Cuidar dos idosos — um crescente problema
CONTA-SE a história de uma garotinha que perguntou à sua mãe. “Porque vovó come numa tigelinha de madeira, mas todos nós comemos em lindos pratos?” A mãe dela explicou: “As mãos da vovó tremem muito e ela poderia deixar cair nossos pratos bons e quebrá-los; assim, para evitar isso, ela come na tigelinha de madeira.” Depois de refletir sobre isso por alguns instantes, a garotinha perguntou: “Então, poderia guardar a tigelinha de madeira para mim, para eu dar para a senhora usar quando eu crescer?” Esta previsão dos eventos futuros talvez tenha deixado a mãe assombrada ou até mesmo um pouco abalada. Mas, refletindo bem, poderia também tê-la tranqüilizado — sua filhinha planejava cuidar dela no futuro!
A perspectiva de muita gente idosa talvez não seja tão luminosa. Eles se tornaram o segmento da população que mais rápido cresce, em muitas partes do mundo. A revista World Press Review, de agosto de 1987, noticiava que cerca de 600 milhões de pessoas, 12 por cento da população do planeta, naquele tempo, tinham mais de 60 anos.
Nos Estados Unidos, pela primeira vez, o total de idosos está ultrapassando o da população adolescente. O editor de ciência de um jornal de Nova Iorque relatou: “Trinta milhões de americanos têm agora 65 anos ou mais — um de cada oito de nós, mais do que nunca antes, e: A população mais idosa está crescendo duas vezes mais rápido do que o resto da população. . . .A expectativa de vida média para os americanos era de 35 anos, em 1786. Para a criança americana nascida em 1989, é de 75 anos.”
No Canadá, espera-se que, até o fim do século, mais do que triplique o número de pessoas bem idosas, de 85 anos ou mais.
Na Europa, cem anos atrás, os idosos constituíam apenas 1 por cento da população total. Atualmente, seu número aumentou para 17 por cento.
Um informe do Departamento de Recenseamento dos EUA sobre “Envelhecimento no Terceiro Mundo” dizia: “Quatro quintos do aumento de pessoas idosas está ocorrendo no Terceiro Mundo.”
Quatro décadas atrás, a expectativa de vida dos chineses era de cerca de 35 anos. Já em 1982, a estatística tinha pulado para 68 anos. Atualmente, mais de 90 milhões de chineses são contados como pessoas idosas, e calcula-se que, no fim do século, o total suba para 130 milhões, ou 11 por cento da população.
Esforço Especial de Cuidar de Seus Idosos
À medida que o número de pessoas bem idosas aumenta em todo o mundo, torna-se mais aguda a questão angustiante de como cuidar delas. Nos tempos bíblicos, esse problema não era tão difícil. Elas possuíam uma família ampliada, em que filhos, pais e avós moravam juntos. As crianças e os avós atuavam entre si, com benefícios para ambas as partes, e os pais podiam fazer as provisões necessárias e também certificar-se de fornecer quaisquer cuidados especiais de que os idosos da família necessitassem. Tais famílias ampliadas, que cuidam dos idosos, ainda constituem a regra em alguns países da atualidade. (Como exemplos, queira ver o quadro na página 8.) Mas, isso não acontece nas nações mais ricas, onde o círculo familiar se limita aos pais e filhos. Quando os filhos crescem e casam-se, e passam a ter seus próprios filhos, eles com freqüência se vêem confrontados com o problema de cuidar de seus pais idosos, debilitados e, não raro, padecendo de doenças crônicas.
No atual sistema de coisas, fazer isto pode ser deveras um grave problema! Tão indesejável quanto passa ser, sob as atuais condições econômicas, talvez seja preciso que ambos os genitores trabalhem fora. Os alimentos são caros, os aluguéis são altos, e as contas vão chegando. Mesmo dois cheques de pagamento desaparecem rapidamente. Caso a dona-de-casa não trabalhe fora, ela talvez fique ocupada cuidando das crianças, fazendo compras e limpando a casa — o que é, em si, algo que lhe ocupa todo o tempo. Isto não quer dizer que o pai ou a mãe idosa, ou ambos os genitores, não deveriam ser cuidados no lar. O que dizemos é que se trata duma tarefa muito árdua. Os idosos têm suas dores e padecimentos, e é compreensível que possam, às vezes, queixar-se e ter suas excentricidades, nem sempre sendo cordatos e tendo uma disposição agradável. Nada disso significa que não se devem fazer árduos esforços de cuidar de um genitor idoso no próprio lar.
Com freqüência, a responsabilidade recai sobre os ombros das filhas vivas. Um estudo após outro revela que, embora os homens possam suprir ajuda financeira, são primariamente as mulheres que fornecem os cuidados pessoais necessários. São elas que preparam as refeições para os idosos — não raro dando-lhes de comer na boca — dão banho neles e os vestem, trocam suas roupas, levam-nos a médicos e hospitais, certificam-se de que tenham seus suprimentos médicos. Muitas vezes, elas são os olhos, os ouvidos e a mente de seus pais idosos. Sua tarefa é gigantesca e sua disposição de realizá-la, apesar das dificuldades, é deveras elogiável e agradável a Jeová Deus.
Simplesmente não é verdadeira a crença de que a maioria dos filhos adultos envia seus pais idosos para passar os anos que lhes restam numa casa de repouso, segundo o Dr. Carl Eisdorfer, M.D., Ph.D., diretor do Centro de Desenvolvimento do Adulto e de Gerontologia, da Universidade de Miami, Flórida, EUA. “Os estudos revelam que a maior parte dos cuidados para com as pessoas idosas é fornecida pela própria família”, disse ele.
As estatísticas confirmam a afirmação dele. Nos Estados Unidos, por exemplo, 75 por cento dos entrevistados disseram que queriam que seus pais, quando não fossem mais capazes de morar sozinhos, morassem com eles. “Isto confirma que as famílias realmente desejam cuidar dos seus”, declarou o Dr. Eisdorfer. E uma reportagem na revista Ms. dizia: “Em qualquer tempo, apenas 5 por cento dos que têm mais de 65 anos acham-se em casas de repouso, porque tanto os idosos como a maioria de seus parentes preferem cuidar deles em casa, em vez de colocá-los numa instituição.”
O seguinte caso mostra o esforço que alguns fazem para cuidar dum genitor idoso. O relato foi feito por um representante viajante das Testemunhas de Jeová, que visita congregações de um extremo ao outro dos Estados Unidos. Explica como ele e sua esposa estavam determinados a conservar junto deles a mãe dela, de 83 anos, em vez de colocá-la numa casa de repouso. “Lembrei-me do ditado”, comentou ele, de que “uma mãe pode cuidar de 11 filhos, mas 11 filhos não podiam cuidar de uma mãe. Bem, nós dois estávamos decididos a cuidar de nossa mãezinha idosa. Embora já estivesse nos primeiros estágios do mal de Alzheimer, ela viajava conosco no trailer.
“De início, ela ia conosco quando saíamos para pregar a mensagem do Reino de porta em porta. Mais tarde, tínhamos de levá-la numa cadeira de rodas. Os moradores pareciam gostar do modo como cuidávamos dela. Às vezes, ela dizia coisas que não eram bem certas, mas nunca a deixávamos envergonhada por corrigi-la. Ela ainda assim tinha senso de humor. Eu tentava preveni-la e lhe dizia: ‘Mãezinha, cuidado com o degrau [step]’, e ela me respondia: ‘Eu não tenho madrasta [step-mother].’ Nós cuidamos dela até ela morrer, aos 90 anos.”
Quando Se Precisa Duma Casa de Repouso
Quase dois milhões de idosos realmente vivem em casas de repouso nos Estados Unidos. Na maioria dos casos, contudo, não é uma questão de “desumanamente colocá-los num depósito de velhos”, como alguns chamam a internação deles numa casa de repouso. Antes, esta é, muitas vezes, a única alternativa para que recebam cuidados adequados, no caso dos que não mais podem cuidar de si mesmos. Os filhos de pessoas idosas, muitas vezes, não tem condições de cuidar de seus pais idosos, muitos dos quais talvez sofram gravemente do mal de Alzheimer, ou estejam acamados devido a outra doença debilitante que exige cuidados especiais a todo o tempo. Nestes casos, casas de repouso podem ser os únicos lugares capazes de satisfazer tais necessidades especiais.
Um missionário da Sociedade Torre de Vigia (dos EUA) em Serra Leoa, na África, contou sobre a dor sentida por sua mãe quando ela precisou internar a mãe dela numa casa de repouso: “Recentemente minha mãe, na Flórida, colocou a mãe dela, Helen, numa casa de repouso. Foi uma decisão muito difícil para ela. Ela havia cuidado de Helen por quatro anos, mas, agora, Helen precisava de cuidados o dia todo. As amigas e a família da mamãe, e várias assistentes sociais e médicos apoiaram todos a decisão de colocar Helen numa casa de repouso, mas ainda era uma decisão muito difícil. Minha mãe achava que, visto que a mãe tinha cuidado dela quando ela era criança, agora era somente justo que ela cuidasse de sua mãe na velhice — a retribuição, a “devida compensação”, de que falou o apóstolo Paulo. Contudo, do jeito como as coisas aconteceram, Helen foi melhor cuidada na casa de repouso do que seria na casa de minha mãe.” — 1 Timóteo 5:4.
Outra Testemunha, que trabalha na sede mundial das Testemunhas de Jeová, falou da luta de seu pai contra o câncer. “Papai foi uma Testemunha zelosa por mais de 30 anos. Nos últimos nove anos de sua vida, ele tinha câncer. Eu e minha esposa passávamos nossas férias com ele, e tiramos longas licenças para estar com ele e ajudá-lo. Outros parentes ajudaram de vários modos. Na maior parte do tempo, porém, foram a esposa e uma filha casada, que morava ao lado, que cuidaram dele. Ele também recebia visitas de membros da congregação das Testemunhas que ele freqüentara. Os últimos dois anos, ele passou entrando e saindo de hospitais, e, viveu seus últimos cinco meses numa instituição de cuidados intensivos, onde pôde obter os cuidados especializados de que carecia.
“A decisão de levá-lo de casa para a instituição foi uma decisão da família toda, com a participação dele. Ele mesmo decidiu que cuidarmos dele em casa estava ficando pesado demais, até mesmo impossível, para a família. ‘Isso vai matar todos vocês!’, exclamou ele. ‘É hora de eu ir para essa instituição de cuidados intensivos. É melhor para vocês e é melhor para mim.’
“E ele foi mesmo. Na maior parte de nove anos, a família tinha cuidado dele, e somente como último recurso ele foi para a instituição de cuidados intensivos, a fim de obter o tratamento especializado, o tempo todo, de que ele precisava.”
Quando, como último recurso, uma casa de repouso se torna necessária para dispensar os cuidados adequados ao idoso, a família deve procurar uma que seja asseada e possua uma equipe de médicos e enfermeiros bondosos e competentes. Se de todo possível, faça arranjos para alguém visitá-lo todo dia — um membro da família, alguém da congregação, pelo menos um telefonema — de modo que a pessoa idosa não se sinta abandonada, esquecida, totalmente solitária e imagine que ninguém se importa com ela. Quando outros na casa de repouso estão recebendo visitas, mas ninguém vai ver seu ente querido — isto pode ser muitíssimo desanimador. Assim, tente ver regularmente tal pessoa. Visite-a. Ouça o que ela tem a dizer. Ore junto com ela. Isto é muito importante. Ore, mesmo que a pessoa esteja em coma. Nunca se sabe até que ponto ela poderá estar ouvindo!
Ao fazer decisões sobre seus pais, tente fazê-las junto com eles, em vez de no lugar deles. Deixe que sintam que ainda conseguem controlar sua vida. Ofereça a assistência necessária, com todo amor, paciência e compreensão possíveis. Essa é a hora de retribuir, como escreveu o apóstolo, aquilo que devemos a nossos pais e avós.
“Toda a Obrigação do Homem”
Na correria do mundo moderno, é fácil pôr de lado os idosos. Especialmente os jovens que acabam de entrar na corrida e estão empenhando-se em dar prosseguimento à sua vida, tendem a achar que os idosos simplesmente são empecilhos, que já acabou sua utilidade. Talvez todos nós devamos parar e pensar um pouco: Afinal, o que marca uma vida como útil? É muito fácil os jovens desvalorizarem a vida dos idosos e atribuírem um valor inflacionado à sua.
Contudo, não são apenas os idosos e os debilitados que talvez contribuam pouco, ou nada, para o que parece valer a pena. O Rei Salomão, no livro de Eclesiastes, freqüentemente se referiu como vaidade às atividades das pessoas em geral. Falou de jovens e seu vigor temporário, e mostrou como a passagem dos anos desgastará o corpo deles, assim como já desgastou o corpo de milhões de outros. Todos terminam como pó e merecem a seguinte avaliação: “A maior das vaidades!”, disse Salomão. “Tudo é vaidade.” — Eclesiastes 12:8.
Mas ele deveras elogiou as palavras dos sábios e resumiu suas observações sobre a vida nas seguintes palavras: “A conclusão do assunto, tudo tendo sido ouvido, é: Teme o verdadeiro Deus e guarda os seus mandamentos. Pois esta é toda a obrigação do homem.” (Eclesiastes 12:13) Essa é a fórmula para uma vida útil, e não quão jovem ou quão idoso se é, ou que tipo de marcas você deixará neste velho mundo materialista que se está acabando.
Para governar nossos relacionamentos humanos, Jesus forneceu o princípio orientador que se tornou conhecido como a Regra de Ouro: “Sempre tratai os outros como gostaríeis que eles vos tratassem.” (Mateus 7:12, The New English Bible) A fim de aplicarmos essa regra, temos de poder colocar-nos no lugar dos outros, de ver como nós gostaríamos de ser tratados, caso estivéssemos no lugar deles. Se fôssemos idosos e debilitados, e precisássemos de ajuda, como gostaríamos de ser tratados por um de nossos filhos? Será que retribuiremos a nossos pais os 20 anos de cuidados e de apoio que nos deram, quando éramos crianças desvalidas, por cuidarmos deles, agora que eles se acham desvalidos, em sua idade avançada?
Ao cuidarmos de nossos pais idosos quando eles precisam de nós, talvez rememoremos nossa infância e relembremos tudo que eles fizeram por nós quando éramos bebês, criancinhas, recebendo seus cuidados em todas as doenças infantis, sendo alimentados e vestidos por eles, levados para passear, para nosso deleite infantil. Daí, demonstrando amorosa preocupação pelo bem-estar deles, considere a melhor forma de suprir as carências deles.
Isso pode ser por fazer os arranjos necessários de mantê-los em casa, se de todo possível. Por outro lado, o melhor arranjo para todos os envolvidos, inclusive os pais idosos, pode ser uma instituição de cuidados intensivos ou uma casa de repouso. Qualquer que seja a decisão, deve ser respeitada pelos outros. Como se nos é dito: “Por que julgas tu o teu irmão? Ou, por que menosprezas também o teu irmão?” Daí, então: “Quem és tu para julgares o teu próximo?” — Romanos 14:10; Tiago 4:12.
Seja lá o que for decidido quanto aos pais idosos, caso eles morem com seus filhos ou numa casa de repouso, se estiverem lúcidas as suas faculdades mentais, eles ainda podem levar uma vida significativa. Poderão aprender sobre o propósito de Jeová para toda a humanidade obediente, de viver para sempre com saúde numa Terra paradísica. Eles podem encontrar uma nova carreira, uma carreira alegre e satisfatória, de servir a seu Criador, Jeová Deus. Essa época pode tornar-se a época mais plena de objetivo e feliz de sua vida. Alguns, em seus anos avançados, quando outros já desistiram de viver, vieram a conhecer as promessas de Jeová sobre a vida eterna num infindável novo mundo de justiça, e derivaram novas alegrias em falar a outros sobre essa esperança.
Para concluir com um caso em pauta: Uma senhora da Califórnia, com 100 anos, veio a conhecer estas bênçãos prometidas através duma enfermeira numa casa de repouso, e, à idade madura de 102 anos, batizou-se como Testemunha de Jeová. Ela concluiu sua vida, não no beco sem saída da ‘vaidade das vaidades’, mas por cumprir ‘toda a sua obrigação na vida’, a saber, ‘temer ao verdadeiro Deus e guardar os seus mandamentos’.
[Destaque na página 6]
Tem-se dito que, anos atrás, uma mãe podia cuidar de 11 filhos; agora 11 filhos não podem cuidar de uma mãe.
[Quadro na página 8]
Mostrar Honra por Cuidar dos Idosos — Comentários ao Redor do Mundo
“Na África, existem bem poucos ou praticamente nenhum arranjo governamental para cuidar dos idosos — não existem casas de repouso, nenhum benefício da Seguridade Social ou de Medicare, nenhuma aposentadoria. São os filhos que cuidam das pessoas idosas.
“Uma razão básica pela qual ter filhos é tão importante para as pessoas, nos países em desenvolvimento, é que seus filhos cuidarão delas no futuro. Até mesmo pessoas pobres tem muitos filhos, raciocinando que, quanto mais filhos tiverem, maiores são as probabilidades de alguns sobreviverem e cuidarem deles.
“Embora os padrões estejam mudando na África, as famílias, na maior parte, levam a sério a responsabilidade de cuidar de seus idosos. Caso estes não tenham filhos, outros membros da família cuidarão deles. Não raro, os que fornecem tais cuidados também se encontram numa condição financeira delicada, mas eles compartilham aquilo que possuem.
“Outra forma de os filhos cuidarem dos pais é por lhes emprestarem seus próprios filhos. Não raro, são os netos que executam os serviços domésticos.
“Nos países desenvolvidos, as pessoas vivem mais por causa dos progressos da medicina. Isso não acontece no mundo em desenvolvimento. As pessoas pobres morrem porque não conseguem pagar sequer os limitados cuidados médicos disponíveis. Um provérbio em Serra Leoa diz: ‘Pobre não fica doente.’ Isto é, visto que o pobre não tem dinheiro para se tratar, ele ou está bem de saúde ou morre.” — Robert Landis, missionário na África.
“No México, as pessoas nutrem profundo respeito pelos pais idosos. Quando os filhos se casam, os pais ficam morando sozinhos na própria casa, mas, quando os pais envelhecem e precisam deles, os filhos os recebem em seu lar e cuidam deles. Acham que esta é sua obrigação.
“É comum ver avós morando na mesma casa com os filhos e os netos. Os netos amam muito e respeitam seus avós. A família é bem achegada.
“No México, raros são os lares para idosos, porque os filhos e as filhas cuidam dos mais velhos. Caso eles tenham vários filhos, às vezes o último a casar-se permanece no lar e mora com os pais.” — Isha Aleman, do México.
“Na Coréia, aprendemos no lar e na escola a honrar as pessoas idosas. Na família, o filho mais velho deve supostamente cuidar dos pais idosos. Caso ele não tenha meios de sustentá-los, outro filho ou filha fará isso. Muitos casais vivem com os pais idosos sob o mesmo teto e cuidam deles. Os pais esperam morar com os filhos, e eles gostam de instruir e cuidar dos netos. É considerado vergonhoso um casal jovem mandar seus pais idosos para uma casa de repouso.
“Meu pai era o filho mais velho, e nós morávamos na mesma casa com nossos avós. Sempre que saíamos de casa, nós lhes dizíamos onde íamos e quando voltaríamos. Quando chegávamos a casa, primeiramente passávamos pelo quarto deles e os cumprimentávamos, com cabeças encurvadas, e os informávamos de que já tínhamos voltado, porque eles se mostravam preocupados com o bem-estar de toda a família.
“Quando lhes passávamos algo, segurávamos o item com as duas mãos. É desrespeitoso passar algo com uma das mãos para pessoas mui respeitadas, tais como pais, avós, professores ou altos funcionários do serviço público. Quando saboreávamos alguma comida especial, nós servíamos primeiro os nossos avós.
“Honrar os idosos não se limita apenas aos membros da família, mas estende-se a todos os idosos. Desde a escola primária e por toda a escola secundária, ministram-se cursos de ética. Nesses cursos, aprendemos, por meio de contos de fada ou de preleções, a respeitar e a honrar os idosos.
“Quando uma pessoa idosa entra na sala, espera-se que os jovens se levantem. Se o jovem estiver sentado num ônibus e um senhor idoso ou uma senhora idosa não achar lugar, então é costumeiro que o mais jovem ceda seu lugar. Caso um homem idoso esteja levando um pacote que pareça pesado, a pessoa jovem pára e lhe pergunta se ele precisa ou não de ajuda. Se disser que precisa, esta leva o pacote para ele até seu destino.
“Como a Bíblia profetizou, nestes últimos dias do sistema de coisas o padrão moral se deterioraria a cada dia. A Coréia não está isenta desta influência. Ainda assim, esta espécie de atitude respeitosa para com os mais idosos ainda persiste no coração de muitos coreanos.” (2 Timóteo 3:1-5) — Kay Kim, da Coréia.
[Foto na página 7]
Visitar os idosos é um tempo bem gasto.