Observando o Mundo
Mais preocupação com o sangue
Pesquisadores de saúde na Austrália temem que um vírus potencialmente fatal tenha contaminado o estoque de sangue da nação. O vírus linfotrópico-T humano (HTLV-1) é “primo” do vírus da AIDS e pode causar uma forma rara de leucemia e doenças do sistema nervoso. É comum no Japão, Papua Nova Guiné, ilhas Salomão e Austrália (entre os aborígines). Segundo relatórios, dois homens australianos já morreram da leucemia relacionada com esse vírus, e o diagnóstico de um terceiro revela danos no sistema nervoso. O HTLV-1 é transmitido da mesma maneira que a AIDS, isto é, por relações sexuais, uso intravenoso de drogas, amamentação, transfusões de sangue e parto. O diretor do Serviço de Transfusões de Sangue, da Cruz Vermelha de Nova Gales do Sul, diz que os fatores envolvidos na transmissão do vírus por transfusões de sangue “são inegáveis”, segundo The Courier Mail, um jornal de Brisbane. O vírus já foi detectado em pelo menos seis doadores de sangue na Austrália.
Prevenção de suicídios
“Aumenta o número de suicídios entre jovens”, diz o jornal O Estado de S. Paulo. Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Justiça, do Brasil, mostra que ‘a primeira causa de suicídio é a doença, seguida de desilusão amorosa, alcoolismo e dificuldades financeiras’. No entanto, considerando que a ajuda de familiares e amigos é essencial, o psiquiatra Christian Gauderer sugere, segundo o jornal O Globo, que “não se deve menosprezar a possibilidade” de suicídio. Além disso, já que a comunicação pode aliviar a tensão, convém “perguntar as razões da depressão, por que [o jovem] pensa em se matar, como pensa em fazer isso”. Embora possa haver necessidade de ajuda profissional, o Dr. Gauderer lembra: “Qualquer pessoa de bom senso pode evitar um suicídio.”
O lobo retorna
O lobo comum retornou à França depois de 50 anos de ausência, diz a revista francesa Terre Sauvage. Embora outrora se multiplicassem ali e em toda a Europa, esses lobos foram quase totalmente eliminados da Europa Ocidental por meio da caça, do envenenamento e da perda de habitat. Protegida na Itália desde 1977, uma peque- na população de lobos sobreviveu nas montanhas Apeninos, naquele país. Graças à formação, em 1989, do Parque Nacional Mercantour, no sudeste da França, e à presença agora numerosa ali de manadas de camurça, de ovelhas selvagens e de veados, pelo visto os lobos estão recolonizando a França, vindos da Itália, à procura das suas presas naturais e de território mais amplo. Embora os lobos estejam oficialmente protegidos na França desde 1989, o biólogo italiano Luigi Boitani comenta: ‘O principal perigo para o lobo é o medo arraigado que o homem tem dele.’
Força motriz barata
O trator revolucionou a agricultura. E, é claro, beneficia as indústrias automotiva e petrolífera. Mas o uso de animais de tração ainda é popular. A revista Farmer’s Weekly fala sobre uma das maiores fazendas de citricultura do mundo, perto da cidade sul-africana de Potgietersrust, que cria suas próprias mulas para transporte. Animais de tração não requerem conhecimento especializado para sua manutenção nem importação de caras peças de reposição e combustível. “Podem comer restos de colheita e pastar em qualquer lugar”, explica Farmer’s Weekly. Convém que a força motriz animal, conclui a revista, seja “usada em escala bem mais ampla do que se dá atualmente em grandes projetos de engenharia, construção e abertura/manutenção de estradas em regiões rurais na África”.
Ferraris falsificados
Papel-moeda, cheques, fitas cassete e de vídeo, e bolsas e jeans de marca são coisas normais no repertório de falsificadores especializados. Mas recentemente a polícia italiana descobriu um comércio de imitações de um automóvel, o clássico Ferrari. Usando peças, desenhos e plantas originais, mecânicos que trabalhavam para esse famoso fabricante de automóveis especializavam-se em reproduções “perfeitas” de modelos produzidos nas décadas de 50 e de 60 e as vendiam a colecionadores como se fossem autênticas. Considerando os preços de carros clássicos no mercado internacional, foi “um multimilionário conto-do-vigário”, diz o jornal La Repubblica.
Combate à malária
Calcula-se que mais de 500.000 brasileiros contraem malária todo ano. No entanto, segundo a revista Globo Ciência, “a própolis, a resina sintetizada pelas abelhas, pode ganhar uma nova aplicação terapêutica” no combate à doença. Testes feitos pela Superintendência de Controle de Endemas, de São Paulo, revelaram que “a própolis consegue impedir a multiplicação do protozoário Plasmodium falciparum, o parasita que provoca a forma mais grave da doença”. Visto que algumas das drogas em uso não mais fazem efeito, há outras pesquisas em andamento, e existe esperança de que a própolis ajude os portadores de malária.
O véu mais comprido
Foram necessárias cem damas de honra para carregar o véu de noiva mais comprido do mundo; 305 metros de tecido branco “acompanharam” um jovem casal de Nápoles, Itália, ao irem até o local do casamento, sob os olhares de uma multidão de curiosos. Já fazia algum tempo que o estilista da cauda desse vestido queria fazer esse véu de tamanho recorde, mas até então não havia achado uma noiva disposta a usá-lo. Até que encontrou a noiva napolitana, e “o sonho tornou-se realidade”, diz o estilista, satisfeito. Qual era o recorde anterior? Um véu de 278 metros, usado por uma noiva na França.
Prevenção da AIDS
“Existem óbvias divergências entre o Ministério da Educação, professores e pais com relação à educação sobre AIDS”, diz o jornal japonês Mainichi Shimbun. A controvérsia é em torno do primeiro panfleto publicado pelo Ministério a respeito de educação sobre AIDS para estudantes do segundo grau, AIDS—For Accurate Understanding (AIDS — Elucidações Precisas). O panfleto dizia: “Pode-se evitar a infecção [de AIDS] com o uso correto do preservativo.” O Ministério recebeu muitas cartas e telefonemas a respeito do panfleto, 90% dos quais para criticar. Alguns críticos insistiam em que “se deve ensinar o comportamento sexual controlado em vez de o uso do preservativo”. Um jornal elaborado por uma empresa para ser colocado nos quadros de informações nas escolas tratou da prevenção da AIDS e ganhou ampla aprovação. Frisava a virgindade.
O depoimento de um papagaio
Um papagaio foi a principal testemunha num tribunal do Estado de Querala, no sul da Índia. O jornal Indian Express publicou uma reportagem sobre o processo judicial que envolvia vizinhos numa disputa sobre quem era o proprietário do papagaio. Para resolver o caso, o juiz convocou o papagaio para comparecer a juízo como testemunha. O depoimento decisivo foi dado quando o papagaio cooperador obsequiosamente disparou a falar o nome das crianças da família que denunciara seu desaparecimento. Graças ao papagaio honesto, o juiz da comarca deu ganho de causa a essa família.
Pega-pega a laser
“O objetivo do jogo é disparar nos outros e não ser atingido muitas vezes”, diz o jornal The Globe and Mail, de Toronto, Canadá. O tradicional pega-pega agora é de alta tecnologia. Depois de passar dez minutos disparando feixes de luz numa arena futurista, sinistra e enevoada, com “música vibrante”, um participante disse que isso “alivia o estresse”. Centenas dessas casas de entretenimento estão surgindo na América do Norte, Inglaterra, Europa, Austrália e Israel. Há crescente preocupação de que esse tipo de diversão incentiva a violência. O professor de sociologia Robert Stebbins, da Universidade de Calgary, disse em The Globe: “Há um limite indistinto entre os jogos de guerra considerados problemáticos e os considerados aceitáveis, como o xadrez, com seus castelos e exércitos. O objetivo é violento.” Uma adolescente que participa nesses jogos disse: “Parece muito estranho promover, por prazer, um jogo que esteja relacionado com a guerra. . . . Pensando na mensagem que o jogo passa, isso não parece certo.”
A guerra que não dispensa o fumo
A guerra fez que alimentos e outras coisas essenciais ficassem escassos na Bósnia-Herzegovina. Mas, na cidade de Sarajevo, mesmo após vários meses de sítio, uma fábrica de cigarros conseguiu manter sua linha de produção em funcionamento. Segundo o jornal The New York Times, muitos naquele país dilacerado pela guerra queixam-se mais da falta de cigarros do que da falta de alimentos, água ou munição. As pessoas se dispõem a pagar entre 5 a 50 dólares por um maço de cigarros. O Times comentou que qualquer pessoa que propusesse ou “tentasse impor uma proibição ao fumo em restaurantes, escritórios ou algum outro lugar certamente se veria na mira de uma arma de fogo”.