A refeição do senhor à noite
“Para comer a refeição do Senhor à noite. . . . Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, estareis proclamando a morte do Senhor, até que ele chegue.”—1 Cor. 11:20-26, NW.
1. Que forneceu Jeová para unificar seu povo como um só corpo?
JEOVÁ Deus forneceu um cálice e uma mesa para o povo chamado pelo seu grande nome. Favorecidos e felizes são todos os homens e mulheres que têm o privilégio de participar do cálice bem como da mesa. Estas coisas ele provê a fim de unificar seu povo em um só corpo, estando todos os membros deste em paz uns com os outros, auxiliando e servindo uns aos outros.
2. Que duas classes se reúnem agora no Memorial, e então que pergunta surge?
2 No mundo se experimentam métodos artificiais para conseguir a união dentro da sociedade humana, e ainda assim há uma tendência contínua no sentido de desunião egoístico, finalmente ‘se levantando a mão de cada um contra a mão do seu próximo”. Mas a obra de unificação por Jeová está tendo êxito. Há dezenove séculos que ele chama, reúne e prepara o “pequeno rebanho” de homens e mulheres semelhantes a ovelhas. (Luc. 12:32) Estes seguem fielmente o Pastor Jesus Cristo e destarte se destinam a reunir-se com ele no reino celestial para a bênção de todas as famílias da terra. Nos anos recentes, desde o fim da Primeira Guerra Mundial em 1918, Jeová se serve do seu Pastor para ajuntar outros semelhantes a ovelhas, uma “grande multidão” deles, que se chamam suas “outras ovelhas”. (Apo. 7:9-17, João 10:16) Há atualmente na terra apenas um diminuto restante do “pequeno rebanho” dentro do aprisco do Pastor, mas agora ele os provê com muitos companheiros pela reunião duma grande multidão das outras ovelhas. Destarte ele efetua a condição que ele descreve como “um só rebanho, um só pastor”. As outras ovelhas informam-se da Bíblia que seu destino não é celestial, senão terrestre. Destinam-se a habitar para sempre no paraíso restaurado nesta terra e ser abençoadas com paz, prosperidade, felicidade e perfeita saúde humana pelo reino celestial de Jesus Cristo e seu pequeno rebanho. Assim, nessa condição de “um só rebanho, um só pastor”, surge na época do Memorial a pergunta, Quais são os privilégios do restante e da grande multidão com respeito ao cálice e à mesa de Jeová? A diferença de destino não deve criar a desunião no meio das ovelhas, tão pouco o deve fazer a diferença de privilégio. Felizmente se verificou que não o fez. Por quê?
3. Que nome deu Paulo ao Memorial? Como ele o descreveu?
3 Mencionam-se o cálice de Jeová e a mesa de Jeová como sendo relacionados com a refeição do Senhor à noite. É capaz que o leitor a chame “a ceia do Senhor”. (1 Cor. 11:20) Este nome designa a refeição particular que o Senhor Jesus instituiu entre seus leais seguidores na noite em que foi traído por Judas Iscariotes. Um dos seguidores de Jesus, o apóstolo Paulo, a chama assim na sua carta aos coríntios. Chamando-lhes a atenção por serem desordeiros neste sentido, ele escreve: “De sorte que, quando vos ajuntais num lugar, não é possível comer a refeição do Senhor à noite. . . . Porque eu recebi do Senhor o que também vos transmiti, que o Senhor Jesus na noite em que ele estava para ser entregue, tomou pão e, havendo dado graças, o partiu e disse,‘Isto representa meu corpo que é por vós. Continuai a fazer isto em memória de mim.’ Também fez a mesma coisa com respeito ao cálice, depois de ter tomado a refeição da noite, dizendo : ‘Este cálice significa o novo concerto em virtude de meu sangue. Continuai a fazer isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim.” Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, estareis proclamando a morte do Senhor, até que ele chegue”—1 Cor. 11:20-26, NW, também a tradução de Moffatt (em inglês).
4. Quantas vezes foi celebrado? Quem atualmente tem perguntas a respeito dele?
4 O Senhor Jesus morreu no ano 33 (E. C.). Durante dezenove séculos desde então seus obedientes discípulos têm observado esta ceia ou refeição da noite, no dia correto de cada ano. A sua celebração anual até este ano de 1951 significa que foi celebrada mais de 1.900 vezes, o que o faz realmente “muitas vezes”. Contrário às pretensões de alguns religiosos, Jesus em pessoa não foi obrigado “a sofrer de novo tantas vezes, “muitas vezes”, porque o apóstolo Paulo assim diz. (Heb. 9:24-26; 10:10-14) Neste século vinte um fiel restante do seu “pequeno rebanho” continua obedientemente a observar a refeição do Senhor à noite, “proclamando a morte do Senhor.” Mas agora uma “grande multidão” das outras ovelhas às centenas de milhares estão se associando com o restante sob o Pastor Jesus Cristo. Desde que as Escrituras limitam o “pequeno rebanho” a um total de 144.000 membros (Apo. 7:4-8, 14:1, 3), e visto que o número de exemplares de A Sentinela impressos é de mais ou menos 1.235.000 em 36 idiomas, sem dúvida a maioria de nossos leitores se acham fora do “pequeno rebanho” e destinados à grande multidão das outras ovelhas. Ao aproximarmo-nos de mais uma época do Memorial não há dúvida sobre o que precisa fazer o diminuto restante, mas a pergunta que todas essas outras ovelhas consideram atualmente é, Participarei do pão e do vinho com o restante? Estou ordenado a fazer isto, e então preciso fazê-lo? É também o meu privilégio?
A DECISÃO DE PARTICIPAR
5-7. Que participador registou o primeiro Memorial? O que diz ele?
5 Um exame das circunstâncias e modalidades da primeira celebração ajudará todos nós a determinar a resposta bíblica a essas importantes perguntas. Tomemos o relato dum homem que assistiu e participou, que viu e ouviu o que se fez. Ele é o apóstolo Mateus. Os demais escritores de narrações, Marcos, Lucas e Paulo não foram partícipes. Mateus 26:17-30 reza.
6 “No primeiro dia dos pães ázimos aproximaram-se de Jesus os discípulos, dizendo: ‘Onde queres que preparemos para comeres a páscoa? Disse ele: ‘Ide à cidade a fulano e dizei-lhe, o Mestre diz: “O meu tempo designado está próximo, em tua casa celebrarei a páscoa com meus discípulos.”’ E os discípulos fizeram como Jesus lhes ordenara, e prepararam as coisas para a páscoa. Quando, então, a tarde tinha caído, ele se reclinava à mesa com os doze discípulos [assim incluindo a Mateus]. Enquanto comiam ele disse: ‘Em verdade vos digo, Um de vós me há de trair.” Profundamente contristados por causa disto, começaram eles, um por um, a dizer-lhe: ‘Mestre, porventura sou eu?’ Em resposta ele disse: “O que mete a mão comigo no prato, esse é o que me há de trair. Em verdade, o Filho do homem vai-se, conforme a seu respeito está escrito, mas ai daquele homem por quem o Filho do homem é traído! Melhor seria para esse senão tivesse nascido.” Em réplica, Judas, que estava prestes a trai-lo, disse: ‘Porventura sou eu, Rabi?’ Disse-lhe:‘Importava que tu o dissesses.’”
7 Após essa conversa entre Jesus e Judas, a narração diz ainda: “Enquanto comiam, tomou Jesus o pão e, tendo pronunciado uma bênção, ele o partiu e, dando-o aos seus discípulos, disse: ‘Tomai, comei. Este significa meu corpo.” Também tomou um cálice e, tendo dado graças, ele deu-lho, dizendo: ‘Bebei dele, todos vós, pois este significa meu “sangue do concerto” que será derramado por muitos para remissão dos pecados. Mas digo-vos, absolutamente não beberei deste produto da videira até aquele dia em que o beber de novo convosco no reino de meu Pai.’ Finalmente, tendo cantado louvores, saíram para o monte das Oliveiras”—NW ; veja-se também a tradução de Moffatt (em inglês).
8. Que escreve João sobre a identificação por Jesus de seu traidor?
8 A narração de Marcos concorda com a de Mateus acima. Destarte temos por testemunhas dois escritores. O apóstolo João assistiu a esse primeiro Memorial e ele nos relata mais pormenores no tocante à identificação do traidor depois que Jesus disse: “Em verdade vos digo, Um de vós há de me trair.” De forma que João 13:22-30 acrescenta: “Os discípulos começaram a entreolhar-se, perplexos, sem saber de quem ele falava. Achava-se reclinado em frente do seio de Jesus um dos seus discípulos, a quem Jesus amava. A esse, pois, fez Simão Pedro sinal com a cabeça e lhe disse: “Diga de quem ele fala.” Então este se recostou sobre o peito de Jesus e lhe disse: ‘Senhor, quem é?’Portanto Jesus respondeu: ‘É aquele a quem eu der o pedaço de pão molhado.’ Tendo, pois, molhado um pedaço de pão, o tomou e deu a Judas, filho de Simão Iscariotes. E, logo após o bocado, entrou nele Satanás. Disse-lhe, pois, Jesus: ‘O que fazes, fazes mais depressa.’ Nenhum, porém, dos que reclinavam à mesa percebeu a que propósito lhe disse isso. Alguns, de fato, como Judas guardava a caixa, cuidavam que Jesus lhe dizia:‘Compra o que nos é necessário para a festa’ ou que desse alguma coisa aos pobres. Então ele, tendo recebido o bocado, saiu imediatamente. E era noite.”—NW.
9. Celebrou Judas, então, o Memorial? Que mostra se ele o fez?
9 Assim pela harmonia dessas três testemunhas nos é esclarecido que Judas saiu da reunião antes de Jesus ter introduzido o Memorial aos outros apóstolos, os onze fiéis. O pão que Jesus serviu nesse Memorial não foi imerso no molho pascal antes de ele lho dar. Tão pouco Jesus, após instituir o Memorial, tornou a comer a páscoa e molhar pedaços de pão. Assim Jesus serviu o bocado a Judas e o despediu antes do novo Memorial. Judas celebrou apenas a páscoa com Jesus e seus fiéis apóstolos, assim como o faziam os sacerdotes do templo e os capitães com quem Judas tinha negociado para trair a Jesus. Judas não foi excluído da páscoa da mesma maneira que esses não o foram, mas todos eles celebraram essa páscoa para sua própria condenação. Jesus deixou Judas ficar lá a fim de participar da páscoa com ele para que desta forma a profecia tivesse o seu amplo clímax, conforme Jesus disse: “Mas o resultado é que a escritura está cumprida,‘Quem comia do meu pão levantou contra mim o calcanhar.”(João 13:18, NW) Segue-se que Jesus instituiu o Memorial com os onze leais apóstolos, e dessarte ele indicou os que daí em diante o haviam de celebrar.
10. Ainda que não fossem gerados do espírito, porque podiam os apóstolos participar?
10 Não, esses onze homens ainda não tinham sido gerados do espírito de Deus e ungidos por ele, “pois ainda não havia espírito, porque Jesus ainda não tinha sido glorificado.” (João 7:39, NW) O espírito veio pela primeira vez no dia de Pentecostes, dez dias após Jesus ter ascendido à glória celestial à destra de seu Pai. Mas Jesus tinha dito a esses apóstolos: “Na recriação, quando o Filho do homem se assentar sobre o seu trono glorioso, vós que me seguistes também vos sentareis sobre doze tronos, julgando as doze tribos de Israel.” (Mat. 19:28, NW) Além disso os tinha chamado membros do seu pequeno rebanho, dizendo: “Não temais, pequeno rebanho, porque aprouve a vosso Pai dar-vos o reino.” (Luc. 12:32, NW) Aos apóstolos Tiago e João também tinha dito: “Bebereis o cálice que bebo, e sereis batizados no batismo em que estou sendo batizado.” (Mar. 10:39, NW) E logo após ter instituído o Memorial, Jesus confirmou sua candidatura ao reino celestial, quando disse: “Vós sois os que tendes permanecido comigo nas minhas provações, e pactuo convosco, assim como meu Pai pactuou comigo, um reino, a fim de que comais e bebais à minha mesa no meu reino, e vos assenteis sobre tronos para julgar as doze tribos de Israel.” (Luc. 22:28-30, NW) Na sua oração de despedida Jesus orou a seu Pai celestial pedindo que tais estivessem com ele no seu reino.—João 17:24.
11. Por conseguinte, de que modo as outras ovelhas não se qualificarão, conforme fizeram os apóstolos mais tarde?
11 Assim o não estarem os onze apóstolos ainda gerados do espírito não se pode usar por argumento que os crentes que não são gerados do espírito podem participar dos emblemas do Memorial. Cinquenta e um dias mais tarde o espírito santo foi derramado sobre os apóstolos e eles foram produzidos como filhos espirituais de Deus. Após isso celebraram o Memorial como filhos espirituais de Deus. Mas os que compõem a grande multidão das outras ovelhas não são candidatos ao reino celestial e nunca serão gerados pelo espírito de Deus nem ressuscitados à vida espiritual. De modo que jamais se tornam os israelitas espirituais a quem o apóstolo Pedro escreveu: “Chegando-vos para [Cristo] como à uma pedra viva, rejeitada, na verdade, pelos homens, mas perante Deus eleita e preciosa, vós também, quais pedras vivas, sois edificados casa espiritual com o fim de serdes sacerdócio santo, para oferecerdes sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus por Jesus Cristo. . . . vós sois ‘uma raça eleita, um sacerdócio real, uma nação santa, um povo para especial possessão, de modo que divulgueis as excelências daquele que vos chamou das trevas para sua maravilhosa luz.” —1 Ped. 2:4-9, NW.
NÃO É ANTÍTIPO DA PÁSCOA
12. Que argumento se levanta para as outras ovelhas participarem dele?
12 Alguém dirá: “O restante e as outras ovelhas já são ‘um só rebanho, um só pastor’. As outras ovelhas estão devotadas a Deus assim como o restante. Esta dedicação de si a Deus foi simbolizada pelo rito judaico da circuncisão, não é verdade? E não se permitia aos estrangeiros que peregrinavam com os israelitas participarem da páscoa, se fossem circuncisos? Por que, então, não devem o restante e as outras ovelhas ou classe dos estrangeiros todos participar juntos em apreciação comum do sacrifício resgatador de Jesus? Não compunham esses estrangeiros circuncisos que participavam da páscoa a multidão mista que saiu do Egito junto com os israelitas, e não representam eles a ‘grande multidão’ das outras ovelhas hodiernas? Por que, então, não participam todos do Memorial?”—Êxo. 12:48, 49, 38, Núm. 11:4.
13, 14. Por que não é este um genuíno argumento para elas participarem?
13 Respondemos, Talvez estas coisas sejam a verdade, mas a participação da páscoa judaica não é argumento a favor de participar na refeição do Senhor à noite. Por quê? Porque a páscoa não é tipo da refeição do Senhor à noite.
14 Na páscoa os judeus naturais e os estrangeiros circuncisos que peregrinavam no meio deles comeram dum cordeiro assado, junto com pães ázimos e ervas amargas. Antes da ceia, aspergiu-se o sangue do cordeiro pascal nas vergas e nas umbreiras das casas dos israelitas e os celebradores recolheram-se sob o sangue para guardar a páscoa. (Êxo. 12:1-27) Mas quando Jesus instituiu o Memorial, ele tomou um pão ázimo, o abençoou, partiu e distribuiu, dizendo: “Êste significa meu corpo que há de ser dado por vós. Continuai a fazer isto em memória de mim.” Daí ele usou vinho para representar o sangue, mas não instruiu seus discípulos que aspergissem o vinho da mesma maneira que tinha sido aspergido o sangue do cordeiro no Egito. Antes, ele lhes deu o vinho num cálice e mandou todos eles bebê-lo, isto é, beber o sangue simbólico, dizendo : “Este cálice significa o novo concerto em virtude de meu sangue, que será derramado por vós.” (Luc. 22:19, 20, NW) Se os celebradores da páscoa tivessem bebido do sangue do cordeiro, isso teria sido violação do concerto que Deus celebrou com Noé no tocante à santidade do sangue. Portanto teria exigido a morte dos que o bebessem. Mas Jesus mandou seus discípulos beber o símbolo de sangue, o vinho. Assim num sentido importantíssimo não há correspondência entre a páscoa e o Memorial, e a páscoa não tipifica o Memorial. A celebração da páscoa não representa a celebração do Memorial.
15. Que israelitas celebravam primeiro, e depois, que gentios?
15 Os que participaram das quatro primeiras celebrações do Memorial(33-36, E. C.) eram judeus, prosélitos e samaritanos circuncisos. Não eram os israelitas medianos que tinham o direito de participar da Páscoa. Era o restante dos judeus que aceitaram a Jesus por Messias enviado de Deus, e foram batizados. Três anos e meio após Jesus ter instituído o Memorial o apóstolo Pedro foi enviado à casa do centurião italiano Cornélio. Desde então os incircuncisos não judeus, aliás os gentios, voltaram-se a Jeová Deus e aceitaram Jesus por Messias e esses foram batizados em nome dele e admitidos à mesa do Memorial e aos seus emblemas. Jeová Deus o Pai gerou-os por filhos espirituais e os ungiu com seu espírito para pregar o reino de Deus. (Atos 10:1 a 11:8, Daniel 9:24-27) Durante os últimos dezenove séculos desde então esses filhos espirituais de Deus, esses ungidos “embaixadores por Cristo”, foram os únicos que celebravam o verdadeiro Memorial dignamente.
O SIGNIFICADO EMBLEMÁTICO AJUDA A DECIDIR
16, 17. O que nos ajuda a decidir o significado dos emblemas? Quais foram as palavras de Jesus explicando seu significado?
16 Que significam os emblemas que Jesus usou na instituição do Memorial? Foi este um tema de tremenda controvérsia através dos séculos. O verdadeiro significado bíblico por si ajuda a decidir quanto a quem tem o direito de participar em harmonia com o simbolismo. Sendo que o Memorial foi instituído logo após se ter comido a páscoa, apenas o pão ázimo se achava à disposição de Jesus. Levedura ou fermento representa o pecado, e o pão que não o contém é a única espécie correta de emblema em forma de pão, que representa algo sem pecado. Então que significa o pão, e também o vinho? Servindo-se da tradução de Moffatt (em inglês), citamos de novo o relato por Mateus das palavras de Jesus:
17 “Ao comerem, ele tomou pão e após a bênção o partiu, daí o deu a seus discípulos dizendo, ‘Tomai e comei deste, que significa meu corpo.’ Também tomou um cálice, e tendo dado graças a Deus deu-lho dizendo: ‘Bebei dele, todos vós, este significa meu sangue, o sangue do novo concerto, derramado por muitos, para adquirir a remissão de seus pecados. Digo-vos, que após isto jamais beberei este produto da videira, até o dia que o beber de novo convosco no Domínio de meu Pai.”—Mat. 26:26-29, Mofƒatt (em inglês).
18. Foram transubstanciados o pão e o vinho? Consequentemente como foram empregados?
18 Assim vemos que Jesus não disse que o pão e o vinho tinham sido transubstanciados em seu corpo e sangue literais, da mesma forma que o cálice não tinha sido transformado no novo concerto quando ele disse: “Este cálice significa o novo concerto ratificado por meu sangue derramado por vós.” (Luc. 22:20, Mof.) O pão e vinho são meros emblemas. Não passam por mudança alguma mediante as palavras pronunciadas sobre eles, mas por tais palavras se explica que significam algo diferente. O que? Jesus disse, “meu corpo” e “meu sangue derramado por vós”.
19. Qual é o comentário de Paulo no tocante ao seu sentido em 1 Coríntios 10?
19 Em busca de comentário sobre essas palavras voltamo-nos a Paulo, onde ele diz: “Portanto, meus amados, fugi da idolatria. Falo como a homens que têm discernimento, julgai vós mesmos o que digo. O cálice de bênção que abençoamos, não é a participação do sangue de Cristo? O pão que partimos, não é a participação do corpo de Cristo? Porque há um só pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, porque todos participamos desse mesmo pão.”(1 Cor. 10:14-17, NW) Em comparação citamos outra versão destas palavras, a de Moffatt (em inglês): “Portanto, meus amados, fugi da idolatria. Falo a pessoas sensatas; pesai vós mesmos as minhas palavras. O cálice de bênção que abençoamos, não é o pão que partimos, não é a participação do corpo de Cristo? (pois, ainda que sejamos muitos, somos um só Pão, um só Corpo, desde que todos participamos do único Pão).” A Versão Normal Americana concorda com a versão de Moffatt, também Rotherham, Darby, Cuthbert Lattey, a margem da Tradução do Novo Mundo, etc.a
20. A que se referiu Jesus por suas palavras “meu corpo”? Que textos corroboram isto?
20 Deste testemunho inspirado é evidente que no Memorial o Senhor Jesus se referia à “congregação, que é seu corpo”. Este é, conforme diz Jesus, “meu corpo,” porque Deus “sujeitou todas as coisas debaixo de seus pés, e o constituiu cabeça sobre todas as coisas da congregação, que é seu corpo, o complemento daquele que cumpre tudo em todas as coisas”. (Efé. 1:22, 23, NW) Em explicação acrescentada o apóstolo Paulo escreve nessa primeira carta aos coríntios, dizendo: “Pois assim como o corpo é uma só coisa, mas tem muitos membros, e todos os membros do corpo, embora sejam muitos, são um só corpo, assim também é Cristo. Pois na verdade por um só espírito fomos todos batizados em um só corpo, quer judeus ou gregos, quer escravos ou livres, e a todos nós foi dado beber dum só espírito. Mas agora Deus colocou os membros no corpo, cada um deles exatamente como quis. Se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? . . . a cabeça não pode dizer aos pés:‘Não tenho necessidade de vós.’ . . . Ora, vós sois corpo de Cristo, e individualmente seus membros. E os respectivos pôs Deus na congregação”—1 Cor. 12:12, 13, 18, 19, 21, 27, 28, NW.
21. Por isso, que quer dizer participar do pão? A quem isso exclui?
21 Por conseguinte, quando um cristão está realmente devotado a Deus e come do pão do Memorial, assim confessa que está “participando do corpo de Cristo”, é um membro deste. Ele se tem glorificado ou exaltado publicamente para ser membro do corpo espiritual de Cristo? Não; mas ele satisfez os requisitos de Deus e reconhece que ‘Deus o pôs’ no corpo de Cristo. Isto por si exclui todas as “outras ovelhas” da participação dos emblemas do Memorial, visto não serem membros do corpo de Cristo. Eles não podem participar e dizer: “Porque há um só pão, nós, embora muitos, somos um só corpo,” isto é, “um só corpo” com os membros do corpo de Cristo.
22. Que precisa existir, portanto, entre os participadores do pão? Como?
22 O corpo de Cristo foi representado pelo “um só pão”, e todos os membros desse corpo espiritual “estão todos participando desse mesmo pão”. Por essa razão é necessário que haja completa unidade entre eles, pois “nós, embora muitos, somos um só corpo”. (1 Cor. 10:17, NW) A nossa unidade não deve ser meramente a de uns para com os outros, mas em especial para com a Cabeça Jesus Cristo. Ele é o Principal. É necessário que nos lembremos dele. Precisamos continuar a ‘manter-nos firmes à cabeça, aquele do qual todo o corpo, provido e organizado por suas juntas e ligaduras, vai crescendo com o aumento que Deus concede.”(Col. 2:19, NW) Foi pelo argumento deste assunto vital da união na sua primeira carta aos coríntios que, no capítulo dez, o apóstolo faz menção repentina da refeição do Senhor à noite, ou o Memorial. Ele lhes apresentou como exemplo admoestador os israelitas no deserto que apostataram de Jeová Deus à adoração de ídolos que representavam demônios, assim cometendo fornicação espiritual bem como física. Ele então admoestou seus concristãos a ‘fugir da idolatria’. Como argumento para fazerem isso ele lhes disse que considerassem o que tinha dito sobre a refeição do Senhor à noite. O pensamento básico dessa refeição era a unicidade com cristo.
[Notas de rodapé]
a Spencer; Verkuyl, Anderson; Torres Amat; Almeida, a Versão Brasileira; a Elberfelder Alemã; a Versão Centenária; a Inglesa Básica; a Versão Westminster; a Vulgata Latina; e a Versão Douay.