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Despertai! — 1997
g97 8/4 pp. 11-15

Exploração sexual de menores: um problema mundial

DO CORRESPONDENTE DE DESPERTAI! NA SUÉCIA

A sociedade humana está sendo sacudida por uma forma chocante de abuso de menores, cujo alcance e natureza não eram conhecidos amplamente até anos recentes. Para avaliar o que se pode fazer a respeito, representantes de 130 nações reuniram-se em Estocolmo, Suécia, no primeiro Congresso Mundial Contra a Exploração Sexual Comercial de Menores. Um correspondente de Despertai! da Suécia também esteve lá.

QUANDO Magdalen tinha 14 anos, foi seduzida pela oferta de um emprego de “anfitriã” numa cervejaria de Manila, nas Filipinas. Na verdade, seu serviço era levar os fregueses a um quartinho, tirar a roupa e deixar que eles a explorassem sexualmente — em média 15 homens por noite, e 30 aos sábados. Às vezes, quando ela dizia que não conseguiria mais agüentar a situação, o gerente a forçava a continuar. Em geral, ela terminava o dia às quatro da manhã, sentindo-se exausta, deprimida e extremamente infeliz.

Sareoun era órfão e menino de rua em Phnom Penh, Camboja. Tinha sífilis e era conhecido por sair com estrangeiros. Deram-lhe um quartinho para morar, num pagode, onde um ex-monge deveria ‘cuidar’ dele. O homem, um proxeneta, abusava sexualmente do menino e arranjava-lhe encontros com estrangeiros. Depois que o quarto de Sareoun foi demolido, ele foi morar com a tia, mas ainda era forçado a se prostituir nas ruas.

Estes são apenas dois exemplos do horrível problema abordado no fim de agosto do ano passado pelo Congresso Mundial Contra a Exploração Sexual Comercial de Menores. Qual é a extensão dessa prática? Atinge centenas de milhares de crianças, há quem diga milhões. Uma delegada resumiu o problema: “Compram-se e vendem-se crianças como mercadorias sexuais lucrativas. Elas são traficadas dentro de seus países e de um país para outro como contrabando; aprisionadas em bordéis e forçadas a se submeter a inúmeros exploradores sexuais.”

Na abertura do congresso, o primeiro-ministro sueco, Göran Persson, qualificou essa exploração de “a mais brutal, a mais selvagem e revoltante categoria de crime”. Uma representante das Nações Unidas disse que “é um ataque às crianças em todas as frentes . . ., é totalmente vil e é a mais baixa violação dos direitos humanos imaginável”. Muitas expressões semelhantes de revolta com a exploração sexual de menores foram exprimidas na tribuna durante todo o congresso, conforme iam sendo considerados seu alcance, natureza, causas e efeitos.

“Seu alcance é transnacional, seu impacto atravessa gerações”, afirmou certa fonte. Outra declarou: “Acredita-se que um milhão de menores entrem no mercado multibilionário, ilegal, do sexo, a cada ano.” Quais os efeitos disso? “Minam-se o senso de dignidade, a identidade e a auto-estima das crianças e sua capacidade de confiar fica entorpecida. Sua saúde física e emocional é colocada em risco, seus direitos são violados e seu futuro comprometido.”

Algumas das causas

Quais são algumas das causas do aumento explosivo deste problema? Afirmou-se que algumas crianças são “empurradas para a prostituição pelas circunstâncias, como meio de sobreviver nas ruas, ajudar a sustentar a família ou para pagar roupas e outros bens. Outras são seduzidas pelo bombardeio de imagens consumistas da mídia publicitária”. Ainda outras são raptadas e obrigadas a se prostituir. A rápida corrosão dos valores de moral em toda a parte, aliada a um sentimento generalizado de desesperança, foram mencionados entre as causas.

Muitas meninas e meninos acabam na prostituição por causa de abusos na família: violência e incesto em casa os empurram para a rua. Ali, correm o risco de ser abusados por pedófilos e outros, até mesmo, ao que parece, por alguns policiais. Um relatório sobre o problema, intitulado Kids for Hire (Crianças de Aluguel), cita o exemplo da brasileira Kátia, de seis anos. Detida por um policial, ele a forçou a praticar atos indecentes e ameaçou matar a família dela, caso ela contasse o ocorrido ao chefe dele. No dia seguinte, ele voltou com mais cinco homens, todos querendo que ela fizesse a mesma coisa com eles.

O Children’s Ombudsman (Ombudsman do Menor), instituição sueca, disse aos delegados: “Nos estudos sobre as causas da prostituição infantil, não há dúvida de que o turismo [do sexo] é uma das causas principais.” Um relatório disse: “A incrível escalada da prostituição infantil nos últimos dez anos tem como causa direta o turismo. A prostituição infantil é a mais nova atração turística oferecida pelos países em desenvolvimento.” “O turismo sexual”, da Europa, dos Estados Unidos, do Japão e de outros lugares, gera uma grande demanda de menores prostitutos em todo o mundo. Uma linha aérea européia usava um cartoon com o desenho de uma criança numa pose sexualmente explícita para vender excursões sexuais. As agências de viagem organizam excursões sexuais para milhares de viajantes todos os anos.

Na longa lista de causas acha-se também o uso de novas tecnologias na promoção internacional da indústria do sexo infantil. A Internet, junto com outras tecnologias de computador relacionadas, foi apontada como a maior fonte de pornografia. Equipamentos de vídeo de preço baixo também facilitam a produção de pornografia infantil.

Quem são?

Muitos dos adultos que abusam sexualmente de menores são pedófilos. O pedófilo sente atração sexual pervertida por crianças. De acordo com o Children’s Ombudsman da Suécia, seu perfil “não é necessariamente o de um velho desleixado metido numa capa de chuva, ou de um machista violento. O pedófilo típico é um homem de meia-idade e boa instrução, alguém que habitualmente trabalha com crianças, como um professor, um médico, um assistente social ou um sacerdote”.

A entidade sueca mencionou o exemplo de Rosario, menina filipina de 12 anos, abusada sexualmente por um médico da Áustria que fazia turismo sexual. A menina acabou morrendo em decorrência do abuso.

Carol Bellamy, diretora executiva do UNICEF (Fundo das Nações Unidas Para a Infância), em Genebra, declarou o seguinte a respeito da menina filipina de 12 anos: “Com freqüência, são os próprios adultos a quem se confiou os cuidados e a guarda da criança que permitem e perpetuam essa prática intolerável. Há professores, profissionais de saúde, policiais, políticos e clérigos que usam seu prestígio e autoridade para explorar menores sexualmente.”

Participação da religião

Um delegado da Igreja Católica presente ao congresso de Estocolmo declarou que a exploração de menores é o “mais hediondo dos crimes” e “resulta da profunda distorção e desintegração dos valores”. Ainda assim, a Igreja Católica tem sido severamente afetada por essas práticas dentro de seu próprio clero.

A revista norte-americana Newsweek, na edição de 16 de agosto de 1993, publicou uma reportagem intitulada “Os sacerdotes e o abuso”, abordando “o pior escândalo clerical da história moderna da Igreja Católica nos EUA”. Declarava: “Embora haja denúncias contra estimadamente 400 sacerdotes desde 1982, alguns eclesiásticos fazem uma projeção de que até 2.500 sacerdotes molestam crianças ou adolescentes. . . . Mais do que dinheiro, o escândalo custou à Igreja um severo embaraço — e parte de sua autoridade no campo da moral.” Outras religiões no mundo todo estão na mesma situação.

Ray Wyre, consultor de crimes sexuais, do Reino Unido, falou no congresso de Estocolmo sobre dois meninos que foram sadicamente abusados por um sacerdote. Um dos meninos dirige agora uma entidade de ajuda a vítimas de abuso de sacerdotes na infância, e o outro é ele mesmo um abusador.

Mettanando Bhikkhu, erudito budista da Tailândia, informou que “certos tipos de práticas budistas têm uma parcela de responsabilidade pela exploração sexual, comercial, de menores na Tailândia em diversos níveis. Em algumas aldeias da Tailândia, os monges às vezes se beneficiam do dinheiro que a comunidade recebe de menores que são obrigados a se prostituir”.

O que pode ser feito?

A Dra. Julia O’Connell Davidson, da Universidade de Leicester, Reino Unido, convocou o congresso a contestar a justificativa dos exploradores para o seu comportamento. Em geral, o argumento dos abusadores centraliza-se numa suposta licenciosidade e imoralidade sexual da criança, afirmando-se que ela já está suja e pervertida. Outros exploradores alegam, de forma distorcida e falsa, que seus atos não terão nenhum efeito prejudicial sobre a criança e que ela até se beneficiará.

Um painel sobre turismo sexual recomendou que ele fosse combatido com educação no currículo escolar. Além disso, os turistas deveriam receber informações contra a exploração sexual de menores durante toda a viagem — antes da partida, durante a viagem em si e ao chegar ao seu destino.

Sobre as novas tecnologias de comunicação, um painel sugeriu que as nações deveriam receber orientações para eliminar material que explora menores. Foi discutida a criação de um órgão internacional único para coordenar o trabalho nesse campo. Outro painel recomendou que a pornografia infantil gerada por computador, e a posse de material pornográfico infantil em geral, virassem crime em todos os países, com penalidades prescritas por lei.

O que os pais podem fazer? Um painel sobre o papel da mídia sugeriu que os pais assumissem a responsabilidade de proteger os filhos. Declarou: “Os pais podem não somente orientar seus filhos enquanto crescem e se tornam consumidores da mídia, mas também fornecer esclarecimento adicional, explicações e uma diversidade de fontes de informação para contrabalançar o impacto da mídia e ajudar a criança a crescer em entendimento.”

Um programa de TV sueco que cobria o congresso enfatizou a necessidade de os pais darem maior supervisão aos filhos e alertá-los para os perigos. Contudo, ele aconselhou: “Não acautele seus filhos simplesmente contra ‘velhos sujos’, porque as crianças . . . irão pensar que só devem tomar cuidado com velhos desleixados, quando quem comete esses crimes pode muito bem estar de uniforme ou num terno alinhado. Assim, alerte-os contra estranhos que demonstram interesse incomum nelas.” É claro que as crianças também devem ser acauteladas contra — e instadas a denunciar às autoridades — qualquer pessoa que faça propostas impróprias a elas, inclusive pessoas que elas conhecem.

A única solução

O que o congresso de Estocolmo não conseguiu sugerir foi como acabar com as causas da exploração sexual de menores. Elas incluem a deterioração veloz dos valores de moral em toda a parte; o aumento do egoísmo e a ânsia crescente por bens materiais; desrespeito cada vez maior pelas leis feitas para proteger as pessoas contra a injustiça; desconsideração crescente pelo bem-estar, pela dignidade e pela vida dos outros; desintegração acelerada da família; pobreza generalizada, com raízes na superpopulação, desemprego, urbanização e migração; aumento do racismo contra estrangeiros e refugiados; produção e tráfico de drogas sempre crescentes; e conceitos, práticas e tradições religiosas depravadas.

Embora a exploração sexual de menores seja chocante, tamanha maldade não surpreende os que lêem a Bíblia com atenção. Por que não? Porque vivemos agora no tempo que a Bíblia chama de “últimos dias” e, segundo a Palavra de Deus, estes seriam “tempos críticos, difíceis de manejar”. (2 Timóteo 3:1-5, 13) É de surpreender que a moral caminhe de mal para pior?

A Bíblia, porém, aponta a única solução para os enormes problemas do mundo: uma limpeza total que o Deus Todo-Poderoso fará. Logo, ele mostrará seu poder e eliminará da Terra todos os que não acatam seus princípios e leis justos: “Os retos são os que residirão na terra e os inculpes são os que remanescerão nela. Quanto aos iníquos, serão decepados da própria terra; e quanto aos traiçoeiros, serão arrancados dela.” — Provérbios 2:21, 22; 2 Tessalonicenses 1:6-9.

Entre os que serão “decepados” estarão todos os que fazem crianças se prostituir e todas as pessoas corruptas que abusam de menores. A Palavra de Deus declara: “Nem fornicadores . . . nem adúlteros . . . nem homens que se deitam com homens [ou com meninos] . . . herdarão o reino de Deus.” (1 Coríntios 6:9, 10) Ela diz ainda que ‘os que são repugnantes na sua sujeira e os fornicadores’ serão destinados à “segunda morte”, isto é, a destruição eterna. — Revelação (Apocalipse) 21:8.

Deus purificará a Terra e introduzirá um sistema de coisas completamente novo e justo, “novos céus e uma nova terra”. (2 Pedro 3:13) Nesse novo mundo, não haverá gente corrupta e perversa para aproveitar-se de pessoas inocentes. E jamais os inocentes precisarão ter medo de serem prejudicados novamente, pois “não haverá quem os faça tremer”. — Miquéias 4:4.

[Destaque na página 12]

“A mais selvagem e revoltante categoria de crime.” − Primeiro-ministro sueco

[Destaque na página 13]

“Toda semana, de 10 milhões a 12 milhões de homens têm encontros com menores prostitutas.” − The Economist, Londres

[Destaque na página 14]

O turismo sexual é uma das principais causas da exploração de menores nos países em desenvolvimento

[Quadro na página 13]

Turismo sexual − por quê?

(Algumas razões pelas quais turistas têm relações sexuais com crianças.)

(1) O anonimato livra o turista das restrições sociais que ele tem em seu país.

(2) Por não entender ou entender pouco o idioma local, os turistas podem facilmente ser levados a pensar que pagar para fazer sexo com uma criança é aceitável ou que é um modo de ajudar as crianças a sair da pobreza.

(3) O racismo faz os visitantes explorar pessoas que eles consideram inferiores.

(4) Os turistas sentem-se ricos quando percebem que estão em condições de pagar por sexo nos países em desenvolvimento.

[Quadro na página 15]

A extensão do problema no mundo

(Os dados abaixo são estimativas de várias autoridades governamentais e de outras organizações.)

Brasil: Pelo menos 250.000 menores prostitutos.

Canadá: Milhares de adolescentes são prostituídas por quadrilhas de proxenetas.

China: De 200.000 a 500.000 menores prostitutos. Em anos recentes, cerca de 5.000 meninas chinesas foram engodadas a cruzar a fronteira e vendidas como prostitutas em Mianmar.

Colômbia: O número de crianças exploradas sexualmente nas ruas de Bogotá quintuplicou nos últimos sete anos.

Estados Unidos: Fontes oficiais falam de mais de 100.000 crianças.

Europa Oriental: 100.000 crianças de rua. Muitas são mandadas para bordéis da Europa Ocidental.

Filipinas: 40.000 crianças.

Índia: 400.000 menores trabalham na indústria do sexo.

Mianmar: 10.000 meninas e mulheres são transportadas para bordéis da Tailândia a cada ano.

Moçambique: Entidades assistenciais acusaram as tropas da ONU, enviadas para manter a paz no país, de explorar crianças sexualmente.

Sri Lanka: 10.000 crianças entre 6 e 14 anos acham-se escravizadas nos bordéis e 5.000, de 10 a 18 anos, trabalham por conta nos balneários turísticos.

Tailândia: 300.000 crianças.

Taiwan (Formosa): 30.000 crianças.

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