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  • A vida em estado crítico
  • Despertai! — 1988
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Despertai! — 1988
g88 8/7 pp. 16-18

A vida em estado crítico

Do correspondente de “Despertai!” na Espanha

NÃO conseguimos avistar o familiar campo de pouso em parte alguma, ao voarmos em círculo para nossa aterrissagem programada. A pista tinha sido inexplicavelmente destroçada, e tinham sido demolidas as instalações que servem aos viajantes. Aproximávamos apenas, cada vez mais, de terras feias e inóspitas. Nossa vida acha-se em estado crítico!

Esta é a circunstância trágica de muitas aves migratórias quando chegam ao local onde passam o inverno. As marismas, seu tradicional abrigo durante séculos, estão sendo implacavelmente destruídas para dar lugar ao desenvolvimento urbano e agrícola. Muitas vezes considerados charcos sem nenhum valor, estes habitats, vitais para milhares de espécies, estão rapidamente desaparecendo da face da Terra.

Ameaçado o Couto de Donãna

Recentemente, uma das maiores áreas de marismas no sul da Europa esteve assim ameaçada. A sobrevivência de milhares de aves aquáticas esteve em estado crítico. Naturalistas preocupados, apelando por fundos para salvar este inestimável santuário da vida silvestre, avisaram um clube de caça dinamarquês: “Cavalheiros, caso se permita que os lagos do Couto [na Espanha] desapareçam, dentro de cinco anos não haverá mais patos na Dinamarca.”

O couto mencionado era a reserva natural de Couto de Donãna, situada no canto sudoeste da Espanha. Junto com as extensas marismas da bacia do Guadalquivir que a delimitam, a reserva é reconhecida como um dos três ou quatro mais importantes lugares de repouso, da Europa, para as aves migratórias. É também o lar de 125 espécies de aves e de numerosos mamíferos e répteis.

Numa reunião do Conselho Mundial de Ornitólogos, em Nova Iorque, em 1962, fez-se a seguinte observação: “As marismas do Guadalquivir constituem, na Europa, o último refúgio seguro do flamingo-rosado e de algumas espécies de garça; . . . é uma área em que procriam espécies raras e lindas, como o pato-de-cabeça-branca, a galinha-d’água-de-topete, o frango-d‘água-azul, e muitas outras, que é impossível enumerar.”

Graças à sua condição de local privilegiado de caça de reis e de nobres, à sua relativa inacessibilidade, e ao seu solo de baixa qualidade, estes cerca de 700 quilômetros quadrados conseguiram escapar, durante séculos, do assédio humano. No entanto a poluição, os aterros e a reurbanização, colocavam em perigo tal reserva.

A necessidade de se conseguir apoio internacional para financiar a compra do Couto de Donãna motivou o estabelecimento do Fundo Internacional da Vida Selvagem, em 1961. A primeira transação feita por este organismo internacional foi comprar uma parte do Couto de Donãna em cooperação com o governo espanhol. A reserva teve assim novo alento.

‘Crime Ecológico’

As terras pantanosas ainda estavam, em sua maioria nas mãos de particulares, e havia a constante ameaça de poluição das terras agrícolas vizinhas. Em 1973, um potente pesticida pulverizado pelos arrozais vizinhos provocou a morte de cerca de 40.000 aves aquáticas. Isso foi descrito por um naturalista como um desastre “sem paralelo nos anais dos crimes ecológicos da humanidade”. Praias semivirgens foram cobiçadas por imobiliárias, e havia planos de se construir uma rodovia costeira que passaria bem por dentro do parque. No ínterim os charcos estavam sendo drenados inexoravelmente para dar lugar a projetos agrícolas.

Por fim, em 1978, o governo espanhol transformou toda a área em parque nacional. A poluição foi rigidamente controlada, abandonou-se o projeto da rodovia, e estabeleceu-se um sistema hidráulico para manter o nível natural de água nos charcos. A reserva podia mais uma vez vir a florescer.

Já se pode observar os benefícios: Aves exóticas, tais como flamingos, estão aumentando, ao passo que outras espécies em perigo estão sendo preservadas de maior regressão. Os visitantes do parque podem observar muitas espécies em seu habitat natural, de pontos que não perturbam a fauna silvestre, enquanto que excursões organizadas permitem ao público encontrar em primeira mão, bandos de cervos e de javalis pastando em seus limites. Mas examinemos mais de perto algumas das características ímpares deste parque.

O Papel do Parque na Migração

Da União Soviética e da Escandinávia chegam 40.000 gansos e até 200.000 patos. Incontáveis aves pernaltas bem do norte, até do Círculo Ártico, passam o inverno setentrional nas praias tranqüilas, ou procuram alimento nas rasas águas interioranas. Na primavera setentrional, os visitantes do inverno partem, e, da África chegam os colhereiros, as, garças, os milhafres, e numerosas outras aves que se reproduzem aqui, nos meses de verão.

Muitas outras espécies param para descansar e se alimentar no parque, ao emigrarem para terras distantes. Em agosto, centenas de cegonhas se juntam aqui, antes de cruzarem o estreito de Gibraltar a caminho da África. O mesmo se dá com muitas aves de rapina que não conseguem viajar por grandes distâncias sobre o mar, por causa da ausência de correntes térmicas, ou correntes ascendentes de ar quente, que as habilitam a permanecer no ar com um mínimo de esforço.

No entanto, há um residente permanente que estimula o interesse e a admiração de todos os que visitam o parque — a águia-imperial.

A Águia-imperial

Neste século, o número de águias-imperiais decresceu alarmadoramente por todo o seu habitat restrito. Colecionadores de ovos despojaram sem misericórdia os ninhos, ao passo que outros caçaram as aves adultas em busca de troféus típicos de museus, ou na crença errônea de que a águia estava acabando com a caça, cobiçada pelos caçadores. A variedade espanhola, diferente em alguns aspectos da águia-imperial oriental, foi dizimada. Na década de 70, apenas 30 pares sobreviveram na Espanha, e parecia inevitável que ela se tornaria mais uma espécie da lista de aves exterminadas pela obtusidade humana.

Todavia, os esforços conscientes dos naturalistas do parque em favor desta águia já deram resultados positivos. Existem agora cerca de 14 pares que se aninham no parque, o número máximo que este pode sustentar, por causa do amplo território de uns 50 quilômetros quadrados que cada par exige. Todo ninho é meticulosamente controlado. Se, num ninho, são encontrados três ovos e apenas um num outro, transfere-se cuidadosamente um ovo, de modo que cada ninho contenha dois ovos. As águias-imperiais não conseguem criar mais de duas aguiazinhas de cada vez.

Contemplar as águias e os milhafres ascenderem aos céus, observar os milhares de flamingos chapinharem graciosamente nas águas azuis dos lagos de Donãna, ver, em primeira mão, os javalis cabriolarem sob pinheiros, significa compreender a ímpar variedade e beleza da criação de Jeová. Na Europa densamente povoada, lugares assim são deveras uma raridade, e merecem mais do que a meticulosa vigilância que seus sobreviventes exigem.

Bem, quando gansos e patos chegam no outono setentrional, as cegonhas em janeiro, os colhereiros, as garças e os milhafres na primavera, há um refúgio protegido esperando por eles, no qual eles podem descansar, passar o inverno ou reproduzir-se. Aqui, a vida viceja, em todas as suas variedades. Sem dúvida, os 300.000 visitantes anuais se sentem gratos de que, pelo menos neste paraíso natural, a vida, que outrora esteve em estado crítico, agora consegue vicejar.

[Foto na página 16]

Pato-de-crista-vermelha

[Crédito da foto]

J. L. González/INCAFO, S. A.

[Fotos na página 17]

Colhereiros

[Crédito da foto]

A. Camoyán/INCAFO, S. A.

Frango-d’água-azul

[Crédito da foto]

A. Camoyán/INCAFO, S. A.

[Foto na página 18]

Águia-imperial protege sua cria do sol quente

[Crédito da foto]

J. A. Fernández/INCAFO, S. A.

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