BIBLIOTECA ON-LINE da Torre de Vigia
BIBLIOTECA ON-LINE
da Torre de Vigia
Português (Brasil)
  • BÍBLIA
  • PUBLICAÇÕES
  • REUNIÕES
  • g91 8/4 pp. 19-21
  • Narcolepsia — a doença do sono

Nenhum vídeo disponível para o trecho selecionado.

Desculpe, ocorreu um erro ao carregar o vídeo.

  • Narcolepsia — a doença do sono
  • Despertai! — 1991
  • Subtítulos
  • Matéria relacionada
  • A Natureza da Narcolepsia
  • O Que Causa os Sintomas
  • Como Enfrentar Tal Doença
  • Como reconhecer graves distúrbios do sono
    Despertai! — 2004
  • Tenha uma boa noite de sono
    Despertai! — 2004
  • Sono: supérfluo ou necessário?
    Despertai! — 2003
  • O que fazer para dormir melhor
    Despertai! — 2003
Veja mais
Despertai! — 1991
g91 8/4 pp. 19-21

Narcolepsia — a doença do sono

EBBA era uma mulher jovem e saudável. Mas costumeiramente pegava no sono — de modo súbito, sem aviso — em plena luz do dia.

À medida que os anos foram passando, a situação dela se agravou; ela adormecia várias vezes por dia. Começou a ouvir vozes e a sofrer de terríveis alucinações. Ela desabava como um castelo de cartas, sem nenhum motivo aparente. Ou ela subitamente perdia a força nas mãos e deixava cair a bolsa. Ebba começou a ficar imaginando se ela estava mentalmente doente ou sob ataque demoníaco.

Depois de 32 anos, a angústia emocional de Ebba resultou em sua hospitalização. Os médicos pensavam que ela era esquizofrênica e começaram a tratá-la com antipsicóticos. Sua reação foi positiva a tal medicação, mas os seus médicos ainda não conseguiam diagnosticar exatamente qual era a sua doença. E a medicação a deixava cansada e apática.

Passaram-se treze anos. Aconteceu que certo dia Louis, o marido dela, leu por acaso um artigo de revista sobre duas mulheres que apresentavam os mesmos sintomas que sua esposa. Qual era o nome dessa doença? Narcolepsia.

A Natureza da Narcolepsia

A narcolepsia é uma doença que provoca freqüentes ataques de sonolência em suas vítimas. Explica Wilse B. Webb, pesquisadora sobre assuntos do sono: “As pessoas que sofrem de narcolepsia, ao desenvolverem suas atividades normais, do dia-a-dia, pegam no sono, súbita e involuntariamente, que dura de poucos minutos a episódios de até 15 minutos.” Os ataques podem ocorrer virtualmente a qualquer instante durante um discurso, no meio duma conversa, ou quando dirigem um carro. Outros sintomas incluem súbita fraqueza muscular, paralisia do sono e alucinações assustadoras.

Alguns calculam que apenas os Estados Unidos abrigam dezenas de milhares de narcolépticos. E, ao passo que a doença em si não traz ameaça à vida, é bem grave o perigo de danos acidentais.

Por muitos anos, os médicos puseram de lado a narcolepsia como um problema puramente psicológico. Os psiquiatras a chamavam de mecanismo de escape, de uma forma de histeria, de uma fuga do ego. No entanto, começou a acumular-se evidência de que a narcolepsia tem origem física. Aprendeu-se, para exemplificar, que a doença parecia acontecer em determinadas famílias e que tal moléstia aflige até mesmo certas variedades de cães. A revista American Journal of Psychiatry conclui assim: “Na atualidade, a narcolepsia é considerada, primariamente, como um distúrbio orgânico neurológico [cerebral], em vez de um distúrbio psicogênico [que se origina na mente].”a

Ainda assim, é bem possível que ser chamado de “preguiçoso” ou até mesmo de “doido”, por amigos e membros da família, provoque danos psicológicos. Num certo estudo conduzido de 24 pacientes com narcolepsia, plenos dois terços apresentavam problemas psiquiátricos, tais como depressão ou alcoolismo. Em outros sentidos, a doença também causou dramáticos transtornos na vida deles. Dos 24 homens estudados, 18 resultaram ser “não-empregáveis”.

O Que Causa os Sintomas

Caso tenha um padrão normal de sono, em questão de 60 a 90 minutos depois de pegar no sono, alcança o estágio dos sonhos chamado de sono REM (sigla, em inglês, de Movimento Rápido dos Olhos). Mesmo sem se dar conta, seus músculos ficam totalmente descontraídos durante o sono REM. Isto pelo visto serve para proteger-nos de encenar os nossos sonhos.

A narcolepsia, contudo, interrompe o padrão normal REM. O narcoléptico mergulha no quadro REM de sonhos quase que no instante em que pega no sono. E, durante o dia virtualmente sem aviso ele sentirá o impulso de dormir, e de novo passará quase que instantaneamente para o estágio REM. Assim, há médicos que definiriam a narcolepsia como um “distúrbio disfuncional do REM”.

A narcolepsia também pode desregular os estados normais da mente e do corpo. O portador desse mal talvez desperte com o corpo ainda no estágio REM e descubra, horrorizado, que não consegue mover um músculo sequer! Ou seu corpo é lançado no estágio REM do sono enquanto ele está plenamente acordado e prosseguindo em sua rotina diária. Sem nenhum motivo aparente, seus músculos subitamente ficam debilitados ou se tornam dormentes (a paralisia muscular chamada cataplexia), de forma que ele desaba, por assim dizer. Cerca de dois terços a três quartos dos narcolépticos experimentam tais sintomas assustadores.

Quase todo estímulo emocional — o riso, a ira, o temor — é capaz de provocar a cataplexia. O livro Sleep (O Sono), de Gay Gaer Luce e Julius Segal, afirma: “Eles não conseguem rir duma piada, surrar seus filhos quando irados, prantear ou demonstrar certos sentimentos fortes sem se tornarem literalmente debilitados pela emoção e desabarem feito geléia.”

As características do sono REM podem até mesmo imiscuir-se nos pensamentos dum paciente quando desperto, e sobrepor um sonho vívido — ou um pesadelo aterrorizante — sobre a realidade. Ele pode despertar no leito, com o corpo paralisado no estado REM, e ouvir vozes e ver coisas assustadoras. Tais sonhos acordados (chamados de alucinações hipnagógicas) podem também ocorrer em pleno dia, e cerca da metade de todos os narcolépticos os experimentam.

Assim, é compreensível que alguns narcolépticos tendam a afastar-se dos outros, com medo de serem estigmatizados de “preguiçosos”, “de mentalmente doentes” ou de “possessos de demônios”.

Como Enfrentar Tal Doença

Com demasiada freqüência, os narcolépticos procuram desculpar seus sintomas como fadiga ou cansaço crônico e não procuram assistência médica. Mesmo quando procuram, nem sempre a narcolepsia é facilmente diagnosticada, em especial em seus estágios iniciais. Afirma a revista American Family Physician: “Os pacientes com narcolepsia apresentam sintomas durante 15 anos, em média, antes de obterem um diagnóstico correto.” Ainda assim, caso sofra de crônica sonolência diurna, será sábio se consultar um médico e não tentar fazer seu próprio diagnóstico. Um exame cabal poderá identificar outro problema de saúde que precise de atenção.

Que fazer, porém, se um médico confirmar o seu quadro clínico como narcolepsia?b Ao passo que tal doença é incurável, os médicos afirmam que existem vários medicamentos que podem ajudar o portador desse mal a levar uma vida razoavelmente normal. Estimulantes do sistema nervoso central são amiúde receitados para ajudar o paciente a permanecer desperto durante o dia. Antidepressivos são também usados para controlar os problemas da cataplexia.

Experimentam-se, também, vários enfoques novos. Alguns pesquisadores afirmam que a codeína, que torna a maioria das pessoas sonolentas, tem efeito oposto em narcolépticos. Há também otimismo com respeito às pesquisas feitas com um medicamento comumente chamado de GHB (sigla, em inglês, de gama-hidroxibutirato) que poderá resultar ser um instrumento eficaz no combate à sonolência diurna e aos sintomas relacionados. Naturalmente, o tratamento medicamentoso poderá levar ao hábito ou à tolerância farmacológica, e talvez haja efeitos colaterais. Por conseguinte, será sábio se for cauteloso e informar-se bem, quando se trata de tomar qualquer medicamento. (Provérbios 14:15) Um médico, contudo, poderá minimizar tais riscos por monitorar cuidadosamente as reações do paciente à medicação, e fazer ajustes, quando necessários. De qualquer modo, o cristão não precisa achar que está violando princípios bíblicos se tomar remédios, sob supervisão médica, não por prazer, mas para trazer-lhe alívio desta situação potencialmente perigosa.

Existem também medidas práticas que poderá tomar. Aceite o fato de que é portador de uma grave doença, bem como as limitações que ela lhe impõe. (Provérbios 11:2) Dirigir um veículo, operar máquinas ou até mesmo nadar podem ser simplesmente perigosos demais. Talvez também precise levar em conta mudar de emprego ou até mesmo aposentar-se.

Se seu caso for relativamente brando, talvez seja de ajuda tirar várias sonecas durante o dia. Estas podem minimizar a possibilidade de cair no sono em momentos inconvenientes. E, caso demonstrar fortes emoções provoque um ataque catapléctico, talvez tenha de aprender a manter seus sentimentos sob firme controle. Naturalmente, todos os cristãos têm de controlar seu espírito. (Provérbios 16:32) Mas, evitar todos transtornos emocionais exige um esforço extraordinário! Talvez precise lembrar continuamente a si mesmo que a vida e a saúde estão em jogo. Seus entes queridos também podem ser de grande apoio, caso tenham sido ajudados a entender o seu quadro clínico e as limitações que este talvez lhe traga.

Ebba, mencionada no início, finalmente obteve um diagnóstico correto e foi submetida a medicação que funciona no caso dela. E, embora sua doença lhe tenha causado muitos anos de sofrimento, ela deriva conforto em saber que ela não é nem mentalmente insana, nem vítima de ataques de demônios. Ela sabe, também, que sob o Reino de Deus “nenhum residente dirá: ‘Estou doente’”. (Isaías 33:24) A doença do sono, chamada de narcolepsia, terá desaparecido para sempre.

[Nota(s) de rodapé]

a Há pesquisadores que talvez até mesmo descobriram um “marcador biológico” dessa doença — um antígeno chamado HLA-DR2, encontrado em “quase 100 por cento dos pacientes narcolépticos”. O antígeno só aparece em 25 por cento da população em geral. Esta descoberta incomum pode também constituir evidência de que o sistema imunológico esteja um tanto envolvido no desencadeamento da narcolepsia. — Revista American Family Physician, de julho de 1988.

b Há peritos que insistem que a única forma de fazer um diagnóstico positivo é monitorar o sono dum paciente por uma noite inteira, num hospital que se especialize em distúrbios do sono.

[Foto na página 20]

Um narcoléptico poderá pegar no sono até mesmo no meio duma conversa.

    Publicações em Português (1950-2025)
    Sair
    Login
    • Português (Brasil)
    • Compartilhar
    • Preferências
    • Copyright © 2025 Watch Tower Bible and Tract Society of Pennsylvania
    • Termos de Uso
    • Política de Privacidade
    • Configurações de Privacidade
    • JW.ORG
    • Login
    Compartilhar