Observando o Mundo
Cidades Apinhadas
O crescimento populacional de diversas cidades poderá trazer grave tensão econômica e social, e levar a distúrbios políticos e ambientais, avisaram peritos reunidos numa conferência das Nações Unidas, em fevereiro último. A ONU calcula que, por volta do ano 2000, a área metropolitana do Cairo crescerá dos atuais 9 milhões de habitantes para 13 milhões, a área metropolitana de Manila passará de 8,6 para 11,1 milhões, e a da Cidade do México de 19 para 26 milhões. “Estas megalópolis estão-se tornando estopins sociais — sementeiras da revolução social, das contendas e distúrbios civis”, disse Werner Fornos, presidente do “Instituto Populacional”, no jornal The New York Times. “Com tais números vêm os problemas, de modo que os problemas se intensificarão.” Nem todos os peritos, contudo, predizem que a urbanização resultará em desastre. “Trata-se duma questão muito complexa — não se podem fazer generalizações sobre a estabilidade social”, disse Ellen Brennan, autoridade da ONU sobre questões demográficas.
Italianos Condenam a Caça
Os calculadamente 1,5 milhão de caçadores na Itália estão perdendo prestígio junto ao público, segundo uma pesquisa publicada no jornal La Repubblica, de Roma. De acordo com tal pesquisa, 62,5 por cento dentre 1.200 pessoas entrevistadas, de todos os níveis sociais, não consideram a caça um esporte, e desejam vê-la proibida. Aos olhos delas, um esporte verdadeiro é quando os oponentes podem confrontar um ao outro em igualdade de termos. “Os italianos não mais toleram a caça, os caçadores, suas organizações, seus privilégios”, diz a notícia.
O Valor do Corpo
Dizia-se, outrora, que o corpo humano, com base no valor de seus componentes químicos, valia apenas US$ 1,98. Houve uma mudança drástica em tal avaliação. O valor do corpo humano, segundo se afirma agora, é superior a US$ 200.000, e continua crescendo. O que explica tal diferença? “Os tecidos estão sendo colhidos para transplantes, para pesquisa e para produtos usados em diagnósticos e terapêuticos”, declara o The New York Times. “Em 1985, cerca de 8.000 rins e 20.000 córneas foram transplantados; os transplantes de coração estão sendo realizados a uma taxa de 1.200 por ano.”
Novo Emprego dos Rabos de Canguru
Todo ano, milhares de pessoas sofrem graves ferimentos no joelho, devido a acidentes automobilísticos, quedas ao esquiar, e outros infortúnios no esporte. Muitas vezes é preciso uma cirurgia para substituir os ligamentos rompidos, quando não saram. Até recentemente, tendões de boi se provavam eficazes como substitutos para tais ligamentos rompidos. Atualmente, contudo, alguns pesquisadores em Sídnei, Austrália, afirmam que os tendões do rabo do canguru são “muito mais flexíveis do que os tendões do boi”, e são “bastante resistentes para suportar tensões”. De acordo com o jornal The Australian, há, em potencial, “40 joelhos humanos em cada cauda de canguru”. Embora alguns considerem uma iguaria a sopa de rabo de canguru, talvez venha a haver menos caudas para uso na culinária, e mais para emprego cirúrgico, caso as futuras operações de joelho se provem bem-sucedidas.
Diagnóstico Sonoro
Os médicos no Hospital Safdarjung, em Nova Délhi, Índia, conseguem diagnosticar as fraturas ósseas pelo emprego apenas de um estetoscópio e um diapasão, noticia o jornal The Times, de Londres. Este método rápido, indolor, baseia-se na transmissão de ondas sonoras dentro dos ossos. Por exemplo, uma fratura do fêmur interfere na transmissão do som de um diapasão que tenha sido vibrado e encostado na rótula. O médico, auscultando com seu estetoscópio colocado sobre a pélvis, ouve apenas um som abafado, ou, por vezes, não ouve som algum. Em experiências feitas com pacientes que sofriam fraturas do fêmur ou da tíbia, esta técnica “osteofônica” mostrou-se correta em 94 por cento dos casos, em comparação com 88 por cento nos casos em que se usaram os métodos clínicos costumeiros de diagnóstico.
‘Explosões’ Fatais no Trânsito
Inclinando-se para fora da janela de seu carro, um motorista na Califórnia, EUA, atirou com sua arma semi-automática de 9mm contra cinco jovens, baleando um jovem na perna, e ferindo mortalmente um outro. Por que motivo? Descontrole emocional, afirma a Polícia, provocado pelo intenso trânsito. Algumas autoridades do sul da Califórnia mostram-se cada vez mais preocupadas com a degeneração no comportamento dos motoristas, comenta The Herald, um jornal californiano. Numa discussão por causa de um pára-lama amassado, numa rua de Hollywood, um senhor pegou um revólver do porta-malas do carro e atirou nos passageiros do outro veículo. Um homem morreu e outro ficou ferido. A Polícia cita acidentes menores, em vez de grandes acidentes, como a causa de muitas brigas de trânsito. As autoridades avisam os motoristas que “evitem confrontos, especialmente em ruas onde há engarrafamento de trânsito, em que as explosões de ira são mais ardentes”.
Recorde Mundial do Pi
O valor transcendente do pi, a relação entre o diâmetro e a circunferência duma figura, foi agora calculado até 133.554.000 casas decimais! Isto é um aumento de 100.000.000 de casas em comparação com o recorde anterior, que foi estabelecido em setembro último. Embora os matemáticos saibam ser impossível representar o valor exato do pi em decimais, alguns pesquisadores têm procurado um valor mais preciso, com o auxílio de computadores. Já detendo, ele mesmo, o recorde mundial, Yasumasa Kaneda, da Universidade de Tóquio, no Japão, empregou um supercomputador e levou 37 horas para ampliar o recorde. Para imprimir tal número, usaram-se 19.000 folhas de papel. Por que empreendeu tal projeto? “Não é muito diferente de escalar uma montanha”, afirma Kaneda, “simplesmente porque ela está ali”.
Vinho Feito de Borracha.
Fazer vinho de resíduos de borracha talvez pareça, para o conhecedor de vinhos finos, ir um pouco longe demais, mas isso já foi feito, e diz-se que o vinho sabe “um tanto similar ao vinho feito de arroz no Japão”. Segundo noticiado no jornal canadense The Globe and Mail, foi assinado um acordo, entre a Junta de Pesquisa e Desenvolvimento da Borracha, da Malásia, e a “Yokohama Rubber Co., Ltd.”, do Japão, “para estudar meios de utilizar os resíduos de suas fábricas de borracha para fabricar tudo, de vinho a fertilizante”. Aguarda-se para dentro de dois anos alguma produção comercial. Eles esperam que este seja um meio de enfrentar os problemas de poluição e odores fétidos resultantes de se lançar os resíduos no rio.
Hiperatividade e Açúcar
Durante anos, muitos criam que o consumo excessivo de açúcar provoca a hiperatividade nas crianças. Mas, será que provoca mesmo? De acordo com um comunicado feito no boletim Massachusetts General Hospital Newsletter, os profissionais médicos estão reconsiderando tal conceito. Em certo estudo, que envolvia crianças cujas famílias as identificavam como apresentando “reações adversas de comportamento devido à ingestão de açúcar”, depois de conduzida uma série de experiências, não se observou qualquer mudança de comportamento. Testes similares, feitos por pesquisadores que estudavam outras crianças, oferecem resultados comparáveis. “As poucas mudanças de atividade observadas”, observa Newsletter, “sugerem uma redução da atividade” — em vez de um aumento — depois da ingestão de açúcar”.
Bonecas Que Mexem com as Emoções
Há mulheres adultas em Tóquio que estão comprando bonecas falantes para elas mesmas, noticia o jornal Asahi Evening News. Por que motivo? A solidão, afirmam os revendedores de bonecas. Embora a maioria das bonecas fosse originalmente comercializada para meninas dos três aos dez anos, há estudantes, escriturárias, e até vovós que as estão levando para casa como companhia. Uma boneca popular diz: “Não se preocupe com assuntos triviais”, e: “Faça com que sua mente se pareça com o Oceano Pacífico.” Outra boneca, sem braços nem pernas, diz: “Eu vou vencer de qualquer jeito.” Os fabricantes e revendedores de bonecas explicam que esse fenômeno é uma aparente tentativa de preencher a ausência de comunicação sentida pelas pessoas que moram nas cidades. Como explicou uma compradora, “meus netos moram longe demais para virem visitar-me com freqüência”.