Observando o Mundo
Expectativa de vida
A expectativa de vida do brasileiro aumentou para 67,8 anos. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informa que, em média, as mulheres vivem 71,1 anos e os homens, 64,1. Mas nas grandes cidades, como Rio de Janeiro e São Paulo, aumenta o número de mortes violentas. Segundo um estudo, “a mortalidade no Brasil que não é causada por doença ou outro fator natural representa 15,4% do total de óbitos”. O Estado de S. Paulo divulgou a seguinte declaração atribuída a Celso Simões, técnico do IBGE: “O impacto é direto, especialmente na população masculina, onde há muitos jovens sendo assassinados antes de atingirem a maioridade.”
Matança por redes de arrasto
“Todo ano, usam-se redes de arrasto numa parte do leito oceânico maior que o Canadá”, diz uma notícia no jornal The Globe and Mail. “Puxam-se pesadas redes de arrastão e redes varredouras pelo leito marinho, matando indiscriminadamente peixes e animais que vivem no fundo, que são importantes para as cadeias alimentares do oceano. Muitas espécies que não interessam aos pescadores também são capturadas e mortas.” Os pesquisadores calculam que, “para cada camarão capturado numa rede de arrasto, 10 ou mais pequenos rodovalhos ou filhotes de bacalhau são capturados nas redes e morrem”. Nos lugares em que se passa rede de arrasto, esponjas, mexilhões e crustáceos quase desaparecem do fundo do mar, diz a reportagem. O professor de oceanografia Les Watling, da Universidade do Maine, EUA, explica: “Não é preciso ser biólogo marinho para entender que esse método de pesca é terrível para os animais marinhos. Nada do que os humanos fazem ao mar tem mais impacto físico.” Comparando essa devastação ao desmatamento em terra, os biólogos querem que certas áreas sejam declaradas reservas marinhas.
Brinquedos com produtos químicos
“Um grupo de produtos químicos normalmente usados para amaciar brinquedos infantis é 20 vezes mais perigoso do que se pensava”, diz o jornal The Independent, de Londres. Pesquisas na Holanda indicam que os ftalatos — amaciantes de plásticos rígidos, como o cloreto de polivinila (PVC) — são encontrados em mordedores e outros brinquedos que os bebês mastigam e que esses produtos químicos são facilmente liberados na saliva. Testes revelaram que altas doses de dois ftalatos comuns “podem causar câncer do fígado e dos rins, e atrofiar os testículos”. Criancinhas correm mais risco devido ao seu “baixo peso, sistemas em desenvolvimento e exposição potencialmente maior, que as tornam relativamente mais sensíveis a produtos químicos”, diz o artigo. O professor James Bridges, cientista britânico que estudou o assunto a pedido da Comissão Européia, expressou preocupação, em especial com “crianças que ficam em instituições, como creches ou hospitais mal administrados, visto que elas tendem a mastigar os brinquedos, pois não têm mais nada para fazer”. Seis países já proibiram os produtos químicos em brinquedos e outros quatro preparam-se para fazer isso.
Paróquias sem padre
Muitas paróquias católicas na Itália — 3.800, para sermos exatos — não têm um sacerdote residente, menciona uma pesquisa realizada pelo Centro de Orientação Pastoral da Igreja. E isso não acontece só com as paróquias em zonas rurais ou isoladas. Segundo o jornal La Repubblica, “muitas vezes até centros urbanos de médio porte (com um a três mil habitantes) não têm um ‘pároco residente’”. Para disfarçar essa escassez, grupos de paróquias muitas vezes são designados a um único pároco ou a um grupo deles. “Mas desse modo”, explica o jornal, “perde-se o contato direto e diário do padre com seus paroquianos e . . . os párocos são obrigados a correr apressadamente de um lugar para outro”. Enfrenta-se a escassez de padres de várias maneiras. Cidades grandes, como Roma, recrutaram sacerdotes estrangeiros. Pelo menos duas paróquias italianas são agora cuidadas por leigos, que não podem celebrar a missa e têm de limitar-se a dar a comunhão e fazer batizados em caso de emergência.
Mais falências
“Os Estados Unidos passam por uma epidemia de falências”, diz o senador americano Charles Grassley. Desde que as leis americanas de falência foram promulgadas há um século, cerca de 20 milhões de americanos pediram falência pessoal — mais da metade desse número fez isso desde 1985. Em meados de 1998, os pedidos de falência haviam atingido o recorde de 1,42 milhão, nos 12 meses anteriores. Por que esses números crescentes? Segundo o presidente do Federal Reserve (Banco Central) dos EUA, Alan Greenspan, o aumento drástico no número de falências pode ser parcialmente atribuído à mudança de atitude para com “o estigma associado à falência”. Outro fator, segundo se diz, “é o surgimento de uma cultura voltada para o crédito, na qual os consumidores se acostumaram a ter cada vez mais dívidas”, diz The Wall Street Journal.
Roupa sem cheiro?
“Já há dois anos, os profissionais da indústria têxtil percebem a importância dos tecidos bioativos, às vezes chamados de antibacterianos . . . ou antiodor”, diz o jornal francês Le Monde. O mercado para tecidos antibacterianos está crescendo. Embora sejam usados principalmente em roupas de cama, agora meias e roupas íntimas também são feitas com esses tecidos. Contudo, nem todos estão muito entusiasmados com a idéia de usar tecidos que contêm fenóis e metais pesados que afetam as bactérias, visto que muitas delas são benéficas para o homem. “Para a pele realizar bem o seu trabalho, precisa de todos os seus hóspedes naturais”, diz Le Monde. “Os fabricantes de tecidos antibacterianos precisam resolver um verdadeiro paradoxo”: como limitar o crescimento de bactérias prejudiciais sem matar as que são necessárias para combater infecções.
Mais problemas com a água
“Além de estar cheia de pesticidas, parece que a nossa água potável também está contaminada com medicamentos”, diz a revista New Scientist. Eles vêm de várias fontes. Remédios indesejados às vezes são jogados no vaso sanitário. Além disso, medicamentos são expelidos na urina. “De 30% a 90% de cada dose da maioria dos antibióticos para humanos e animais são excretados na urina”, diz Bent Halling-Sorensen, da Real Escola Dinamarquesa de Farmacologia. Os agricultores rotineiramente usam urina e excrementos animais nos campos. Quando os medicamentos atingem o meio ambiente, talvez estejam com sua composição original ou, depois de terem sido modificados pelo corpo humano, podem estar numa forma mais reagente, tóxica e muitas vezes mais solúvel em água. “Os remédios são um dos poucos grupos de produtos químicos na água que não monitoramos”, diz Steve Killeen, da Agência Ambiental britânica.
Cresce a população carcerária nos Estados Unidos
“Nenhum país democrático teve um número de presidiários comparável ao dos Estados Unidos atualmente, que tem mais presos do que a maioria dos governos totalitários jamais teve”, diz a revista The Economist. “No ano passado, um em cada 150 residentes [dos Estados Unidos] (incluindo as crianças) estava atrás das grades.” Naquele país, há 20 vezes mais presos do que no Japão, 6 vezes mais do que no Canadá e de 5 a 10 vezes mais do que em países da Europa Ocidental. O número de presidiários nos Estados Unidos quadruplicou desde 1980. Mais de 400.000 dos atualmente presos são culpados de crimes relacionados a drogas, mas o número de usuários de drogas permanece inalterado desde 1988. The Economist pergunta: “Quer a prisão funcione como meio de coibir o crime, quer não, até que ponto os Estados Unidos conseguirão manter esse índice de encarceramentos?”
Apostas no Armagedom
Toda semana, dezenas de pessoas na Grã-Bretanha “fazem apostas no Armagedom”, diz o jornal The Guardian. Uma pesquisa entre 1.001 adultos revelou que 33% deles acham que o mundo acabará numa guerra mundial e 26% apostam no aquecimento global. Outros especulam que a colisão de um asteróide será a causa do fim do mundo. De fato, 59% dos entrevistados “acham mais provável presenciar o fim do mundo do que ganhar na loteria”, diz The Guardian. Por que essas especulações sobre o Armagedom? As pessoas “provavelmente se inspiram no Milênio e na aura de fatalidade que o envolve”, comenta o jornal.