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  • g92 22/11 pp. 14-17
  • Preservando o pacífico paquiderme

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  • Preservando o pacífico paquiderme
  • Despertai! — 1992
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Despertai! — 1992
g92 22/11 pp. 14-17

Preservando o pacífico paquiderme

“VEJA aqueles lindos filhotes! Como são graciosos! Quer dizer que aquele sujeitinho que vem em nossa direção, chamado Lanka, só tem sete meses de idade? E aquela femeazinha arisca, Kanchana, só tem oito meses? E todos aqueles filhotes de pêlo ainda eriçado saindo às pressas da floresta, para onde vão? Ah, é hora da refeição! Vocês os alimentam cinco vezes por dia e lhes dão sete garrafas de leite por vez, cada garrafa contendo um litro? Ora, isso são 35 litros! Não é para menos que cada um deles pese uns 90 quilos, apesar de terem apenas alguns meses de idade!”

Estamos no Orfanato Pinnawela de Elefantes, a uns 85 quilômetros de Colombo, a principal cidade do Sri Lanka. Filhotes de elefante abandonados ou feridos que são encontrados no seu ambiente natural são trazidos para este orfanato onde são criados até atingirem a maturidade. Havia cerca de 15 ali, quando os visitamos. Normalmente eles se misturam com elefantes adultos, e se encontram espalhados sobre uma grande área de mato aberto, mas, na hora das refeições, os filhotes são chamados para tomar a sua ração de leite. Esses órfãos não perdem tempo em comparecer ao local e localizar um dos três ou quatro tratadores que os esperam com garrafas cheias de leite.

Os filhotes enrolam a tromba acima da cabeça, abrem bem a boca e engolem o mais rápido que podem, à medida que o tratador inclina a garrafa e derrama o leite. Não há tempo para mamar nessas garrafas! O leite jorra, e, às vezes, esparrama ao lado da boca. Um deles, maior do que os outros, foi acorrentado a um poste para dar uma chance aos menores. Muito aborrecido com essa “discriminação” ele se agita de um lado para o outro, levanta a tromba e ressoa no ar os seus gritos de protesto. Uma vez satisfeitos, esses filhotes rodeiam o visitante, encostam-se nele e chegam a enroscar a tromba na perna da pessoa para chamar a atenção.

A Banheira dos Elefantes

Mais para o fim do dia, é hora do banho. Todos os elefantes, grandes e pequenos, são conduzidos uns 800 metros pela estrada até a margem do rio Maha Oya. É um rio raso e bem largo, com grandes pedras planas sobressaindo na água. Três ou quatro mulheres estão ali lavando roupas, batendo-as contra as pedras para tirar a sujeira e daí as estendendo para secar. De longe parecem acolchoados belamente coloridos estendidos sobre as pedras. Espessa e viçosa floresta se alinha na margem oposta do rio Maha Oya. Isto constitui uma pitoresca e enorme banheira para os elefantes.

Eles não perdem tempo, entram logo na água, os filhotes na frente. Todos hesitam, porém, quanto a se deitar. De modo que os homens que cuidam deles jogam água neles e os cutucam com varas compridas. Assim induzidos, os elefantes se abaixam na água para um banho refrescante. Alguns dos grandes se deitam ficando com a cabeça submersa, mas conservam a ponta da tromba de fora para servir de respiradouro. O sol tem estado quente, e a água deve ter um efeito suavizante sobre suas peles espessas — o nome paquiderme significa “pele espessa”.

O Sr. Bradley Fernando, diretor do zoológico nacional, supervisiona o orfanato. Ele explica a Despertai! qual é o objetivo do zoológico: “Inicialmente, queremos simplesmente manter vivos esses filhotes de elefante. Mas, a longo prazo, intencionamos produzir uma raça de procriação.”

Mas que inimigo poderia ter o pacífico paquiderme asiático? Embora seja bem menor do que seu primo africano, o elefante adulto do Sri Lanka ainda assim pesa quatro toneladas, ou mais, e tem três metros até a altura do ombro. Esse enorme tamanho em si já basta para desestimular a maioria dos predadores. O leopardo no Sri Lanka, a exemplo dos leões e tigres em outros países, mantém-se a uma respeitável distância do elefante adulto.

Assim, quem é o possível inimigo? O homem. O elefante precisa de terras; o homem deseja terras; o homem fica com as terras. E os elefantes do Sri Lanka estão ameaçados de extinção. Pelo menos, é assim que a revista Asiaweek vê o assunto:

“Os antigos reis do Sri Lanka consideravam ser um dever sagrado proteger a vida selvagem. Eles baixaram decretos — talvez as primeiras leis sobre preservação no mundo — criando reservas em volta dos extensos reservatórios de irrigação que construíram. A caça era permitida e praticada em outras áreas, mas os elefantes nunca eram mortos para fins de alimentação ou por esporte. E apenas os reis tinham autoridade para mandar capturar e adestrar esses animais para procissões reais ou religiosas, ou para animais de carga domésticos. Durante o domínio colonial, tudo isso mudou. Os elefantes eram prezados como caça grossa.”

A Civilização Traz Problemas

Em tempos passados os elefantes jamais eram mortos por esporte, mas com a chegada de civilização ocidental — e com ela o caçador por esporte — as coisas mudaram. Que dizer do caçador de elefantes? O livro Bosquejos da História Natural do Ceilão, de J. Emerson Tennent (em inglês), diz: “Certo oficial, o major Rogers, matou mais de 1400; outro, o capitão Gallwey, leva o crédito de ter matado mais que a metade desse número; o major Skinner, o Comissário de Estradas, quase o mesmo número; e aspirantes menos dedicados os seguem com números mais modestos.”

Tennent declarou também que o governo colonial oferecia alguns xelins por cabeça de elefantes mortos — eles eram considerados praga. Em alguns anos, 5.500 dessas recompensas foram reivindicadas. Tennent conclui: “A incessante matança de elefantes por aficionados da caça no Ceilão [atual Sri Lanka], parece meramente seguir a influência do gênio da destrutividade, uma vez que as carcaças jamais são aproveitadas, mas sim abandonadas, decompondo-se e conspurcando o ar da floresta.” O marfim não contribuía para isso no Sri Lanka, pois “nem um só em cem elefantes tem presas no Ceilão, e os poucos que as possuem são apenas machos”.

A revista Asiaweek resume assim a sua matéria sobre como a sorte dos elefantes piorou durante e desde os tempos coloniais: “A sua reserva florestal, não mais protegida por decreto real, foi derrubada para plantações de chá. Em 1800 havia provavelmente 50.000 elefantes na ilha. Em 1900, 12.000. Hoje, mesmo depois de 50 anos de rígidas leis de preservação, a população é de menos de 3.000.” Asiaweek também descarta o marfim como grande fator na matança, embora dê a proporção de elefantes com presas como sendo 1 em 20, em vez de 1 em 100. Daí menciona a causa real do perigo que correm os elefantes no Sri Lanka: “A ameaça real é a incansável busca de terras por parte do homem. À medida que mais cultivos marginais invadem seu habitat natural, os elefantes do Sri Lanka confrontam-se com a extinção.”

Parque Nacional de Yala

O Dr. Ranjen Fernando, presidente da Sociedade de Proteção da Vida Selvagem e da Natureza, do Sri Lanka, disse a Despertai!: “Em grande parte graças aos esforços de nossa sociedade, a primeira área de preservação da vida selvagem foi estabelecida como área de caça proibida, em Yala, em 1898. Em 1938 Yala tornou-se nosso primeiro parque nacional, e outros continuam a ser acrescentados. Consideramos esses parques como tesouro nacional, e queremos que continuem como proteção para toda a nossa preciosa vida selvagem.”

Havíamos planejado uma viagem ao Parque Nacional de Yala, e a menção dele por Fernando aumentou o nosso interesse. Agradecemos aos funcionários do Orfanato Pinnawela de Elefantes pela bondade e cortesia que nos mostraram, acenamos um adeus aos elefantes órfãos e adultos, que ainda se banhavam no Maha Oya (não tenho certeza se notaram), e rumamos para o Parque Nacional de Yala.

Passamos três noites ali, num bangalô às margens do oceano. Um guia nos levou de carro para ver os animais — não se permite que a pessoa saia do carro. Vimos veados, javalis, vários grandes iguanas, muitas belas aves. Um pavão abriu a sua majestosa cauda e realizou uma dança de acasalamento, ninhos de tecelões-urbanos pendiam de árvores, e as coloridas cegonhas impressionavam muito pela sua imponente beleza. Ficamos desapontados por não termos visto nenhum leopardo, embora eles existam ali. Contudo, vimos várias manadas de nossos velhos amigos, os elefantes asiáticos. Pareciam pacíficos e contentes na sua reserva protegida.

O elefante precisa de muito espaço, e, com a explosão da população humana, a terra arável cobra um sempre crescente tributo. Os preservacionistas expressam crescente preocupação com respeito a quanto tempo vai durar o firme compromisso do governo com a sobrevivência dos elefantes. Somente o tempo dirá. — Por um membro da redação de “Despertai!”.

[Fotos na página 15]

Na hora do banho, os elefantes são induzidos a se deitarem na água, onde usam as trombas como respiradouros.

[Fotos nas páginas 16, 17]

Filhotes de elefantes que ficam órfãos na selva são criados até a maturidade em Pinnawela.

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