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Despertai! — 1993
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Parte 3

Ciência — a contínua busca da verdade pela humanidade

Religião e ciência — uma péssima combinação

MILHARES de anos de busca da verdade científica pareciam ter lançado uma base sólida para pesquisas subseqüentes. Certamente, nada poderia impedir mais progresso. Não obstante, “a ciência deveras se saiu mal durante o terceiro, o quarto e o quinto séculos A.D.”, diz The Book of Popular Science (Livro da Ciência Popular).

Dois eventos contribuíram muito para esta situação. No primeiro século, com Jesus Cristo, introduziu-se uma nova era religiosa. E algumas décadas antes, em 31 AEC, nascera uma nova era política com a fundação do Império Romano.

Os romanos, diferentes dos filósofos gregos que os precederam, “estavam mais interessados em resolver os problemas do dia-a-dia do que na busca duma verdade abstrata”, diz a supracitada obra de referência. Portanto, era lógico que “suas contribuições para a ciência pura fossem mínimas”.

No entanto, os romanos contribuíram para a transmissão do conhecimento científico acumulado até aquele tempo. Por exemplo, Plínio, o Velho, fez no primeiro século uma compilação científica chamada de História Natural. Embora tivesse suas falhas, preservou diversos tipos de informações científicas que de outro modo talvez tivessem ficado perdidas para as gerações posteriores.

Do lado religioso, a congregação cristã, em rápido crescimento, não se envolvia nas pesquisas científicas daquela época. Não era o caso de os cristãos se oporem a elas, mas a prioridade cristã, estabelecida pelo próprio Cristo, claramente era entender e divulgar a verdade religiosa. — Mateus 6:33; 28:19, 20.

Antes do fim do primeiro século, cristãos apóstatas já haviam começado a adulterar a verdade religiosa que tinham a missão de propagar. Isto levou mais tarde a estabelecerem uma predita forma apóstata de cristianismo. (Atos 20:30; 2 Tessalonicenses 2:3; 1 Timóteo 4:1) Os eventos subseqüentes mostraram que sua rejeição da verdade religiosa vinha acompanhada de uma atitude de indiferença — às vezes até mesmo de antagonismo — à verdade científica.

A Europa “cristã” perde a dianteira

A Enciclopédia Delta Universal explica que durante a Idade Média (do 5.º século ao século 15), “na Europa, os estudiosos estavam mais interessados em teologia, ou estudo da religião, do que no estudo da natureza”. E esta “ênfase na salvação em vez de na investigação da natureza”, salienta a Collier’s Encyclopedia, “era mais um estorvo do que um estímulo para a ciência”.

Os ensinos de Cristo não se destinavam a ser tal estorvo. Não obstante, o labirinto de falsos conceitos religiosos da cristandade, inclusive a ênfase excessiva dada à salvação da suposta alma imortal, estimulou este desenvolvimento. A maior parte da erudição estava sob o controle da igreja e era cultivada principalmente nos mosteiros. Esta atitude religiosa diminuiu o ritmo da pesquisa da verdade científica.

Assuntos científicos, desde o próprio começo da Era Comum, vinham em segundo lugar, depois da teologia. Praticamente o único progresso científico digno de menção era no campo da medicina. Por exemplo, o escritor médico romano Aulo Celso, do primeiro século EC, chamado de “Hipócrates dos romanos”, escreveu o que hoje é considerado um clássico da medicina. O farmacólogo grego Pedânio Dioscórides, cirurgião nos exércitos romanos de Nero, completou um notável manual farmacológico, que foi amplamente usado durante séculos. Galeno, grego do segundo século, ao fundar a fisiologia experimental, influenciou a teoria e prática médicas a partir da sua época e em toda a Idade Média.

O período de estagnação científica continuou mesmo depois do século 15. É verdade que cientistas europeus fizeram descobertas durante este período, mas, na maior parte, não eram originais. A revista Time observa: “[Os chineses] foram os primeiros no mundo a dominar a ciência. Muito antes dos europeus, eles sabiam usar a bússola, fabricar papel e pólvora, [e] imprimir com tipo móvel.”

Assim, por causa do vácuo geral no pensamento científico existente na Europa “cristã”, culturas não-cristãs tomaram a dianteira.

Progresso científico

Por volta do nono século, cientistas árabes tornavam-se rapidamente os líderes em assuntos de ciência. Especialmente durante o décimo e o décimo primeiro séculos — enquanto a cristandade marcava passo — eles viviam uma idade de ouro de realizações. Faziam contribuições valiosas para a medicina, a química, a botânica, a física, a astronomia e, acima de tudo, para a matemática. (Veja o quadro, na página 20.) Maan Z. Madina, professor adjunto de árabe na Universidade de Columbia, diz que “a moderna trigonometria, bem como a álgebra e a geometria, é em grande parte criação árabe”.

Muito deste conhecimento científico era original. Mas parte dele fundava-se na ampla base da filosofia grega e, estranho como pareça, foi conseguido pelo envolvimento religioso.

Relativamente cedo na Era Comum, a cristandade estendeu-se à Pérsia, e depois à Arábia e à Índia. Durante o quinto século, Nestório, patriarca de Constantinopla, ficou envolvido numa controvérsia que levou a um cisma dentro da igreja oriental. Isto resultou na formação dum grupo dissidente, os nestorianos.

No sétimo século, quando a nova religião islâmica apareceu de repente no cenário do mundo e começou sua campanha de expansão, os nestorianos passaram prontamente seu conhecimento aos seus conquistadores árabes. De acordo com The Encyclopedia of Religion, “os nestorianos foram os primeiros a promover a ciência e a filosofia gregas por traduzirem textos gregos para o siríaco e então para o árabe”. Foram também “os primeiros a introduzir a medicina grega em Bagdá”. Cientistas árabes começaram a elaborar aquilo que aprenderam dos nestorianos. O árabe substituiu o siríaco como língua da ciência no império árabe e mostrou ser uma língua que servia muito bem para escritos científicos.

Mas os árabes tanto transmitiram como absorveram conhecimento. Quando os mouros invadiram a Europa através da Espanha — para ficar ali por mais de 700 anos — trouxeram consigo uma esclarecida cultura muçulmana. E durante as oito Cruzadas, chamadas de cristãs, entre 1096 e 1272, os cruzados ocidentais ficaram impressionados com a progressista civilização islâmica com que entraram em contato. Conforme o expressou certo autor, eles retornaram com “uma multidão de impressões novas”.

Simplificações matemáticas árabes

Uma significativa contribuição que os árabes fizeram à Europa foi a introdução dos algarismos arábicos para substituir o uso que os romanos faziam de letras. Na realidade, “algarismos arábicos” é uma designação incorreta. O termo mais apropriado provavelmente seria “algarismos indo-árabes”. É verdade que o matemático e astrônomo árabe al-Khwārizmī, do nono século, escreveu sobre este sistema, mas ele o derivou dos matemáticos hindus da Índia, que o haviam elaborado mais de mil anos antes, no terceiro século AEC.

Este sistema era pouco conhecido na Europa antes de o famoso matemático Leonardo Fibonacci (também conhecido como Leonardo da Pisa) o introduzir em 1202 em Liber abaci (Livro do Ábaco). Demonstrando a vantagem do sistema, ele explicou: “Os nove algarismos indianos são: 9 8 7 6 5 4 3 2 1. Com estes nove algarismos e com o sinal de 0 . . . pode-se escrever qualquer número.” No começo, os europeus foram vagarosos em aceitar isso. Mas, ao fim da Idade Média, já haviam aceitado o novo sistema de números, e sua simplicidade estimulou o progresso científico.

Se você duvidar de que os algarismos indo-árabes sejam uma simplificação em comparação com os algarismos romanos anteriormente usados, tente subtrair LXXIX de MCMXCIII. Ficou perplexo? Talvez subtrair 79 de 1.993 seja bem mais fácil.

Reacende-se o interesse na Europa

A partir do século 12, o interesse na erudição, que estivera bem vivo no mundo muçulmano, começou a diminuir. No entanto, foi reaceso na Europa quando grupos de eruditos começaram a formar os precursores das atuais universidades. Em meados do século 12, vieram à existência as universidades de Paris e de Oxford. A Universidade de Cambridge seguiu-se no começo do século 13, e as de Praga e de Heidelberg, no século 14. Por volta do século 19, as universidades se haviam tornado os principais centros de pesquisa científica.

Originalmente, essas escolas sofriam forte influência da religião, girando a maior parte dos estudos em torno da teologia ou estando inclinada para ela. Mas, ao mesmo tempo, essas escolas aceitavam a filosofia grega, especialmente os escritos de Aristóteles. Segundo The Encyclopedia of Religion, “o método escolástico . . . durante a Idade Média . . . era estruturado segundo a lógica aristotélica de definir, dividir e raciocinar na sua exposição do texto e na sua solução de dificuldades”.

Certo erudito do século 13, decidido a combinar a erudição aristotélica com a teologia cristã, foi Tomás de Aquino, mais tarde chamado de “Aristóteles cristão”. Mas em alguns pontos ele divergia de Aristóteles. Aquino, por exemplo, rejeitava a teoria de que o mundo sempre existiu, concordando com as Escrituras de que fora criado. Por se apegar “firmemente à crença de que o nosso universo é ordeiro, que pode ser compreendido à luz da razão”, diz The Book of Popular Science, “ele fez uma contribuição valiosa para o desenvolvimento da ciência moderna”.

Na maior parte, porém, os ensinos de Aristóteles, Ptolomeu e Galeno eram aceitos como verdade infalível, mesmo pela igreja. A mencionada obra de referências explica: “Na Idade Média, quando o interesse em experimentos científicos e em observações diretas estava em maré baixa, a palavra de Aristóteles era lei. Ipse dixit (‘ele mesmo o disse’) era o argumento usado pelos instrutores medievais para provar a veracidade de muitas das observações ‘científicas’. Nestas circunstâncias, os erros de Aristóteles, especialmente em física e astronomia, atrasaram o progresso científico durante séculos.”

Um dos que questionaram esta aderência cega a conceitos anteriores foi o frade Rogério Bacon, de Oxford, do século 13. Classificado de “a maior figura na ciência medieval”, Bacon era quase o único a advogar experimentos como meio de aprender verdades científicas. Diz-se que já em 1269, claramente séculos adiantado, ele predisse automóveis, aeroplanos e navios motorizados.

No entanto, apesar de previsão e de uma mente brilhante, Bacon estava limitado no seu conhecimento de fatos. Ele acreditava fortemente na astrologia, na magia e na alquimia. Isto demonstra que a ciência deveras é uma contínua busca da verdade, sempre sujeita a revisões.

Embora as investigações científicas parecessem inertes no século 14, ao se aproximar o fim do século 15 a busca da verdade científica pela humanidade estava longe de ter acabado. Na realidade, os próximos 500 anos eclipsaram em muito aqueles que os precederam. O mundo estava no limiar duma revolução científica. E, assim como se dá com toda revolução, esta também havia de ter seus heróis, seus vilões, e, acima de tudo, suas vítimas. Saiba mais sobre isso na Parte 4 de “Ciência — a contínua busca da verdade pela humanidade”, em nossa próxima edição.

[Quadro na página 20]

A idade de ouro da ciência árabe

Al-Khwārizmī (oitavo e nono séculos), matemático e astrônomo iraquiano; famoso por ter originado o termo “álgebra”, de al-jebr, que em árabe significa “a união de partes quebradas”.

Abū Mūsā Jābir ibn Ḥayyān (oitavo e nono séculos), alquimista; chamado de pai da química árabe.

Al-Battānī (nono e décimo séculos), astrônomo e matemático; melhorou os cálculos astronômicos de Ptolomeu, determinando assim com maior exatidão coisas tais como a duração do ano e das estações.

Ar-Rāzī (Razes) (nono e décimo séculos), um dos mais conhecidos médicos de origem persa; foi o primeiro a fazer distinção entre varíola e sarampo e a classificar todas as substâncias como animal, vegetal ou mineral.

Abū ‘Alī al-Ḥasan ibn al-Haytham (Alhazen) de Basra (décimo e décimo primeiro séculos), matemático e físico; fez boas contribuições para a teoria da óptica, inclusive refração, reflexo, visão binocular e refração atmosférica; foi o primeiro a explicar corretamente que a visão é o efeito da luz vinda dum objeto para o olho.

Omar Khayyám (séculos 11 e 12), famoso matemático, físico, astrônomo, médico e filósofo persa; mais conhecido no Ocidente pelas suas poesias.

[Fotos na página 18]

Aristóteles (em cima) e Platão (embaixo), durante séculos, influenciaram fortemente o pensamento científico.

[Créditos]

National Archaeological Museum of Athens

Musei Capitolini, Roma

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