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  • Lago Vitória: o grande mar interior da África
  • Despertai! — 1998
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Despertai! — 1998
g98 22/11 pp. 15-18

Lago Vitória: o grande mar interior da África

Do correspondente de Despertai! no Quênia

ERA 1858, e um inglês solitário atravessava o coração da África, uma terra selvagem e inexplorada. Viajava apenas com um punhado de carregadores africanos e estava doente, exausto e inseguro. Mesmo assim, incentivava seus homens a prosseguir. John Hanning Speke buscava um objetivo esquivo: a nascente do Nilo.

Atiçado pelas histórias sobre um grande lago interior, chamado de Ukerewe pelos traficantes árabes de escravos, Speke se embrenhou na mata aparentemente sem fim. Até que, depois de 25 dias de caminhada, o pequeno grupo de viajantes foi recompensado com um cenário magnífico. Diante deles, até perder de vista, estendia-se um vasto mar interior de água doce. Speke escreveu mais tarde: “Eu não tinha mais dúvidas de que o lago aos meus pés era a nascente daquele rio interessante, nascente essa que fora objeto de tanta especulação e o objetivo de tantos exploradores.” Deu à sua descoberta o nome da rainha que então governava a Inglaterra: Vitória.

Uma das nascentes do Nilo

Esse lago, que ainda tem o mesmo nome, destaca-se hoje como o segundo maior lago de água doce do mundo, só perdendo para o lago Superior, na América do Norte. Como um espelho gigante reluzindo sob o sol equatorial, a superfície plana e cristalina do lago Vitória cobre uma área de 69.484 quilômetros quadrados. Na sua extremidade norte, é cortado pelo equador. Situa-se entre as ramificações leste e oeste do vale da Grande Fenda, e sua maior parte fica entre a Tanzânia e Uganda, beirando o Quênia.

O tributário principal do lago é o rio Kagera, da Tanzânia, cujas águas vêm das montanhas de Ruanda. Mas a maior parte da água que flui para o lago Vitória vem das chuvas que escorrem da grande bacia que o rodeia, com uma área de 200.000 quilômetros quadrados. O único emissário do lago fica em Jinja, Uganda. Nesse ponto, a água corre para o norte e dá origem ao Nilo Branco. Embora o lago Vitória não seja a única nascente do rio Nilo, ele serve de grande reservatório que mantém o fluxo de água doce e sustenta a vida até o Egito.

A vida junto ao lago

Um barco com uma tremulante vela branca, parecendo uma meia asa de borboleta, desliza sobre a superfície do lago. Levado pelos ventos que diariamente sopram da terra ao redor, o barquinho é empurrado para o meio do lago. Por volta do meio-dia, o vento muda e o leva de volta para o lugar de origem. Os pescadores do lago repetem essa rotina há milhares de anos.

Vilas e aldeias, com telhados castanhos de colmo, rodeiam as águas do lago Vitória. Para os aldeões nilóticos, o peixe é um alimento básico, e eles dependem do lago para o sustento diário. O dia do pescador começa antes de o sol nascer. Os homens retiram dos barcos a água que se infiltrou pelos furos nos cascos, partindo depois pelas águas cobertas de névoa. Cantando em uníssono, eles remam até águas mais profundas e içam as velas, já um tanto rasgadas. Na praia, as mulheres ficam olhando até os barquinhos desaparecerem no horizonte. Daí, elas se voltam para os seus muitos afazeres.

Enquanto as crianças brincam na água rasa, as mulheres lavam as roupas e tiram do lago a água para beber. Daí, acaba o serviço delas junto à água. Devagar, elas voltam para casa habilmente equilibrando na cabeça potes de barro com água, carregam os bebês amarrados às costas e, com ambas as mãos, cestos de roupas lavadas. Em casa, cuidam de pequenas plantações de milho e feijão, juntam lenha e consertam as casas de pau-a-pique usando uma mistura de esterco de vaca e cinzas. Mais adiante junto à praia, mulheres tecem habilmente fibras de sisal para fazer cordas e belos cestos. Ouve-se o barulho dos machados de homens que escavam um tronco enorme para fazer uma piroga.

À medida que o fim da tarde se aproxima, as mulheres voltam novamente sua atenção para o enorme mar de água doce. Quando as pontas das velas brancas aparecerem no horizonte, indicarão que seus maridos estão voltando para casa. Ansiosas, elas esperam para revê-los e para ver os peixes que trouxeram.

Em todas as praias e ilhas do lago, essas pequenas comunidades recebem visitantes que trazem uma mensagem de paz. A pé e de canoa, toda vila e aldeia já foi alcançada. As pessoas são humildes e gostam de escutar. Ficam especialmente entusiasmadas quando lêem a Bíblia e publicações bíblicas nos seus próprios idiomas nilótico e bantu.

Fauna nativa

O lago Vitória sustenta mais de 400 espécies de peixe, algumas das quais não se encontram em nenhuma outra parte do mundo. A espécie mais comum é a dos chamados ciclídeos. Alguns destes têm um método incomum de proteger a sua prole. Quando surge um perigo, o pai ou a mãe abre bem a boca e os filhotinhos fogem para dentro, ficando protegidos. Passado o perigo, o peixe adulto simplesmente os cospe e eles voltam às suas atividades normais.

O lago Vitória é o habitat de diversas aves aquáticas magníficas. Mergulhões, cormorões e anhingas-vermelhas mergulham e fisgam peixes com seus bicos afiados. Grous, garças, cegonhas e colhereiros vagueiam pelas águas rasas, ficam imóveis e esperam pacientemente que um peixe distraído nade para perto deles. No céu, passam bandos de pelicanos, parecendo planadores barrigudos. Quando nadam em grupos, eles rodeiam cardumes e pescam com seus enormes bicos em forma de bolsa. Dotada de asas fortes, a rainha dos céus é a águia-pescadora-africana. Ela levanta vôo do ramo de uma árvore muito acima da água e se arremessa num mergulho veloz. O vento assobia nas asas esticadas e, sem esforço, ela pega um peixe da superfície do lago. Tecelões coloridos fazem ninhos nas moitas de papiro que beiram o lago e pode-se ouvir o pio melancólico do calau um pouco adiante, na floresta de acácias.

De manhã e ao entardecer, ressoam pelo lago os grunhidos graves dos hipopótamos. Ao meio-dia, eles dormem semi-submersos na água rasa junto à praia, parecendo rochedos lisos e cinzentos. Os povos do lago estão sempre alertas ao perigoso crocodilo-do-nilo. Alguns desses répteis assustadores ainda habitam as partes mais remotas do lago Vitória, embora a maioria tenha sido dizimada pelo homem.

Problemas no lago

A população da África aumentou muito desde que John Speke viu o Vitória pela primeira vez. Ao redor do lago, vivem mais de 30 milhões de pessoas que agora dependem de suas águas para a sobrevivência. No passado, os pescadores locais usavam os métodos tradicionais de pesca. Com armadilhas tecidas, redes de papiro, anzóis e arpões, eles pegavam o que precisavam. Hoje em dia, com o uso de traineiras e redes de náilon, que podem se estender por grandes distâncias e pegar toneladas de peixes de águas profundas, a pesca predatória ameaça o ecossistema do lago.

A introdução de espécies de peixes exóticas causou um desequilíbrio ecológico que afeta a pesca local. O aguapé, uma planta aquática que dá uma linda flor roxa, contribui para os problemas do lago. Trazida da América do Sul, essa planta cresce tão rápido que obstrui e sufoca grandes áreas das praias e enseadas do lago, impedindo que navios de carga, balsas de passageiros e pirogas de pescadores locais tenham acesso às praias e docas. O desmatamento da bacia do lago, o escoamento de esgotos e a industrialização ameaçam o futuro do lago.

Será que o lago Vitória sobreviverá? Essa questão tem sido debatida, mas ninguém sabe ao certo como resolver seus muitos problemas. Porém, o lago Vitória é um acidente geográfico que provavelmente continuará a existir muito depois de o Reino de Deus eliminar “os que arruínam a terra”. (Revelação [Apocalipse] 11:18) Daí, a humanidade poderá admirar para sempre a beleza do grande mar interior da África.

[Quadro/Foto na página 18]

O peixe que está devorando o lago

Ele é oleoso, tem apetite voraz, se reproduz rapidamente e cresce até cerca de 1,80 metro de comprimento. Quem é ele? Lates niloticus! Comumente conhecido como perca do Nilo, esse peixe enorme e voraz, trazido para o lago Vitória nos anos 50, causou um desastre ecológico. Em 40 anos, ele conseguiu devorar quase metade das 400 espécies nativas de peixes do lago. Essa extinção em massa ameaça a fonte de alimento de milhões de habitantes locais que dependem das tilápias, dos ciclídeos e de outros peixes nativos menores para alimentar a família. Estes peixinhos também são responsáveis pela saúde do lago. Alguns deles comem os caramujos que causam a temida esquistossomose, ajudando assim a controlar a doença. Outros devoram as algas e outras plantas aquáticas que agora crescem sem controle. Isso tem resultado numa condição chamada de eutroficação: a decomposição da vegetação reduz o oxigênio da água. Com menos peixes nativos para limpar essa sujeira, aumentaram as “zonas mortas”, áreas onde não há oxigênio na água, o que mata ainda mais peixes. Com menos peixes para comer, a sempre faminta perca do Nilo voltou-se para uma nova fonte de alimento: seus próprios alevinos. O peixe que está devorando o lago agora ameaça devorar a si mesmo.

[Mapa na página 15]

(Para o texto formatado, veja a publicação)

UGANDA

QUÊNIA

TANZÂNIA

LAGO VITÓRIA

[Foto na página 15]

Dando testemunho nas praias do lago Vitória

[Foto na página 16]

Tecelão

[Foto nas páginas 16, 17]

Pelicanos

[Foto na página 17]

Garça-branca

[Foto nas páginas 16, 17]

Crocodilo-do-nilo

[Foto nas páginas 16, 17]

Garça-real em cima de um hipopótamo

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