Observando o Mundo
“Fonte de grande sofrimento para a Igreja”
Em sua audiência com os bispos do leste do Canadá, João Paulo II voltou sua atenção para os abusos sexuais cometidos por sacerdotes. Conforme o jornal L’Osservatore Romano, o papa disse aos prelados canadenses que “o escândalo provocado por clérigos e por membros de ordens religiosas que falharam nesse respeito é uma fonte de grande sofrimento para a Igreja no Canadá”. Disse ainda que havia orado “pelas vítimas de má conduta sexual, bem como pelos culpados disso”. Algumas pessoas acreditam que a abolição do celibato obrigatório para sacerdotes poderia tanto contribuir para a redução de escândalos relacionados com abusos sexuais por parte do clero como ser uma solução para “a falta ou distribuição desigual de sacerdotes” mencionada pelo papa. Mas, segundo João Paulo II, “as dificuldades que hoje existem para se manter o celibato não são motivo suficiente para mudar a convicção da Igreja com relação a seu valor absolutamente apropriado”.
Sociedade de consumo
“As emissoras brasileiras não estão comprometidas com a educação ou distração pura e simples, mas com a formação de um público consumista”, diz o jornal O Estado de S. Paulo. Assim, segundo o psicólogo Alexandre Rizero, se for impedida de ver TV, “a criança corre o risco de ser marginalizada, excluída do grupo, pois a TV fornece vocabulário, modo de vida e, principalmente, uma enorme carga de noções de consumo”. Embora por causa do medo da violência e por comodismo ‘os pais prefiram os filhos na frente da TV’, há necessidade de sólida orientação parental. Vale notar que a professora Heloísa Penteado é citada como tendo dito que “as crianças recebem várias idéias e não conseguem distinguir o que é importante ou apenas lixo”.
“A nação mais violenta”
“Os Estados Unidos são a nação mais violenta do mundo”, escreve a colunista Ann Landers. “Em 1990, 10 pessoas na Austrália, 22 na Grã-Bretanha, 68 no Canadá e 10.567 nos Estados Unidos foram assassinadas com revólver.” Os Estados Unidos são também a nação mais fortemente armada. Seu povo possui mais de 200 milhões de armas de fogo — quase uma para cada um dos seus 255 milhões de habitantes. As escolas não estão livres da violência. Aproximadamente 20% dos estudantes do segundo grau portam algum tipo de arma. Quase três milhões de crimes por ano ocorrem em instituições de ensino ou nas proximidades. Todo dia, 40 professores sofrem agressões físicas e uns 900 sofrem ameaças. Segundo a Associação Nacional de Educação, 100.000 estudantes levam armas à escola todo dia, e num dia típico 40 crianças são mortas ou feridas por armas de fogo. “Nossa tolerância à violência é extraordinária, e as escolas não passam de um reflexo disso”, diz John E. Richters, do Instituto Nacional de Saúde Mental. Um professor de inglês, que antes tinha apenas 10% de êxito em conseguir que os alunos do último ano do segundo grau fizessem uma redação, teve 100% de êxito ao lhes dar o tema: “Minha arma predileta”.
Dilema da Igreja
Os bispos do oeste do Canadá pediram ao Vaticano que afrouxe a lei do celibato imposta pela Igreja e permita que sacerdotes casados sirvam às populações nativas nos territórios do Noroeste. Os bispos acham que aspectos culturais, aliados à falta de sacerdotes nas regiões do norte, justificam a solicitação. “O bispo Denis Croteau”, declara o jornal The Toronto Star, “diz que os povos inuit e dene têm em sua cultura um valor familiar segundo o qual o homem, a menos que se tenha casado, criado família e se tornado um ancião, ‘não é líder e as pessoas não o escutam’”. Embora o Papa João Paulo II e outras autoridades do Vaticano tenham dado atenção ao apelo dos bispos, nada mudará. O cardeal Jozef Tomko, chefe da Congregação para a Evangelização dos Povos, do Vaticano, expressou temor de que “uma exceção concedida no Canadá se tornasse o foco de atenção da mídia e desencadeasse uma enxurrada de pedidos na África, na América do Sul e em outros lugares”, diz o Star.
Aumenta a depressão
“Doze estudos independentes, feitos com base em entrevistas com o total de 43.000 pessoas em nove países, corroboram anteriores pesquisas americanas ao indicarem que o índice de depressão profunda tem aumentado com bastante constância em boa parte do mundo no século 20”, diz o informe The Harvard Mental Health Letter. Depois de agrupar os entrevistados “pela década em que nasceram, começando antes de 1905 e terminando depois de 1955”, quase todos os estudos mostraram que “pessoas nascidas mais tarde tinham maior probabilidade de ter ficado gravemente deprimidas em alguma época da vida”. A maioria dos estudos também mostrou um aumento constante no número de casos de depressão profunda ao longo do século.
Como manter a saúde das crianças
“Mais de 230 milhões de crianças em idade pré-escolar nos países em desenvolvimento, ou 43%, têm seu crescimento atrofiado devido à desnutrição causada por falta de alimentos e por doenças”, diz um comunicado da ONU. Calcula-se que em 1993 quatro milhões de crianças tenham morrido por causa de desnutrição, quer como causa direta, quer por ter agravado o impacto de doenças infecciosas. Qual é a solução? A Organização Mundial da Saúde recomenda que “todos os bebês sejam alimentados exclusivamente com leite materno desde o nascimento até os 4-6 meses de vida. Depois, as crianças devem continuar sendo amamentadas no peito, ao passo que recebem alimentação suplementar apropriada e adequada até os 2 anos de idade e até mais”. Mães e profissionais de saúde são incentivados a não interpretar os padrões de crescimento dos bebês amamentados no peito como deficiência de crescimento e prematuramente introduzir outros alimentos. Isso pode ser perigoso para os bebês e contribuir para desnutrição e doenças, especialmente quando os alimentos introduzidos estão contaminados e são inadequados para nutrição.
Escravidão moderna
Embora a Declaração Universal dos Direitos Humanos determine que “ninguém será mantido em escravidão ou servidão”, centenas de milhões de pessoas sofrem como escravos. O número de pessoas sujeitas a práticas escravistas hoje, salienta a revista UN Chronicle, é na verdade ainda maior do que o número de escravos nos séculos 16 a 18, “o auge da era do comércio escravagista”. Um aspecto alarmante da escravidão de hoje é que muitas vítimas são crianças. Crianças de sete a dez anos labutam em fábricas de 12 a 14 horas por dia. Outras trabalham duro como empregados domésticos, prostitutas ou soldados. “A mão-de-obra infantil é muito procurada”, diz o Centro para os Direitos Humanos, da ONU, “por ser barata” e porque as crianças ficam “amedrontadas demais para queixar-se”. A escravidão, comenta a ONU, continua sendo uma cruel “realidade moderna”.
Receita para a obesidade
O número de horas por dia que crianças em idade pré-escolar passam vendo televisão está diretamente relacionado com um aumento na gordura corporal mais tarde na infância, diz o Dr. Munro Proctor, da Faculdade de Medicina da Universidade de Boston. O Dr. Proctor realizou um estudo de quatro anos com 97 crianças em idade pré-escolar que, no começo, tinham entre três e cinco anos. Os pais registravam diariamente o número de horas que as crianças ficavam vendo televisão, ao passo que as dobras de gordura acumulada existentes no corpo todo eram medidas anualmente. Conforme divulgado no jornal The Medical Post, do Canadá, “cada criança via TV em média duas horas por dia. Para cada hora adicional na frente da TV, por dia, a alteração na dobra de gordura acumulada no tríceps sofreu um aumento de 0,8 mm e a alteração na soma das dobras de gordura acumulada no corpo todo sofreu um aumento de 4,1 mm”. O Dr. Proctor conclui que ver televisão causa uma redução na atividade física, diminui a taxa metabólica e expõe as crianças a propagandas de alimentos hipercalóricos que são consumidos em períodos de inatividade.
Ilha de férias
“O Banco [Mundial] e o [Fundo Monetário Internacional] pedem ao governo do Sri Lanka que reduza o número de dias em que não se trabalha, atualmente 174 dos 365, talvez um recorde mundial”, diz a revista The Economist. “Como pode um país progredir se seu povo tem férias quase a metade do ano?” O elevado número de dias de folga reflete a mistura de raças e religiões do Sri Lanka. Além dos 5 feriados seculares, há 20 feriados religiosos para os credos budista, hindu, muçulmano e cristão. Os funcionários públicos ganham 45 dias adicionais de folga por ano — concedidos também por muitas empresas privadas. No entanto, a economia do Sri Lanka continua crescendo. “A agricultura é a mola mestra da economia e depende das duas monções que sopram sobre a ilha em épocas de colheita”, diz The Economist. “As monções não tiram férias.”
Os alimentos e a nicotina
“Existem grandes quantidades de nicotina em alimentos muito comuns, como a berinjela, a batata, o pimentão, o jiló e o tomate”, informa a revista brasileira Globo Ciência, com base em estudos da Universidade de Michigan, EUA. Essas hortaliças “pertencem à família vegetal das solanáceas, a mesma do tabaco”. Além disso, a couve-flor e o brócolos, da família das crucíferas, têm uma boa quantidade de nicotina. Embora fumar ainda seja prejudicial, esperam-se estudos adicionais sobre até onde vai o ‘risco de não-fumantes permanecerem em locais com fumantes’ e também sobre a composição dos alimentos. Ainda há muito a aprender a respeito do efeito de alimentos com nicotina no corpo humano.