BIBLIOTECA ON-LINE da Torre de Vigia
BIBLIOTECA ON-LINE
da Torre de Vigia
Português (Brasil)
  • BÍBLIA
  • PUBLICAÇÕES
  • REUNIÕES
  • g86 22/5 pp. 25-27
  • A grande muralha — monumento ao sonho dum imperador

Nenhum vídeo disponível para o trecho selecionado.

Desculpe, ocorreu um erro ao carregar o vídeo.

  • A grande muralha — monumento ao sonho dum imperador
  • Despertai! — 1986
  • Subtítulos
  • Matéria relacionada
  • Sonho dum Imperador, Pesadelo dum Império
  • Uma Dinastia Sucumbe
  • A Bíblia — mas apenas as partes desejáveis
    A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1961
  • Prove o tempero chinês
    Despertai! — 1970
  • Túmulos — janelas para antigas crenças
    Despertai! — 2005
  • O magnífico banco de memória da China
    Despertai! — 1974
Veja mais
Despertai! — 1986
g86 22/5 pp. 25-27

A grande muralha — monumento ao sonho dum imperador

ISSO teria de acontecer algum dia. Um homem mandou construir uma muralha em volta de sua casa. Esse homem era o imperador. E qual era sua casa? A China inteira! Mas, quem era esse monarca? E por que mobilizou um reino todo para erigir tal muralha?

Para responder a estas perguntas, temos de voltar ao período da história chinesa chamado de Estados Combatentes (403-222 AEC). Mas, lembre-se, às vezes é difícil separar os fatos históricos das lendas. A China era dividida em pequenos reinos ou Estados, e freqüentemente irrompia a guerra entre eles. Além do caos, os “bárbaros” aterrorizadores e nômades, do norte, constantemente procuravam saquear as safras das férteis terras do sul. A fim de proteger-se, muitos dos Estados ocuparam-se na construção de muralhas.

O pó agitado por estas contendas políticas de início obscurecia o surgimento de um pequeno estado chinês chamado Chin. Gradualmente, porém, este Estado agressivo, desprezado pelos chineses cultos, conquistou todos, exceto seis, dos reinos em litígio.

Daí, no ano 246 AEC, o Príncipe Cheng, de 13 anos, assumiu o governo de Chin. Visualizou um império unido, sob sua mão de ferro, e não perdeu tempo em atacar os outros reinos. Já em 221 AEC, o último destes Estados chineses caía diante do exército de Chin. Por fim, o rei de Chin tinha alcançado aquilo com que os antigos reis chineses dificilmente ousariam sonhar. Ele era senhor da China — de toda ela! O jubilante Cheng atribuiu a si mesmo um novo título: Chin Xi Huang Ti, ou Primeiro Imperador Soberano da dinastia Chin.

Xi Huang Ti era um homem movido por sua ambição de unir seu império, e por sua obsessão egocêntrica de imortalidade. Por um lado, era saudado como gênio político. Centralizou seu governo, padronizou a língua escrita chinesa, reformou o sistema monetário e construiu extensas rodovias que partiam de sua capital, Sieniangue.

Por outro lado, a história também apresenta um lado obscuro deste homem. Chin Xi Huang Ti tinha pavor da morte. Várias tentativas de assassinato intensificaram este pavor, ao ponto de tornar-se uma histeria. Assim, ordenou que residências imperiais fossem construídas às dezenas, chegando por fim a 270, apenas em torno da capital, e todas elas ligadas por túneis cobertos, de modo que o imperador assediado pudesse movimentar-se em secreto e dormir num local diferente cada noite.

Sonho dum Imperador, Pesadelo dum Império

A história oficial chinesa afirma que em 214 AEC, Chin Xi Huang Ti teve a idéia de construir uma proteção ao longo de toda a fronteira norte de seu império. Imagine só este imperador pintando, todo excitado, aos engenheiros da corte, um glorioso quadro de sua mais recente fantasia. ‘Construiremos uma muralha!’, diz-se que ele proclamou. Esta muralha deveria ter mais de 7 metros de altura em muitos lugares, e, no topo, deveria ser larga o bastante para que oito soldados marchassem ombro a ombro. Os encargos desta incrível tarefa caíram sobre os ombros do incansável Meng Tien, um dos mais notáveis generais de Chin. Mobilizando seu exército, ele compeliu as massas a cumprir o sonho de seu amo.

Uma vez que a Muralha foi ostensivamente construída como defesa contra os temidos saqueadores do norte, foram necessárias torres de vigia para controlar o movimento do inimigo por toda a sua extensão. Assim, Meng Tien passou a construir estes gigantescos postos de guarda, que mediam 12 metros de cada lado em sua base, e iam afilando até uns 9 metros no topo. Foram colocados a uma distância de dois tiros de flecha entre um e outro, de modo que os arqueiros pudessem defender cada centímetro da Muralha, a partir destas torres. Um total de 25.000 torres surgiram nos topos das colinas, e nas entradas dos vales, por todo o país.

Sempre que possível, Meng Tien empregou as muralhas e as torres abandonadas pelos Estados anteriores, ligando-as no que os chineses mais tarde vieram a chamar de Wan Li Chang Cheng, ou A Longa Muralha de Dez Mil Lis. (Um li chinês mede cerca de meio quilômetro.) Na realidade, contudo, a Muralha se estendia aproximadamente por quase 3.000 quilômetros. Gerações sucessivas ampliaram a muralha, fazendo ramificações e estendendo-a em muitas direções. As mais recentes pesquisas feitas pelo Governo chinês “rebuscando os restos da muralha em áreas remotas ou montanhosas, mostram que a extensão real dela é de cerca de 10.000 quilômetros”, veicula a revista China Reconstructs.

Crê-se que algumas partes da Muralha tinham alicerces feitos de enormes blocos de granito de mais de 4 metros de comprimento por mais de 1,20 metro de largura, sendo revestidas de pedras numa espessura de 60 centímetros a 1,50 metro, similar aos métodos de construção utilizados pelos engenheiros da dinastia Ming, no século 16. O espaço interno era enchido de terra batida, e encimado por um piso de tijolos. À medida que a Muralha ia para o oeste, ela cruzava vasta planície fértil em que se podiam achar poucas pedras. Assim, os construtores viram-se obrigados a utilizar o que estava disponível — fino sedimento amarelado chamado loesse. Algumas partes foram construídas por se empilhar o loesse umedecido em armações de madeira. Outras partes foram construídas por simplesmente desbastar blocos de loesse em ambos os lados do trecho, deixando uma faixa erguida de solo como a Muralha. Destas seções, resta hoje em dia pouco mais do que um monte de ruínas.

A Grande Muralha escalou as majestosas montanhas da China, mergulhou em seus vales mais baixos, e avançou pelas ardentes planícies desérticas. No oriente, ventos de ranger os ossos e nevascas cegantes atormentaram os operários. A oeste, o sol implacável do deserto e picantes tempestades de areia os oprimiram. A construção da muralha revela a agonia de centenas de milhares de operários que labutavam quase além dos limites humanos. Aqueles que não conseguiam trabalhar bastante rápido eram lançados vivos nas valas dos alicerces, junto com outros que morreram de fome e de exposição aos elementos. A Muralha granjeou a lúgubre distinção de “O Mais Extenso Cemitério da Terra”, uma vez que cerca de 400.000 pessoas jazem mortas em seu rasto.

Entre as vítimas achavam-se muitos dos intelectuais da China, considerados uma ameaça à estabilidade política do império. Suas idéias feudais e suas críticas às avassaladoras reformas do imperador levaram à abominável ‘queima dos livros, e sepultamento dos peritos’, em 213 AEC, que sujou o nome de Chin Xi Huang Ti diante da posteridade. Até os dias atuais, há canções que lamentam a perda de vidas resultante da construção da Muralha. Foi deveras um pesadelo!

Uma Dinastia Sucumbe

Mas, resta uma questão incomodativa. Por que um imperador esgotaria deliberadamente os recursos de seu império em tal empreendimento monumental? À primeira vista, poderia parecer que o motivo tinha sido proteger o país. E é verdade que os nômades foram efetivamente repelidos, pelo menos por algum tempo. Mas, lembre-se, por um instante, do reino de Chin em seu apogeu — era uma poderosa máquina de guerra que triunfara na conquista de tudo a seu alcance. Para onde poderia canalizar em seguida as suas energias? Talvez o imperador tivesse mais receio deste exército amplo e inquieto do que tinha dos nômades.

A construção da Muralha, no entanto, resultou ser um golpe devastador contra o império. Ao sul da Muralha, os exércitos rebeldes começaram a crescer. Irromperam revoltas de camponeses, devido aos esmagadores impostos resultantes dos mirabolantes projetos do imperador. O homem que se havia empenhado tão desesperadamente na busca da imortalidade morreu em 210 AEC. A luta pelo poder, que se seguiu, deixou o império em ruínas. A poderosa dinastia Chin só tinha durado uns 14 anos, de 221-207 AEC. Todavia, esse breve governo tinha presenciado alguns dos acontecimentos mais marcantes da China.

Assim como Chin não conseguiu evadir-se do maior inimigo do homem, a morte, assim também resta pouca coisa de sua Muralha original, para pagar tributo aos milhões que foram escravizados, de modo a realizar o sonho dum imperador. As partes impressionantes da Muralha que ainda restam, e são visitadas pelos turistas hoje em dia, foram construídas no século 16, pelo Imperador Wan Li, da dinastia Ming.

[Mapa na página 26]

(Para o texto formatado, veja a publicação)

MONGÓLIA

CHINA

Desfiladeiro de Jiaiuguan

Lintao

Ianmenguan

Desfiladeiro de Xanhaiguan

CORÉIA

■— A Grande Muralha durante o reinado de Quinxihuang.

●— A Grande Muralha da dinastia Ming.

[Quadro na página 27]

Quão Imensa É a Grande Muralha?

◻ A Muralha original, quando estendida, iria do Pacífico por sobre as Montanhas Rochosas até o Mississípi, EUA, ou da ponta da Bretanha, na França, passando pelo norte da Europa, até Moscou.

◻ A Grande Muralha continha material bastante para se construir um muro de mais de 2,40 metros de altura, e de cerca de 1 metro de espessura, que desse a volta do globo pelo equador — uma distância de uns 40.000 quilômetros.

    Publicações em Português (1950-2025)
    Sair
    Login
    • Português (Brasil)
    • Compartilhar
    • Preferências
    • Copyright © 2025 Watch Tower Bible and Tract Society of Pennsylvania
    • Termos de Uso
    • Política de Privacidade
    • Configurações de Privacidade
    • JW.ORG
    • Login
    Compartilhar