Observando o Mundo
A poluição e o câncer infantil
Após analisarem um estudo que levou 27 anos, envolvendo 22.400 crianças britânicas, uma equipe de epidemiologistas concluiu que as que nasceram num raio de cinco quilômetros de uma fonte de poluição corriam um risco 20% maior de morrer de leucemia e de outros cânceres infantis do que outras crianças. A exposição a poluentes atmosféricos é “o mecanismo mais provável” de ser o responsável pelo aumento de câncer em crianças, diz o jornal The Times, de Londres. Os poluentes responsáveis parecem ser as emissões de gasolina ou outras substâncias químico-orgânicas e voláteis, lançadas por unidades industriais, como refinarias de petróleo, fábricas de automóveis, usinas de energia não-nuclear, usinas siderúrgicas e fábricas de cimento. Ainda de acordo com o estudo, o índice de mortes por câncer era maior entre crianças nascidas num raio de quatro quilômetros das rodovias e ferrovias. Isso se devia, provavelmente, a emissões de combustíveis como a gasolina e o diesel.
O perfil do infrator
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, ‘o motorista infrator costuma ser individualista, considera-se onipotente e tem a fantasia de ser sempre um vencedor’. Segundo citação do jornal, a professora e psicóloga Ivani Teixeira Mendes explicou: “Em geral, o transgressor tem dificuldade para controlar as próprias emoções e tendência de manter-se preso ao mundo infantil, em que não é necessário responder por seus atos.” Em vez de assumir seus erros e aprender deles, acrescenta, o transgressor “distorce os fatos para ficar livre da culpa e passa a acreditar sinceramente na própria versão, ainda que tudo indique o contrário”.
Quem segura o controle remoto?
Pesquisadores do Instituto para Estudos Sociais, Políticos e Econômicos, na Itália, publicaram recentemente os resultados de um estudo sobre os hábitos de ver TV. Quase 2.000 famílias italianas foram entrevistadas. Entre outras perguntas, indagou-se quem em casa em geral “se apossa” do controle remoto, que certo artigo de jornal chamou de cetro moderno de poder na família. A maioria respondeu que o pai é quem fica com o controle. Na hora de decidir que canal assistir, os filhos ficavam em segundo lugar. A mãe ficou em último lugar na briga pelo controle remoto.
Sexo entre adolescentes
Segundo o jornal nigeriano Weekend Concord, recente estudo revelou que “os adolescentes nigerianos estão entre os sexualmente mais ativos no mundo”. Uns 68% dos garotos e 43% das meninas entre 14 e 19 anos admitiram ter tido relações sexuais “logo depois de entrarem na puberdade”. Isso tem resultado em muitos casos de gravidez indesejada. Outro estudo mostra que “71% das mortes de moças com menos de 19 anos na Nigéria eram decorrentes de complicações do aborto”, diz o Concord.
Lavar as mãos é preciso
A revista médica francesa Le Quotidien du Médecin alertou num artigo recente sobre uma tendência preocupante que parece estar aumentando: não lavar as mãos antes de comer ou após usar o sanitário. Segundo o Dr. Frédéric Saldmann, desconsiderar essa medida simples de higiene pessoal constitui uma das grandes ameaças à saúde pública decorrente da contaminação alimentar, e pelo visto trata-se de um problema generalizado. O artigo cita um estudo que mostrou que as tigelas de amendoim de pubs (bares) ingleses continham vestígios de urina de 12 pessoas. Segundo outro estudo numa escola americana, quando os alunos lavavam as mãos regularmente, com a supervisão do professor, o número de faltas por problemas digestivos caiu 51%, e por problemas respiratórios, 23%. O artigo conclui enfatizando a importância de ensinar às crianças as regras básicas de higiene desde a infância.
Economia em crescimento e pobreza
Embora a economia global tenha crescido 40% de 1975 a 1985, “o número de pobres no mundo aumentou 17%”, diz HCHR News, um periódico do Escritório do Alto Comissariado dos Direitos Humanos. Hoje, em 89 países, as pessoas passam pior em sentido econômico do que dez ou mais anos atrás. Em 70 países em desenvolvimento, os níveis de renda são até inferiores aos níveis de 20 ou mesmo 30 anos atrás. O crescimento econômico, conclui HCHR News, beneficiou apenas “uma minoria dos países”.
Estruturas sem segurança na Itália
Nos últimos cem anos, os terremotos fizeram mais de 120.000 vítimas na Itália. No entanto, cerca de 25 milhões de italianos moram em áreas onde “64% dos prédios não são à prova de terremotos”, diz o jornal Corriere della Sera. Entre as estruturas que não oferecem segurança acham-se hospitais, postos de corpos de bombeiros e outros prédios que funcionariam como centros de socorro de emergência em casos de calamidade. Em média, 7 trilhões de liras (4 bilhões de dólares) são gastos anualmente na Itália para reparar os danos causados por calamidades geológicas e industriais. Certo perito explica que “com freqüência essas enormes quantias gastas depois das catástrofes . . . são empregadas para reconstruir [prédios] da mesma maneira incorreta e nos mesmos locais de alto risco”.
O sangue e a infecção por HIV
Dos quase 22 milhões de pessoas soropositivas no mundo, mais de 90% vivem em países em desenvolvimento. “Até 10% das novas infecções por HIV nos países em desenvolvimento são causadas por transfusões de sangue”, diz a agência noticiosa Panos, de Londres. Em muitos países, os suprimentos de sangue não são seguros porque os testes de laboratório para o HIV não são plenamente confiáveis. No Paquistão, por exemplo, menos da metade dos bancos de sangue tem equipamento para detectar o HIV. O resultado é que ali 12% de todas as novas infecções por HIV são causadas por transfusões de sangue. Desde que os primeiros casos de Aids foram relatados há mais de 15 anos, quase 30 milhões de pessoas no mundo contraíram o HIV, o vírus causador da Aids.
Cesariana ou parto normal?
No Brasil, médicos e mães costumam preferir a cesariana a parto normal. ‘Em alguns hospitais a cesariana representa 80% dos partos’, diz a revista Veja. “O parto virou um bem de consumo. Quem tem dinheiro contrata um médico e marca hora para fazer um serviço”, diz o Dr. João Luiz Carvalho Pinto e Silva, chefe de obstetrícia da Universidade de Campinas. No entanto, “a cesariana é uma cirurgia. Há maior perda de sangue, o tempo de anestesia é maior e cresce a possibilidade de infecções”. Por esses e outros motivos, ‘a cesariana só deveria ser feita em três casos: quando a paciente ou o bebê correm risco, quando não há sinal de trabalho de parto ou quando ocorrem complicações de última hora’, diz o médico.
Comunicação entre os elefantes
As cordas vocais do elefante são tão grandes que a freqüência básica dos sons que eles produzem é de 20 ciclos por segundo ou menos — bem abaixo do alcance do ouvido humano. Esses sons profundos percorrem longas distâncias, e os elefantes conseguem reconhecê-los a um quilômetro e meio de distância. Eles conseguem também identificar até 150 chamados diferentes e reagem respondendo ou movendo-se em direção dos sinais emitidos por membros da família ou do grupo. Em geral os elefantes ignoram os chamados de estranhos ou ficam agitados ao ouvi-los. Depois de realizar seus estudos no Parque Nacional Amboseli, no Quênia, a Dra. Karen McComb, especialista em comportamento animal da Universidade de Sussex, Grã-Bretanha, explicou que “não se observou em nenhum outro mamífero tais redes extensivas de comunicação vocal”, diz o The Times de Londres.