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  • Podem o homem e os animais conviver em paz?

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  • Podem o homem e os animais conviver em paz?
  • Despertai! — 1991
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Despertai! — 1991
g91 8/4 pp. 5-9

Podem o homem e os animais conviver em paz?

“Eu me senti como se estivesse no limiar do paraíso; o homem e os animais convivendo em confiante harmonia.” É assim que Joy Adamson descreveu uma cena ocorrida ao longo do rio Ura, no Quênia, ao contemplar uma variedade de aves e de animais vindos até ali para beber água. Uma parte fascinante dessa cena foi a do animal que pacificamente se sentou junto dela — uma leoa totalmente adulta!

Havia algo de excepcional nesta leoa, Elsa, a qual milhões vieram a conhecer através do livro Born Free (A História de Elsa), de Joy Adamson? Não, ela era uma leoa comum. A diferença era que ela aprendeu a conviver pacificamente com humanos.

Mais tarde, quando se fez o filme A História de Elsa (Born Free, título em inglês), diversas leoas domadas foram usadas para representar Elsa. Uma era chamada Mara. Ela, de início, mostrava-se desconfiada; daí, tornou-se muito possessiva, não permitindo que seus novos amigos humanos desaparecessem da vista. A fim de acalmá-la, George Adamson, marido de Joy, mudou sua tenda, encostando-a junto do cercado de Mara. Por fim, colocou sua tenda bem dentro do cercado! “Nos três meses seguintes”, escreveu ele em seu livro Bwana Game (Brincadeira do Bwana), “ela dormia regularmente dentro [da minha tenda], geralmente estirada no chão, ao lado de minha cama e, às vezes, sobre ela. . . . Ela nunca me deu motivos de ficar ansioso pela minha segurança pessoal”.

“Uma de nossas brincadeiras favoritas”, escreveu o Sr. Adamson, “era eu me deitar estirado no chão, escondido atrás dum monte de feno. Mara ficava à minha espreita, de maneira bem furtiva, de ventre baixo no solo, dum jeito próprio às leoas, e então acontecia o pulo rápido final, e ela acabava em cima de mim. Ela sempre manteve controle de suas formidáveis garras e jamais me feriu”.

Outra leoa que desempenhou o papel de Elsa era chamada Girl. Quando terminou o filme, Girl voltou para a selva, onde se acasalou e teve dois filhotes. Dois dos amigos de Adamson localizaram sua toca. Adamson escreveu: “Com a mais notável confiança e boa natureza, Girl permitiu que os dois homens, que assumiam considerável risco, se aproximassem até cerca de um metro, mais ou menos, do local do parto . . . o comportamento de Girl era ainda mais notável porque “um dos homens era relativamente estranho a ela.” Quanto a Adamson, Girl até mesmo permitiu que ele tocasse em seus filhotes, ao passo que outros leões eram afastados.

Domar um Leão Feroz

As características diferem, de leão para leão. Ao passo que Joy Adamson estava criando Elsa, mais ao sul da Rodésia do Norte (agora Zâmbia), Norman Carr, um guarda-florestal que cuidava dos animais, fazia o mesmo com dois filhotes machos. Um dos filhotes, Big Boy, era mui amigável. O outro, Little Boy, tendia a ser mal-humorado. Sobre este, Carr escreveu o seguinte, no seu livro Return to the Wild (Retorno à Vida Selvagem):

“Quando Little Boy mostra tal disposição, eu me agacho junto dele, ao passo que ele rosna para mim, um pouco fora do alcance de suas patas, que ele é bem capaz de utilizar num gancho maldoso, com as garras de cinco centímetros, que são como uma lâmina afiada, estendidas. Pacientemente, eu tento ganhar sua confiança ao conversar suavemente com ele, à medida que vou chegando cada vez mais perto; e, quando por fim o toco, ele ainda está rosnando, mas de forma menos determinada. Quando coloco meu braço em torno de seus ombros peludos e acaricio seu peito, ele relaxa visivelmente, como se todos os músculos tensos tivessem sido descontraídos. . . . Ele põe a cabeça em meu colo, convidando-me para afagá-lo.”

No prefácio do livro de Carr, o Conde de Dalhousie, que era Governador-Geral do país, relata um incidente que testemunhou quando os leões tinham mais de dois anos e perambulavam à vontade pela planície próxima do acampamento de Carr. Quando Carr assobiou, foi assim que o Conde descreveu a reação deles: “Eles vieram correndo ao som do assobio do seu dono e esfregaram a poderosa cabeça nele, ao mesmo tempo que trovejavam sua saudação feliz, porém apavorante. Sua afeição por ele certamente não havia diminuído.”

Os leões têm um temor natural do homem e, normalmente, procuram evitá-lo. Esta reação instintiva da parte dos leões e de outros animais é descrita com exatidão na Bíblia. (Gênesis 9:2) Sem ela, o homem seria uma presa muitíssimo vulnerável. Todavia, alguns animais se tornam antropófagos.

“Exceções à Regra”

Explica Roger Caras, perito neste assunto: “Entre quase todas as espécies de grandes felídeos, parece haver certo número de indivíduos anormais que procuram o homem como alimento. Constituem exceção à regra . . . O homem pode, em geral, viver muito bem em paz com [os grandes felídeos].”

Muitos animais parecem não reconhecer o homem quando ele se senta escondido num veículo. Desta forma, os homens conseguem tirar fotos em close de leões. “Mas”, avisa o livro Maberly’s Mammals of Southern Africa (Os Mamíferos da África Meridional, de Maberly), “passa a existir considerável perigo, se você abrir sua porta, ou tentar sair para perto dos leões, porque eles reconhecem a presença humana, e a repentinidade desse aparecimento aumenta o impacto de medo que, bem facilmente, provoca um ataque, em suposta autodefesa. . . . Existe menos perigo de, realmente, ficar face a face com um leão na selva do que de subitamente sair de um veículo motorizado na frente dele!”

Que Dizer dos Leopardos?

Leopardos que se tornam antropófagos também constituem uma exceção à regra. Jonathan Scott explica em seu livro The Leopard’s Tale (O Conto do Leopardo): “O leopardo, sem ser incomodado e com boa saúde, é um animal acanhado e arredio, demonstrando acentuado temor do homem. Se confrontado, ele geralmente foge para o mais próximo abrigo disponível.”

Scott passou meses na Reserva Animal de Masai Mara, no Quênia, estudando os movimentos de uma fêmea de leopardo que chamou de Chui. Chui gradualmente se acostumou com a presença do veículo a motor de Scott, e, numa ocasião, seus filhotes, chamados Dark e Light, chegaram perto e examinaram o carro dele. Scott acredita que, por trás do manto exterior frio do leopardo, existe uma natureza potencialmente calorosa.

Outros têm experimentado o lado caloroso da natureza do leopardo. Por exemplo, Joy Adamson criou uma filhotinha órfã de leopardo que ela chamava de Penny. Depois de solta para voltar ao estado selvagem, Penny acasalou-se e deu crias. Quando seus amigos humanos estavam na vizinhança, Penny se apresentava e instava com eles a virem ver seus filhotes recém-nascidos. No covil, sentada junto à orgulhosa mãe, Adamson descreveu a deleitosa cena: “Ela lambia nossas mãos, enquanto os filhotes se aninhavam entre suas pernas dianteiras, todos se sentindo tão sublimemente felizes. A crença geral é que os leorpardos são os mais perigosos de todos os animais africanos, e as fêmeas com filhotes são especialmente ferozes.” Mas Adamson declarou que a experiência dela com Penny poderia provar que “a maioria das crenças aceitas são uma falácia”.

Outra fêmea “de boa índole”, chamada Harriet, propiciou a Arjan Singh, do norte da Índia, uma experiência ainda mais notável. Singh criou Harriet desde bem pequenina, e treinou-a de modo que pudesse cuidar de si mesma na área florestal próxima à fazenda dele. Como parte do treinamento, Singh às vezes incentivava a fêmea de leopardo a atacar. “Quando eu me agachava e a incitava a atacar”, explica ele em seu livro Prince of Cats (O Príncipe dos Felídeos), “ela vinha direto para cima de mim . . . , mas, quando saltava sobre mim, ela se assegurava de pular bem alto, apoiando-se na minha cabeça e deslizando pelas minhas costas, sem deixar sequer um arranhão nos meus ombros nus”.

O método de a fêmea de leopardo brincar com Eelie, a cadela de Singh, também era notável. Comenta Singh que um “filme mostra [a fêmea] agachada e boxeando, à medida que a cadela a ataca — mas não faz tentativa alguma de derrubar a atacante. Suas grandes patas sobem por um dos lados do pescoço de Eelie, sobre a cabeça dela e descem do outro lado, tão macias como espanadores de pó”.

Este relacionamento amigável entre o homem, a cadela e a fêmea do leopardo prosseguiu depois de Harriet deixar a casa para continuar vivendo na selva próxima. “Se alguém disser que não se deve confiar nos leopardos”, conclui Singh, “só preciso pensar em quantas vezes Harriet veio à minha fazenda] no meio da noite e, brandamente, despertou-me para trocar cumprimentos, enquanto eu dormia ao ar livre”.

Por fim, Harriet acasalou-se e teve dois filhotes. Quando seu covil foi ameaçado por uma enchente, a fêmea de leopardo transportou os filhotes na boca e os trouxe, um a um, para a segurança do lar de Singh. Quando as águas baixaram, Harriet subiu no barco a remo de Singh, induzindo-o a levá-la de um lado para o outro do rio, enquanto que ela levava seus filhotes, um de cada vez, para um novo covil na floresta.

O Elefante-Africano

Tem-se dito que o elefante-africano é selvagem demais para ser domesticado. Muitas pessoas, contudo, provaram que os fatos são outros. Um exemplo é o tocante relacionamento entre três elefantes-africanos e um americano chamado Randall Moore. Os elefantes eram parte de um grupo de filhotes capturados no Parque Nacional Kruger, da África do Sul, e enviados para os Estados Unidos. Com o tempo, foram treinados para um número circense e se saíram muito bem. Quando seu dono morreu, o trio foi dado a Moore e eles foram devolvidos à África.

As duas fêmeas, chamadas Owalla e Durga, foram levadas para a Reserva de Pilanesberg, de Bophuthatswana, em 1982. Nessa época, o parque possuía um número de filhotes de elefantes órfãos, que estavam em péssimas condições e precisavam da supervisão de fêmeas adultas. Será que Owalla e Durga, treinadas num circo, assumiriam este papel?

Após um ano, Moore recebeu relatórios de que suas elefantas haviam adotado todos os 14 órfãos e que outros órfãos seriam introduzidos no parque. Depois de uma ausência de quatro anos, Moore voltou para ver as coisas por si mesmo. Antevendo uma longa busca nos montes Pilanesberg, ele ficou surpreso, logo depois de sua chegada, de deparar-se com Owalla e Durga no meio de grande manada. “Meu primeiro impulso, não-profissional”, escreveu ele no livro Back to Africa (De Volta à África), “foi de correr na direção delas, abraçá-las e cobri-las de elogios. Substituí tal impulso por uma aproximação mais racional”.

Primeiro, Owalla e Durga tiveram de certificar-se da presença de seu velho amigo. Inspecionaram sua mão estendida com as trombas. “Owalla”, escreve Moore, “ergueu-se acima de mim como que esperando a próxima ordem. O restante da manada, numa postura estática, apinhou-se ao redor. Eu correspondi. ‘Owalla . . . Tromba ERGUIDA e me dá o Pé!’ Owalla imediatamente ergueu a pata dianteira bem alto e encurvou sua tromba em direção ao céu, na postura clássica daqueles dias já bem distantes do circo. Quem foi que disse que um elefante nunca se esquece?”

Três anos depois, em outubro de 1989, a memória de Owalla foi submetida a outro teste. Desta feita, Moore decidira experimentar algo que não havia feito desde que introduzira os elefantes no parque, sete anos atrás. Owalla obedeceu à sua ordem de estirar-se e permitiu que ele subisse nas costas dela. Telespectadores na África do Sul ficaram emocionados de vê-lo cavalgá-la no meio de mais de 30 elefantes silvestres. “Fiz isto”, explicou Moore numa entrevista a Despertai!, “não como ato publicitário, mas porque estava curioso de saber a dose de apego e de inteligência possível a uma elefanta”. Os órfãos de Pilanesberg vicejaram sob os cuidados inteligentes de Owalla e Durga.

Na verdade, hoje em dia, os casos de amizade entre o homem e os animais silvestres não constituem a regra; precisam ser cuidadosamente cultivados. Seria tolo, deveras, que a pessoa mediana se aventurasse num ambiente silvestre e tentasse acercar-se de leões, de leopardos e de elefantes. Mas ao passo que tal amizade entre animais silvestres e humanos é relativamente rara hoje em dia, o que dizer do futuro? Será a regra?

[Quadro/Fotos na página 8]

Leões Podem Ser Domados!

“VENHA e tire algumas fotos de mim, junto com meus leões, disse Jack Seale, diretor do Parque Hartebeespoortdam de Cobras e de Animais, na África do Sul. Nervosamente, eu o segui até o cercado dos leões, esperando que ele me permitisse fotografá-los de fora da cerca protetora.

O cercado estava limpo, tendo bastante sombra das árvores ao redor. Nove leões saudáveis rapidamente reconheceram seu treinador, quando ele entrou no cercado junto com um ajudante. Os leões soltaram rosnados amigáveis e andaram de um lado para o outro de forma excitada.

“Entre”, disse Jack. Fingi não ter ouvido. “Entre”, repetiu ele, mais alto. Para defender-se dos leões, tudo que eles dispunham eram de varas! Meu coração batia ligeiro, enquanto eu tentava superar minha covardia, entrando finalmente ali. Com rapidez, comecei a disparar a minha câmara, enquanto Jack acariciava alguns dos magníficos animais sob seus cuidados. Que alívio senti quando todos nós voltamos a ficar seguros do lado de fora! Mas eu não precisava ter medo.

“O motivo de entrarmos com varas”, explicou Jack depois, “é que os leões são afetuosos e nos dão mordidelas carinhosas. Nós estendemos as varas, de modo que possam mordê-las, em vez de os nossos braços”. Jack e seu grupo de leões acabavam de retornar do Parque Nacional Etosha, na Namíbia. Por que ele os conduzira tão para dentro da área selvagem? Ele explicou:

“Eles foram usados na filmagem de um documentário sobre o que fazem os cientistas pesquisadores a fim de controlar o aumento populacional dos leões na área selvagem da Namíbia. Mas, meus leões preferem a vida a que se acostumaram aqui. Na Namíbia, assim que eles viram meu caminhão, vieram até ele. Não houve dificuldade de conseguir fazê-los volta r para casa.” — Contribuído.

[Crédito]

Cortesia do “Hartebeespoortdam Snake and Animal Park”

[Foto na página 9]

Randall Moore, com os animais sob seus cuidados, na savana africana.

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