Observando o Mundo
A natureza em dólares
Treze cientistas de vários países compilaram um relatório onde avaliaram os recursos naturais da Terra em dólares. Eles se basearam em mais de 100 estudos publicados, para calcular o “custo de reposição” por hectare dos vários serviços prestados pela natureza. Por exemplo, certo estudo indicou que, para cada hectare de terras inundáveis utilizadas para a urbanização nos Estados Unidos, “a perda da capacidade de absorção de águas de enchentes fez com que os prejuízos anuais causados por inundações aumentassem, de 3.300 dólares para 11.000 dólares”, diz a revista Science. Embora muitos nem se dêem conta do valor dos recursos naturais da Terra e dos serviços por eles prestados, os cientistas calculam o valor monetário anual em 33.300.000.000.000 de dólares — quase duas vezes o produto nacional bruto conjunto das nações do mundo inteiro.
Visita do papa a Cuba
Na sua visita a Cuba em janeiro, o papa João Paulo II explicou a esperança da Igreja Católica de expandir seu papel na sociedade cubana. Segundo o periódico L’Osservatore Romano, ele disse que os pais ‘devem poder escolher para os seus filhos os valores éticos e cívicos e a inspiração religiosa que lhes dará condições de receber uma educação integral’. Embora o papa deseje reabrir escolas católicas no país, as autoridades cubanas dizem que pretendem manter o monopólio estatal sobre o ensino público. Quanto à visão do governo cubano sobre a visita do papa, a revista francesa Le Monde Diplomatique comenta: “Fidel Castro considera a visita como uma vitória diante do ostracismo a que seu regime fora submetido.” Algumas declarações do papa na sua visita a Cuba tinham claras conotações políticas. As Testemunhas de Jeová, por outro lado, permanecem politicamente neutras nas suas atividades religiosas.
O cabelo mais comprido do mundo
Hoo Sateow, um senhor de 85 anos da tribo hmong, no norte da Tailândia, não corta o cabelo por quase 70 anos. “Eu o cortei quando tinha 18 anos, e fiquei muito doente”, disse Hoo. Segundo a Associated Press, o cabelo de Hoo, quando foi medido recentemente por um juiz para entrar no Guinnness, o livro dos recordes, foi considerado o mais comprido do mundo, com 5,20 metros. Hoo lava o cabelo uma vez por ano e o pendura num caramanchão para secar. Seu irmão Yi, de 87 anos, que cortou o cabelo pela última vez em 1957, é o concorrente mais próximo. Mas o cabelo de Yi ainda ganha da recordista anterior, uma indiana com um cabelo de 4,20 metros de comprimento. Hoo acha que seus longos cabelos são uma vantagem, especialmente no alto das montanhas frias da Tailândia. “Ajudam a esquentar”, diz ele.
Três versões da História
Na Bósnia, ensina-se às crianças na escola três versões da história, da arte e do idioma da região. O que elas aprendem depende de qual dos três principais grupos étnicos controla seu currículo, diz o jornal The New York Times. Por exemplo, estudantes que vivem na área dos ortodoxos orientais controlada pelos sérvios aprendem que o homem que matou o arquiduque Ferdinand em 1914, desencadeando a Primeira Guerra Mundial, era “um herói e poeta”. Os estudantes católico-romanos, croatas, aprendem que o homem era um “assassino treinado e instruído pelos sérvios para cometer esse atentado terrorista”. A versão muçulmana do evento o descreve como “um nacionalista cuja ação desencadeou tumultos contra os sérvios que só foram controlados pela polícia dos três grupos étnicos”. Pede-se aos estudantes que se identifiquem como sérvios, muçulmanos ou croatas para serem segregados em classes etnicamente distintas, diz o relatório.
Banalização da morte
“Cabe aos pais e professores minimizar o heroísmo estimulado por filmes e pela TV para não banalizar a morte”, explica o Jornal do Brasil. Um estudo no Rio de Janeiro mostra que os crimes cometidos por menores de 13 anos chegaram a 10% dos casos atendidos pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente. São crianças que levam armas para a escola, atacam, ferem ou matam colegas e cometem abuso sexual contra mais novos.’ O psiquiatra Alfredo Castro Neto declarou: “Uma cultura como a nossa atual, que estimula a competição e mostra em filmes que se pode matar para conseguir o que se quer, só pode aumentar a confusão mental dessas crianças.” Recomendando brinquedos educativos em vez de armas, a educadora Josefa Pech acrescenta: “É fundamental conversar com a criança. Mostrar que o ideal de herói que mata todo mundo é bobo e irreal e que armas não são símbolos de força ou status, mas sim objetos fatais.”
Flora ameaçada
“Mais de 12% da flora [do planeta] está ameaçada”, diz o Jornal do Brasil. No entanto, “no Brasil, apenas 2,4% de um total de mais de 56 mil espécies conhecidas foram classificadas como ameaçadas”. Segundo o biólogo John J. Fay, contudo, “toda vez que perdemos uma espécie, perdemos um pool genético único, que poderia carregar um potencial enorme, ainda que desconhecido, de beneficiar a humanidade”. Comentando o relatório, W. John Kress, do Instituto Smithsonian, disse: “É a primeira avaliação abrangente de espécies ameaçadas que já tivemos. É um alerta geral para que se evite a extinção de muitas espécies.” O relatório avisa: ‘A extinção de muitas espécies poderá afetar a medicina e a agricultura, porque com elas se perde a possibilidade de criação de novas espécies agrícolas e o vigor do ecossistema.’
O amor nunca falha
“Adolescentes que têm forte vínculo emocional com seus pais e professores são muito menos propensos a usar drogas e álcool, a tentativas de suicídio, à violência ou a tornar-se sexualmente ativos ainda bem jovens”, diz o jornal The Washington Post. Pesquisadores da Universidade de Minnesota e da Universidade Chapel Hill da Carolina do Norte também descobriram que isso se aplica independentemente de se a criança vive numa família uniparental ou biparental. O importante é que a criança se sinta amada, apreciada e compreendida. Outro fator salientado pelo estudo é ‘a importância de os pais continuarem a demonstrar profundo interesse na vida dos filhos através dos anos da adolescência, mesmo quando eles talvez sintam que seu papel está diminuindo’, diz o Post.
Conservacionistas ideais
A Marinha Real da Grã-Bretanha está usando cabritos para ajudar a conservar os muros de tijolos de um forte histórico situado no litoral, diz o The Sunday Telegraph. Raízes de espinheiros, de árvores e de mato estavam danificando os tijolos e a argamassa. Os métodos convencionais para removê-los incluíam custosas motosserras e herbicidas que podem ser perigosos. Além disso, esses métodos destroem plantas, liquens e insetos raros. Porém os ágeis cabritos não só fazem um serviço barato, como também diminuem o dano a plantas e à vida selvagem ameaçadas. O consultor do projeto, Mike Beauchamp, diz: “Em 10 anos, a maioria das agências de conservação estarão usando cabritos para a restauração inicial de cerrados.”
Jogos violentos de computador
A nova versão de um dos mais violentos jogos de computador já criados, o Quake II, veio recheado de mais violência. O programa “atraiu uma legião de adeptos que se deleita com sangue e partes do corpo espalhados na tela do computador”, diz o The Wall Street Journal. “Os usuários pediam mais sangue”, diz o programador-chefe John Carmack, “de modo que nós acrescentamos um pouco mais”. O Quake II permite que os usuários se refestelem “em matança indiscriminada”, batalhando contra dezenas de participantes pela Internet em duelos chamados de jogos da morte. Há um recurso que permite aos usuários fazer gestos obscenos a seus adversários. Os programadores e os artistas gráficos que criaram o jogo “trabalham no paraíso dos usuários, que inclui uma sala para levantamento de pesos e uma cozinha repleta de lanches e outros petiscos. O número da suíte é 666, uma referência . . . ao livro bíblico de Apocalipse.”
Uma Bíblia sem Deus
Um médico dinamarquês reeditou as Escrituras Hebraicas — omitindo toda menção de Deus. O Dr. Svend Lings acredita que Deus e fé “são coisas do passado que apenas servem para nos restringir”, diz o jornal dinamarquês Kristeligt Dagblad. Lings observou que muitas pessoas são infelizes e solitárias. “Vivemos numa cultura judeu-cristã”, diz. “Portanto a cultura judeu-cristã deve ser responsável pela nossa falta de felicidade.” Com sua nova versão da Bíblia, o objetivo de Ling é, segundo o jornal, “sacudir os fundamentos da nossa cultura”. Na sua Bíblia sem Deus, Gênesis 3:12 diz: “Adão pensou consigo: ‘A mulher ao meu lado me deu o fruto da árvore, por isso o comi.’” Kristeligt Dagblad pergunta: “Não é como tirar água da neve para ver o que sobra?”