AMULETO
Um objeto possuído ou usado como encantamento ou para proteção contra a feitiçaria ou o mal. Os amuletos dos tempos antigos consistiam em vários artigos, inclusive contas, pedras preciosas, ornamentos e pergaminhos que continham inscrições. Às vezes estava inscrita no amuleto uma oração ou encantação mágica. O possuidor supersticioso dele imaginava que o amuleto o protegeria de coisas tais como acidentes, enfermidades e demônios. Quando os amuletos eram usados no corpo da pessoa, usualmente eram perfurados e pendurados no pescoço.
Os fiéis hebreus e cristãos não usavam amuletos. No entanto, parece que as infiéis e orgulhosas “filhas de Sião” usavam certos objetos, não só como ornamentos, mas como amuletos. Entre seus complementos havia “ornamentos em forma de lua”, que podem ter sido amuletos em formato do crescente invertido, sendo, possivelmente, símbolos da deusa Astartéia. (Isa. 3:18) Os ornamentos em forma de lua que os midianitas possuíam tinham um formato similar. Alguns deles eram pendurados nos pescoços de seus camelos, possivelmente com a idéia de aumentar sua fertilidade. (Juí. 8:21, 26) As “filhas de Sião” também usavam “fitas para a cabeça”, ou, mais literalmente, “pequenos sóis”. Seus ornamentos em forma de lua e “pequenos sóis” podem ter sido similares aos crescentes lunares e discos solares encontrados em Ras Xamra e estavam, possivelmente, ligados à adoração duma deusa da fertilidade.
Os amuletos egípcios eram com freqüência feitos em forma de criaturas ligadas às várias deidades falsas; consistiam em miniaturas de touros, crocodilos, cães, falcões, chacais, hipopótamos, etc. Por exemplo, a deusa Bast era representada pelo gato, o deus Anúbis pelo chacal, e o emblema de Hórus era a cabeça do falcão. Quando o escaravelho se tornou sagrado no Egito, os joalheiros egípcios deram a pedras semipreciosas e a outros materiais o seu formato. Algumas vezes, o cartucho de um faraó (uma gravura que continha os caracteres de seu nome) aparecia no lado achatado de tal ornamento. Escaravelhos modelados eram freqüentemente montados sobre sinetes, alguns destes sendo anéis giratórios. Dos treze braceletes encontrados na múmia do faraó egípcio Tutancâmen, oito são amuletos, tendo o Olho de Hórus em cinco e o escaravelho (indicando a proteção de Ísis e Rá) em três deles. Amuletos de escaravelhos inscritos com o nome dum faraó ou dum deus, segundo se imaginava, traziam boa sorte ou proteção, e eram muito comuns. Os egípcios usavam certos amuletos para proteção contra o “mau olhado”, assim como o faziam os gregos e os romanos. O amuleto mais comum que os romanos usavam para este fim era, pelo que parece, o falo, pendurado ao redor do pescoço das crianças para protegê-las.
Jesus Cristo disse que os escribas e fariseus “ampliam as suas caixinhas com textos, que usam como proteção”. (Mat. 23:1, 2, 5) Cristo se referia assim às filacteras usadas na testa ou no braço, não só como demonstração ostentosa para granjear a estima entre o povo, mas, evidentemente, como amuletos que ‘guardariam’ o usuário das más influências e dos demônios.
A eficácia de muitos amuletos dos tempos antigos dependia, segundo se imaginava, de sua construção sob determinadas condições astronômicas, e um de seus usos principais era supostamente evitar o azar. No entanto, as Escrituras condenam a astrologia e não aprovam que se confie na sorte. — Isa. 65:11.