Observando o Mundo
Contando as estrelas
Já contemplou o céu numa noite estrelada e se perguntou quantas estrelas podia ver? A revista Sky & Telescope recentemente abordou essa questão milenar, e a pergunta não é tão simples de se responder como talvez se suponha. A revista comentou que, segundo obras de referência em astronomia, o observador mediano consegue ver 2.862 estrelas no céu, num subúrbio razoavelmente escuro, nas latitudes do norte. Mas nem todas essas estrelas estão acima do horizonte local ao mesmo tempo; muitas nascem e se põem. Muitas estrelas vistas com facilidade quando estão diretamente acima do observador são invisíveis quando estão mais próximas do horizonte. Isso se dá porque em altitudes baixas, a luz da estrela precisa atravessar mais da atmosfera terrestre até chegar aos seus olhos. A Sky & Telescope conclui que para um observador a 40 graus de latitude norte, é possível ver umas 1.809 estrelas o ano inteiro.
“A pior das drogas”
“Cigarro, a pior das drogas”, informa uma manchete do Jornal do Brasil. Segundo o diretor do Instituto Nacional do Câncer, Dr. Marcos Moraes: “A diretriz da OMS [Organização Mundial da Saúde] é investir na população jovem, porque o interesse da indústria está justamente nessa faixa etária. Quanto mais jovem a pessoa começar a fumar, mais tempo de sua vida ela vai passar fumando. E quanto maior o tempo de exposição ao fumo, maiores os riscos para a saúde.” O Dr. Moraes informa que dos 30 milhões de fumantes no Brasil, “2,4 milhões são crianças e adolescentes”. Todavia, o “cigarro mata mais do que a AIDS, a cocaína, a heroína, o álcool, os incêndios, os acidentes de automóveis e os suicídios juntos”. No lado positivo, o Dr. Moraes acrescenta: “Houve no Brasil uma redução do consumo de cigarros per capita nos últimos cinco anos.”
Mercosul: Mercado Comum Sul-Americano
O Brasil, a Argentina, o Uruguai e o Paraguai começaram em 1.º de janeiro de 1995 o Mercosul, a versão sul-americana do Mercado Comum. O acordo cria uma zona de livre comércio, enquanto os produtos de nações de fora do Mercosul, com algumas exceções, pagarão imposto de importação. A revista Veja cita Mailson da Nóbrega, ex-ministro do Brasil, como dizendo: “A importância desse acordo não pode ser ignorada. Mas é ilusão achar que o Mercosul será uma panacéia para todos os males econômicos do país.” “Há ganhos e perdas de parte a parte”, explica Veja. “O Mercosul não acabou com fronteiras nem eliminou conflitos. Mas deu um quadro novo para a competição e o desenvolvimento dos negócios.”
Iodo no sal
A falta de iodo na alimentação afeta a saúde de pelo menos 600 milhões de pessoas, calcula o Fundo das Nações Unidas Para a Infância. Entre os afetados, acredita-se que a carência seja responsável pelo nascimento de mais de 100.000 bebês cretinos (com desenvolvimento atrofiado e deficiência mental causados por insuficiência tireóide grave) anualmente e por prejudicar o desenvolvimento físico e mental de outras 50 milhões de crianças. A falta de iodo também causa o bócio, uma dilatação da glândula tireóide. É fácil e barato prevenir a insuficiência de iodo — basta usar sal iodado. Estão sendo feitos esforços para iodar os suprimentos mundiais de sal durante o ano de 1995 e eliminar os distúrbios causados pela insuficiência de iodo até o ano 2000.
Estádio é “rebenzido”
Um time de futebol de Pescara, na Itália, procurou recentemente a ajuda de um bispo católico para espantar o “azar” que o perseguia, informa o jornal La Repubblica. Cansado da longa temporada de “azar” comumente atribuída ao estádio, o presidente do time solicitou a eficaz intervenção do clero. Algum tempo antes, um sacerdote havia benzido o estádio, e o time ganhou a partida seguinte. Os funcionários, torcedores e jogadores que assistiram ao “rebenzimento” — missa celebrada pelo próprio bispo direto das arquibancadas do estádio — esperam que desta vez o time obtenha resultados ainda melhores. Quando o estádio foi inaugurado, também foi benzido, mas “evidentemente a aspersão de incenso feita por ocasião da inauguração perdeu a força”, diz o La Repubblica.
80.000 terremotos em 40 anos
“A estação sismológica de Bensberg, perto de Colônia [Alemanha] já registrou mais de 80.000 terremotos em todas as partes do mundo”, informa o jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung. Isso foi anunciado pelo Professor Ludwig Ahorner, chefe da estação, que estuda os terremotos e tremores da Terra há 40 anos. Como a estação consegue registrar terremotos que ocorrem em outras partes do mundo? Empregando instrumentos tão sensíveis que detectam até mesmo leves vibrações na Terra provocadas por ondas em tempestades de inverno, que se quebram na costa do mar do Norte, a uns 200 quilômetros de distância. O mais forte terremoto na Alemanha registrado pela estação ocorreu em abril de 1992. Alcançou 5,9 pontos na escala Richter.
A Grande Muralha Verde
A Grande Muralha da China, que teve êxito apenas parcial em repelir as forças invasoras mongóis séculos atrás, pode finalmente ter recebido o merecido reconhecimento. Segundo a revista Science News, desde os anos 50 árvores vêm sendo plantadas em grandes faixas ao lado da muralha. Essa Grande Muralha Verde, como foi apelidada, consiste em cerca de 300 milhões de árvores. Seu objetivo é barrar as tempestades de poeira que assolam a China vindas do deserto de Gobi e de outras regiões áridas. Os resultados? Nos anos 50, a cidade de Beijing era assolada por 10 a 20 tempestades de poeira a cada primavera, reduzindo a visibilidade para menos de um quilômetro, durante 30 a 90 horas por mês. Mas nos anos 70, o número de tempestades diminuiu para menos de cinco por primavera, causando reduções de visibilidade mais amenas, durante menos de dez horas por mês. A revista Science News cita um químico que estuda a atmosfera como dizendo que essas vastas zonas de floresta “são provavelmente um dos programas de modificação climática mais enérgicos do século 20”.
Satanismo em presídio
As autoridades carcerárias do Colorado, EUA, negaram a um presidiário o direito de realizar rituais satânicos na cela. O regulamento federal para os presídios proíbe o culto ao Diabo; as autoridades argumentaram também que alguns dos objetos solicitados pelo presidiário para o culto — que incluem um bastão curto de madeira, um gongo, um manto preto, velas e castiçais, um cálice e incenso — poderiam ser usados como armas. Porém, um juiz federal de Denver recentemente revogou a decisão, decretando que o presidiário tem o direito constitucional de praticar sua religião no presídio. O juiz concluiu também que o regulamento contra o culto ao Diabo era inconstitucional. Segundo reportagem da Associated Press, o juiz escreveu em seu parecer: “Devemos dar ao diabo o que é seu.” O presidiário cumpre pena de dez anos por seqüestro.
Novas correntes religiosas nos Mares do Sul
Um relatório feito para a Conferência de Igrejas do Pacífico, com sede em Fiji, revela que as autoridades das igrejas tradicionais estão perturbadas com o crescimento do que elas chamam de NGRs (Novos Grupos Religiosos) no Pacífico Sul. Os NGRs em questão são principalmente a Assembléia de Deus, os Adventistas do Sétimo Dia, os Mórmons, as Testemunhas de Jeová e adeptos do Baha’i. Cerca de 20% dos ilhéus já aderiram a essas religiões, diz o relatório de Manfred Ernst. As igrejas se queixam de que os NGRs impedem mudanças políticas porque alguns não entram em partidos políticos nem participam em movimentos de protesto; outros não se afiliam a sindicatos. “Segundo Ernst”, disse o Mainichi Daily News, os “NGRs estão ficando mais populares por causa da falta de atrativo das igrejas cristãs tradicionais”.
Estudo argentino sobre estupro
De janeiro a outubro de 1994, uma única província da Argentina, Córdoba, denunciou 254 casos de estupro. O Clarín, jornal de Buenos Aires, comentou que um relatório policial de Córdoba “lançou por terra os mitos que rodeiam as violações sexuais”. Os estupradores nem sempre são pessoas depravadas que se aproximam de vítimas desconhecidas, amparados pela escuridão da noite; segundo este relatório, 4 de cada 10 pessoas estupradas são violentadas em sua própria casa pelo próprio pai, padrasto ou por outro parente. Outras estatísticas do relatório da polícia mostram que, ‘dos 254 casos denunciados neste ano, 36% ocorreram na casa da vítima; 23% na saída de bailes; 13% em vias públicas; 10% em terrenos baldios; 6% em canteiros de obras; e 3% em campos de futebol, em banheiros de empresas de ônibus, em celas de prisão e em ônibus de excursão’. O relatório conclui mencionando que a polícia resolveu 66, 54% dos casos.