diz Van, “e aprendi muito com ele. Pouco depois que nasci, papai tornou-se um inspetor dos relógios da ferrovia. Horários precisos eram e continuam sendo importantíssimos para a segurança das ferrovias. Lá naquele tempo, porém, os maquinistas, os condutores e os guarda-freios tinham de dirigir-se ao escritório antes de cada viagem. Exigia-se que sincronizassem seus relógios com o relógio oficial do escritório, e assinassem um documento mostrando que os tinham sincronizado. Assim, pode ver por que o serviço de meu pai era importante.”

“Planejou seguir a mesma profissão de seu pai?”

“Não, tinha em mente tornar-me músico. Meu pai, contudo, me disse: ‘Simplesmente não conseguimos realizar todo o trabalho na oficina. Precisamos de ajuda.’ Logo me vi ajudando-o. Ele desmontava os relógios, fazia consertos, limpava as peças — era fanático pela limpeza dos relógios — e então me passava todas as peças. Eu geralmente dispunha de meio dia para montá-las de novo. Aprendi assim muita coisa sobre relógios.”

“Como sabia se os relógios eram precisos?”

“Bem, não havia rádios naqueles dias, mas meu pai construiu um relógio para usar como padrão na cronometragem dos relógios que consertávamos. Disse que, no máximo, poderia apresentar uma diferença de três segundos por mês. Podíamos comprovar isto por ir até o posto telegráfico. Ao meio-dia, a transmissão cessava e vinha um sinal pelo fio anunciando a hora, segundo a Hora Certa do Observatório Naval [dos EUA].”

“Quando fabricou seu primeiro relógio?”

“Em 1919, eu trabalhava junto com papai, consertando os relógios da ferrovia lá em Mênfis, Tennessee. Foi ali que, alguns anos depois, passei a fabricar meu primeiro relógio — um relógio de bolso que eu mesmo projetei. Depois de obter as ferramentas necessárias, fabriquei cada peça. Fiz os dentes e as engrenagens. Fiz os machos e os moldes. Esmerilhei e poli safiras e rubis e os coloquei no lugar. O projeto estava quase que terminado quando escrevi a um senhor que escrevera um artigo sobre o famoso fabricante de relógios Breguet. Quando ele soube que eu estava igualmente fabricando um relógio de meu próprio projeto, decidiu vir da localidade de Nova Iorque para vê-lo por si mesmo. Ficou simplesmente atônito! Disse que constatara ser obra dum homem que sabia o que estava fazendo. Seu entusiasmo me fez sentir muito bem.

“Meu novo amigo espalhou a notícia sobre meu relógio. Em resultado disso, alguns artigos de jornais foram escritos sobre mim, e começaram a fluir pedidos. Além disso, meu amigo-escritor abriu para mim a sua coleção de cerca de 3.000 relógios famosos, alguns remontando aos anos 1600! Colocando alguns deles em sua condição original de funcionamento, fiquei surpreso diante da precisão, da exatidão e do artesanato superior deles!

“Com o tempo, vim para Nova Iorque, de onde vinha grande parte dos trabalhos que executava. Várias empresas de instrumentos náuticos procuravam meus serviços. E, embora já esteja agora na casa dos 80, continuo a trabalhar para uma ótima firma de relógios, bem como a ter alguns fregueses particulares.”

O Que É Preciso Para Ser Relojoeiro

É fácil entender por que homens como Van são como que uma espécie em extinção: Considere só a exatidão e a integridade de seu trabalho:

“Minha oficina relojoeira”, prossegue, “é realmente uma oficina mecânica em miniatura. Faço serviços de torno, de serralharia, de serrar, de perfurar, e outras operações. Às vezes corto metais em medidas de menos de um décimo centésimo de milímetro! Por que tamanha precisão? Lembre-se, para que um relógio funcione apropriadamente, os pivôs tem de ser perfeitamente esféricos, pontudos e equilibrados. O relojoeiro, portanto, tem de ser preciso e paciente — até artístico. E é preciso integridade. Ainda me lembro de meu pai me dizer: ‘Provavelmente está vendo o último relojoeiro honesto em sua vida.’ Ao exagerar desse modo, ele queria dizer que são tantos os relojoeiros que visam mais a quantidade do que a qualidade e não fazem direito o seu trabalho!”

Obviamente, Van tampouco é alguém que vise a quantidade. E, ao passo que ele certamente não é o último dos relojoeiros honestos, é um lembrete vivo duma era passada, em que a beleza e a qualidade valiam mais do que os lucros da produção em massa. Pois, ao passo que os relógios digitais da atualidade talvez representem a tecnologia avançada, Van discutiria com o leitor se estes possuem a “integridade” dos relógios que se fabricava no passado.

Ainda assim, quer use um barato relógio digital, quer um custoso cronômetro feito a mão, provavelmente fica contente de não ter de arrastar ampulhetas ou baldes furados. Séculos de trabalho e de artesanato tornaram bem fácil que, num relance ao pulso, respondamos à pergunta: ‘Poderia me dizer as horas?’

[Foto na página 25]

Um relógio fabricado por Van Hoesen.

[Foto na página 26]

Van Hoesen trabalhando em sua oficina.

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