BIBLIOTECA ON-LINE da Torre de Vigia
BIBLIOTECA ON-LINE
da Torre de Vigia
Português (Brasil)
  • BÍBLIA
  • PUBLICAÇÕES
  • REUNIÕES
  • g98 8/12 pp. 4-7
  • Qual era a aparência de Jesus?

Nenhum vídeo disponível para o trecho selecionado.

Desculpe, ocorreu um erro ao carregar o vídeo.

  • Qual era a aparência de Jesus?
  • Despertai! — 1998
  • Subtítulos
  • Matéria relacionada
  • O que diz a história secular
  • A aparência de Jesus segundo a Bíblia
  • Jesus não era frágil
  • É importante a questão da aparência?
  • Como era a aparência de Jesus?
    A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová (Público) — 2017
  • Como era a aparência de Jesus?
    Perguntas Bíblicas Respondidas
  • Quem era Jesus Cristo?
    Despertai! — 1998
  • Apegue-se firmemente à verdadeira vida
    A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1973
Veja mais
Despertai! — 1998
g98 8/12 pp. 4-7

Qual era a aparência de Jesus?

O TESTEMUNHO da história secular a respeito da aparência de Jesus sofre forte influência de vários fatores. Isso explica as grandes diferenças na maneira em que ele tem sido representado nas artes.

Dois fatores são a cultura do país e a época em que a obra de arte se situa. Além disso, as crenças religiosas dos artistas e de seus patrocinadores influíram na maneira de Jesus ser representado.

Ao longo dos séculos, artistas famosos, como Michelangelo, Rembrandt e Rubens, esbanjaram atenção à aparência de Cristo. Muitas vezes enfeitadas com simbolismos e misticismos, suas obras influenciaram muito o conceito geral sobre a aparência de Jesus. Mas, em que se baseavam as suas interpretações?

O que diz a história secular

Muitas obras de arte anteriores aos dias do imperador romano Constantino, que viveu de cerca de 280 a 337 EC, representam Jesus como jovem “Bom Pastor”, de cabelo curto, ou então longo e cacheado. Mas, sobre isso, o livro Art Through the Ages (A Arte Através das Eras) diz: “Como tema, [a origem do] Bom Pastor pode ser remontada através da arte grega arcaica [pagã] à arte egípcia, mas aqui ele se torna o símbolo do leal protetor do rebanho cristão.”

Com o tempo, essa influência pagã acentuou-se ainda mais. “Jesus”, acrescenta o livro, “podia ser facilmente identificado com as conhecidas deidades do mundo mediterrâneo, especialmente com Hélio (Apolo), o deus-sol [cujo halo mais tarde foi transferido para Jesus e daí para os “santos”], ou com o seu aspecto romanizado oriental, o Sol Invictus”. Num mausoléu descoberto debaixo da Basílica de São Pedro, em Roma, Jesus é realmente representado como Apolo “conduzindo pelos céus os cavalos da carruagem-sol”.

Essa forma mais juvenil, porém, não durou muito. Adolphe Didron, em seu livro Christian Iconography, diz o que aconteceu: “A figura de Cristo, que de início era juvenil, tornou-se mais velha a cada século . . . com o avanço da própria era do cristianismo.”

Um texto do século 13, aparentando ser uma carta de um certo Públio Lêntulo ao Senado romano, descreve a aparência de Jesus dizendo que ele tinha “cabelo da cor de uma avelã não-madura [marrom claro] e liso quase até a altura das orelhas, mas das orelhas para baixo em cachos encaracolados um tanto mais escuros e mais brilhantes, caindo sobre os seus ombros; era partido no meio da cabeça . . ., uma barba plena da cor de seu cabelo, não longa, mas um pouco bifurcada no queixo; . . . os olhos cinza-azulados . . . e límpidos”. Essa representação não-autêntica mais tarde influenciou muitos artistas. “Cada período”, diz a New Catholic Encyclopedia, “criou o tipo de Cristo que desejava”.

O que acontecia em cada período acontecia também com relação a raças e religiões. A arte religiosa originária dos campos missionários da África, das Américas e da Ásia representa o Cristo ocidental de cabelo longo; mas, às vezes, foram acrescentados “traços nativos” à sua aparência, observa a enciclopédia.

Os protestantes também tiveram seus artistas, que interpretaram a aparência de Cristo à sua própria maneira. F. M. Godfrey, em seu livro (em inglês) Cristo e os Apóstolos: as Mutantes Formas do Imaginário Religioso diz: “O Cristo trágico de Rembrandt emana do espírito protestante, contrito, fantasmal, austero, . . . um retrato da introspectiva e abnegada alma protestante.” Isso se reflete, diz ele, na “macilência de Seu corpo, na abnegação da carne, na ‘humildade, patetismo e cerimonialismo’ com que [Rembrandt] concebeu o épico cristão”.

Contudo, como veremos, o Cristo frágil, com halo acima da cabeça, efeminado, melancólico e de cabelo longo, como muitas vezes é representado na arte da cristandade, não é real. Na verdade, é muito diferente do Jesus da Bíblia.

A aparência de Jesus segundo a Bíblia

Como “Cordeiro de Deus” Jesus não tinha defeito, sendo, sem dúvida, um homem de boa aparência. (João 1:29; Hebreus 7:26) E, com certeza, não estampava sempre aquele ar melancólico que lhe atribui a arte popular. É verdade que Jesus passou por muitos eventos estressantes, mas, na sua disposição geral, ele espelhou com perfeição seu Pai, o “Deus feliz”. — 1 Timóteo 1:11; Lucas 10:21; Hebreus 1:3.

Era longo o cabelo de Jesus? Apenas os nazireus não deviam cortar o cabelo nem beber vinho, e Jesus não era nazireu. De modo que ele, sem dúvida, usava um cabelo bem aparado, como os varões judeus em geral. (Números 6:2-7) Ele também apreciava tomar vinho moderadamente, na companhia de outros, o que reforça a idéia de que não era um indivíduo tristonho. (Lucas 7:34) De fato, ele fez vinho realizando um milagre numa festa de casamento em Caná da Galiléia. (João 2:1-11) E obviamente usava barba, evidenciado por uma profecia sobre seu sofrimento. — Isaías 50:6.

E que dizer dos traços físicos de Jesus? Provavelmente eram semitas. Ele os teria herdado de sua mãe, Maria, que era judia. Os ancestrais dela também eram judeus, da linhagem dos hebreus. De modo que os traços físicos de Jesus provavelmente eram como os de um judeu comum.

Mesmo entre seus apóstolos, Jesus evidentemente não se destacava como fisicamente muito diferente, pois Judas teve de traí-lo aos seus inimigos com um beijo identificador. Portanto, Jesus podia facilmente misturar-se no meio de multidões. E ele fez isso, pois, pelo menos uma vez, viajou da Galiléia a Jerusalém sem ser reconhecido. — Marcos 14:44; João 7:10, 11.

Alguns concluem, porém, que Jesus era frágil. Por que dizem isso? Por um lado, ele precisou de ajuda para carregar a estaca de tortura. E, dos três homens executados na estaca, ele foi o primeiro a morrer. — Lucas 23:26; João 19:17, 32, 33.

Jesus não era frágil

Contrário à tradição, a Bíblia não descreve Jesus como sendo frágil ou efeminado. Na verdade, ela diz que, ainda jovem, ele “progredia em sabedoria e em desenvolvimento físico, e no favor de Deus e dos homens”. (Lucas 2:52) Por quase 30 anos ele trabalhou como carpinteiro. Este parece não ser um ofício para uma pessoa franzina, especialmente naquele tempo, quando não havia máquinas modernas que poupam trabalho. (Marcos 6:3) Também, Jesus expulsou o gado, as ovelhas e os cambistas do templo, derrubando suas mesas. (João 2:14, 15) Isso também sugere uma pessoa varonil e robusta.

Nos últimos três anos e meio de sua vida na Terra, Jesus caminhou centenas de quilômetros em viagens de pregação. No entanto, seus discípulos jamais sugeriram que ele ‘descansasse um pouco’. Ao contrário, foi Jesus quem disse para eles, alguns dos quais eram rijos pescadores: ‘Vinde, em particular, a um lugar solitário, e descansai um pouco.’ — Marcos 6:31.

De fato, “a inteira narrativa evangélica”, diz a Cyclopœdia de M’Clintock e Strong, “indica que a saúde física [de Jesus] era boa e vigorosa”. Então, por que precisou de ajuda para carregar a estaca de tortura, e por que morreu antes dos outros executados junto com ele?

Um fator-chave é a aflição extrema. Perto do dia de sua execução, Jesus disse: “Deveras, tenho um batismo com que devo ser batizado, e como estou aflito até que termine!” (Lucas 12:50) Essa aflição virou “agonia” na sua última noite. Diz o relato: “Ficando em agonia, continuava a orar mais seriamente; e seu suor tornou-se como gotas de sangue caindo ao chão.” (Lucas 22:44) Jesus sabia que as perspectivas de vida eterna da humanidade dependiam de sua integridade até a morte. Que responsabilidade! (Mateus 20:18, 19, 28) Ele também sabia que seria executado como criminoso ‘amaldiçoado’ pelo próprio povo de Deus. Assim, ele temia que isso causasse vitupério contra seu Pai. — Gálatas 3:13; Salmo 40:6, 7; Atos 8:32.

Depois de ter sido traído, Jesus sofreu uma série de crueldades. Num julgamento simulado realizado bem depois da meia-noite, as principais autoridades do país o ridicularizaram, cuspiram nele e deram-lhe socos. Para dar ao julgamento da madrugada um ar de legitimidade, houve outro julgamento de manhã cedo. Nesse, Jesus foi interrogado por Pilatos; daí por Herodes, que, junto com seus soldados, zombou dele; e de novo por Pilatos. Por fim, Pilatos mandou açoitá-lo. E não eram chicotadas comuns. A revista JAMA, da Associação Médica Americana, disse a respeito da prática romana do açoite:

“O instrumento costumeiro era um chicote curto . . . com várias correias, simples ou trançadas, de diversos comprimentos, nas quais bolinhas de ferro ou afiadas lascas de osso de ovelha eram amarradas em intervalos. . . . À medida que os soldados romanos repetidamente açoitavam as costas da vítima com toda a força, as bolinhas de ferro causavam profundas contusões, e as correias e os ossos de ovelha cortavam os tecidos cutâneos e subcutâneos. Daí, ao passo que a fustigação prosseguia, as lacerações dilaceravam os músculos subjacentes do esqueleto e produziam tremulantes tirinhas de carne viva.”

Obviamente, a vitalidade de Jesus já estava comprometida bem antes de ele envergar-se sob o peso da estaca que carregava. De fato, a revista JAMA observou: “O abuso físico e mental infligido pelos judeus e pelos romanos, bem como a falta de alimentos, água e sono, também contribuíram para o enfraquecimento geral de sua condição. Assim, mesmo antes da crucificação em si, o estado físico de Jesus era no mínimo grave e, possivelmente, crítico.”

É importante a questão da aparência?

Do espúrio retrato escrito de Lêntulo às obras de famosos artistas e aos modernos vitrais, a cristandade parece apaixonada pelo que cativa os olhos. “O excepcional poder evocativo da imagem de Jesus Cristo deve ser preservado”, disse o arcebispo de Turim, guardião do polêmico Sudário de Turim.

No entanto, a Palavra de Deus omite deliberadamente tais detalhes ‘evocativos’ da aparência de Jesus. Por quê? Porque eles provavelmente distrairiam do que significa vida eterna — o conhecimento bíblico. (João 17:3) O próprio Jesus, que é nosso real exemplo, ‘não olha’, ou acha importante, “a aparência externa dos homens”. (Mateus 22:16; note Gálatas 2:6.) Destacar a aparência de Jesus, não havendo nenhuma menção dela nos Evangelhos inspirados, é ir de encontro ao próprio espírito desses Evangelhos. Na verdade, como veremos no próximo artigo, Jesus hoje nem mais se assemelha à forma humana.a

[Nota(s) de rodapé]

a No estudo da Bíblia, evidentemente não há nada de mal em usar gravuras que incluam Jesus. Estas muitas vezes aparecem nas publicações da Torre de Vigia. Mas com isso não se procura invocar o místico, enlevar o observador ou promover conceitos, símbolos ou veneração não-bíblicos.

[Fotos na página 7]

O frágil e pálido Cristo representado por artistas da cristandade em contraste com uma representação dele à base de relatos bíblicos

[Crédito]

Jesus pregando no mar da Galiléia, de Gustave Doré

    Publicações em Português (1950-2025)
    Sair
    Login
    • Português (Brasil)
    • Compartilhar
    • Preferências
    • Copyright © 2025 Watch Tower Bible and Tract Society of Pennsylvania
    • Termos de Uso
    • Política de Privacidade
    • Configurações de Privacidade
    • JW.ORG
    • Login
    Compartilhar