Observando o Mundo
Um negócio altamente lucrativo
Há cerca de 340 milhões de viciados em drogas no mundo, diz a Organização das Nações Unidas. Segundo o Jornal da Tarde, ‘a dependência de calmantes e sedativos lidera todas as modalidades, com 227,5 milhões de consumidores ou quase 4% da população mundial. Em seguida vem a maconha, com 141 milhões, totalizando 2,5% da população global’. Calcula-se que apenas de 5% a 10% das drogas sejam apreendidas pela polícia em todo o mundo. O relatório mostra também que para suprir os 340 milhões de viciados do mundo, a venda de drogas fatura 400 bilhões de dólares por ano. Dependendo da droga, os traficantes lucram 300%, ‘uma margem de lucro jamais encontrada em qualquer outra modalidade econômica’.
“Efeito Moisés”
Dois físicos do Japão conseguiram dividir água em laboratório, diz a revista New Scientist. Masakazu Iwasaka e Shogo Ueno, da Universidade de Tóquio, usaram potentes solenóides elétricos para criar um forte campo magnético em torno de um tubo horizontal parcialmente cheio de água. O campo magnético, umas 500.000 vezes mais potente do que o da Terra, forçou a água para as extremidades do cilindro, deixando uma parte seca no meio. O fenômeno, descoberto pelos cientistas em 1994, foi reproduzido por físicos na Europa e nos Estados Unidos. Como funciona? De acordo com Koichi Kitazawa, um colega da Universidade de Tóquio, a água ‘tende a se afastar do campo magnético. Isso explica por que um ímã potente repele a água, empurrando-a de lugares em que o campo magnético é elevado para outros onde é baixo’. Kitazawa batizou o fenômeno de “Efeito Moisés”.
Turistas sem boas maneiras
O rico patrimônio cultural da Itália atrai muitos turistas. Infelizmente, estes costumam ficar muito à vontade, esquecendo-se das boas maneiras. Segundo Mario Lolli Ghetti, diretor do patrimônio ambiental e arquitetônico de Florença, “muitos se acham no direito de fazer coisas que jamais sonhariam em fazer em casa”. Assim, a cidade de Florença produziu uma “Carta de Direitos e Deveres do Turista”, que lembra os visitantes do que podem e do que não podem fazer, diz o jornal La Repubblica. Eis alguns lembretes: Não tome banho nem mergulhe os pés nas fontes; não faça piquenique na frente de monumentos e museus; não jogue latas ou chiclete no chão; não use camisetas-regata ao visitar museus; e não tome sol com roupa de praia nos jardins e praças históricas. Naturalmente, os turistas com boas maneiras ainda são apreciados e bem-vindos.
Dilema da alimentação infantil
“Por duas décadas, médicos e órgãos de saúde pública têm sido unânimes no conselho dado às mães em países mais pobres: amamentar ao peito para proteger a saúde dos bebês”, diz o jornal The New York Times. “Mas agora, com a pandemia da Aids, as coisas mudaram. Os estudos mostram que é comum as mães infectadas transmitirem o vírus da doença pelo leite. Segundo estimativa recente das Nações Unidas, um terço dos bebês com HIV foram infectados pelo leite materno.” A alternativa seria a mamadeira, mas isso também apresenta problemas. Em muitas nações as mães não têm recursos para comprar leite ou para esterilizar as mamadeiras, nem têm acesso a àgua limpa. Em resultado disso, os bebês sofrem de diarréia e de desidratação, bem como de doenças respiratórias e gastrointestinais. As famílias pobres diluem muito o leite usado na mamadeira, o que resulta na desnutrição dos bebês. As autoridades sanitárias tentam encontrar um meio-termo. No mundo todo, ocorrem mais de 1.000 novos casos de infecção por HIV entre bebês e crianças por dia.
Teologia feminista
Além da teologia da libertação, há também o movimento da teologia feminista. Em contraste com o catolicismo conservador e institucional, a teologia feminista promove conceitos sobre sexualidade, reprodução, ecologia, ecumenismo, e, naturalmente, feminismo. Contudo, o periódico ENI Bulletin diz que a professora católica romana Rosemary Radford Ruether, uma das fundadoras da teologia feminista, levantou “a questão da compatibilidade da teologia feminista com a teologia da libertação”. De acordo com o periódico, alguns teólogos da libertação acham que “o feminismo é alheio ao pensamento latino-americano e desvia as pessoas da preocupação fundamental com os pobres”.
Ambiente no lar é mais importante
Será que deixar os filhos na creche ou sob a supervisão de uma babá é bom para as crianças? Era o que um estudo do Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano, nos EUA, queria descobrir. Destacados pesquisadores de cuidados infantis de 14 universidades acompanharam 1.364 crianças do nascimento aos três anos. Mais de 20% das crianças foram cuidadas pelas mães em casa; as demais foram mandadas para creches ou para as casas de babás contratadas. Quais foram os resultados? “Os pesquisadores descobriram que as crianças em creches ou com babás de bom nível — onde adultos conversam bastante com as crianças de maneira interativa — apresentam uma ligeira vantagem nas habilidades de linguagem e aprendizagem em comparação com crianças em ambientes em que recebem menos atenção”, diz a revista Time. ‘Mas a principal conclusão foi de que a influência da supervisão de terceiros sobre o desenvolvimento mental e emocional da criança nem se compara à influência da qualidade da vida familiar. Os pesquisadores calcularam que apenas 1% das diferenças entre as crianças poderiam ser atribuídas a fatores relacionados com supervisão, porém 32% poderiam ser explicadas pela diferença de qualidade no ambiente em casa. Qual é a mensagem? O que faz diferença é o que se aprende em casa.’
Amizade muito estranha
Os cientistas há muito admiram a relação entre formigas e as acácias africanas. As árvores fornecem comida e abrigo para as formigas. As formigas, por sua vez, atacam os insetos que prejudicam a acácia e picam os animais que vêm comer as folhas. As acácias parecem depender dessa proteção para sobreviver. Mas elas também precisam de insetos voadores para polinizar suas flores. Com as formigas de guarda, como é que os insetos polinizadores conseguem fazer o seu serviço? Segundo a revista científica Nature, quando as acácias atingem “o ápice de sua fertilidade floral”, elas exalam uma substância química que parece deter as formigas. Isso permite que os insetos visitem as flores “nesse estágio crucial”. Daí, depois de os insetos terem polinizado as flores, as formigas voltam à ação.
Descoberta Bíblia de Gutenberg
Uma parte da Bíblia impressa no século 15 por Johannes Gutenberg foi descoberta num arquivo de igreja em Rendsburg, Alemanha. Depois de sua descoberta no início de 1996, a parte de 150 páginas da Bíblia foi cuidadosamente examinada antes de ser considerada uma Gutenberg genuína, diz o jornal Wiesbadener Kurier. Sabe-se que existem 48 Bíblias Gutenberg no mundo, 20 delas completas. “As famosas Bíblias de dois volumes impressas por Johannes Gutenberg são consideradas as primeiras obras importantes na impressão de livros”, diz o jornal. Este último achado “ainda traz intacta a corrente com a qual a Bíblia era amarrada ao púlpito para evitar que fosse roubada”.
Quem vive mais
O que é preciso para se permanecer saudável e viver mais tempo? “A tendência de personalidade de preservar uma disposição de ânimo estável, sem ansiedade psicológica, promove a saúde física muito mais do que os exercícios ou os hábitos alimentares”, diz o Dr. George Vaillant, do Hospital Brigham e da Mulher, em Boston. A afirmação de Vaillant se baseia num estudo corrente de mais de 230 homens, que originalmente fizeram parte da pesquisa em 1942. Aos 52 anos, os homens que tinham boa saúde foram divididos em três grupos: os considerados “ansiosos” (haviam abusado do álcool, usado calmantes com regularidade ou consultado um psiquiatra), “não-ansiosos” (jamais haviam abusado do álcool, ingerido drogas que alteram o humor, nem consultado psiquiatra) e “os intermediários” (estavam entre os dois grupos). Aos 75 anos, ‘apenas 5% do segundo grupo havia morrido, em comparação com 25% dos do grupo intermediário, e 38% do primeiro grupo’, diz Science News. Não há dúvida de que manter uma alimentação saudável e fazer exercícios regularmente contribui para a boa saúde. Mas a “longevidade, pelo menos em homens, parece depender de uma tendência para a estabilidade emocional que não dá margem a crises extremas de depressão”, diz Science News.