Observando o Mundo
“Holocausto silencioso”
Do ponto de vista da Oxfam, uma das principais instituições de caridade pró-desenvolvimento, o sofrimento dos pobres do mundo é suficientemente grave para ser chamado de “holocausto silencioso”, segundo o jornal britânico Guardian Weekly. Num relatório em que lança uma campanha de cinco anos para ajudar os pobres do mundo, a Oxfam afirma que um quinto da população mundial reside nas 50 nações mais pobres. Esses países viram sua fatia da renda mundial despencar para meros 2%. O abismo entre ricos e pobres dentro dos países também está crescendo. O México, por exemplo, enfrenta uma grave crise financeira e ampla pobreza mas, ao mesmo tempo, vê o mais rápido crescimento no número de bilionários. Diz uma porta-voz da Oxfam: ‘Tem-se a impressão de que os líderes do mundo e a ONU perderam o rumo. Precisamos de uma nova visão para o novo milênio.’
Aves habilidosas
Como o pombo-correio, a centenas de quilômetros de casa, encontra o caminho de volta? Ronald Ranvaud, professor do Departamento de Fisiologia e Biofísica da Universidade de São Paulo, procura uma resposta há 17 anos, “mas não chegou a solução alguma”. Nem a visão, nem a audição nem o olfato podem explicar o senso de orientação dos pombos. O Jornal do Brasil informa que, numa experiência realizada no Japão, ‘foram exibidos alternadamente para os pombos quadros de Picasso e Monet. Quando era um Picasso, o pombo recebia um grão de milho. Quando era um Monet, tomava um pequeno choque nos pés’. Depois desse adestramento, os pombos eram capazes de distinguir um Picasso de um Monet. O professor admite: “A capacidade cognitiva dos pombos é surpreendente. Ele é capaz de criar categorias.”
Qualidade de vida
De acordo com o Dr. Paulo Pegado, diretor da Associação Brasileira de Recursos Humanos, “programas de saúde que promovem a qualidade de vida do funcionário reduzem prejuízos com assistência médica em até 60%”, informa o Jornal do Brasil. “Não porque os empresários estejam mais preocupados com a qualidade de vida de seus empregados. Mas por reconhecerem que, quando têm mais motivação e saúde, as pessoas produzem mais e criam melhor.” A redução do estresse também diminui o número de faltas e de acidentes. Em contraste, sem auto-estima, “as pessoas se mostram inseguras, sobrecarregadas e estressadas para dar uma contribuição significativa”. Para melhorar a qualidade de vida, o Dr. Pegado aconselha: “As pessoas têm que aprender a ser menos competitivas e mais cooperativas.”
Confiança esmagada
A cidadezinha de Chesterfield Inlet, na baía de Hudson, nos Territórios do Noroeste do Canadá, foi abalada por acusações de abuso disseminado contra escolares. De acordo com a revista Maclean’s, um relatório independente publicado recentemente pelo governo comprovou incidentes de abuso sexual e físico de crianças inuit durante um período de 17 anos, nas décadas de 50 e 60, no externato federal Sir Joseph Bernier, e na residência adjacente administrada pela Igreja Católica. A polícia concluiu uma investigação de 21 meses sobre 236 alegações de abuso e decidiu não indiciar ninguém — em alguns casos porque a pena prescreveu; em outros porque os alegados perpetradores eram idosos ou até já tinham morrido; em outros porque alguns ex-alunos não conseguiram apontar os criminosos com certeza. A revista Maclean’s comentou: “Embora a passagem do tempo certamente tenha tornado mais difícil punir os supostos criminosos, não apagou a dor das vítimas.”
Vida familiar está se deteriorando
Como anda a vida familiar hoje em dia? Segundo o Departamento de Informações ao Público das Nações Unidas, o pai, em todo o mundo, passa menos de uma hora por dia, em média, com os filhos — em Hong Kong, a média é de apenas seis minutos. O número de mães solteiras está aumentando. No Reino Unido, por exemplo, metade de todas as mulheres que deram à luz em 1990 não eram casadas. A violência no lar também está aumentando. Calcula-se que, das crianças que vivem nos Estados Unidos e na Europa Ocidental, 4% sofram agressões graves dentro de casa todo ano. Os idosos também têm problemas. O relatório da ONU declara: “Mesmo nos assim chamados países ‘desenvolvidos’ da União Européia (UE), um quinto da população de idosos vive em relativa pobreza, muitas vezes isolados em guetos urbanos sem o apoio da família e dos parentes.”
Riscos das agências matrimoniais internacionais
A maior liberdade de viajar da Europa Oriental para a Europa Ocidental gerou um subproduto repugnante: agências matrimoniais internacionais. Calcula-se que desde 1991, 15.000 mulheres deixaram a Europa Oriental rumo à Europa Ocidental como noivas pedidas por reembolso postal. Por viverem na pobreza e sonharem com uma vida melhor, muitas mulheres atendem aos anúncios das agências matrimoniais. Não é raro o sonho virar pesadelo, quando a mulher acaba isolada num país estrangeiro, à mercê de um marido bruto. Uma recém-casada polonesa foi espancada tão brutalmente pelo marido, na Alemanha, que teve de fugir para a floresta e se esconder ali por dois dias debaixo de temperaturas congelantes. Seu pé esquerdo e sua perna direita tiveram de ser amputados devido à ulceração causada pelo frio. Comentou o jornal inglês Guardian Weekly: “Muitas das agências matrimoniais são na realidade coligações de prostituição. Iludem mulheres no exterior e daí as obrigam a trabalhar em bordéis. As que resistem são invariavelmente mortas.”
Enjôo durante viagem
Sente enjôo ao viajar? Em caso afirmativo, não é o único. Nove em cada dez pessoas tendem a sentir graus variados de enjôo, informa o International Herald Tribune. Os cães, em especial os filhotes, também são suscetíveis. Mesmo os peixes, quando transportados de barco em mares revoltos, podem ficar enjoados com o balanço do mar! O que se pode fazer a respeito? Muitos tomam medicamentos que podem ser adquiridos na maioria das farmácias. Eis outras sugestões que podem ajudar: Não leia num veículo em movimento. Sente-se no local onde haja menos balanço — no banco da frente do carro, por exemplo, ou nas poltronas junto à asa do avião. Procure olhar para objetos distantes, como o horizonte. Se não quiser fazer isso, feche os olhos.
Poluição do ar piora na França
Apesar de esforços redobrados de combatê-la, a poluição do ar está piorando e constitui uma séria ameaça à saúde dos milhões de moradores de Paris e de outras cidades francesas. Embora no passado a principal culpada fosse a indústria pesada, atualmente o automóvel é responsável por 80% da poluição urbana do ar. O número de veículos na França dobrou desde 1970, de 12 milhões para 24 milhões, com 3,2 milhões só na região de Paris. O jornal parisiense Le Monde diz que um estudo realizado recentemente pelo governo mostrou que, para cada aumento na concentração de gases tóxicos na região de Paris, houve um aumento correspondente no número de mortes e hospitalizações devido a doenças respiratórias. Pouco de concreto foi feito a respeito. Pelo visto, os políticos receiam tomar medidas severas e eficazes para não desagradar os eleitores que dirigem.
Distúrbios de linguagem em crianças
Pesquisadores da Clínica Universitária dos Distúrbios de Comunicação em Mainz, na Alemanha, descobriram que uma criança em cada quatro em idade pré-escolar apresenta distúrbio de linguagem. “Não pude acreditar nos dados”, admitiu o Professor Manfred Heinemann, diretor clínico. A equipe médica realizou testes em crianças de três e quatro anos de idade e descobriu que entre 18% e 34% tinham distúrbios de linguagem. O número correspondente em 1982 foi de apenas quatro por cento. Qual é o motivo do aumento? “As famílias vêem TV demais e conversam muito pouco”, informa o jornal alemão Der Steigerwald-Bote. Parece que os vídeos, a TV e os jogos eletrônicos estão assumindo o papel dos pais em muitas famílias. Os pesquisadores mencionaram que algumas crianças que mal sabiam falar eram “rápidas como um raio” quando se tratava de jogos eletrônicos.