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A Bíblia — inspirada por Deus?

1, 2. Por que muitos respeitam a Bíblia, e que afirmação fazem seus escritores?

A Nova Enciclopédia Britânica (em inglês) classifica a Bíblia de “provavelmente a coleção mais influente de livros na história humana”. Muitos têm elevado respeito pela Bíblia por causa de sua antiguidade — partes dela foram escritas há 3.500 anos. Todavia, seus conselhos práticos e atualizados são um dos motivos pelos quais mais de três bilhões de exemplares foram distribuídos e traduzidos, total ou parcialmente, em quase dois mil idiomas, tornando-a o livro mais distribuído de todos os tempos no mundo.

2 À parte desses fatores, todos os quais inspiram respeito pela Bíblia, há ainda outro aspecto que a tornou tão influente e atraente no decorrer dos séculos — sua afirmação de ser a inspirada revelação do Deus Todo-Poderoso. Moisés, que compilou a Tora (os primeiros cinco livros da Bíblia) “assentou por escrito” tudo o que Deus lhe disse, que incluía o relato da criação, o registro do Dilúvio nos dias de Noé, e a história de Abraão e dos próprios tratos de Moisés com Deus. (Êxodo 24:3, 4) O Rei Davi disse: “O espírito do SENHOR falou por meu intermédio, Sua mensagem está na minha língua.” (2 Samuel 23:2) Outros escritores da Bíblia fizeram afirmações similares de orientação divina. Todos esses escritos juntos formam a explicação do próprio Deus sobre a História — seu verdadeiro significado, interpretação e resultado final. Os diversos escritores das Escrituras — reis, trabalhadores contratados, sacerdotes e outros — atuaram como secretários ao registrarem os pensamentos de Deus, o Autor da Bíblia e Aquele que garante suas promessas.

3. O que mostra que a crença em Deus e a crença na ciência não são incompatíveis?

3 Visto que a Bíblia afirma ser de autoria divina, a primeira dúvida de muitos talvez se relacione com a própria existência do seu Autor. Muitos rejeitam completamente a existência de Deus. Outros, com a impressão de que toda pessoa inteligente rejeita a idéia sobre Deus e a crença na Bíblia, perguntam: “Por que os cientistas não crêem em Deus?” É tal impressão realmente verdadeira? Um artigo na revista New Scientist afirmou que o “conceito comum de que os cientistas são descrentes . . . é um conceito totalmente errado”.2 O mesmo artigo relata que pesquisas aleatórias feitas em universidades, estabelecimentos de pesquisas e laboratórios industriais indicam que “tantos quantos oito cientistas em cada 10 têm uma crença religiosa ou aceitam princípios ‘não-científicos’”. Portanto, não se pode dizer com exatidão que a fé é incompatível com a ciência ou com os cientistas. (Veja o quadro “Evolução — Um Fato?”)

EVOLUÇÃO — UM FATO?

O RELATO de Gênesis sobre a criação declara que todas as coisas vivas foram criadas ‘segundo as suas espécies’, ou grupos básicos. (Gênesis 1:12, 24, 25) Ao promoverem sua teoria, muitos evolucionistas têm zombado do relato bíblico. Mas existe prova de que alguma vez surgiu uma nova espécie em decorrência de cruzamentos de espécies ou de mutações?e Desde os mais antigos registros até hoje, os cães ainda são cães, e os gatos continuam sendo gatos. Até mesmo baratas, encontradas entre os mais antigos fósseis de insetos, são praticamente idênticas às da atualidade.

Deveras, que evidência produziu a comunidade científica durante bem mais de cem anos de intensivas investigações desde A Origem das Espécies, de Darwin?f A que conclusões chegaram alguns especialistas?

O REGISTRO FÓSSIL: A evidência fóssil é chamada por alguns de ‘a derradeira corte de apelação’ por ser a única história autêntica da vida disponível à ciência. O que indica ela?

John Moore, professor de ciências naturais, relatou os resultados de um extensivo estudo realizado pela Sociedade de Geologia de Londres e pela Associação de Paleontologia da Inglaterra. “Cerca de 120 cientistas, todos especialistas, prepararam 30 capítulos de monumental obra de mais de 800 páginas, para apresentar o registro fóssil das plantas e dos animais . . . Cada forma ou espécie principal de vegetal e animal é mostrada como tendo uma história separada e distinta de todas as demais formas ou espécies! Grupos, tanto de plantas como de animais, aparecem de súbito no registro fóssil. . . . Não há um vestígio sequer de um ancestral comum, muito menos de um elo com qualquer réptil, o suposto progenitor.” — Should Evolution Be Taught? (Deveria Ser Ensinada a Evolução?), 1970, páginas 9, 14.

PODERIAM MUTAÇÕES TER CAUSADO A EVOLUÇÃO? Devido à natureza prejudicial das mutações, The Encyclopedia Americana admitiu: “Parece difícil conciliar o fato de que a maioria das mutações são prejudiciais ao organismo com o conceito de que as mutações são a fonte de matérias-primas para a evolução. Deveras, os mutantes ilustrados nos compêndios de biologia são uma coleção de aleijões e monstruosidades, e a mutação parece ser um processo destrutivo em vez de construtivo.” — 1977, Volume 10, página 742.

QUE DIZER DOS HOMENS-MACACOS? A revista Science Digest declarou: “O fato notável é que toda a evidência física que temos a favor da evolução humana ainda pode ser colocada, com espaço de sobra, dentro de um único caixão de defunto! . . . Os símios modernos, por exemplo, parecem ter surgido do nada. Não dispõem de passado, de nenhum fóssil. E a verdadeira origem dos humanos modernos — de seres eretos, nus, fabricantes de ferramentas, de cérebro grande — é, se havemos de ser honestos com nós mesmos, um assunto igualmente misterioso.” — Maio de 1982, página 44.

UMA TEORIA EM CRISE: Note os seguintes comentários de Michael Denton, biólogo molecular, conforme citados de seu livro Evolution: A Theory in Crisis (Evolução: Uma Teoria em Crise):

“Não pode haver dúvida de que Darwin não tinha nem de longe evidências suficientes para comprovar sua teoria da evolução. . . . Sua teoria geral, de que toda a vida na Terra se originou e evoluiu através de gradual acúmulo sucessivo de mutações fortuitas, ainda é, como nos dias de Darwin, uma hipótese altamente especulativa, inteiramente desprovida de apoio fatual direto e bem distante desse manifesto axioma que alguns de seus defensores mais impetuosos gostariam de fazer-nos crer. . . . Seria de esperar que uma teoria de importância tão fundamental, uma teoria que literalmente mudou o mundo, fosse mais do que metafísica, algo mais do que um mito.” — Edição de 1986, páginas 69, 77, 358.

e  Deve-se fazer uma distinção entre o que tem sido chamado de “microevolução”, ou desenvolvimentos progressivos, adaptações e alterações dentro da espécie, e a “macroevolução”, que ensina que uma espécie evolui em outra. Os que ensinam a evolução geralmente se referem a este último conceito.

f  Para uma consideração detalhada, veja A origem da vida — Cinco perguntas que merecem resposta.

Existem Provas de que Foi Inspirada?

4. Que verdades científicas foram citadas na Bíblia há milhares de anos?

4 Quando se chega à conclusão de que há evidências convincentes da existência dum Criador, permanece ainda a dúvida de se ele inspirou homens para registrarem na Bíblia Seus pensamentos e propósitos. Há muitas razões para podermos ter certeza disso, uma das quais é sua exatidão científica. (“‘No Princípio Deus Criou . . .”) Por exemplo, mais de 3.000 anos atrás, Jó disse que Deus “suspende a Terra sobre nada”. (Jó 26:7, JP) Cerca de 2.700 anos atrás, o profeta Isaías declarou que Deus “está sentado acima do círculo da Terra”. (Isaías 40:22, JP) Ora, como podiam Jó e Isaías saber dessas verdades científicas básicas de que a Terra está suspensa no espaço e tem formato esférico? Sabe-se muito bem disso hoje, mas tais declarações foram feitas num tempo em que tais noções não eram conhecidas. Não seria a revelação divina a explicação mais razoável?

“NO PRINCÍPIO DEUS CRIOU” . . .

. . . “O CÉU E A TERRA”. (Gênesis 1:1, JP) — A maioria dos cientistas hoje em dia concorda que o Universo teve um princípio. O astrônomo Robert Jastrow escreveu: “Agora vemos como a evidência astronômica leva a um conceito bíblico sobre a origem do mundo. Os pormenores diferem, mas os elementos essenciais no relato astronômico e nos relatos bíblicos de Gênesis são os mesmos: a cadeia de eventos que conduz ao homem começou súbita e distintamente num momento definido do tempo, num clarão de luz e energia.” — God and the Astronomers (Deus e os Astrônomos), 1978, página 14.

. . . “AS CRIATURAS VIVENTES”. (Gênesis 1:20) — O físico H. S. Lipson, dando-se conta das probabilidades contrárias à origem espontânea da vida, disse: “A única explicação aceitável é a criação. Sei que isto é anátema para os físicos, como deveras é para mim, mas não devemos rejeitar uma teoria da qual não gostamos, se a evidência experimental a apóia.” — Physics Bulletin (Boletim de Física), Volume 31, 1980, página 138.

Ainda que as probabilidades sejam contrárias a ela, será que a geração espontânea não poderia ter ocorrido mesmo assim? O físico e astrônomo Fred Hoyle diz: “Não existe a menor prova objetiva que apóie a hipótese de que a vida teve início num caldo orgânico aqui na Terra.” Ele declara também: “À medida que os bioquímicos descobrem cada vez mais sobre a assombrosa complexidade da vida, fica óbvio que as possibilidades de ela se ter originado por acidente são tão insignificantes que podem ser completamente eliminadas. A vida não pode ter surgido por acaso.” Hoyle acrescenta: “Os biólogos se entregam a fantasias sem fundamento para negarem o que é tão patentemente óbvio, que as 200.000 cadeias de aminoácidos, e, portanto, a vida, não surgiram por acaso.” Com efeito, ele pergunta: ‘Como é que a simples combinação acidental de substâncias químicas num limo orgânico poderia produzir as 2.000 enzimas essenciais à vida?’ Ele afirma que as probabilidades são de uma em 1040.000, ou “praticamente o mesmo que a possibilidade de se tirar seis, 50.000 vezes em seguida, com um dado não viciado!” (The Intelligent Universe [O Universo Inteligente], F. Hoyle, 1983, páginas 11-12, 17, 23) Ele acrescenta: “Se a pessoa não for preconceituosa, seja por crenças sociais, seja por determinada formação científica, a ter convicção de que a vida se originou [espontaneamente] na Terra, este simples cálculo torna improcedente toda esta idéia.” — Evolution From Space (Evolução Proveniente do Espaço), Fred Hoyle e Chandra Wickramasinghe, 1981, página 24.

5, 6. Que cumprimentos de profecias evidenciam que os escritores da Bíblia foram inspirados por Deus?

5 As profecias, realmente história escrita antes de ocorrer, talvez sejam a principal particularidade da Bíblia que comprova sua afirmação de ser divinamente inspirada. Por exemplo, o profeta Isaías predisse não só que Jerusalém seria destruída por Babilônia, e que a inteira nação judaica seria levada cativa, mas também que no devido tempo Ciro, um general persa, conquistaria Babilônia e libertaria os judeus do cativeiro. (Isaías 13:17-19; 44:27-45:1) Pode imaginar algum meio, além da inspiração divina, pelo qual Isaías poderia ter conseguido predizer com 200 anos de antecedência o nascimento de Ciro, seu nome e precisamente o que ele faria? (Veja o quadro “Deus — ‘O Revelador de Mistérios’ Por Meio de Profecias.”)

DEUS — ‘O REVELADOR DE MISTÉRIOS’ POR MEIO DE PROFECIAS

FALANDO a um antigo rei, o profeta Daniel disse: “O mistério sobre o qual o rei indagou — sábios, exorcistas, magos e adivinhos são incapazes de dizer ao rei. Mas há um Deus no céu que revela mistérios.” (Daniel 2:27, 28) Há evidência de que Deus é realmente um Revelador de mistérios por meio de profecias? Seguem-se alguns exemplos.

A queda de Babilônia: “Assim disse o SENHOR a Ciro, Seu ungido — cuja mão direita Ele pegou, esmagando nações diante dele, descingindo os lombos de reis, abrindo portas diante dele e não deixando nenhum portão permanecer fechado.” — Isaías 45:1, profetizado em c. 732 AEC. Veja também Jeremias 50:35-38; 51:30-32, profetizado a. 625 AEC.

Cumprimento — 539 AEC: Os historiadores Heródoto e Xenofontes relatam que Ciro, o Persa, desviou as águas do Eufrates, que passavam pelo meio de Babilônia, e enviou suas forças pelo leito do rio, apanhando os guardas babilônios de surpresa e tomando a cidade numa só noite. Mesmo com essa estratégia, Ciro não teria conseguido entrar na cidade se os portões às margens do Eufrates, que conduziam ao interior da cidade, não tivessem sido negligentemente deixados abertos. Os ‘portões não permaneceram fechados’, assim como predito na profecia.

A sina de Tiro: “Assim disse o Senhor DEUS: Vou ocupar-me de ti, ó Tiro! Vou lançar muitas nações contra ti, assim como o mar lança suas ondas. . . . E vou raspar dela seu solo e a tornarei uma rocha desnudada. . . . E elas lançarão na água tuas pedras e tuas madeiras e teu solo.” — Ezequiel 26:3, 4, 12, profetizado em c. 613 AEC.

Cumprimento — 332 AEC: Alexandre, o Grande, construiu uma ponte, ou aterro, que ia do continente à parte de Tiro que ficava numa ilha (a 800 metros da praia), para que os soldados marchassem através do aterro e atacassem a cidade-ilha. The Encyclopedia Americana descreve: “Com os escombros da parte continental da cidade, que havia demolido, ele construiu um enorme molhe em 332 para ligar a ilha ao continente.” Após um período de sítio relativamente curto, a cidade-ilha foi destruída, e a profecia de Ezequiel se cumpriu em todos os seus pormenores. Até mesmo ‘as pedras, o madeiramento e o pó’ da antiga Tiro (a parte continental da cidade) foram ‘colocados bem no meio da água’.

A destruição de Jerusalém: “Então Isaías disse a Ezequias: ‘Ouve a palavra do SENHOR dos Exércitos: Está chegando o tempo em que tudo em teu palácio, que teus antepassados armazenaram até o dia de hoje, será levado embora para Babilônia; nada será deixado para trás.’” — Isaías 39:5, 6, profetizado em c. 732 AEC; veja também Isaías 24:1-3; 47:6.

Jeremias, o profeta, proclamou: “Vou . . . trazê-los [os babilônios] contra este país e seus habitantes . . . O inteiro país se tornará uma ruína desolada. E essas nações servirão ao rei de Babilônia por setenta anos.” — Jeremias 25:9, 11, profetizado a. 625 AEC.

Cumprimento — 607 AEC (586 AEC segundo a maioria das cronologias seculares): Babilônia destruiu Jerusalém após um ano e meio de sítio. A cidade e o templo foram arrasados, e os próprios judeus foram levados para Babilônia. (2 Crônicas 36:6, 7, 12, 13, 17-21) A inteira nação permaneceu em cativeiro durante 70 anos, conforme Jeremias havia predito. Seu livramento milagroso em 537 AEC, por Ciro, o Grande, que conquistou Babilônia, cumpriu a profecia de Isaías, que o havia mencionado por nome. (Isaías 44:24-28) O profeta Daniel, cativo em Babilônia, calculou o tempo exato do livramento de seu povo, baseando-se na profecia de Jeremias. — Daniel 9:1, 2.

6 Algumas das mais notáveis profecias foram registradas por Daniel, profeta que viveu no sexto século AEC. Ele não só predisse a queda de Babilônia diante dos medos e dos persas, mas predisse também eventos muito mais à frente de seu tempo, no futuro distante. Por exemplo, a profecia de Daniel predisse a ascensão da Grécia como império mundial sob Alexandre, o Grande, (336-323 AEC), a divisão do império de Alexandre entre seus quatro generais, após sua morte prematura, e a ascensão do Império Romano, com seu temível poderio militar (primeiro século AEC). (Daniel 7:6; 8:21, 22) Todos esses eventos são atualmente fatos históricos indiscutíveis.

7, 8. (a) Que acusação têm feito alguns sobre as profecias da Bíblia? (b) O que prova que a acusação de fraude não é bem alicerçada?

7 Por terem as profecias bíblicas sido tão exatas, críticos as têm classificado como fraudes, isto é, história escrita após o ocorrido e disfarçada de profecia. Mas como pode alguém asseverar racionalmente que os sacerdotes judeus se atreveriam a inventar uma profecia? E por que inventariam profecias com as mais duras invectivas imagináveis contra eles mesmos? (Isaías 56:10, 11; Jeremias 8:10; Sofonias 3:4) Ademais, como poderia uma nação inteira, alfabetizada, treinada e instruída, tendo a Bíblia por texto sagrado, ser ludibriada por um embuste desses? — Deuteronômio 6:4-9.

8 Como poderia ter havido alguma fraude relacionada com o desaparecimento de civilizações inteiras, tais como Edom e Babilônia, quando tais eventos ocorreram muitos séculos após as Escrituras Hebraicas terem sido completadas? (Isaías 13:20-22; Jeremias 49:17, 18) Mesmo que alguém sustente que tais profecias não foram escritas no período dos próprios profetas, ainda assim foram registradas antes do terceiro século AEC, pois então já estavam sendo traduzidas para o grego, na Septuaginta. Também, os Rolos do Mar Morto (que incluem trechos de todos os livros bíblicos proféticos) são datados do segundo e do primeiro séculos AEC. Conforme já comentado, muitas das profecias tiveram seu cumprimento só após essas datas.

Está a Bíblia Cheia de Contradições?

9-12. (a) Por que dizem alguns que a Bíblia é contraditória? (b) Como são solucionadas algumas “contradições”?

9 Mas alguns objetam: ‘A Bíblia está cheia de contradições e discrepâncias.’ Com bastante freqüência, os que fazem essa afirmação não investigaram pessoalmente o assunto, mas apenas ouviram outros citarem um ou dois alegados exemplos. Na verdade, a maioria das supostas discrepâncias são facilmente solucionadas se nos lembrarmos de que os escritores da Bíblia com freqüência condensavam os assuntos. Encontramos um exemplo disso no relato da criação. Muitos, ao compararem Gênesis 1:1, 3 com Gênesis 1:14-16, têm perguntado como seria possível Deus “fazer” os luzeiros no quarto dia criativo, se a luz — evidentemente procedente desses mesmos luzeiros — já atingia a Terra no primeiro dia criativo. Neste caso, o escritor hebreu eliminou a necessidade de longas explanações por meio duma meticulosa escolha de palavras. Note que os versículos 14-16 de Gên. 1 falam de “fazer” em contraste com o “criar” em Gênesis 1:1, e de “luzes” em contraste com “luz” em Gênesis 1:3. Isto indica que foi no quarto dia criativo que o Sol e a Lua, já existentes, tornaram-se claramente visíveis através da densa atmosfera da Terra.a

10 As listas genealógicas também têm causado certa confusão. Por exemplo, Esdras alista 23 nomes na genealogia sacerdotal registrada em 1 Crônicas 5:29-40 (6:3-14), mas alista apenas 16 nomes para o mesmo período ao fornecer sua própria genealogia em Esdras 7:1-5. Não se trata duma discrepância, mas duma simples condensação. Além disso, de acordo com a intenção do escritor ao registrar um evento, ele realçava, minimizava, incluía ou omitia detalhes que outro escritor bíblico descrevia de modo diferente ao registrar o mesmo evento. Tais coisas não são contradições, antes, são relatos que diferem entre si, refletindo o ponto de vista do escritor e o público a que se destinava.b

11 Muitas vezes, aparentes incoerências podem ser solucionadas por simplesmente examinarmos o contexto. Por exemplo, “onde obteve Caim sua esposa?” é uma pergunta freqüente, realçando a crença de que isto expõe uma discrepância no relato bíblico. Supõe-se que Adão e Eva tiveram apenas dois filhos, Caim e Abel. Tal dificuldade é facilmente solucionada por se continuar a ler. Gênesis 5:4 diz: “Após o nascimento de Sete, Adão viveu 800 anos e gerou filhos e filhas.” Assim, Caim casou-se com uma de suas irmãs, ou talvez com uma sobrinha, o que estaria em plena harmonia com a intenção original de Deus para a expansão da raça humana. — Gênesis 1:28.

12 Há obviamente muitos pormenores da história humana não registrados como parte do Registro Divino. Mas todos os pormenores necessários, tanto para os primeiros que o leram como para nós hoje, foram incluídos sem torná-lo difícil e impossível de ler.

Escrita Para Ser Entendida Apenas por Eruditos?

13-15. (a) Por que crêem alguns que a Bíblia é difícil demais para ser entendida? (b) Como sabemos que Deus pretendia que Sua Palavra fosse entendida?

13 Já se perguntou: “Por que há tantas interpretações divergentes da Bíblia?” Depois de ouvirem autoridades religiosas divergir umas das outras, algumas pessoas sinceras ficam confusas e desanimadas. A conclusão a que muitos chegam é de que a Bíblia é ambígua e contraditória. Assim, muitos rejeitam a Bíblia completamente, crendo ser difícil demais lê-la e entendê-la. Outros, ao se confrontarem com essa grande variedade de interpretações religiosas, relutam em investigar seriamente as Escrituras. Alguns dizem: “Homens instruídos estudaram durante anos em seminários religiosos. Como posso eu ter qualquer base para questionar o que eles ensinam?” Mas é assim que Deus encara o assunto?

14 Quando deu a Lei à nação de Israel, Deus não indicou que estava dando um sistema de adoração que a nação seria incapaz de compreender, que teria de ser deixado nas mãos de sábios teológicos ou “eruditos”. Deus declarou o seguinte por intermédio de Moisés em Deuteronômio 30:11, 14: “Certamente, esta Instrução que vos imponho neste dia não é difícil demais para vós, nem está além de compreensão. Não, a coisa está bem próxima de vós, em vossa boca e em vosso coração, para observá-la.” Toda a nação, não só os líderes, foram informados: “Tomai a peito estas instruções das quais vos incumbo neste dia. Inculcai-as em vossos filhos. Recitai-as quando estiverdes em casa e quando estiverdes fora, ao deitardes e ao levantardes.” (Deuteronômio 6:6, 7) Os mandamentos de Deus, todos assentados por escrito, eram suficientemente claros para que a nação inteira, tanto os pais como os filhos, os acatassem.c

15 Já nos dias de Isaías, os líderes religiosos incorreram na condenação de Deus por assumirem a responsabilidade de fazer acréscimos às leis de Deus e interpretá-las. O profeta Isaías escreveu: “Esse povo chegou-se a Mim com a boca e honrou-Me com os lábios, mas manteve seu coração distante de Mim, e a adoração que prestam a Mim tem sido um mandamento de homens, aprendido mecanicamente.” (Isaías 29:13) Sua adoração tornara-se mandamento de homens, não de Deus. (Deuteronômio 4:2) Esses ‘mandamentos de homens’, suas próprias interpretações e explicações, é que eram contraditórios. As palavras de Deus não eram contraditórias. O mesmo se dá hoje em dia.

Existe Alguma Base Bíblica Para a Tora Oral?

16, 17. (a) O que crêem alguns sobre uma lei oral? (b) O que indica a Bíblia sobre uma lei oral?

16 Alguns crêem que Moisés recebeu uma “Tora Oral” além da “Tora Escrita”. Segundo essa crença, Deus ordenou que certos mandamentos não fossem escritos, mas sim transmitidos oralmente de geração em geração, sendo assim preservados apenas por tradição oral. (Veja o quadro “Tem a Tora ‘Setenta Faces’?”) Entretanto, o relato bíblico mostra claramente que Moisés nunca recebeu ordens de transmitir uma lei oral. Êxodo 24:3, 4 nos diz: “Moisés foi e repetiu ao povo todos os mandamentos do SENHOR e todas as regras; e todo o povo respondeu com uma só voz, dizendo: ‘Faremos todas as coisas que o SENHOR ordenou!’” A seguir, Moisés “escreveu todos os mandamentos do SENHOR”. Ademais, somos informados em Êxodo 34:27: “E o SENHOR disse a Moisés: Escreve estes mandamentos, pois em harmonia com esses mandamentos faço um pacto contigo e com Israel.” Não havia lugar no pacto que Deus fez com Israel para uma lei oral não-escrita. (Veja o quadro “Onde Estava a Lei Oral . . .”) Não há em parte alguma da Bíblia qualquer menção da existência de uma lei oral.d O que é mais importante, os ensinos desta contradizem as Escrituras, o que aumenta a impressão errônea de que a Bíblia se contradiz. (Veja o quadro “A Morte e a Alma — O Que São?”) Mas o responsável por essa confusão é o homem, não Deus. — Isaías 29:13. (Veja o quadro “Honra ao Nome de Deus.”)

TEM A TORA “SETENTA FACES”?

EM Israel hoje em dia não é incomum ouvir pessoas citarem a bem conhecida expressão judaica: “A Tora tem setenta faces” — indicando que crêem que as Escrituras podem ser interpretadas de maneiras diferentes, até mesmo contraditórias. Isso é tido como verdade tanto no caso da Lei escrita como no da chamada lei oral. The Encyclopedia of Judaism (Enciclopédia do Judaísmo) comenta: “A Lei Oral não é um código definitivo; inclui muitas opiniões variadas e até mesmo divergentes. Sobre estas os sábios diziam: ‘Todas elas são as palavras do Deus vivente.’” (Página 532) Entretanto, é razoável crer que Deus inspiraria opiniões divergentes e divisórias? Como surgiu a aceitação de tais contradições?

Durante o período em que as Escrituras Hebraicas foram assentadas por escrito (c. 1513-c. 443 AEC), os representantes designados de Deus esclareciam assuntos controversiais, muitas vezes com o apoio do próprio Deus através da manifestação de poder divino ou do cumprimento de profecias que os fizera declarar. (Êxodo 28:30; Números 16:1-17:15 [16:1-50, NM); 27:18-21; Deuteronômio 18:20-22) Naquele tempo, se alguém ensinasse explicações e interpretações contraditórias, era encarado, não como erudito, mas como apóstata. Deus advertiu a nação inteira: “Tende o cuidado de observar apenas o que eu vos prescrevo: não acrescenteis nada nem retireis nada.” — Deuteronômio 13:1 (12:32, NM).

Todavia, com o tempo ocorreu uma alteração fundamental no modo de pensar da nação de Israel. Os fariseus, que se tornaram proeminentes no judaísmo durante o primeiro século EC, advogavam o ensino da “Tora Oral”, que haviam desenvolvido dois séculos antes. Ensinavam que, além de dar à nação de Israel uma Lei escrita no monte Sinai, Deus transmitiu também ao povo, ao mesmo tempo, uma lei oral. Segundo tal crença, essa inspirada lei oral interpretava e esclarecia pormenores da Lei escrita, pormenores que Deus deliberadamente mandara Moisés não registrar. A lei oral não devia ser escrita, mas devia ser transmitida apenas verbalmente, do mestre ao discípulo, de geração em geração. Portanto, isso concedeu autoridade especial aos fariseus, que se consideravam guardiães dessa tradição oral.g

Após a destruição do segundo templo em 70 EC, o conceito farisaico ganhou aceitação, e o judaísmo tornou-se uma forma de religião dominada pelos rabinos, algo que não acontecia antes.h Com o novo destaque dado aos rabinos, em vez de aos sacerdotes ou aos profetas, a lei oral tornou-se a nova figura central do judaísmo. Como declara The Encyclopedia of Judaism: “A Tora Oral passou a ser encarada como mais importante do que a Tora Escrita, visto que a explicação e o entendimento da última dependia da primeira.” — 1989, página 710.

À medida que os rabinos ganhavam prestígio e as tradições se multiplicavam, a proibição de assentar por escrito essa lei oral foi suspensa. Em fins do segundo e princípios do terceiro séculos EC, Judah Ha-Nasi (135-219 EC) registrou sistematicamente essas tradições orais rabínicas numa obra chamada de Míxena. As adições feitas posteriormente foram chamadas de Tosefta. Os rabinos por sua vez viram a necessidade de fazer comentários sobre a Míxena, e tais interpretações da tradição oral tornaram-se a base duma volumosa coleção de livros chamada Guemara (compilada do terceiro ao quinto séculos EC). Juntas, essas obras vieram a ser conhecidas como o Talmude. Os comentários sobre todas essas opiniões rabínicas prosseguem até hoje. Visto que é impossível harmonizar todos esses conceitos bastante divergentes, é de admirar que muitos prefiram ver ‘setenta faces na Tora’?

g Esse ensino, promovido inicialmente pelos fariseus, foi rejeitado por muitos de seus contemporâneos na nação judaica. Os saduceus, muitos dos quais eram sacerdotes, bem como os essênios do primeiro século, rejeitavam esse conceito farisaico. Atualmente, os caraítas (desde o oitavo século EC), bem como os movimentos reformista e conservador do judaísmo, não encaram tal lei oral como divinamente inspirada. Entretanto, o Judaísmo Ortodoxo da atualidade considera tais tradições tanto inspiradas como obrigatórias.

h  The Encyclopaedia Judaica declara: “O título rabino deriva do substantivo rav, que no hebraico da Bíblia significa ‘grande’, e não ocorre na Bíblia [hebraica].”

ONDE ESTAVA A LEI ORAL . . .

. . . quando Moisés repetiu todos os mandamentos de Deus para a inteira nação de Israel? A nação concordou então em cumprir o que ele havia repetido, e depois Moisés “escreveu todos os mandamentos do SENHOR”. — Êxodo 24:3, 4, o grifo é nosso.

. . . quando Josué reuniu a nação de Israel, depois de esta ter entrado na Terra Prometida, e leu novamente à nação todas as palavras que esta havia concordado em cumprir? “Não houve nem sequer uma palavra de tudo o que Moisés havia ordenado que Josué deixasse de ler na presença da inteira assembléia de Israel.” — Josué 8:35, o grifo é nosso.

. . . quando, nos dias do Rei Josias, ‘o livro da Lei de Moisés’, guardado em lugar esquecido, foi encontrado durante a reforma do templo? Ao ouvir a leitura do seu conteúdo, Josias rasgou suas vestes de pesar, dando-se conta de que durante gerações a Lei não havia sido cumprida de acordo com o que estava escrito. Ele providenciou então a celebração da Páscoa, que não fora corretamente celebrada durante todo o período dos reis e dos juízes que os precederam. Onde estava a ‘fielmente transmitida’ lei oral durante aquelas centenas de anos? Se tivesse existido, tais informações nunca teriam sido esquecidas. Somente um registro escrito preservado com exatidão habilitou a nação a voltar a fazer corretamente a vontade de Deus. — 2 Reis 22:8-23:25.

. . . quando o profeta Jeremias declarou: “Do menor ao maior, são todos ávidos de ganho; tanto o sacerdote como o profeta, agem todos falsamente”? (Jeremias 6:13) No decorrer de grande parte da história da nação de Israel, essa era a condição espiritual dos líderes da nação, especialmente dos sacerdotes, responsáveis de ensinar a Lei. (Malaquias 2:7, 8) Os registros escritos falam por si, mas poder-se-ia confiar em homens tão infiéis para preservar fielmente uma tradição oral?

. . . durante os mais de mil anos de registro das Escrituras Hebraicas? De Moisés a Malaquias, não se menciona a existência de tal lei oral. Somente centenas de anos mais tarde, no período dos rabinos, quando seitas religiosas divergentes lutavam pelo domínio e pela autoridade sobre a nação judaica, é que encontramos a menção desse conceito. Não negam essas centenas de anos de silêncio sobre o assunto e o testemunho das Escrituras inspiradas a afirmação de que certa vez existia tal lei oral inspirada?

17 Em contraste com as interpretações contraditórias dos homens, a própria Bíblia é clara e fidedigna. Deus nos forneceu abundantes provas em Sua Palavra de que o mundo pacífico visionado em Isaías 2:2-4 não é apenas sonho, mas uma iminente realidade. Somente o próprio Deus, o Deus de profecia, o Deus da Bíblia, é que realizará isso.

ROLOS DO MAR MORTO

Rolo do Mar Morto

Datados de antes da Era Comum, revelam a exatidão da transmissão do texto bíblico no decorrer dos séculos. Eles confirmam também que as profecias foram registradas antes de seu cumprimento.

a Convém notar que os seis “dias” da criação não incluem a declaração de Gênesis 1:1, que se refere à criação dos corpos celestes. Ademais, a palavra hebraica traduzida “dia” dá margem à idéia de que os eventos descritos em Gênesis 1:3-31 ocorreram em seis ‘períodos de tempo’ que poderiam ter muitos milhares de anos de duração. — Compare com Gênesis 2:4.

b Para mais exemplos, veja ““É a Bíblia Contraditória?”

c Questões difíceis que envolviam casos judiciais eram tratadas por meio dum sistema judicial claramente esboçado. (Deuteronômio 17:8-11) Em quaisquer outros assuntos importantes que parecessem obscuros, para receber a resposta de Deus, a nação era direcionada, não para uma lei oral, mas para o Urim e o Tumim nas mãos dos sacerdotes. — Êxodo 28:30; Levítico 8:8; Números 27:18-21; Deuteronômio 33:8-10.

d Alguns têm interpretado que o texto de Deuteronômio 17:8-11 sugere uma tradição oral inspirada. No entanto, conforme mencionado na nota ao pé da página do parágrafo 14, o texto trata unicamente do procedimento para se julgar casos judiciais. Note que a questão não era se diferentes costumes ou tradições foram transmitidos durante muitos séculos ou não. Sem dúvida, havia tradições transmitidas sobre como cumprir especificamente certos aspectos da Lei. Mas, o fato de que certa tradição perdurou muito tempo não prova que foi inspirada. Por exemplo, note a tradição que se desenvolveu sobre a serpente de bronze. — Números 21:8, 9; 2 Reis 18:4.

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