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  • Ajuda aos que sofrem de distúrbios alimentares

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  • Ajuda aos que sofrem de distúrbios alimentares
  • Despertai! — 1992
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g92 22/2 pp. 12-15

Ajuda aos que sofrem de distúrbios alimentares

MILHÕES de famílias em todo o mundo já tiveram de lidar com o problema de um de seus membros sofrer de algum distúrbio alimentar. A bulimia (ingestão excessiva de alimentos seguida de vômito induzido), a anorexia nervosa (prolongada incapacidade ou recusa de comer) e a ingestão compulsiva (comer grandes quantidades sem controle) tornaram-se epidêmicas em algumas áreas.

Tais distúrbios são predominantemente um problema feminino. Afetam mulheres de praticamente todas as idades, solteiras e casadas. Pré-adolescentes e adolescentes, bem como mulheres de mais idade, inclusive avós, acham-se entre os que sofrem desses males.a Visto que mais de 90 por cento das pessoas afetadas são mulheres, empregaremos pronomes femininos ao nos referirmos aos que sofrem destes problemas.

Se alguém com quem você se importa sofre de algum distúrbio alimentar, sem dúvida deseja ajudá-lo. Mas simplesmente pedir a uma bulímica que pare de comer de forma incontrolável e de provocar vômito, seria o mesmo que pedir a alguém que tem pneumonia que pare de tossir. Antes de poder realmente ajudar alguém com distúrbio alimentar, é preciso identificar e concentrar a atenção nas profundas perturbações emocionais que não raro são a causa do problema. Assim, é vital a perícia — não só as boas intenções. Às vezes o problema fundamental tem origem em algum abuso sexual ocorrido no passado. Em casos assim, geralmente a pessoa precisará da ajuda particular dum conselheiro habilitado.b

Encare o Problema

Nem sempre é fácil descobrir que sua filha, sua esposa ou sua amiga sofre dum distúrbio alimentar. Isto se dá porque pessoas que sofrem de distúrbios alimentares talvez sejam do tipo reservado. (Veja o quadro acompanhante.) Todavia, em geral, o distúrbio alimentar não desaparece sozinho. Quanto mais cedo conversar com a pessoa e prestar-lhe ajuda, maiores serão as probabilidades de recuperação.

Entretanto, antes de conversar com alguém que você suspeita que sofre disso, planeje cuidadosamente o que dizer e também qual o melhor momento para dizê-lo. Deverá ser numa hora em que você esteja calmo e não haja probabilidade de serem interrompidos. A abordagem errada — tal como fazer extensas ameaças — atrapalhará a comunicação e talvez piore as coisas.

Quando conversar com alguém com suspeita de distúrbio alimentar, não faça condenações, seja específico. Por exemplo, poderia dizer: ‘Você perdeu muito peso. Suas roupas parecem folgadas em você. Há algum motivo para isso?’ Ou: ‘Ouvi você vomitando no banheiro. Sei que é embaraçoso, mas quero ajudar. Podemos ser francos um com o outro?’ Mesmo que a pessoa fique irada e negue, uma abordagem calma poderá persuadi-la a conversar sobre o assunto. (Provérbios 16:21) Conseguir um diálogo franco é um alvo realístico para sua primeira conversa.

Os distúrbios alimentares não raro ocorrem quando os membros da família se preocupam excessivamente com o aspecto físico, e quando as crianças são elogiadas principalmente por sua aparência e por suas realizações. Portanto, numa família em que alguém sofre dum distúrbio alimentar, os demais membros talvez tenham de reavaliar suas atitudes e prioridades. A solução do problema duma pessoa assim pode muito bem exigir mudanças por parte dos membros da família. De fato, os empenhos deles com freqüência são um dos fatores mais importantes na recuperação da pessoa.

Evite Forçar Situações

Em certa família, os pais exasperados tentaram literalmente forçar a filha anorética a engolir a comida, mas a menina resistiu e se sentiu contente consigo mesma de não ter cedido aos esforços dos pais. Assim, reconheça que não se pode forçar alguém a comer, nem a parar de ter episódios de gula. Quanto mais se tenta forçar a vítima, mais ferrenha pode tornar-se a batalha.

“As coisas pioravam toda vez que eu fazia questão de que ela comesse”, admitiu Joe, cuja filha Lee quase morreu de anorexia. “Tive que parar totalmente de falar sobre comer.” Sua esposa, Ann, explicou o que realmente ajudou a filha: “Nós a ajudamos a sentir que era capaz de controlar-se sem ter de recorrer a estes extremos. Isto salvou a sua vida.” Sabiamente, diminua a ênfase sobre a questão do comer. Ajude a pessoa a entender que quando ela come, ela o faz por ela mesma e não por você.

Ajude a Criar Confiança

A maioria das vítimas de distúrbios alimentares são perfeccionistas. Muitas têm pouca experiência com o fracasso. Os pais — na melhor das intenções — têm, em alguns casos, contribuído para o problema. Como? Por serem demasiadamente protetores, procurando defender a filha de toda e qualquer adversidade.

Portanto, o pai ou a mãe precisa ajudar a jovem a entender que os erros fazem parte da vida e não determinam seu valor pessoal. “O justo talvez caia até mesmo sete vezes”, diz Provérbios 24:16, “e ele [ou, ela] se há de levantar”. A jovem não será esmagada pelas dificuldades se for ensinada que as derrotas são normais, passageiras e podem ser superadas.

Os pais precisam também aceitar e reconhecer a individualidade de cada filho. Embora os pais se esforcem a treinar os filhos na “regulação mental de Jeová”, ainda assim devem dar margem à individualidade. (Efésios 6:4) Não tentem enquadrar a criança num molde que vocês idealizaram. Para vencer o distúrbio alimentar, a jovem precisa sentir que sua individualidade é respeitada e estimada.

Desenvolva Uma Comunicação Aberta

Em muitas famílias em que a filha ou a esposa sofre dum distúrbio alimentar, existe falta de comunicação. A doente geralmente tem dificuldade em expressar seus verdadeiros sentimentos quando estes diferem dos do pai ou da mãe, ou do marido. Isto se dá especialmente em lares onde a norma é: ‘Se não tiver nada de bom a dizer, não diga nada.’ Por isso, a pessoa busca no alimento um escape da frustração íntima.

Por exemplo, Matthew era incapaz de ajudar a esposa a vencer sua gula compulsiva. “Sempre que fica perturbada, ela chora e depois vai e come”, lamentava ele. “Ela nunca . . . realmente me diz o que a está perturbando.” Certo conselheiro sugeriu que os dois reservassem uma hora por semana para conversar em particular, e que se revezassem em expressar quaisquer queixas que tivessem, sem que o outro o interrompesse. “Isto serviu para abrir nossos olhos”, disse Matthew. “Eu não fazia idéia de que a Monica se sentia tão infeliz por causa de tantas coisas, e que eu tinha tanta tendência de me justificar. Pensei que era um bom ouvinte, mas realmente não era.”

Assim, para ajudar sua esposa ou sua filha, esteja disposto a ouvir os sentimentos negativos e as insatisfações dela. De acordo com as Escrituras, é correto ouvir “o clamor queixoso do de condição humilde”. (Provérbios 21:13) Joe e Ann tiveram de aprender essa lição.

“Tive de parar de tirar conclusões precipitadas e de revelar minha irritação quando Lee divergia dos meus conceitos”, confidenciou Joe com respeito à sua filha anorética. Ann, sua esposa, disse: “Ouça o que a menina tem a dizer. Não tente colocar as palavras na sua boca. Preste atenção ao que ela realmente acha das coisas.”

Ann ilustrou o assunto: “Antes, quando Lee se queixava de que alguém a magoara, eu lhe dizia que a pessoa não tinha tal intenção. Mas isso a deixava ainda mais perturbada. Agora, quando ela se queixa, digo: ‘Sei que isso a magoou. Entendo por que está-se sentindo tão mal.’ Procuro colocar-me no lugar dela, em vez de modificar seu conceito naquele momento.” Realmente ouça, e não presuma que já conhece as intenções ou os sentimentos dos outros.

Quando existe comunicação aberta, pode-se encontrar consolo em tempos de perturbações emocionais e não se sentir compelida a recorrer a hábitos alimentares nocivos. Dawn explicou por que ela nunca mais voltou a comer excessiva e compulsivamente, e a ter bulimia: “Quando estou perturbada, sempre posso conversar com meu marido, pois ele é muito compreensivo e me consola.”

Mostre Amor Abnegado

Certo pai pesaroso, cuja filha bulímica morreu de insuficiência cardíaca, deu o seguinte conselho: “Ame seus filhos ainda mais do que imagina ser o bastante.” Sim, seja generoso em fazer expressões de amor. Ajude sua filha e sua esposa a sentir que seu amor por elas não depende da aparência física ou das suas consecuções. Mas não é fácil amar alguém que é vítima dum distúrbio alimentar. Daí a importância do amor abnegado, que a Bíblia descreve como bondoso, paciente e perdoador. É a disposição de colocar os interesses da outra pessoa à frente de seus próprios interesses. — 1 Coríntios 13:4-8.

Quando certo casal descobriu que a filha era bulímica, ambos sentiram-se confusos quanto ao que fazer. “Achei que quando não se tem certeza do que fazer, é melhor fazer o que é bondoso”, comentou o pai. “Eu sabia que ela era uma menina preciosa que estava com um problema pessoal muito sério. A coisa a fazer era renovar a sua confiança e dar-lhe apoio emocional.”

Ele perguntou à filha: “Importa-se se eu e sua mãe lhe perguntarmos regularmente como se está saindo com o problema?” Ela expressou apreço por tal bondosa preocupação, de modo que os pais passaram a perguntar-lhe de vez em quando.

“Houve ocasiões em que ela passou alguns dias, depois algumas semanas, depois alguns meses sem ter uma recaída”, explicou o pai. “Mas, quando ela admitia ter sucumbido novamente, procurávamos incentivá-la e não mostrar nosso desapontamento.” A mãe acrescentou: “Conversávamos muito. Eu dizia que ela obviamente estava progredindo. Dizia: ‘Só não desista. Desta vez você agüentou duas semanas. Vamos ver quanto vai agüentar agora.’”

“Um dos motivos por que não percebemos os hábitos alimentares extravagantes de nossa filha foi que raramente jantávamos juntos”, observou o pai. “Assim, alterei meu horário de trabalho para estar em casa com a família para o jantar.” Fazer este ajuste para comerem juntos, bem como dar-lhe atenção paciente e amorosa, ajudou a filha a se restabelecer completamente.

Ao mesmo tempo em que se esforça a fazer o que é melhor para a pessoa, é importante fornecer a necessária disciplina, que é uma manifestação de amor. (Provérbios 13:24) Não a proteja das conseqüências de suas ações. Fazê-la usar seu próprio dinheiro para restituir o alimento que comeu num acesso de gula, ou exigir que ela limpe a sujeira no banheiro causada por ter induzido o vômito, poderá ensinar-lhe que é responsável por seu comportamento. Por insistir em que ela viva segundo regras domésticas razoáveis, transmitirá sua confiança de que ela é capaz de se conduzir corretamente. Isso poderá aumentar a auto-estima que geralmente falta entre os que sofrem de distúrbios alimentares.

Devido à perturbação íntima, a pessoa talvez fale iradamente. Se isto acontecer, esforce-se a enxergar o que está por detrás da explosão de raiva. Tente descobrir e lidar com a causa do “vexame”. (Jó 6:2, 3) Foi um desafio e tanto para Joe e Ann quando a filha anorética ficou rebelde e insolente na maneira de falar.

“Continuamos tentando mostrar-lhe amor em vez de simplesmente expulsá-la de casa”, disse Ann. O marido acrescentou: “Continuamos procurando ajuda para ela e lhe dizíamos o quanto nos importávamos com ela.” Qual o resultado? A filha finalmente deu-se conta de que seus pais a amavam muito, de modo que passou a abrir-se mais com eles.

Quando a vítima é uma criança, a tensão que isso causa aos pais, especialmente à mãe, é intensa. Portanto, o marido deve dar à esposa o vital apoio emocional. Não sacrifique seu casamento por causa da doença da criança. Aceite suas limitações.

Em alguns casos, talvez precise buscar ajuda fora da família. Avalie todos os fatores envolvidos e determine qual seria o melhor tipo de ajuda. Exigirá firmeza caso a vítima relute. Deixe-a saber que você agirá para proteger a vida dela se necessário, mas evite dizer coisas que não pode cumprir.

Haverá ocasiões em que se sentirá incapaz e a situação parecerá sem esperança, mas nunca se esqueça de apresentar tais problemas em oração ao Deus de amor. Ele pode ajudar! “Compreendíamos que isso estava acima de nossa capacidade”, confidenciou Joe. “A principal coisa que aprendemos foi a depositar nossa total confiança em Jeová Deus. Ele nunca nos desapontou.”

[Nota(s) de rodapé]

a Veja “Quem Manifesta Distúrbios Alimentares?”, em nossa edição de 22 de dezembro de 1990.

b Veja “Ajuda Para as Vítimas de Incesto”, na edição de 1.º de maio de 1984 de nossa revista associada A Sentinela.

[Quadro na página 13]

ALGUNS INDÍCIOS DE DISTÚRBIOS ALIMENTARES

◼ Alimentação reduzida, como a causada por severa dieta ou jejum.

◼ Extrema perda ou oscilação de peso.

◼ Hábitos estranhos à mesa, como cortar os alimentos em pedacinhos.

◼ Pavor de engordar, apesar do baixo peso.

◼ Preocupação e conversa constantes sobre alimentos e/ou peso, não raro conjugados com rigorosa rotina de exercícios.

◼ Cessação da menstruação.

◼ Isolamento, sinais de sigilo, especialmente passar muito tempo no banheiro.

◼ Alterações emocionais, como depressão e irritabilidade.

◼ Comer demais quando irada, nervosa ou agitada.

◼ Abuso de diuréticos, moderadores de apetite, ou purgativos, tais como laxantes.

[Foto na página 15]

É vital ouvir com empatia.

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