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  • g93 8/11 pp. 6-10
  • Há espaço tanto para o homem como para o animal?

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  • Há espaço tanto para o homem como para o animal?
  • Despertai! — 1993
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Despertai! — 1993
g93 8/11 pp. 6-10

Há espaço tanto para o homem como para o animal?

POR QUE a vida selvagem diminui em tantas partes da África? (Veja o quadro na página ao lado.) Alguns culpam o rápido crescimento da população humana do continente.

De fato, muitas partes da África, especialmente em volta das cidades, estão superpovoadas. Também, o pasto das regiões rurais está bem desgastado pelo gado de muitos lavradores. Por exemplo, veja as populosas regiões de Venda, Gazankulu e Kangwane, adjacentes ao Parque Nacional Kruger. Essas comunidades negras foram formadas como parte da anterior política de apartheid (segregação racial) da África do Sul, e suas densidades demográficas vão de 70 a mais de 100 pessoas por quilômetro quadrado. Viajar por essas regiões a caminho de férias no Parque Nacional Kruger pode ser desconcertante. “As populações adjacentes . . . são pobres, a maioria é constituída de desempregados e dos que sofrem de inanição”, explica o jornal Sowetan da África do Sul. “Os animais”, comenta outro jornal local, The Natal Witness, “vivem em abundância no seu lado da cerca”.

Segundo informações recentes, as autoridades do Parque Kruger tencionam fazer mais para ajudar as populações adjacentes ao parque. Mas que aconteceria se todas as cercas fossem derrubadas e se permitisse o acesso irrestrito a caçadores, criadores de gado e colonos? Os conservacionistas temem que, por fim, a maioria dos animais selvagens seria exterminada, como aconteceu em outros países.

Reservas de caça bem administradas desempenham um papel vital na preservação da vida selvagem, especialmente em regiões densamente povoadas. As reservas podem também atrair o dinheiro tão essencial, de turistas estrangeiros. (Veja o quadro na página 5.) “Essas áreas”, conclui o jornalista africano Musa Zondi, no acima mencionado artigo do Sowetan, “também geram oportunidades de emprego para milhares de pessoas — especialmente para os que moram perto dessas reservas. Ademais, este é o nosso legado. Não poderíamos deixar aos nossos filhos uma dádiva melhor do que esses lugares”.

Superpopulação — a única ameaça?

A explosão da população humana não é a única ameaça à vida selvagem da África. Considere, por exemplo, quatro grandes países africanos que fazem fronteira entre si: Namíbia, Botsuana, Angola e Zâmbia. Estes constituem uma área maior do que a Índia, todavia, sua densidade demográfica é de apenas 6 pessoas por quilômetro quadrado. Isso não é muito quando comparado com as densidades demográficas de países como Alemanha, com 222 habitantes por quilômetro quadrado; Grã-Bretanha, com 236 por quilômetro quadrado; e Índia, com 275 por quilômetro quadrado! De fato, a densidade demográfica da inteira África, 22 habitantes por quilômetro quadrado, é bem inferior à do mundo, que é de 40.

“A população humana na África aumenta rapidamente”, admite o zambiano Richard Bell no livro Conservation in Africa, “mas a densidade demográfica em geral ainda é relativamente baixa exceto em certas concentrações localizadas”.

Doenças, secas devastadoras, operações internacionais de caça clandestina, guerras civis e descaso aos camponeses contribuem para a diminuição da vida selvagem na África.

A luta de superpotências entre a ex-União Soviética e o Ocidente resultou em conflitos por toda a África, ambos os lados despejando armas sofisticadas no continente. Com freqüência, algumas das armas automáticas foram usadas contra a vida selvagem para alimentar exércitos famintos e para obter mais armas com a venda de presas de elefante, chifres de rinoceronte e outros troféus ou produtos retirados dos animais. A rápida destruição da vida selvagem não acabou com o fim da Guerra Fria. As armas ainda estão na África. A respeito de uma das guerras civis da África, em Angola, o periódico Africa South informa: “A caça clandestina, já prevalecente durante a guerra, escalou desde o cessar-fogo, pois não tem havido controle de combatentes desmobilizados.” E essa guerra desde então recomeçou.

Muitos caçadores clandestinos arriscam a vida por causa das enormes somas envolvidas. “Um único chifre [de rinoceronte] pode render US$ 25.000, diz um jornal africano, The Star. Um conservacionista, o Dr. Esmond Martin, visitou um país asiático em 1988 e constatou que o preço do quilo de chifre de rinoceronte havia aumentado em três anos de US$ 1.532 para US$ 4.660.

Quem vai atacar primeiro?

Têm-se tomado medidas drásticas para chamar a atenção à ameaça causada pela demanda de marfim e chifre de rinoceronte. Em julho de 1989, milhões de telespectadores em todo o mundo viram o presidente do Quênia, Daniel arap Moi, atear fogo numa enorme pilha de 12 toneladas de marfim, avaliada em três a seis milhões de dólares. Perguntou-se ao diretor da vida selvagem do Quênia, Dr. Richard Leakey, como se poderia justificar esse aparente desperdício. “Não poderíamos convencer as pessoas na América, no Canadá ou no Japão a parar de comprar marfim se nós ainda o vendêssemos”, respondeu ele. Deveras, tais medidas tiveram o impacto de levar muitas pessoas a cooperar com um bloqueio internacional contra o comércio de marfim. A demanda de produtos de marfim caiu drasticamente.

Com os rinocerontes, a história é outra. Embora o presidente do Quênia, em 1990, ateasse fogo a chifres de rinoceronte que valiam milhões de dólares, a demanda continua. (Veja o quadro “Por que o chifre de rinoceronte é tão cobiçado”, na página 9.) Para proteger as minguantes populações de rinocerontes, alguns países têm recorrido a cortar os chifres dessas criaturas. Às vezes é uma corrida desesperada para ver quem vai atacar primeiro, o conservacionista com o dardo imobilizante ou o caçador com a arma automática mortífera.

Nova tendência na preservação

Caçadores ocidentais e conservacionistas há muito valorizam a habilidade dos habitantes da zona rural de rastrear animais. Deveras, muitos africanos têm um notável conhecimento da vida selvagem. “Muito desse conhecimento”, explica Lloyd Timberlake em seu livro Africa in Crisis, “é transmitido oralmente, e está ameaçado à medida que os africanos deixam o interior e vão para a cidade . . . O mundo está, pois, em perigo de perder o que a . . . antropóloga Leslie Brownrigg chamou de ‘muitas pessoas-século de pesquisa científica humana’”.

No passado, governos coloniais criaram parques nacionais por expulsar os camponeses que, por séculos, dependiam da vida selvagem para alimentos. Agora alguns governos africanos estão buscando a ajuda desses lavradores há muito negligenciados. “Em várias nações do sul da África”, diz o Worldwatch Institute, “o Estado abdicou do controle exclusivo da vida selvagem. Comunidades rurais que vivem em 10 das 31 Áreas de Controle da Caça de Zâmbia receberam direitos sobre a vida selvagem; a caça clandestina caiu drasticamente e, em resultado disso, as populações da vida selvagem parecem se recuperar”. Há outros relatórios de êxito em que camponeses ficaram envolvidos com planos próprios de preservação, tais como entre os rinocerontes-negros e os elefantes-do-deserto de Kaokoland, na Namíbia, em reservas de caça de Kangwane, na África do Sul, e em outros países africanos.

Apesar dessa promissora tendência, os conservacionistas continuam preocupados com o futuro. Quando muito, esse novo enfoque é apenas uma solução temporária. A longo prazo, o rápido aumento da população da humanidade continua sendo uma ameaça. “No decorrer do próximo século”, explica U.S.News & World Report, “a população humana deve aumentar em aproximadamente 5 bilhões, a maior parte em países em desenvolvimento que, não por coincidência, são também os últimos refúgios do planeta para a vida selvagem”.

À medida que a população humana se expande a regiões ainda não exploradas, desenvolve-se um conflito entre o homem e os animais. “Muitas espécies de grandes animais africanos são incompatíveis com a maioria das formas de desenvolvimento rural, por exemplo, o elefante, o hipopótamo, o rinoceronte, o búfalo, o leão e o crocodilo, bem como alguns dos antílopes maiores, primatas e porcos”, explica o livro Conservation in Africa.

Visto que o homem parece não ter a solução da sobrevivência a longo prazo da vida selvagem, quem tem?

[Quadro/Mapa na página 7]

“O número de búfalos caiu de 55.000 para menos de 4.000, antílopes-aquáticos de 45.000 para menos de 5.000, zebras de 2.720 para cerca de 1.000, e hipopótamos foram reduzidos de 1.770 para uns 260.” — Uma comparação de dois levantamentos aerofotogramétricos realizados em 1979 e 1990 no Delta Marromeu, em Moçambique, e publicada na revista African Wildlife, março/abril de 1992.

“Em 1981, cerca de 45.000 zebras migraram através dos prados e florestas [do norte de Botsuana]. Mas em 1991 apenas cerca de 7.000 completaram a mesma jornada.” — Da revista Getaway, de novembro de 1992, em sua crítica do vídeo Patterns in the Grass sobre vida selvagem.

“Durante a nossa visita [a Togo, África Ocidental,] encontramos uma interessante e inesperada população de elefantes-da-selva na Reserva Natural Fosse aux Lions . . . Um censo aéreo realizado em março de 1991 contabilizou um total de 130 animais. . . . [Mas, em menos de um ano,] o número de elefantes em Fosse aux Lions caiu para 25.” — Publicado na revista African Wildlife, março/abril de 1992.

[Mapa]

(Para o texto formatado, veja a publicação)

As reservas de caça africanas desempenham um papel vital na preservação de muitas espécies

ÁFRICA

MARROCOS

SAARA OCIDENTAL

MAURITÂNIA

ARGÉLIA

MALI

TUNÍSIA

LÍBIA

NÍGER

NIGÉRIA

EGITO

CHADE

SUDÃO

DJIBUTI

ETIÓPIA

REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA

CAMARÕES

CONGO

Cabinda (Angola)

GABÃO

ZAIRE

UGANDA

QUÊNIA

SOMÁLIA

TANZÂNIA

ANGOLA

ZÂMBIA

MALAUI

NAMÍBIA

ZIMBÁBUE

MOÇAMBIQUE

BOTSUANA

MADAGASCAR

ÁFRICA DO SUL

SENEGAL

GÂMBIA

GUINÉ-BISSAU

GUINÉ

BURKINA FASO

BENIN

SERRA LEOA

LIBÉRIA

CÔTE D’IVOIRE

GANA

TOGO

GUINÉ EQUATORIAL

RUANDA

BURUNDI

SUAZILÂNDIA

LESOTO

Reserva Natural

Fosse aux Lions

Reserva de Caça Masai Mara

Parque Nacional Serengeti

Delta Marromeu

Parque Nacional Kruger

Mar Mediterrâneo

Mar Vermelho

Oceano Índico

Regiões citadas no artigo

Importantes Parques Nacionais

[Quadro/Fotos na página 9]

Por que o chifre de rinoceronte é tão cobiçado

“ÁGUA Antitérmica Three Legs de Chifre de Rinoceronte”. Este é o nome de um bem-conhecido medicamento vendido na Malaísia, segundo os autores do livro Rhino (Rinoceronte), Daryl e Sharna Balfour. O rótulo desse suposto medicamento traz esta mensagem: “Este medicamento é preparado cuidadosamente à base do mais seleto Chifre de Rinoceronte e de Drogas Antitérmicas, e sob a supervisão direta de Especialistas. Este maravilhoso medicamento atua como que por encantamento no alívio imediato dos que sofrem de: Malária, Febre Alta, Febre que afeta o Coração e os Quatro Membros, Vertigem causada pelo Clima, Insanidade, Dor de Dente, etc.” — O grifo é nosso.

Tais crenças são comuns em países da Ásia. Chifre de rinoceronte em forma líquida ou em pó é facilmente encontrado em muitas cidades asiáticas. Na esperança de contra-atacar sua popularidade, os Balfours dizem: “Tomar uma dose de chifre de rinoceronte tem o mesmo valor medicinal que roer as unhas.”

No Iêmen, o chifre de rinoceronte é prezado por outra razão — como material para cabos de punhal. Mais de 22 toneladas foram importadas pelo país durante a década de 70, e é difícil encontrar um substituto à altura. “Os iemenitas”, explicam os Balfours, “descobriram que não existe nada melhor que chifre de rinoceronte quanto à durabilidade e aparência. . . . Quanto mais velhos ficam [os cabos de punhal] tanto mais vistosos se tornam, adquirindo com o tempo uma translucidez similar à do âmbar”.

[Gráficos/Fotos na página 8]

(Para o texto formatado, veja a publicação)

2.720

1.000

1979 População de zebras 1990

55.000

3.696

1979 População de búfalos 1990

1.770

260

1979 População de hipopótamos 1990

45.000

4.480

1979 População de antílopes-aquáticos 1990

Tendências comparativas nas populações da vida selvagem no Delta Marromeu para 1979 e 1990

[Crédito]

Embaixo, à esquerda: Safari-Zoo of Ramat-Gan, Tel Aviv

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