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  • HADES É O MESMO QUE SEOL
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É Esta Vida Tudo o Que Há?
ts cap. 11 pp. 88-97

Capítulo 11

É quente o inferno?

NÃO é verdade que muitas traduções da Bíblia mencionam um lugar chamado “inferno”? Sim, muitas traduções das Escrituras Sagradas usam esta expressão. Mas a questão é se as coisas que os clérigos ensinaram sobre o lugar chamado “inferno” procedem da Bíblia Sagrada ou de outra fonte.

Sabia que não só os membros das igrejas da cristandade, mas também muitos não-cristãos foram ensinados a crer num inferno de tormento? É revelador ler numa variedade de fontes o que se diz sobre os tormentos dos restritos ao inferno.

Um “livro sagrado” não-cristão, do sétimo século E. C., diz o seguinte:

“Inferno! — queimarão nele, — um leito mau (deveras, para se deitar nele)! — Sim, é tal! — Daí o provarão, — um líquido ardente, e um líquido escuro, turvo, intensamente frio! . . . (Eles estarão) no meio duma ardente Chama de Fogo e em água Fervente, e em sombras de Fumaça Negra: Nada (haverá ali) para refrescar, nem para agradar.”

O budismo, que teve seu início por volta do sexto século A. E. C., fornece a seguinte descrição de um dos “infernos”, sobre o qual ensina:

“Não há ali nenhum intervalo de cessação, quer das chamas, quer da dor dos seres.”

Um Catecismo de Doutrina Cristã, católico romano (publicado em inglês em 1949), declara:

“São privados da visão de Deus e sofrem tormentos medonhos, especialmente o do fogo, por toda a eternidade. . . . A privação da visão beatifica é chamada pena do dano; o tormento infligido à alma por meios criados, e ao corpo, depois de sua ressurreição, é chamado de pena dos sentidos.”

Também entre os clérigos protestantes, em alguns lugares, há os que pintam um quadro verbal vívido dos horrores do inferno. Até mesmo os membros de suas igrejas afirmam às vezes ter tido visões de seus tormentos. Certo homem descreveu sua visão como segue: ‘Até onde meus olhos podiam alcançar, havia apenas fogo ardente e seres humanos para ver. Que dor e sofrimento! Alguns gritavam, outros lamuriavam e rogavam água, água! Alguns arrancavam os cabelos, outros rangiam os dentes; ainda outros se mordiam nos braços e nas mãos.’

Muitas vezes faz-se a afirmação de que a ameaça das punições do inferno é uma poderosa força para induzir as pessoas a fazer o que é direito. Mas é isso corroborado pelos fatos da história, Não foram algumas das maiores crueldades perpetradas por aqueles que criam na doutrina do inferno de fogo? Não são as horríveis inquisições e as cruzadas sangrentas da cristandade exemplos disso?

Por isso, não deve surpreender que um número crescente de pessoas realmente não creia na existência dum inferno de tormento, nem considere suas punições como impedimento para a prática do mal. Embora realmente não tenham refutado este ensino, simplesmente não estão inclinadas a crer no que não lhes parece razoável e veraz. No entanto, podem ser membros duma igreja que ensina esta doutrina, e, por apoiá-la, compartilham da responsabilidade pela propagação do ensino do inferno de fogo.

Mas o que é que a Bíblia diz sobre o tormento após a morte? Se já tiver lido os capítulos precedentes deste livro, sabe que muitas das crenças comuns a respeito dos mortos são falsas. Sabe, segundo a Bíblia, que nenhuma alma nem espírito se separa do corpo por ocasião da morte, nem continua uma existência consciente. Por isso, não há base bíblica para a trina do tormento eterno após a morte, porque não sobrevive nada que possa ser sujeito a tormento literal. Então qual é o lugar que diversas traduções bíblicas chamam de “inferno”?

IDENTIFICADO O “SEOL”

Na versão católica Matos Soares (bem como na católica inglesa Douay), a primeira menção do “inferno” é encontrada em Gênesis 37:35, onde se cita o patriarca Jacó como dizendo a respeito de José, que acreditava estar morto: “Chorando, descerei para meu filho ao inferno.” E evidente que Jacó não expressava a idéia de se juntar ao seu filho num lugar de tormento. Até mesmo a nota ao pé da página, sobre este versículo, na versão Douay (publicada pela Douay Bible House, Nova Iorque, 1941; veja a nota na versão Matos Soares), não dá tal interpretação ao texto. Ela diz:

“Ao inferno. Quer dizer, ao limbo, o lugar onde as almas dos justos eram recebidas antes da morte de nosso Redentor . . . [Isto] certamente se refere ao lugar de descanso onde ele cria que estivesse a alma dele.”

No entanto, em nenhuma parte menciona a própria Bíblia um lugar tal como o “limbo”. Nem apóia a idéia dum lugar de descanso especial para a alma como algo nitidamente separado do corpo. Conforme se reconhece no glossário duma moderna tradução católica, A Nova Bíblia Americana (publicada em inglês por P. J. Kenedy & Sons, Nova Iorque, 1970): “Não há oposição ou diferença entre alma e corpo; são apenas modos diferentes de descrever a única realidade concreta.”

Então, o que é o “inferno” ao qual Jacó pensava ir para se juntar ao seu filho? A resposta correta a esta pergunta está em se obter o sentido correto da palavra na língua original para “inferno”, a saber, sheóhl, que é transliterada “Seol”. Este termo, também traduzido “sepultura”, “cova”, “habitação dos mortos” e “mundo invisível”, aparece sessenta e seis vezes.a (na Tradução do Novo Mundo) nos trinta e nove livros das Escrituras Hebraicas (comumente chamadas “Antigo Testamento”), mas nunca é associado com vida, atividade ou tormento. Ao contrário, amiúde é relacionado com morte e inatividade. Aqui estão alguns exemplos disso:

“Porque na morte não há menção de ti [Jeová]; no Seol [sepulcro, Almeida, inferno, Douay, em inglês], quem te elogiará?” — Salmo 6:5 (6:6, Douay).

“Tudo o que a tua mão achar para fazer, faze-o com o próprio poder que tens, pois não há trabalho, nem planejamento, nem conhecimento, nem sabedoria no Seol [sepultura, Almeida, rev. e corr.; inferno, Douay], o lugar para onde vais.” — Eclesiastes 9:10.

“Pois não é o Seol [sepultura, Almeida; inferno Douay] que te pode elogiar [Jeová]; a própria morte não te pode louvar. Os que descem ao fogo não podem olhar esperançosamente para a tua veracidade. O vivente, o vivente, é ele quem te pode elogiar, assim como eu posso neste dia.” — Isaías 38:18, 19.

Portanto, Seol é obviamente o lugar para onde vão os mortos. Não é um sepulcro individual, mas a sepultura comum da humanidade morta, em geral, onde cessa toda atividade consciente. Este significado bíblico de Seol é também reconhecido pela Nova Enciclopédia Católica, que diz:

“Na Bíblia, designa o lugar de completa inércia ao qual se desce quando se morre, quer alguém seja justo, quer iníquo, rico ou pobre.” — Vol. 13, p. 170, em inglês.

Que não existiu nenhum lugar de tormento ardente durante todo o período das Escrituras Hebraicas é também confirmado por nunca se apresentar o tormento como penalidade pela desobediência. A escolha apresentada à nação de Israel não era entre a vida e o tormento, mas entre a vida e a morte. Moisés disse à nação: “Pus diante de ti a vida e a morte, a bênção e a invocação do mal; e tens de escolher a vida para ficar vivo, tu e tua descendência, amando a Jeová, teu Deus, escutando a sua voz e apegando-te a ele.” — Deu. 30:10, 20.

De modo similar, as posteriores exortações de Deus aos israelitas infiéis, para que se arrependessem, serviu para estimulá-los a evitar sofrer, não o tormento, mas a morte prematura. Jeová declarou por meio de seu profeta Ezequiel: “Não me agrado na morte do iníquo, mas em que o iníquo recue do seu caminho e realmente continue vivendo. Recuai, recuai dos vossos maus caminhos, pois, por que devíeis morrer, o casa de Israel?” — Ezequiel 33:11.

HADES É O MESMO QUE SEOL

Alguém poderá perguntar, porém: Não mudou a situação com a vinda de Jesus Cristo a esta terra? Não, Deus não muda de personalidade, nem suas normas justas. Ele declarou por meio de seu profeta Malaquias: “Eu sou Jeová; não mudei.” (Malaquias 3:6) Jeová não mudou a penalidade pela desobediência. Ele é paciente com as pessoas, para que estas possam escapar, não do tormento, mas da destruição. Conforme o apóstolo Pedro escreveu a concrentes: “Jeová não é vagaroso com respeito à sua promessa, conforme alguns consideram a vagarosidade, mas ele é paciente convosco, porque não deseja que alguém seja destruído, mas deseja que todos alcancem o arrependimento.” — 2 Pedro 3:9.

Corroborando que a morte continua a ser a penalidade pela desobediência, o lugar ao qual as Escrituras Gregas Cristãs (comumente chamadas “Novo Testamento”) descrevem os mortos como indo não difere do Seol das Escrituras Hebraicas. (Romanos 6:23) Isto se evidencia na comparação das Escrituras Hebraicas com as Escrituras Gregas Cristãs. A palavra grega haídes, que é transliterada “Hades”, nas suas dez ocorrências, transmite basicamente o mesmo sentido que a palavra hebraica sheóhl. (Mateus 11:23; 16:18; Lucas 10:15; 16:23;b Atos 2:27, 31; Revelação ou Apocalipse 1:18; 6:8; 20:13, 14 [Se a tradução que usar não rezar “inferno” ou “Hades” em todos estes textos, notará, não obstante, que os termos usados em vez disso não indicam nenhum lugar de tormento.]) Considere os seguintes exemplos:

No Salmo 16:10 (15:10, na versão Matos Soares, ed. 1934) lemos: “Porque [tu, Jeová] não deixarás a minha alma no Seol [inferno]. Não permitirás que aquele que te é leal veja a cova.” Num discurso proferido pelo apóstolo Pedro, mostrou-se que este salmo tinha uma aplicação profética. Pedro disse: “Visto que [Davi] era profeta e sabia que Deus lhe havia jurado com juramento que faria sentar um dos frutos dos seus lombos sobre o seu trono, previu e falou a respeito da ressurreição do Cristo, que ele nem foi abandonado no Hades [inferno, Figueiredo, versão católica], nem viu a sua carne a corrução.” (Atos 2:30, 31) Note que se usou a palavra grega haídes para a palavra hebraica sheóhl. Vê-se assim que Seol e Hades são termos correspondentes.

O glossário da Nouvelle Version da Sociedade Bíblica Francesa observa sob a expressão “Habitação dos mortos”:

“Esta expressão traduz a palavra grega Hades, que corresponde à hebraica Seol. É o lugar onde os mortos se encontram entre [o tempo de] seu falecimento e sua ressurreição (Lucas 16:23; Atos 2:27, 31; Rev. 20:13, 14). Certas traduções verteram esta palavra erroneamente por inferno.”

A ORIGEM DO ENSINO DO INFERNO DE FOGO

É evidente que as referências ao Seol e Hades, nas Escrituras, não apóiam a doutrina dum inferno ardente. Admitindo que não é cristã e que até mesmo contradiz o espírito do cristianismo, o periódico católico Commonweal (15 de janeiro de 1971) observou:

“Para muitos, inclusive alguns filósofos, o inferno responde à necessidade da imaginação humana — uma espécie de Papai Noel ao revés. . . . Quem, entre os justos, não gosta de ver os injustos ser punidos com certa eqüidade? E se não for nesta vida, por que não na próxima? Tal conceito, porém, não é compatível com o Novo Testamento, que convida o homem à vida e ao amor.”

Esta revista prossegue então a mostrar a provável origem desta doutrina, dizendo:

“Outro elemento que pode ter contribuído ao conceito tradicional, cristão, do inferno pode ser encontrado no mundo romano. Assim como a imortalidade intrínseca era premissa em grande parte da filosofia grega, a justiça era uma virtude primaria entre os romanos, especialmente quando o cristianismo começou a prosperar. . . . O casamento destas duas mentalidades — a filosófica grega e a jurídica romana — pode muito bem ter produzido a simetria teológica de céu e inferno: se a alma boa é recompensada, então a alma má é punida. Para confirmar a sua crença na justiça para os injustos os romanos só precisavam apanhar a Eneida de Virgílio e ler sobre os benditos no Elísio e os malditos no Tártaro, que estava cercado por fogo e transbordava com o pânico da punição.”

Reconhece-se assim que o ensino dum inferno ardente é uma crença compartilhada por pessoas alheadas de Deus. Pode ser corretamente classificado como ‘ensino dos demônios’. (1 Timóteo 4:1) Isto se dá porque tem a sua origem na falsidade de que o homem na realidade não morre, e retrata a disposição mórbida, depravada e cruel dos demônios. (Veja Marcos 5:2-13.) Não encheu esta doutrina desnecessariamente as pessoas de pavor e horror? Não deturpou crassamente a Deus? Jeová se revela na sua Palavra como Deus de amor. (1 João 4:8) Mas o ensino dum inferno ardente o calunia, acusando-o falsamente das piores crueldades imagináveis.

Portanto, os que ensinam a doutrina dum inferno de fogo dizem coisas blasfemas contra Deus. Embora alguns clérigos talvez não estejam familiarizados com a evidência bíblica, deviam estar. Apresentam-se como proferindo a mensagem de Deus e por isso têm a obrigação de saber o que a Bíblia diz. Certamente, sabem muito bem que aquilo que fazem e dizem pode afetar profundamente a vida dos que recorrem a eles em busca de instrução. Isto deve fazer com que tenham o cuidado de se certificar de seu ensino. Qualquer difamação de Deus pode desviar as pessoas da adoração verdadeira, para o prejuízo delas.

Não pode haver dúvida de que Jeová Deus não encara com aprovação os instrutores falsos. Ele proferiu a seguinte sentença contra os líderes religiosos, infiéis, do antigo Israel: “Eu, da minha parte, certamente farei que sejais desprezados e rebaixados para todo o povo, porquanto não guardastes meus caminhos.” (Malaquias 2:9) Podemos ter a certeza de que se proferirá uma sentença similar contra os falsos instrutores religiosos dos nossos tempos. A Bíblia indica que eles, em breve, serão despojados de sua posição e influência, pelos elementos políticos do mundo. (Revelação 17:15-18) Quanto aos que continuam a apoiar os sistemas religiosos que ensinam mentiras, não terão sorte melhor. Jesus Cristo disse: “Se . . . um cego guiar outro cego, ambos cairão numa cova.” — Mateus 15:14.

Sendo assim, gostaria de continuar a apoiar qualquer sistema religioso que ensina o inferno ardente? Como se sentiria se o seu pai fosse caluniado maldosamente? Continuaria a aceitar os caluniadores como seus amigos? Não cortaria antes todo o contato com eles? Não deveríamos querer igualmente romper todas as associações com os que caluniaram nosso Pai celestial?

O medo do tormento não é a motivação correta para se servir a Deus. Ele deseja que nossa adoração seja motivada pelo amor. Isto deve agradar ao nosso coração. Reconhecermos que os mortos não estão num lugar cheio de gritos angustiosos, em fogos chamejantes, mas, antes, estão inconscientes na sepultura comum, silenciosa e sem vida, da humanidade morta, pode remover a barreira para expressarmos tal amor a Deus.

[Nota(s) de rodapé]

a Gênesis 37:35; 42:38; 44:29, 31; Números 16:30, 33; Deuteronômio 32:22; 1 Samuel 2:6; 2 Samuel 22:6; 1 Reis 2:6, 9; Jó 7:9; 11:8; 14:13; 17:13, 16; 21:13; 24:19; 26:6; Salmos 6:5; 9:17; 16:10; 18:5; 30:3; 31:17; 49:14, 15; 55:15; 86:13; 88:3; 89:48; 116:3; 139:8; 141:7; Provérbios 1:12; 5:5; 7:27; 9:18; 15:11, 24; 23:14; 27:20; 30:16; Eclesiastes 9:10; Cântico de Salomão 8:6; Isaías 5:14; 7:11; 14:9, 11, 15; 28:15, 18; 38:10, 18; 57:9; Ezequiel 31:15-17; 32:21, 27; Oséias 13:14; Amós 9:2; Jonas 2:2; Habacuque 2:5.

b Lucas 16:23 é considerado em pormenores no capítulo seguinte.

[Foto na página 90]

Cenas de reproduções budistas do inferno.

[Foto na página 91]

Cenas do “Inferno” do católico Dante.

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