Observando o Mundo
Há alimentos suficientes, mas a desnutrição persiste
Embora a população mundial tenha aumentado dramaticamente, existem mais de 150 milhões de desnutridos a menos nos países mais pobres do que há 20 anos. “Na verdade, o suprimento de alimentos e os agricultores têm acompanhado o ritmo do aumento populacional e o têm ultrapassado”, diz John Lupien, diretor da Organização de Alimentação e Agricultura da ONU. “Atualmente, haveria alimentos suficientes para todos, se realmente chegassem aos que precisam.” Infelizmente, diz a revista The Economist, “cerca de 780 [milhões] de pessoas em países pobres, uma em cada cinco nas respectivas populações, não têm o suficiente para comer. Entretanto, 2 bilhões de pessoas que têm o suficiente para matar a fome carecem das vitaminas e dos minerais necessários. . . . Quarenta mil crianças morrem diariamente, em parte porque a desnutrição as torna suscetíveis a todo tipo de doença”. Por outro lado, a hipernutrição também cobra seu tributo, provocando enfermidades como doenças cardíacas e certos cânceres entre setores mais abastados da sociedade.
Combate à inflação
“Só os oportunistas e especuladores ganham com inflação. Quando há inflação, poucos ganham, enquanto a maioria perde.” Num artigo para o jornal O Estado de S.Paulo, o consultor Charles B. Holland explica: “Quem não gosta de prestar contas fica feliz com a inflação. Se a inflação é alta, as contas tornam-se confusas e pouco transparentes.” No entanto, ele admoesta: “Nenhum cidadão ou empresa privada no País pode gastar mais do que ganha. Mas o governo pensa que pode.” Para o combate à inflação, Holland sugere “aumento de produtividade, por meio da melhor utilização dos recursos humanos e materiais existentes”. Mostrando quão prejudicial é a instabilidade econômica, ele acrescenta: “Sem inflação, poderemos concentrar-nos mais em trabalho produtivo, fé, lazer e amor ao próximo.”
A culpa também cabe ao pai
Já por bastante tempo, as gestantes são aconselhadas a evitar coisas que possam causar defeitos congênitos, como bebidas alcoólicas e fumo, e a ter uma alimentação nutritiva. “Agora também se recomendam precauções similares ao futuro pai”, diz a revista U.S.News & World Report. “Novas pesquisas sugerem que a exposição a substâncias químicas influi não só sobre a capacidade de o homem gerar filhos, mas também sobre a saúde que os filhos terão.” As evidências mostram que os homens “contribuem muito mais do que se pensava tanto para abortos involuntários da esposa como para várias deformações, cânceres e retardamentos de desenvolvimento nos filhos”. Parece agora que drogas e outras substâncias químicas (incluindo subprodutos do hábito de fumar), bem como uma alimentação carente de hortaliças e frutas ricas em vitamina C, prejudicam o esperma. Diz a toxicóloga Devra Lee Davis: “Por muito tempo nós nos concentramos unicamente nas mães. A importância do pai na concepção de bebês sadios foi subestimada.”
Crescente interesse no sobrenatural
O crescente fascínio mundial pelo sobrenatural é extremamente evidente na África do Sul. Curandeiros tradicionais, religiões carismáticas, astrologia e satanismo vêm se tornando cada vez mais populares desde meados da década de 80. Por quê? “Em épocas de dificuldades, as pessoas afastam-se do racional e voltam-se para o místico”, diz o jornal The Weekly Mail, de Johanesburgo. “No fim do segundo milênio há crescente interesse em fenômenos psíquicos.” O antropólogo Robert Thornton dá a seguinte explicação: “Acho que essas crenças indicam os tipos de temor que as pessoas têm. Trata-se dum recurso a forças externas da parte de pessoas que não se consideram em pleno controle da sua vida.” O conferencista em metafísica Rod Suskind diz: “Um motivo do aumentado interesse é que o futuro parece muito imprevisível, e as pessoas recorrem a outras fontes além das convencionais para entender o que está acontecendo.” E, segundo The Weekly Mail, o antropólogo Isak Niehaus “atribui tudo isso ao evidente fracasso da ciência e da religião convencionais de responderem às importantes questões que confrontam as pessoas”.
Por que amamentar?
“No Brasil, das crianças que morrem antes dos 5 anos de idade, duas em cada três são vítimas da desnutrição”, diz o jornal O Estado de S.Paulo. Assim, o jornal chama a relutância a amamentar de “desperdício biológico e financeiro” e atribui à nutricionista Eliete Salomon Tudisco a declaração: “Alimentar a criança com leite artificial é dez vezes mais caro que adequar a dieta da mulher durante a amamentação.” O leite previne infecções e outras doenças, além de ser decisivo para o desenvolvimento do sistema nervoso e imunológico. Essas funções são bem cobertas até o sexto mês, mas o ideal, segundo o pediatra José Martins Filho, é manter a amamentação até um ano. Não se deve esquecer também de que o aleitamento estreita a relação mãe-filho.
Outra pandemia de gripe?
“Uma gripe pandêmica será, quase sem dúvida, uma grande calamidade quando surgir, provavelmente nos próximos anos”, diz The New York Times Magazine. Segundo os cientistas, a época é propícia para uma epidemia de gripe similar à de 1918 que matou de 20 a 40 milhões de pessoas. “Existe toda possibilidade de que, se ocorreu uma vez, ocorra de novo”, diz John R. La Montagne, chefe do setor de doenças infecciosas no Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas, em Bethesda, Maryland, EUA. Entretanto, as mutações virais que criam cepas pandêmicas de gripe são raras. Ocorreram apenas três vezes neste século: as chamadas gripe espanhola, de 1918; gripe asiática, de 1957; e gripe de Hong Kong, de 1968; e as duas últimas foram relativamente brandas. Visto que o vírus da gripe muda com tanta freqüência e imprevisibilidade, um surto letal pode acontecer antes de se conseguir desenvolver uma vacina certeira. O artigo conclui: “Se a História é um indicativo, podemos provavelmente esperar uma importante alteração desses antígenos — alteração grande o bastante para causar um surto mundial de gripe forte — antes do fim do século.”
Maridos espancados
“Quase 40 por cento das mulheres entrevistadas numa pesquisa patrocinada por uma instituição federal disseram ter feito ameaças ou cometido abusos físicos contra o marido, porcentagem consideravelmente maior do que a de homens que disseram ter feito o mesmo”, diz o jornal The Toronto Star. “A pesquisa modifica radicalmente a crença popular sobre violência na família . . . Até mesmo os pesquisadores se surpreenderam com os resultados do estudo.” A definição dos abusos incluía fazer ameaças, jogar coisas ou bater com um objeto. Na maioria dos casos, as mulheres disseram que o motivo da violência não foi autodefesa. “Essas constatações devem fazer com que as pessoas repensem a inteira natureza dos abusos contra o cônjuge em termos de justiça criminal”, disse Rena Summer, doutoranda do departamento de estudos da família da Universidade de Manitoba e um dos autores do estudo. Segundo ela, porém, visto que os homens geralmente são mais fortes do que as mulheres, as mulheres muitas vezes sofrem ferimentos mais graves quando é o marido que comete abusos.
A caça às bruxas ainda existe
Estigmatizadas como bruxas, mais de uma dúzia de mulheres no interior tribal da Índia foram mortas por multidões enfurecidas num período de dois meses, diz a revista India Today. “Muitas outras mulheres foram espancadas, torturadas, exibidas nuas em desfiles, humilhadas da maneira mais brutal e expulsas dos seus povoados.” A revolta começou com procissões religiosas que iam de povoado em povoado. Esse costume gerou um movimento de reforma social e redução nos crimes. Mas então algumas das mulheres nas procissões ficavam “possessas” e passavam a identificar certas aldeãs como bruxas responsáveis por problemas locais. Não passar num “teste” de inocência, como ressuscitar um morto se acusada de matar alguém, significava retribuição imediata. A crença na feitiçaria é considerada a raiz do problema e, segundo certo antropólogo, “origina-se do anseio nas sociedades tribais de utilizar o sobrenatural, a fim de ter poder contra o mau-olhado, poder para alcançar seus objetivos e poder para impor sua vontade a outros”.
A culpa é da cafeína
Bebedores inveterados de café, que largam abruptamente o hábito, com freqüência se queixam de dores de cabeça, depressão, fadiga, ansiedade, e até dores musculares, náuseas e vômitos. Agora, pesquisadores da Universidade Johns Hopkins constataram que esses sintomas também ocorrem em pessoas que consomem apenas uma ou duas xícaras de café ou de chá por dia, ou umas duas latas de refrigerante que contém cafeína, e daí ficam dois dias sem o produto. Os efeitos da abstinência podem ser tão graves que eles talvez achem que precisam consultar um médico. As vítimas podem ser aqueles que ficam longe da cafeteira do escritório nos fins de semana, pessoas que passam a tomar refrigerante descafeinado, ou pacientes que têm de fazer jejum antes duma cirurgia. Aconselha-se que os médicos façam um histórico do consumo de cafeína no caso de pacientes que se queixam de dores de cabeça e outros sintomas típicos do perfil da abstinência de cafeína. Quem deseja diminuir o consumo de cafeína é aconselhado a fazê-lo aos poucos. O estudo também levantou a questão de se a cafeína, e portanto o café, deve ser classificada como droga que causa dependência física.