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  • g91 8/12 pp. 6-8
  • “Hiroxima nunca mais!”

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  • “Hiroxima nunca mais!”
  • Despertai! — 1991
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Despertai! — 1991
g91 8/12 pp. 6-8

“Hiroxima nunca mais!”

EMBORA os japoneses ficassem eufóricos com a vitória em Pearl Harbor e se lembrassem dela enquanto estavam vencendo, essa data foi esquecida, depois de perderem a guerra. Quando se perguntou recentemente ao Governo nipônico por que não tinha pedido desculpas por tal ataque, o primeiro-secretário do gabinete respondeu: “Falando-se em sentido estratégico e geral, penso que o ataque contra Pearl Harbor foi tudo, menos elogiável. No entanto, os assuntos da guerra entre os Estados Unidos e o Japão foram resolvidos pelo Tratado de Paz de São Francisco.”

Suas palavras representam os sentimentos de alguns japoneses sobre o ataque de surpresa que iniciou a guerra do Pacífico. Embora mais de um milhão de japoneses visitem o Havaí todo ano, o jornal Mainichi Shimbun noticia que apenas um número relativamente pequeno visita o Memorial U.S.S. Arizona, construído para relembrar o ataque a Pearl Harbor.

Ao passo que o lema “Lembre-se de Pearl Harbor!” traz amargas recordações para alguns americanos, os japoneses relembram seus padecimentos com o brado “Hiroxima Nunca Mais!”. As bombas atômicas que explodiram sobre as cidades de Hiroxima e Nagasaki, em agosto de 1945, tiveram um efeito traumático não só sobre as vítimas diretas, mas também sobre a nação como um todo.

Ouvir as experiências de primeira mão de sobreviventes ajuda-nos a entender o que sentem. Tomemos, por exemplo, Itoko, que acabara de concluir seus estudos e se tornara secretária na instituição naval em Hiroxima. Mesmo estando na parte interna do prédio em que trabalhava, ela sentiu o clarão da bomba atômica, como que arrebatada pela própria luz. “Ajudei os soldados a retirar os cadáveres das ruas da cidade”, explica Itoko. “Num rio, os soldados puxavam uma rede com um barco de pesca e recolhiam mais de 50 corpos, cada vez que puxavam a rede. Levávamos os corpos para as margens e os empilhávamos em grupos de cinco, incinerando-os. Em sua maioria, estavam nus. Eu não conseguia diferençar os homens das mulheres, e seus lábios estavam inchados como se fossem bicos de patos.” Os japoneses não conseguem esquecer os horrores trazidos por duas bombas atômicas.

Por Que Foi Usada a Arma de Destruição em Massa

O Professor Shigetoshi Iwamatsu, da Universidade de Nagasaki, também uma vítima da bomba-A, escreveu aos jornais ocidentais, há mais de 20 anos, para informá-los sobre o drama das vítimas. “Ele ficou atônito com as respostas”, noticia o Asahi Evening News. “A metade das respostas era que foram as bombas atômicas que acabaram com a agressão japonesa e que era estranho que as vítimas das bombas apelassem pela paz.”

Explicando os motivos de se ter empregado a arma de destruição em massa, diz The Encyclopedia Americana (Enciclopédia Americana): “Ele [Harry S. Truman] decidiu usar bombas atômicas contra o Japão, acreditando que elas acabariam mais rapidamente com a guerra e salvariam muitas vidas.” Embora não seja insensível aos sentimentos das vítimas da bomba-A, Kenkichi Tomioka, um jornalista japonês que escreveu sobre as caóticas condições do após-guerra, admite: “Rememorando o período entre março/abril e agosto de 1945, quando as operações para pôr fim à guerra atingiram um clímax, pondo em perigo o destino desta nação, não podemos ignorar o papel desempenhado pelas duas doses de medicina corretiva [bombas atômicas], específicas para esfriar cabeças quentes, que foram administradas aos militaristas que clamavam por um confronto final para defender a terra natal. Um confronto final teria significado o gyokusai (antes morrer do que render-se) dos 100 milhões de habitantes.”

Todavia, aqueles que perderam entes queridos nos bombardeios atômicos e aqueles que sofrem de enfermidades causadas pela radiação verificam que sua dor não pode ser amainada por palavras que justifiquem o lançamento das pikadon, ou “fulgor e explosão”, como os sobreviventes chamaram as bombas-A. Embora alguns sobreviventes das bombas-A há muito se encarem como vítimas inocentes, eles agora compreendem que, como japoneses, têm de admitir, como o Professor Iwamatsu passou a dizer, os “crimes que cometeram em sua agressão a outros países na região da Ásia-Pacífico”. Em 1990, uma vítima da bomba pediu desculpas pelos crimes de guerra do Japão, diante das delegações estrangeiras, durante as manifestações anuais contra a bomba, realizadas em Hiroxima.

Tinham Realmente Motivos Para Matar?

Forte repulsa pela guerra paira no coração de muitos sobreviventes e testemunhas oculares de Pearl Harbor, Hiroxima e Nagasaki. Rememorando, alguns questionam se seus países tinham motivos válidos para exigir o sacrifício de seus entes queridos.

Para instilar o fervor pela guerra e justificar a matança, ambos os lados lançaram também ataques verbais. Os americanos chamaram os japoneses de “japs ardilosos”, e acharam fácil atiçar as chamas do ódio e da vingança com as palavras “Lembre-se de Pearl Harbor!”. No Japão, ensinou-se às pessoas que os anglo-americanos eram kichiku, que significa “bestas demoníacas”. Muitos em Okinawa foram até mesmo levados a cometer suicídio, em vez de caírem nas mãos das “bestas”. Similarmente, depois da rendição dos japoneses, quando as forças invasoras americanas desembarcaram num porto próximo, o comandante deu à jovem Itoko, já mencionada, duas doses do venenoso cianureto de potássio. “Não seja um brinquedo nas mãos dos soldados estrangeiros”, ordenou ele.

No entanto, por meio de amigos nipo-havaianos, Itoko gradualmente ampliou seus conceitos e veio a compreender que tanto americanos como ingleses podem ser amigáveis, gentis e bondosos. Ela conheceu George, um irlandês nascido em Singapura, cujo pai foi morto pelos japoneses. Vieram a conhecer-se bem e se casaram. Constituem apenas um exemplo dos muitos indivíduos que verificaram que seus ex-inimigos são pessoas amigáveis. Se todos eles tivessem encarado seus “inimigos”, não por lentes distorcidas pela guerra, mas por seus próprios olhos desprovidos de preconceitos, poderiam tê-los coberto de amor, em vez de bombas.

Sim, a paz entre indivíduos, baseada no entendimento mútuo, é essencial para a paz mundial. Mas em vista das dezenas de guerras travadas desde 1945, é evidente que os homens não aprenderam esta lição básica de Pearl Harbor e de Hiroxima. Contudo, mesmo a paz entre indivíduos não basta para trazer a paz mundial. O que é preciso para isso? O próximo artigo explicará.

[Destaque na página 7]

Ao passo que o lema “Lembre-se de Pearl Harbor!” traz amargas recordações para alguns americanos, os japoneses relembram seus padecimentos com o brado “Hiroxima Nunca Mais!”.

[Destaque na página 8]

A paz entre indivíduos, baseada no entendimento mútuo, é essencial para a paz mundial.

[Foto na página 7]

Lloyd Barry e Adrian Thompson, missionários da Sociedade Torre de Vigia (EUA), em frente ao Memorial da Paz, de Hiroxima, em 1950.

[Foto na página 8]

Hiroxima em ruínas, depois da explosão da bomba atômica.

[Crédito da foto]

U.S. Army/Cortesia de The Japan Peace Museum

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