BIBLIOTECA ON-LINE da Torre de Vigia
BIBLIOTECA ON-LINE
da Torre de Vigia
Português (Brasil)
  • BÍBLIA
  • PUBLICAÇÕES
  • REUNIÕES
  • g89 8/8 pp. 3-4
  • Um “crash” global

Nenhum vídeo disponível para o trecho selecionado.

Desculpe, ocorreu um erro ao carregar o vídeo.

  • Um “crash” global
  • Despertai! — 1989
  • Subtítulos
  • Matéria relacionada
  • Milhões Ficaram Mais Pobres
  • Outra Depressão?
  • Como Wall Street o atinge?
    Despertai! — 1989
  • Convém investir em ações?
    Despertai! — 2000
  • Sobrevivi ao vôo 801
    Despertai! — 1998
  • Grécia — décimo membro do mercado comum
    Despertai! — 1980
Veja mais
Despertai! — 1989
g89 8/8 pp. 3-4

Um “crash” global

O DIA 19 DE OUTUBRO DE 1987 foi, deveras, um dia estranho em nosso planeta. Naquele dia, desencadeou-se uma tempestade que varreu o globo e provocou devastação em dezenas de nações. Todavia, essa tempestade não incluía vento algum. Não mandou chuvas muito fortes, não fez nenhuma casa desabar, não matou ninguém. Nesse dia, um “crash” [ou, craque] reverberou por todo o mundo, e, por algum tempo, um touro atacante tornou-se como que um urso fugitivo.

Tempestades sem vento? Touros que se transformam em ursos? Como talvez saiba, esta tempestade nada teve que ver com a condição meteorológica da Terra, mas, antes, com sua economia. O dia 19 de outubro foi o dia do agora famoso “Crash” de 1987, quando a bolsa de valores de Wall Street apresentou a mais acentuada e mais rápida queda em sua história, lançando o pânico ao redor do mundo. O mercado parou de subir vertiginosamente (um “bull market” [mercado de touro]), e, temporariamente, precipitou-se loucamente colina abaixo (um “bear market” [mercado de urso]).

Ao passo que o “crash” não fez barulho real, e o “urso” não tinha garras verdadeiras, as vítimas foram reais. Um repórter de Zurique ouviu um homem clamar: “Estou arruinado, totalmente arruinado”, e comentou que o pessoal do distrito financeiro que lia os jornais parecia como se estivesse lendo suas próprias notas de falecimento. Em Hong Kong, o pânico atingiu um tom tão febril que a bolsa fechou durante quatro dias. Ela sofreu muito mais com o “crash” do que qualquer outra bolsa, perdendo cerca de 33 por cento de seu valor. Só um comerciante de Hong Kong perdeu US$ 124 milhões. Em Nova Iorque, uma viúva de 63 anos verificou, não só que o “crash” tinha arrasado o valor de sua carteira de ações, mas também que ela agora devia mais de US$ 400.000 ao seu corretor!

Milhões Ficaram Mais Pobres

Helmut Schmidt, ex-chanceler da Alemanha Ocidental, declarou a Die Zeit, um jornal alemão: “A queda das bolsas de valores de todo o mundo, em mais de US$ 1 trilhão, fez com que de 100 a 200 milhões de famílias no Ocidente ficassem mais pobres do que acreditavam ser antes do ‘crash’.” Todavia, o “crash” não se limitava ao Ocidente. As bolsas foram desabando em série como dominós em Hong Kong, Tóquio, Cingapura, Formosa, Austrália, África do Sul e na América Latina, bem como na Europa e na América do Norte.

Le Quotidien, de Paris, estampava a manchete em letras garrafais: “LE CRASH.” O Cambio de Lima, Peru, proclamava: “PÂNICO EM NOVA IORQUE, TÓQUIO E LONDRES!” The Australian Financial Review, de Sídnei, asseverava que Wall Street tinha “caído com um baque, equivalente a um touro morto, jogado lá de cima do prédio Empire State”. Mas como apontou o ex-chanceler Schmidt, estas bolsas em queda significavam mais do que uma confusão de números e manchetes sensacionalistas. O “crash” significava reais perdas para muitos que tiveram de vender suas ações na baixa. Economias de toda uma vida, fundos de pensão, reservas feitas para a aposentadoria, planos de comprar uma casa, planos para cuidar dos filhos — tudo se mostrou vulnerável na tempestade financeira.

O otimismo do “mercado de touro” em disparada que levou ao “crash” somente agravou as coisas. O número de investidores diretos das bolsas de valores dos EUA quase que dobrou entre 1975 e 1985. Nesse mesmo período, o número dos que possuíam ações indiretamente, por meio de fundos de pensão, seguradoras e bancos, tinha aumentado em quase 35 milhões. O “mercado de touro” em ascensão atraiu investidores como o mel atrai moscas. Muitos investiram tarde demais, pagaram muito caro pelas ações, e não puderam sair a tempo do mercado.

Outra Depressão?

À medida que o “crash” grassava por Wall Street e ao redor do mundo, as pessoas começaram a relembrar outro ano de triste memória na história econômica: 1929. Naquele ano, um similar “crash” da bolsa de valores levou à depressão global. O mundo ainda se encolhe de modo quando pensa naquela era, com suas filas de pão, cozinhas de campanha para servir sopa, desemprego generalizado, e pobreza. Será que o novo “crash” levaria a uma depressão similar? Afinal de contas, no pior dia do “crash” de 1929 (Terça-feira Negra), a bolsa caiu 12,8 por cento. Mas, na Segunda-feira Negra de 1987, ela caiu 22,6 por cento. Uma manchete de The New York Times, de 20 de outubro de 1987, perguntava: “Será 1987 Igual a 1929?”

A resposta, para grande alívio de multidões, provou ser Não. Cerca de dois anos depois da Segunda-feira Negra, muitos peritos, ao examinar os duradouros estragos causados pela tempestade, verificaram que eram mínimos. A economia dos EUA ainda estava em expansão. A taxa de desemprego era baixa. Afinal de contas, mesmo depois da Segunda-feira Negra, o mercado estava apenas 4 por cento abaixo do que estivera um ano antes; até mesmo conseguiu terminar o ano ligeiramente acima da média.

Muitos peritos consideraram a Segunda-feira Negra como o simples estouro duma bolha, uma correção mui necessária da valorização excessiva das ações. Se o “crash” deixou qualquer legado duradouro, este terá sido o da fuga recorde de muitos indivíduos do mercado acionário. ‘Jamais me meterei nisso de novo’, juram eles. E parecem estar falando sério.

Significa isso que a Segunda-feira Negra não teve importância? Longe disso! Alguns peritos acham que o “crash” deveria ser encarado como um aviso, que ele pôs em foco algumas das profundas falhas que partem de Wall Street e permeiam toda a economia mundial. Mas será que o mundo em geral acatou o aviso? Não, segundo um professor de economia, que disse à revista Time: “É como um grupo de adolescentes bêbados que dirigem um carro, e que pensam que apenas porque conseguiram fazer a última curva, conseguirão fazer também a próxima.”

Exatamente o que houve de errado com Wall Street? Poderia ocorrer novo “crash”? E será que há algo nisso que o atinge pessoalmente?

    Publicações em Português (1950-2025)
    Sair
    Login
    • Português (Brasil)
    • Compartilhar
    • Preferências
    • Copyright © 2025 Watch Tower Bible and Tract Society of Pennsylvania
    • Termos de Uso
    • Política de Privacidade
    • Configurações de Privacidade
    • JW.ORG
    • Login
    Compartilhar