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  • Por que alguns são bravos e outros são mansos
  • Despertai! — 1988
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Despertai! — 1988
g88 22/3 pp. 23-27

Por que alguns são bravos e outros são mansos

Em meses recentes, esses buldogues ganharam as manchetes nos Estados Unidos. São temidos por muitos como cães que atacam, aleijam e, às vezes, matam pessoas. São eles bravos por natureza, ou será que donos bravos os fazem ficar bravos? Tornam-se os cães bravos ou mansos através do cruzamento, ou do treinamento? Talvez se dê o mesmo que com as pessoas, havendo uma combinação destes fatores para fazer deles o que realmente são.

O REGISTRO de ocorrências parece-se a um implacável libelo acusatório contra uma espécie de buldogue conhecida por pit bull. Na Califórnia, James Soto, de dois anos, foi segurado por um desses buldogues, do vizinho, e mordido no rosto e no pescoço até morrer. Na Flórida, um buldogue enfiou-se no berço de um bebê adormecido e o matou. Na Geórgia, três buldogues mataram um garoto de quatro anos, quando ele atravessava o gramado dum vizinho. Uma menininha de um ano e quatro meses, em Oklahoma, passou perto de um buldogue acorrentado — o bicho de estimação da família — e morreu devido a graves ferimentos no pescoço. Em Michigan, Kyle Corullo, de um ano e oito meses, enquanto brincava no quintal da vovó, foi atacado por um buldogue. Lutando contra a mãe da criança, ele arrastou o menino para um terreno vazio e o sacudiu até matá-lo. Um buldogue que guardava uma plantação de maconha na Califórnia feriu de modo fatal a um menino de dois anos e meio. Um cachorro de uma família no Harlem (Nova Iorque) esmagou a cabeça de um bebezinho de dois meses. Sem avisar, um buldogue de estimação se voltou contra a menininha Melissa Larabee e a matou com uma única e forte dentada no pescoço.

Algumas das vítimas são adultos. Uma auxiliar de enfermeira de 67 anos, em Kansas, foi atacada em seu quintal, o corpo dela foi todo estropiado, e seu couro cabeludo foi arrancado. Os dois buldogues tinham sido treinados para atacar qualquer pessoa que portasse uma arma — ela tinha um jornal enrolado na mão. Ela morreu no hospital. Em Ohio, um médico aposentado, de 67 anos, foi morto por dois buldogues num ataque que durou 25 minutos. Um buldogue atacou um senhor desempregado enquanto ele observava alguns fogos de artifício em Rochester, Nova Iorque. Ele morreu no hospital.

A “Humane Society” [dedicada a animais] dos Estados Unidos afirma que, desde 1983, os buldogues já mataram 21 pessoas dentre as 29 que foram mortas por cães — 72 por cento foram mortas por 1 por cento dos cães daquela nação. Randall Lockwood, um perito da “Humane Society” sobre cães muito ferozes, afirma: “Estes animais podem ser crocodilos caninos. Possuem um histórico negro e sanguinário.”

Depois que instigar touros e ursos foi proibido na Inglaterra, em 1835, os mineiros de carvão do condado de Stafford cruzarem seus cães visando a briga de cães. Os buldogues da atualidade têm uma linhagem que remonta àquela época — daí seu nome atual, “American Staffordshire terriers”. São também chamados de “American pit bull terriers”.

Dotados de corpos atarracados e bem musculosos, e de fortes mandíbulas parecidas a armadilhas de aço que podem exercer uma pressão de 130 quilos por centímetro quadrado, os buldogues constituem formidáveis máquinas de briga. Com freqüência atacam em silêncio, sem ser provocados, e fixam as mandíbulas na vítima, à guisa dum torno, e daí sacodem-na e despedaçam-na como um tubarão. Muitas das vítimas têm sido os membros da família. Mas um entusiástico dono de três buldogues os elogia como ‘animais leais e de grandes qualidades, que dão excelentes bichos de estimação, especialmente para uma família com crianças pequenas’. Todavia, um de seus cães leais fincou os dentes no braço dele e obrigou-o a ficar hospitalizado por três dias.

No ano passado, a assistência nacional americana dum programa de televisão que via o noticiário noturno testemunhou um hediondo ataque contra Florence Crowell, policial do Departamento de Controle Animal de Los Angeles. Um buldogue chamado Benjamim lançou-se por uma porta de tela duma casa e esmagou uma das mãos dela, e feriu gravemente a outra. O animal foi violentamente afastado, mas atacou de novo e a mordeu no seio esquerdo. Ela tinha ido àquela casa investigar um ataque anterior feito pelo cão. Crowell ficou hospitalizada por cinco dias. A foto de Benjamim aparece na página 23, ao ser mantido no Departamento de Controle Animal de Los Angeles. Uma queixa criminal de agressão com uma arma mortífera foi feita contra o dono de Benjamim.

Nos últimos anos, a lista dos feridos por ataques de buldogues já chega aos milhares. Por causa disto, os donos deles têm lançado centenas de buldogues nas ruas, ou os entregado a canis especiais para serem mortos. Muitos de seus donos não mais se sentem seguros, e outros não se dispõem a ser processados criminalmente por causa da conduta de seus cães. Algumas seguradoras atualmente se recusam a fazer seguros de buldogues, dobermans, ou de pastores-alemães.

Ao passo que Randall Lockwood chamou os buldogues de “crocodilos caninos”, ele também disse: “O trágico é que nem todos esses cães são perigosos. Não é como se todo buldogue fosse uma pequena bomba-relógio que está prestes a explodir.” E isso, por certo, não acontece com o companheiro canino de um elenco de crianças nas velhas comédias intituladas Our Gang! Ele era um buldogue chamado Pete, com um círculo negro ao redor dum olho.

Típico dos defensores do buldogue é Sara Nugent, de Houston, Texas. Ela os cruza e cria já por 22 anos. “O problema não é dos cães, e sim de seus donos”, disse ela. Ela deveras observa, contudo, que “se trata de um cão mais difícil de se criar do que outros, e nem todos deveriam possuir um”. Andy Johnson, do Kennel Clube Unido afirma: “Se estiver criando buldogues como deveria, você terá um dos melhores animais de estimação que poderia imaginar.” Roy Carlberg, secretário-executivo do Kennel Clube Americano, é mais cauteloso. Ele afirma que ‘alguns buldogues são perfeitamente estáveis, ao passo que outros não conseguem controlar sua disposição violenta e sua força superior’.

Samuel McClain, ex-investigador da SPCA (sigla, em inglês, da Sociedade Protetora dos Animais) em Filadélfia, confirma o conceito de Nugent sobre a culpa caber ao dono: “Existe um novo tipo de buldogue que está surgindo — bravo, selvagem, incontrolável. Pode-se saber isso pelos seus nomes — Homicide (matador), Switchblade (navalhada), Crazy Pete (Pedro doidão). Eles cruzam o que chamamos de cães doidos, pai e filha, mãe e filho.” Não só o cruzamento familiar, mas também o treinamento que os cães recebem, estragaram a raça. Sessenta por cento dos 3.000 buldogues em Filadélfia são usados para brigas de cães. Para torná-los bravos, enquanto ainda são jovens, dão-se a alguns deles gatinhos e cãezinhos para despedaçar.

A briga de cães é ilegal em todos os 50 estados dos EUA e um grave delito em 36 deles, mas ‘pode-se achar uma briga de cães em qualquer fim de semana, em qualquer dos 50 estados’, afirma Eric Sakach, da “Humane Society” em Sacramento, Califórnia.

Os buldogues tornaram-se O Cão para os punks das ruas. Suas próprias inseguranças precisam do reforço machista que eles obtêm de tais animais que transformaram em bravos. O animal feroz é como uma extensão deles mesmos — “Somos durões, não se metam conosco!” Adolescentes em Chicago e em Filadélfia exibem seus ferozes buldogues como mostrariam uma navalha ou um revólver. Traficantes de tóxicos das ruas, nestas e em outras grandes cidades, mantêm tais cães junto de si, com nomes como Murder (assassino), Hitler, e Scarface (famoso bandido, com cicatriz no rosto]. Em suas coleiras com tachões de aço escondem cocaína e a renda do dia. Membros de bandos de motoqueiros escondem seus tóxicos embaixo das casinhas de seus buldogues.

Cometeram-se crimes nos quais se utilizaram buldogues como armas. Quando um homem, em Nova Jérsei, mandou que seu buldogue atacasse a polícia, ele foi condenado por possuir uma arma mortífera. Quando o assaltante Shabu Cooper mandou que seu buldogue atacasse um guarda de trânsito, ele foi indiciado pelo uso de uma arma letal. Um senhor em Michigan foi indiciado por cometer agressão com uma arma mortífera, quando seu buldogue atacou uma jovem de 12 anos.

Diversas municipalidades proibiram por lei que se tenha buldogues. Contudo, tais posturas municipais, visando uma raça específica, não foram aprovadas pelos tribunais. As leis que especificam “cães ferozes” parecem mais funcionais. “É preciso aprovar leis eficazes contra cães ferozes”, diz Sherl Blair, da faculdade de veterinária da Universidade de Tufts. Afinal de contas, o buldogue não é o único cão agressor, que ataca pessoas. Pastores-alemães, dobermans, rottweilers, akitas e chows também têm sua culpa. E milhares de buldogues, devidamente cruzados e treinados, são inocentes.

“Deveras, em famílias responsáveis”, dizia um artigo de The Wall Street Journal, “os buldogues podem ser bons animais de estimação. Seu lado brincalhão é suscitado de forma tão fácil como qualquer outra raça. Eles soltam poucos pêlos e é fácil dar banho neles e escová-los. E nem é preciso dizer que os buldogues são bons cães de guarda.”

Esta menção de cães de guarda suscita uma pergunta para aqueles que estão pensando em ter um cão como protetor da família. Que espécie deve ser ele? Entrevistamos um treinador profissional de cães, pedindo-lhe sugestões.

Que espécie de cão recomendaria para a proteção da família?

“Primeiro de tudo, deixe-me dizer-lhe que, para isso, muitos pensam em termos de um cão de ataque treinado, ou um cão de guarda. Tais cães são perigosos de se ter em casa. São treinados para ser suspeitosos e impulsivos. São como se ter uma arma em casa — o resultado, no mais das vezes, é a tragédia, em vez de proteção. Com freqüência, tais cães feriram ou até mesmo mataram crianças na vizinhança, e, às vezes, até mesmo membros de sua própria família. E, se seu cão recebeu treinamento para ataque e já mordeu alguém, você se meteu em sérias dificuldades. Se processado, poderá ser julgado criminalmente responsável. O tribunal não olha com bons olhos para os cães treinados a morder. É muito insensato ter um cão de ataque treinado ou um cão de guarda no lar.

“Caso a família tenha decidido obter um cão para proteger-se, é muito melhor considerarem o que é chamado de cão alertador — um que o alerte quanto a problemas, e soe um alarme. O melhor cão para isto é um grande, com um latido grave, que soe feroz, e assuste os intrusos, mas o cão não está treinado para morder. Tal cão é um bom elemento dissuasivo, todavia, não constitui perigo para a família ou para os vizinhos.”

É importante considerar a disposição do animal?

“É preciso levar em conta a disposição do animal. Existe grande diferença, em potencial, entre um cão e outro, ainda que da mesma raça. Os pastores-alemães usados como cães-guias são cruzados, visando a sua disposição. Precisam ser cães mansos, cautelosos, cães que possam ser utilizados perto de muitas pessoas diferentes. O pastor-alemão que deva ser treinado como cão de ataque — suspeitoso, intrépido, agressivo — precisa ter uma disposição diferente. Um cão alertador deve situar-se no meio-termo — animado, mas não excitável demais, calmo e firme, mas não hesitante.

“Acho que também é desejável obter-se o cão quando ainda é pequenino, macho ou fêmea — esta é, muitas vezes, mais fácil de controlar. Deixe-o crescer junto da família. Ele então sente que a família pertence a ele. É a sua família, e, à medida que ele vai crescendo, ele se torna muito protetor dela. É também importante ministrar-lhe algum treinamento quanto a obedecer. Pelo menos ensine-lhe algumas das ordens básicas, tais como quieto, sente-se, ajoelhe-se, venha cá, e deite-se. Comece enquanto ele ainda é bem jovem, em torno das oito semanas de idade.Nessa idade, ele se mostra muitíssimo sensível ao que você deseja, e é totalmente dependente de você, sendo ansioso de ganhar sua aceitação e seus elogios.”

Que dizer da correção, quando necessária?

“Uma combinação de correção e recompensa é mais eficaz do que apenas a correção. O cão está sendo elogiado pelo bom comportamento, e, ao mesmo tempo, está sendo corrigido pelo mau comportamento. Quando digo corrigido, não quero dizer bater nele. Trata-se duma reprimenda verbal, tal como ‘Não! Cachorro mau!’. Ele sente a sua desaprovação pelo tom de sua voz. Reforce o bom comportamento por recompensas — não por guloseimas, mas por elogios, acompanhados de afagos aprovadores. Isso funciona melhor do que ‘broncas’. E não use o nome de seu cão quando o disciplina — você está punindo o comportamento dele, e não a ele.”

Retornemos, agora, às perguntas suscitadas no início deste artigo. O cruzamento deveras influi na disposição dos cães, e predetermina a agressividade e a mansidão deles. Mas o ambiente também desempenha um grande papel. O tratamento brando reduz a agressividade e reforça a mansidão. O tratamento duro aumenta a agressividade natural, e rompe o espírito de um cão de disposição mansa. A mesma raça pode ser criada e treinada para conduzir cegos ou para atacar um intruso. Uma combinação da natureza e da criação entra em operação. Mas a natureza básica do cão sempre está presente e, sob certas condições, poderá vir à tona. Uma situação estressante pode fazer com que uma disposição agressiva aflore de modo impredizível, ou fazer com que um cão extraordinariamente manso ceda, quando deveria estar protegendo a família.

Uma palavra final sobre os horrores das brigas de cães: Um fanático por brigas de cães disse a respeito de seus buldogues, que “a briga era o próprio fôlego de vida para eles”. Deu a entender que permitir-lhes brigar não era algo cruel, mas misericordioso. Eles morriam felizes, realizados, fazendo aquilo para o qual foram criados e treinados, afirmou. Em harmonia com este sentimento estranho, outro sádico devoto das brigas de cães ilegais teceu o seguinte comentário doentio: “Meus cães morrem com o rabo virado para o alto, e abanando-o.”

Eles também morrem com os ossos fraturados, orelhas despedaçadas, carne dilacerada, e com o sangue jorrando. As brigas duram de uma a três horas. Eles brigam até a morte. Randall Lockwood acrescenta esta pitada de ironia: “Não é incomum ouvir-se falar de cães que saem da arena e atacam os espectadores. Alguns de nossos investigadores já presenciaram isso.” O xerife Blackwood, de San Diego, EUA, diz: “Nós os temos visto, com ambas as patas dianteiras quebradas, arrastarem-se pela arena para brigar.” Será que estes cães também morrem com o rabo virado para o alto, abanando-o?

A coragem e a força dos buldogues são fenomenais. Quão repulsivo, quão triste, é que tal coragem e força sejam utilizadas de forma tão cruel e sádica — cães que são feitos bravos por terem sido instigados por homens ainda mais bravos! Por fim, Lockwood deplora tal ferocidade e suas conseqüências: “A briga de cães é a maior perversão do relacionamento pessoal que existe entre pessoas e cães. Trata-se de pessoas sujeitando os cães a incrível crueldade. E, atualmente, isso se transformou em cães que matam pessoas.”

A gente começa a refletir: será que os buldogues causaram mais danos às pessoas do que as pessoas causaram aos buldogues? Quão apropriadas são as palavras de Provérbios 12:10: “O justo importa-se com a alma do seu animal doméstico, mas as misericórdias dos iníquos são cruéis.”

[Destaque na página 24]

“Estes animais podem ser crocodilos caninos.”

[Fotos na página 23]

O Bravo Benjamim. . .

[Crédito]

Cidade de Los Angeles, Departamento de Controle Animal

. . .e a mansa Neha

[Fotos na página 26]

Acima: Husky siberiano.

Direita: Akita.

Extrema direita: Samoyed.

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