BIBLIOTECA ON-LINE da Torre de Vigia
BIBLIOTECA ON-LINE
da Torre de Vigia
Português (Brasil)
  • BÍBLIA
  • PUBLICAÇÕES
  • REUNIÕES
  • g95 8/8 pp. 16-20
  • As catacumbas: o que eram?

Nenhum vídeo disponível para o trecho selecionado.

Desculpe, ocorreu um erro ao carregar o vídeo.

  • As catacumbas: o que eram?
  • Despertai! — 1995
  • Subtítulos
  • Matéria relacionada
  • História das catacumbas
  • Visita a uma catacumba
  • Mistura de conceitos
  • O testemunho das catacumbas
    A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1958
  • As catacumbas de Odessa — um labirinto subterrâneo
    Despertai! — 2010
  • O mundo subterrâneo de Paris
    Despertai! — 1999
  • Perguntas dos Leitores
    A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1969
Veja mais
Despertai! — 1995
g95 8/8 pp. 16-20

As catacumbas: o que eram?

DO CORRESPONDENTE DE DESPERTAI! NA ITÁLIA

Em passagens sombrias, ocultas nas entranhas da Roma antiga, acham-se as catacumbas. Exatamente o que são elas? Por que foram construídas?

BASICAMENTE, as catacumbas são galerias escavadas na rocha para servirem de cemitério. Pensa-se que a palavra “catacumba”, de significado incerto (possivelmente, “nas cavidades”), era o nome de um determinado cemitério na Via Ápia, perto de Roma. Com o tempo, foi aplicado a todos os cemitérios subterrâneos. Embora existam catacumbas em muitos lugares da bacia do Mediterrâneo, as de Roma são as mais conhecidas e as maiores. Calcula-se que a extensão geral delas seja de várias centenas de quilômetros. Já foram identificadas 60, todas situadas a alguns quilômetros fora do centro histórico da cidade, ao longo das vias consulares que ligavam Roma às suas províncias.

Parece que durante o primeiro século, os cristãos romanos não tinham cemitério próprio, mas sepultavam seus mortos junto com os pagãos. Em meados do segundo século, quando os cristãos professos já cediam à influência dos conceitos pagãos, conversos ricos ofereceram propriedades para servir como cemitérios “cristãos”. Para resolver o problema de espaço sem se afastar demais da cidade, começaram as escavações.

História das catacumbas

É provável que as primeiras escavações tenham sido feitas em encostas de morros ou em pedreiras abandonadas. “Daí”, explicam Ludwig Hertling e Engelbert Kirschbaum em seu livro sobre catacumbas, “o trabalho começava com uma galeria não muito mais alta do que um homem. Cavavam-se galerias laterais para a direita e para a esquerda, que podiam mais tarde ser conectadas em suas extremidades por outra passagem paralela à primeira. Assim, uma rede de galerias simples se tornava cada vez maior e mais complexa”.

A atividade mais intensa ocorreu no terceiro e quarto séculos; nessa época, a suposta religião cristã já estava toda contaminada por ensinos e costumes pagãos. Com a chamada conversão de Constantino, em 313 EC, as catacumbas passaram a pertencer à Igreja de Roma, e algumas acabaram assumindo proporções colossais. Ao todo, as catacumbas romanas talvez abrigassem centenas de milhares de túmulos, se não milhões.

Nesse período, os cemitérios foram adornados e ampliados, e construíram-se novas escadarias para facilitar o acesso de um crescente fluxo de visitantes. A fama dos supostos túmulos de papas e de mártires havia se espalhado tanto (em especial no norte da Europa) que as catacumbas viraram centros de peregrinação. Com a queda de Roma e as primeiras invasões de bárbaros, no início do quinto século, a área inteira ficou extremamente perigosa, e o uso das catacumbas como cemitério foi descontinuado.

Durante o oitavo século, os túmulos sofreram grandes danos, sendo saqueados não só por exércitos invasores mas também, segundo Hertling e Kirschbaum, por “condescendentes mediadores romanos”, que forneciam grandes quantidades de mementos sagrados a “abades alemães e francos cada vez mais ávidos de relíquias” para aumentar o prestígio de suas catedrais e mosteiros. Incapaz de restaurar ou proteger as catacumbas, o Papa Paulo I trasladou a maioria dos ossos remanescentes para um lugar seguro dentro das muralhas da cidade, onde mais tarde foram construídas grandes basílicas sobre o que se acreditava ser os restos mortais de “santos mártires”. As catacumbas foram abandonadas e esquecidas.

Antigos roteiros do quinto ao nono séculos, feitos para guiar visitantes aos famosos túmulos, forneceram preciosas pistas a eruditos que, no século 17 e, depois, no 19, começaram a procurar, identificar e explorar os cemitérios ocultos por ruínas e vegetação. Desde então, fez-se muita pesquisa e restauração, sendo possível hoje visitar vários desses lugares, que evocam lembranças do passado.

Visita a uma catacumba

Estamos na Via Ápia, a estrada percorrida pelo apóstolo Paulo quando foi levado a Roma como prisioneiro. (Atos 28:13-16) Embora estejamos a apenas três quilômetros fora das muralhas da cidade antiga, já estamos rodeados de campos com magníficos pinheiros e ciprestes, que crescem ao longo de monumentos e ruínas dessa outrora movimentada estrada.

Depois de pagar o ingresso, descemos por uma escada íngreme a uma profundidade de uns 12 metros. O guia explica que esta catacumba está disposta em cinco níveis, chegando a uma profundidade de 30 metros, abaixo do que foi encontrado água. De fato, Roma é cercada de enormes depósitos de tufo calcário, uma macia e permeável rocha vulcânica, fácil de escavar, mas, ao mesmo tempo, rígida e sólida.

Passamos agora por um corredor estreito, de um metro de largura por cerca de dois e meio de altura. As paredes marrom-escuras são rústicas e úmidas, e ainda trazem bem nítidas as marcas das picaretas dos fossores, os trabalhadores que escavavam essas apertadas galerias. Os túmulos em ambos os lados há muito foram abertos e saqueados, mas alguns ainda contêm fragmentos de ossos. Ao prosseguirmos no escuro, damo-nos conta de que estamos cercados de milhares de túmulos.

A maneira mais econômica e prática de enterrar os mortos era cavar nichos retangulares ao longo das paredes, um em cima do outro. Esses loculi (lugarezinhos) em geral continham um só corpo, mas, às vezes, dois ou três. Eram fechados com tijolos, placas de mármore ou lajotas de barro cozido e selados com cal. Muitos não têm inscrição alguma. Podiam ser reconhecidos por pequenos objetos colocados no lado de fora: uma moeda ou uma concha marinha premida no cal fresco, ou, como na Catacumba de Priscila, uma bonequinha de osso, talvez deixada por pais que choravam a perda prematura de sua filha. Muitos túmulos são bem pequenos, onde caberiam apenas recém-nascidos.

“Como podemos saber a idade das catacumbas?”, perguntamos. “Não há conjecturas sobre isso”, responde o nosso guia. “Estão vendo esse sinal?” Nós nos curvamos para examinar uma marca estampada numa grande lajota de barro cozido usada para lacrar um dos loculi. “Esta marca foi gravada quando da fabricação da lajota. As fábricas, muitas delas de propriedade imperial, gravavam informações nos tijolos e lajotas que produziam, indicando o local de extração da argila, o nome da fábrica, do feitor, dos cônsules (principais magistrados) que governavam naquele ano, e assim por diante. É um dado extremamente útil para estabelecer uma data precisa para os túmulos. O mais antigo é de meados do segundo século EC, e o mais recente de cerca de 400 EC.”

Mistura de conceitos

Alguns dos que usavam esses lugares com certeza conheciam alguma coisa das Escrituras Sagradas, pois diversos túmulos são decorados com cenas bíblicas. Não há sinais, no entanto, de adoração de Maria ou de outros temas tão comuns na arte “sacra” posterior, tais como a chamada crucifixão.

Vemos também figuras que nada têm a ver com a Bíblia. “É verdade”, admite o guia. “Muitas cenas nestas e em outras catacumbas são emprestadas da arte pagã. Poderá ver o semideus e herói greco-romano Orfeu; Cupido e Psiquê, que representam o quinhão da alma nesta vida e na próxima; a vinha e a vindima, um bem-conhecido símbolo dionisíaco de êxtase no além. Tiradas inteiramente da arte idólatra, segundo um erudito jesuíta, Antonio Ferrua, vêem-se também as personificações de entidades abstratas: as quatro estações representadas por cupidos; cenas mais complexas mostrando as quatro estações do ano, o Verão com uma coroa de espigas de milho e lírios; e assim por diante.”

Alguns temas comuns: o pavão, símbolo da imortalidade, pois a sua carne era considerada incorruptível; o mitológico fênix, também símbolo da imortalidade, pois se dizia que ele morria queimado mas renascia das próprias cinzas; almas de mortos, cercadas de aves, flores e frutas, festejando no além. Uma verdadeira mistura de conceitos pagãos e bíblicos!

Algumas inscrições são comoventes expressões de fé que parecem refletir a convicção de que os mortos estão dormindo, à espera da ressurreição, como esta: “Aquilina dorme em paz”. (João 11:11, 14) Em contraste com os ensinos bíblicos, outras inscrições refletem o conceito de que os mortos podem ajudar os vivos ou se comunicar com eles. Por exemplo: “Não te esqueças de teu marido e de teus filhos”; “Ora por nós”; “Oro por ti”; “Estou em paz”.

Mas, por que essa mistura de conceitos bíblicos e pagãos? O historiador J. Stevenson diz: “O cristianismo de alguns cristãos estava permeado de conceitos derivados de seu passado pagão.” Obviamente, os “fiéis” em Roma não mais agiam em harmonia com o conhecimento transmitido pelos genuínos discípulos de Jesus. — Romanos 15:14.

Com a continuação da visita, a influência da antibíblica devoção aos mortos fica ainda mais evidente. Muitos desejavam ser enterrados perto do túmulo de alguém tido como mártir, achando que, de sua posição na beatitude celeste, o mártir poderia interceder, ajudando o menos favorecido a ganhar a mesma recompensa.

Muitos imaginam que as catacumbas ficam bem debaixo da cidade, mas não é assim. Estão todas a alguns quilômetros fora do centro da cidade. A lei romana, de fato, proibia sepultamentos dentro dos limites das muralhas da cidade. A Lei das Doze Tábuas, instituída no quinto século AEC, dizia: Hominem mortuum in urbe ne sepelito neve urito (Os mortos não devem ser enterrados nem cremados dentro da cidade).

O guia observa: “As autoridades conheciam muito bem esses cemitérios, tão bem que, durante a perseguição do Imperador Valeriano, quando os cristãos foram proibidos de entrar nas catacumbas, o Papa Sisto II foi executado quando foi encontrado aqui (258 EC).”

Dobrando ainda mais uma esquina no labirinto, vemos a tênue luz do dia iluminando o fim do corredor, e nos damos conta de que a nossa visita terminou. Despedimo-nos de nosso guia, agradecendo-lhe pelas interessantes informações, e, ao subirmos mais uma escada íngreme para retornar à superfície, sentimo-nos induzidos a refletir no que vimos.

Seriam essas catacumbas uma remanescência do cristianismo genuíno? Certamente que não. As Escrituras profetizaram que, pouco depois da morte dos apóstolos, surgiria uma contaminação das doutrinas ensinadas por Jesus e seus discípulos. (2 Tessalonicenses 2:3, 7) De fato, a evidência que vimos — de culto aos mortos e aos mártires, e do conceito de alma imortal — é um testemunho eloqüente, não da fé baseada nos ensinos de Jesus, mas da forte influência pagã já presente entre apóstatas cristãos romanos do segundo ao quarto século da Era Comum.

[Destaque na página 18]

Os supostos túmulos de papas viraram centros de peregrinação

[Destaque na página 19]

Certa catacumba tem cinco níveis, chegando a 30 metros de profundidade

[Destaque na página 20]

As catacumbas mostram a influência da predita apostasia da verdade bíblica

[Fotos na página 17]

À direita: certas aves eram usadas como símbolos da imortalidade;

[Crédito]

Archivio PCAS

Extrema direita: gráfico labirintiforme de algumas catacumbas romanas;

Embaixo, à direita: estampa em argila, útil para datar os túmulos;

[Crédito]

Soprintendenza Archeologica di Roma

Embaixo: cripta dos papas

    Publicações em Português (1950-2025)
    Sair
    Login
    • Português (Brasil)
    • Compartilhar
    • Preferências
    • Copyright © 2025 Watch Tower Bible and Tract Society of Pennsylvania
    • Termos de Uso
    • Política de Privacidade
    • Configurações de Privacidade
    • JW.ORG
    • Login
    Compartilhar