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  • O Monte Sinai: uma jóia no deserto
  • Despertai! — 1999
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Despertai! — 1999
g99 22/4 pp. 16-19

O Monte Sinai: uma jóia no deserto

NUNCA esquecerei a emoção que senti na primeira vez que vi o tradicional monte Sinai. Percorrendo a quente e poeirenta península do Sinai, no Egito, nosso táxi chegou de repente à extensa planície de er-Raha. A imponente face do monte Sinai se erguia abruptamente do solo. Parecia uma jóia no deserto. E pensar que essa pode ter sido a montanha onde Moisés recebeu a Lei de Deus!

Embora ainda não haja consenso sobre a localização exata do monte Sinai mencionado na Bíblia, peregrinos têm vindo aqui há séculos porque acreditam que essa é a famosa montanha. Já no terceiro século EC, chegaram ascetas que pretendiam isolar-se em contemplação religiosa. No sexto século, o imperador bizantino Justiniano I ordenou que se construísse ali um mosteiro fortificado para proteger os ascetas, bem como para assegurar a presença romana na região. Localizado perto do sopé do tradicional monte Sinai, é conhecido atualmente como Mosteiro de Santa Catarina. Que tal me acompanhar nesta excursão ao monte Sinai?

Exploração da montanha

Depois de cruzarmos o vale árido, nosso motorista de táxi beduíno deixa eu e meu companheiro de viagem um pouco abaixo do mosteiro. A paisagem emoldurada por penhascos com rochas lisas, e as árvores enfileiradas junto aos muros, bem como os jardins verdejantes do mosteiro, formam uma vista bem acolhedora. Mas seguimos adiante, porque nosso objetivo imediato é subir o pico sul e acampar ali esta noite. Esse pico, Gebel Musa (Montanha de Moisés), segundo a tradição é o monte Sinai.

Depois de uma caminhada de duas horas, chegamos à chamada bacia de Elias, um pequeno vale que divide a serra do monte Sinai, que tem uns três quilômetros de comprimento. Segundo a tradição, Elias ouviu a voz de Deus numa caverna próxima. (1 Reis 19:8-13) Paramos para descansar sob um cipreste de 500 anos. Aqui há também um poço antigo. Como é gostosa sua água cristalina e fresca, oferecida por um beduíno amigável!

Seguindo uma rota turística tradicional, nos esforçamos mais 20 minutos subindo os 750 degraus de pedra até o cume. Ali encontramos uma igrejinha. Os monges garantem que ela foi construída no local exato onde Moisés recebeu a Lei. Junto à igreja há uma fenda na rocha onde, segundo afirmam, Moisés se escondeu quando Deus passou por ele. (Êxodo 33:21-23) Mas a verdade é que ninguém sabe ao certo onde ficavam esses lugares. De qualquer modo, a vista do cume é espetacular. Observamos fileiras e mais fileiras de montanhas de granito avermelhado que se afastam da planície abaixo, onde há muitas rochas espalhadas. A sudoeste fica o Gebel Katherina, ou monte Catarina, com 2.637 metros, o ponto culminante da região.

A subida ao vizinho Ras Safsafa

No dia seguinte, temos a oportunidade de subir o Ras Safsafa, um pico situado no norte da mesma serra onde fica o Gebel Musa, que é um pouco mais alto. Ras Safsafa eleva-se abruptamente da planície de er-Raha, onde os israelitas talvez tenham acampado quando Moisés subiu para receber a Lei de Jeová.

Ao caminharmos em direção a Ras Safsafa por uma paisagem de picos menores e de vales, passamos por capelas, jardins e fontes abandonadas, vestígios dum tempo em que mais de cem monges e eremitas viviam aqui em cavernas e celas de pedra. Atualmente, só resta um monge.

Encontramos esse monge solitário num jardim rodeado por uma cerca alta de arame farpado. Ele nos deixa entrar e conta que trabalha nesse jardim há cinco anos, descendo para o mosteiro só uma vez por semana. Ele nos explica como chegar a Ras Safsafa e nós subimos o caminho sinuoso até, por fim, ficarmos acima dos picos vizinhos. Podemos ver a ampla planície de er-Raha abaixo. Especialmente aqui, nessa elevação, posso imaginar que foi para esse lugar que Moisés subiu do acampamento israelita a fim de ficar na presença de Deus. Mentalmente, vejo três milhões de israelitas reunidos “diante do monte” na planície espaçosa. Visualizo Moisés descendo por uma ravina adjacente, carregando nos braços as duas tábuas com os Dez Mandamentos. — Êxodo 19:2; 20:18; 32:15.

A subida árdua valeu a pena. Voltamos satisfeitos para a nossa tenda à medida que o sol se põe. À luz duma pequena fogueira, lemos os trechos de Êxodo que descrevem o que Moisés passou aqui, e depois vamos dormir. Amanhã, estaremos batendo à porta do Mosteiro de S. Catarina.

Dentro do mosteiro

S. Catarina é considerado um dos monumentos mais importantes da cristandade. Administrado por monges da Igreja Ortodoxa Grega, é famoso não só por sua localização, mas também pelos ícones e pela biblioteca. Durante a maior parte de sua história, S. Catarina estava tão isolado que a chegada de visitantes era um evento raro e bem-vindo. Os monges abraçavam seus hóspedes, davam-lhes beijos cordiais e até lavavam-lhes os pés. Os hóspedes podiam andar à vontade pelo grande complexo de edifícios por trás das muralhas do mosteiro, que têm 13 metros de altura. ‘Fique uma semana, um mês, ou quanto quiser’, era o convite educado dos monges. Hoje em dia, porém, abusa-se muito da hospitalidade da cerca de uma dúzia de monges que restam, pois uns 50.000 visitantes vêm ao mosteiro todo ano.

Devido a essa multidão, as visitas se limitam a três horas por dia, cinco dias por semana. Os turistas só podem visitar uma pequena parte do mosteiro: um pátio onde fica o Poço de Moisés (onde, segundo a lenda, Moisés encontrou sua futura esposa), a Igreja da Transfiguração (supostamente a mais antiga igreja ainda em atividade) e uma livraria. Visitam também a Capela do Arbusto Ardente, o exato lugar, segundo o que os monges dizem aos turistas, em que Moisés pela primeira vez testemunhou a presença de Deus. Visto que os monges consideram esse o lugar mais sagrado da Terra, pede-se aos visitantes que tirem seus sapatos, como Deus orientou Moisés a fazer. — Êxodo 3:5.

Ficamos desapontados de não poder dar uma olhada na famosa biblioteca do mosteiro, o que mais nos interessava aqui. Quando pedimos que abra uma exceção, o guia exclama: “Impossível! O mosteiro vai fechar em alguns minutos.” Pouco depois, porém, quando estamos afastados do grupo, o guia sussurra para nós: “Venham comigo!” Depois de passar por baixo de cordas, subir escadas e encontrar um monge francês, que pareceu surpreso de nos ver ali, chegamos a uma das mais antigas e famosas bibliotecas do mundo. Contém mais de 4.500 obras, em grego, árabe, siríaco e egípcio. Antigamente, abrigava também o inestimável Códice Sinaítico. — Veja o quadro na página 18.

Um final de visita sombrio

Nossa visita termina fora dos muros do mosteiro, na capela mortuária. Ali, os ossos de gerações de monges e eremitas estão empilhados, separados em montes de ossos de pernas, de braços, crânios, e assim por diante. Os crânios quase chegam ao teto. Por que acham necessário manter um lugar tétrico como esse? O cemitério dos monges é bem pequeno. De modo que, quando alguém morre, é costume retirar os ossos do túmulo mais antigo para reutilizar a sepultura. Todos os monges sabem que, um dia, seus ossos se juntarão aos de seus colegas na capela mortuária.

Nossa visita termina assim de uma forma um tanto sombria. Mas sem dúvida valeu o esforço. Gostamos das belas paisagens e do famoso mosteiro. Mas ao partirmos, o que mais nos impressiona é a idéia de que talvez tenhamos andado pelos mesmos caminhos percorridos por Moisés e pela nação de Israel, há 3.500 anos, no monte Sinai — uma jóia no deserto. — Contribuído.

[Quadro na página 18]

Uma descoberta importante

No século passado, o erudito bíblico alemão Constantino von Tischendorf descobriu no Mosteiro de S. Catarina um manuscrito grego da Bíblia, do quarto século, hoje chamado de Códice Sinaítico. Esse inclui a maior parte das Escrituras Hebraicas, na versão Septuaginta, em grego, e todas as Escrituras Gregas. O manuscrito é uma das mais antigas cópias completas das Escrituras Gregas que se conhece.

Tischendorf queria publicar o conteúdo dessa “gema incomparável”, como a chamou. Segundo seu relato, ele sugeriu aos monges que o manuscrito fosse dado ao czar russo, que, como guardião da Igreja Ortodoxa Russa, poderia usar sua influência a favor do mosteiro.

Pendurada na parede do mosteiro pode-se ver uma tradução em inglês da carta de Tischendorf, que prometia ‘devolver o manuscrito, intacto e em bom estado de conservação, à Santa Confraria do Monte Sinai assim que isso fosse solicitado’. Mas Tischendorf achava que os monges não discerniam a grande importância do manuscrito nem a necessidade de publicá-lo. Nunca o devolveu a S. Catarina. Embora com o tempo aceitassem os 7.000 rublos que o governo russo deu pelo manuscrito, até hoje os monges ficam muito desconfiados quando eruditos tentam revelar seus tesouros. O Códice Sinaítico acabou no Museu Britânico, onde pode ser visto hoje.

É interessante que, em 1975, foram descobertas, debaixo do muro norte de S. Catarina, 47 caixas com ícones e pergaminhos. Entre esses havia mais de uma dúzia de folhas perdidas do Códice Sinaítico. Até o presente, apenas um pequeno grupo de eruditos conseguiu ter acesso a elas.

[Mapas na página 17]

Monte Sinai

[Créditos]

Foto da NASA

Mountain High Maps® Copyright © 1997 Digital Wisdom, Inc.

[Foto nas páginas 16, 17]

Planície de er-Raha, e Ras Safsafa

[Crédito]

Pictorial Archive (Near Eastern History) Est.

[Fotos na página 18]

Gebel Musa e Mosteiro de S. Catarina

[Créditos]

Pictorial Archive (Near Eastern History) Est.

Foto tirada por cortesia do British Museum

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